Revista ACP março

Depois de um incerto 2021, com a pandemia ainda a influenciar o nosso quotidiano e um ano desafiante por causa das dificuldades geradas pela escassez de componentes, 2022, deverá, a seu passo, assistir a uma recuperação rumo à normalidade. Não será imediata. Será gradual. Mas acreditamos que a partir do segundo semestre podemos assistir a uma crescente normalização das atividades para a indústria automóvel. Acreditamos que 2022 vai ser ficar marcado pelo início da retoma do setor. Apesar de assistirmos a sinais positivos em termos de procura, o setor está atualmente a ser fortemente impactado do lado da oferta devido à falta de semicondutores. Este impacto será mais notório na primeira metade do ano, uma vez que esta crise deverá ser atenuada no 2º Semestre. Por este motivo, acreditamos que o mercado, apesar de dar mostras de retoma do lado da procura, ainda fique longe dos valores de 2019. BMW • Mini A Stellantis vê o ano 2022 de uma forma muito prudente. Estes primeiros meses do ano dão-nos várias pistas sobre a situação no setor automóvel. O mercado português em janeiro foi ainda inferior ao de janeiro de 2021, e o nível do mercado ainda está mais de 30% abaixo do que foi o mercado de 2019, em que se registou uma situação mais normal. O mercado está a transformar-se e vendem-se mais carros LEV do que Diesel, mas o parque automóvel em Portugal é dos mais antigos na Europa e, ao ritmo atual, levaria mais de 100 anos para renovar este parque por carros LEV. Neste novo mercado, a Stellantis é já um ator de referência com mais de 40 modelos LEV, e estamos totalmente comprometidos com a transição energética e essa renovação do parque, mas são necessárias infraestruturas e incentivos para acelerar este processo. Assim, mesmo com os nossos esforços para produzir viaturas no contexto dos constrangimentos de fornecimento de semicondutores – o que continua a sentir-se a nível global –, há que estimular a adoção das viaturas de baixas emissões, algo que o novo Governo terá a possibilidade de fazer, seja através do Fundo Ambiental ou de políticas específicas. Peugeot • Fiat • Citroën • Opel • Alfa Romeo, Maserati • DS • Jeep • Lancia face a janeiro do ano passado, em Portugal. No caso concreto dos veículos ligeiros de passageiros, a quebra foi de 2%, mas o setor ao lado, o dos ligeiros de mercadorias, registou uma quebra de 9,7%. Em contraciclo revelou-se o mercado dos pesados, que cresceu de 8,6%. Levantando o olhar para fora de Portugal, as expectativas são mais ou menos animadoras. Agências de notação financeira, como as bem conhecidas Moody's e Fitch, têm olhares diversos. Se a Moody's prevê "que as vendas de veículos ligeiros aumentem 6,2% em 2022, com a Europa Ocidental a recuperar mais após uma tépida retoma em 2021", já a visão da Fitch é de um certo arrefecimento no mercado automóvel: "esperamos que as condições melhorem gradualmente ao longo do ano, resultando em vendas globais mais elevadas, mas é provável que permaneçam cerca de 6% abaixo do nível de 2019. É também provável que a cadeia de abastecimento global permaneça instável". Também a Moody's coloca a tónica na questão dos fornecimentos: "A escassez de peças e o curso da pandemia representam riscos, mas esperamos que os problemas de abastecimento diminuam e que o volume recupere no 2º semestre". Com a pandemia e a crise da falta de matéria-prima a disseminarem-se as marcas acreditam que o próximo trimestre vai trazer de volta a normalidade ao setor 26

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