Revista ACP Outubro

OUT I 2018 13 da lei ou se é atenuado”. Aquando da aprovação do regulamento europeu que impôs o novo teste de medição de CO2 nos automóveis, a União Europeia recomendou a neutralidade fiscal na aplicação deste medidor. Mas José Maria Montenegro lembra que “não podemos dizer que a instrução do secretário de Estado é 'queremos que seja neutro' pois se quisesse dizê-lo tê-lo-ia dito e não o diz… sugere que haveremos de ficar a meio caminho”. Há modelos que aumentam mais de 7% no preço final devido ao novo teste às emissões Variações de preços com o novo teste As caraterísticas e condições do novo teste aproximam-se às condições reais de condução anos de 1980 e que significa New European Driving Cycle. Há quase 40 anos, as questões ambientais eram a menor das preocupações das sociedades e, claro, da indústria automóvel. Foi assim que se idealizou o teste NDEC, cujo objetivo principal era criar um indicador comum a todas as marcas, que permitisse ao consumidor comparar os vários modelos de automóveis, sobretudo em relação ao consumo. Mesmo que depois os valores anunciados não se verificassem na realidade, já que cada modo de conduzir influencia obviamente o consumo final, assim como as condições climatéricas e o perfil das estradas. Mas as sociedades evoluem, as fiscalidades também, e os governos começaram a penalizar os carros mais poluentes. Ciente da desatualização do modelo usado, a União Europeia apressou a criação de um novo teste que permitisse cumprir as atuais expectativas. Nasce assim o WLTP, que em tudo difere do NDEC. Embora também seja realizado num ciclo em banco de ensaio, as caraterísticas e condições em que são feitos os novos testes aproximam-se muito das condições reais de utilização de um veículo, agora com valores de consumo e de emissões mais ajustados à realidade. Com os novos valores de CO2 há modelos que podem subir mais de 2500 euros no preço final. É o caso do Nissan Quashqai 1.6 dci, que fica 2541 euros mais caro como o novo teste. Já o Renault Captur 1.5 dci, aumenta quase mil euros. Estes aumentos têm consequências para a economia e até para a segurança rodoviária, pois menos carros novos significa o envelhecimento do parque automóvel nacional. Razões para agitar o mercado. O que talvez possa explicar o despacho interno das Finanças. “Com o alarido que se gerou à volta do impacto no ISV, IVA e IUC, o que acontece é que o secretário de Estado, ou o Governo, apercebendo-se do aumento automático dos preços dos automóveis, sem nenhuma alteração legislativa, quis adiar ou pelo menos dizer 'até 31 de dezembro deixem-nos olhar para o OE, vamos tentar atenuar isto, não se assustem'”. O que é este novo teste? O novo teste chama-se WLTP, o que quer dizer Worldwide Harmonized Light Vehicles Test Procedure, e vem substituir o NDEC, criado nos Nissan Quashqai 1.6 DCI 130 4x4-i Acenta Jeep Compass Sport 1.6 Multijet 120 cv Renault Captur 1.5 DCI 110 cv Audi A3 Sportback 2.0 TDI 150 cv Sport Renault Mégane GC Executive DCI 130 cv Renault Clio GT Line Energy TCE 90 cv + 2.541€ + 1.856€ + 880€ + 1.017€ + 827€ + 208€

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