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21

MAR

I 2017

obras foi a promessa feita três vezes pelo

executivo de Fernando Medina de que iria

ser reservado 68% do estacionamento na

Avenida da República aos cerca de 300

moradores daquela avenida, segundo dados

da EMEL. E não se pense que se trata de um

luxo da parte dos moradores, pois segundo

a nossa contagem ali existem apenas 250

lugares (entre o Saldanha e Entrecampos),

tendo perdido 97 lugares depois das obras".

Sem esconder o seu desagrado com o

incumprimento da promessa camarária,

José Soares deixou a promessa de que "esta

não é uma questão de todo encerrada". Até

ao fecho desta edição, a Câmara de Lisboa

não respondeu a nenhuma das questões

levantadas pelo clube sobre este, e outros,

assuntos.

"Malditos pilaretes"

Mal viu o fotógrafo a tirar fotografias ao

seu carro mal estacionado, Vera Sales, de

38 anos, empresária no ramo automóvel,

perguntou logo se iria ser de novo multada

por mau estacionamento. Mas quando

percebeu que se tratava de uma reportagem,

esta moradora numa das avenidas adjacentes

mostrou-se incansável a apontar todos os

defeitos que sobraram desta requalificação:

"há aqui muitas coisas erradas, como aqueles

malditos pilaretes junto ao estacionamento

não deixam uma pessoa abrir a porta do

carro". E Vera sabe do que fala já que, com

dois filhos pequenos a frequentar um

estabelecimento de ensino na Avenida

da República, duas vezes por dia tem de

lutar contra aquelas barreiras, "que levam

as pessoas a estacionar um pouco mais

afastadas, reduzindo a já pouca largura da

lateral, o que entope o trânsito quando se

trata de carrinhas ou caminhões". Mas há

mais: "outra coisa errada é a polícia andar

aqui a multar indiscriminadamente, mesmo

quando vamos só pousar as crianças ao

colégio, como já me aconteceu", contou.

Há oito meses, Luís Sereno, 24 anos, revelava

à Revista ACP que "pouca ou nenhuma

confiança tinha em relação à requalificação

do Eixo Central, sobretudo por causa do

trânsito". Agora, Sereno, que trabalha num

quiosque na Avenida Fontes Pereira de

Melo, acha que "o trânsito melhorou, mas

o estacionamento é o grande problema

que sobrou destas obras, com poucas

alternativas para moradores e comerciantes".

A maior parte das cargas

e deascargas têm de ser

feitas em cima do passeio

Moradores

dizem-se

enganados

pela autarquia

por causa da

promessa

de reservar

68% dos 250

lugares de

estacionamento

para os

cerca de 300

automobilistas

que moram na

Avenida

da República

Autocarros da Carris

fazem carreiras de bairro

Era um dos grande desígnios da autarquia

lisboeta e foi conseguido em novembro:

a Carris passou para a gestão camarária,

sem a dívida histórica, que em 2014

ascendeu a mais de 800 milhões de

euros, que permanecem nas contas

do Estado Central. O presidente da

Câmara de Lisboa, Fernando Medina,

passou à ação e prometeu gratuitidade

de transporte na Carris para as crianças

até aos 12 anos (embora paguem sete

euros para ter o cartão Lisboa Viva)

e descontos para os maiores de 65 anos

(pagam 15 euros/mês pelo Navegante

Urbano), assim como anunciou 21 novas

"carreiras de bairro" na cidade a instalar

até 2019. Estas carreiras, que se prevê

estarem quatro em funcionamento até

ao fim do ano, visam "ligar, nos bairros

e lisboa, os equipamentos principais",

como mercados, escolas, centros de

saúde ou farmácias, revelou Medina.

Antes a confusão era por causa

da requalificação do Eixo

Central, mas agora as dores de

cabeça para os que descem o

Campo Grande são as obras de

requalificação de Entrecampos.

Por exemplo, as longas filas que

se têm registado na lateral do

Campo Grande, e que vão desde

a Alameda da Universidade

até quase ao Estádio de

Alvalade são provocadas pela

obrigatoriedade de virar para a

Reitoria e só depois conseguir

chegar a locais como Colégio

Moderno e Biblioteca Nacional,

um constrangimento que afeta

comerciantes e moradores.