Revista ACP Junho

13 automóveis e o investimento nos carros autónomos (sem condutor), podem estar a viver uma grande encruzilhada. Se nalguns países esta crise pode ser uma oportunidade para fomentar as motorizações elétricas, já noutros o sentido será o contrário, sobretudo para ajudar a estancar a sangria económico-financeira que a passagem da Covid-19 está a provocar na indústria automóvel. Os veículos partilhados também foram apanhados na torrente da crise provocada pela pandemia A ideia será não "forçar"os fabricantes a canalizar dinheiro para a eletrificação, destinando-o para as suas despesas correntes, até se vislumbrar uma recuperação. Ainda assim, o relatório da McKinsey admite a hipótese de que na Europa a trajetória de crescimento dos elétricos se mantenha. No caso dos autónomos, as mesmas razões são válidas para suspender, para já, testes e desenvolvimentos de tecnologia. E nesta torrente provocada pela pandemia, também a micromobilidade, como as trotinetes, bicicletas e carros partilhados, poderá ser arrastada para as águas profundas da crise, muito pelas dificuldades em dar garantias de higienização dos veículos. Segundo os especialistas ouvidos por aquela consultora, "aqueles que já usavam principalmente o carro vão passar a usá-lo ainda mais e os que andavam de transportes coletivos vão agora, tendencialmente, optar pela caminhada ou pela bicicleta". Outra das ideias vertidas no relatório como tendência de vários países é incentivar financeiramente o abate de veículos, de forma a renovar o parque automóvel. Esta ideia é há muito defendida pelo ACP e torna- -se agora ainda mais premente já que as consequências económicas da crise vão aumentar a idade dos veículos, que já é superior aos 12 anos. Fora deste relatório está a aviação, que perdeu asas com a crise e ninguém sabe ainda quando as vai encontrar. Com a pandemia a começar em janeiro na Ásia, o cancelamento de voos alastrou para a Europa e Estados Unidos. Cinco companhias já faliram e estimativas prevêem perdas no setor de 314 mil milhões de dólares. O setor da aviação é um dos mais afetados pela crise. Atualmente só andam nos transportes coletivos quem não tem alternativa.

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