Revista ACP Junho

12 Automóvel reforça estatuto à boleia do novo Coronavírus Com o medo de contágio, o transporte individual ganha ainda mais adeptos. Já o transporte coletivo está a bater no fundo Se já era o meio de transporte preferido dos portugueses, o automóvel reforçou agora a sua posição na mobilidade urbana com a chegada da crise sanitária, ainda por cima numa altura em que o preço do barril de petróleo anda pelas ruas da amargura, facilitando a escolha. A razão é simples: se a ideia é manter distância física dos restantes humanos para evitar contágios, nada como dispor da sua "bolha" privada para as deslocações. Na razão inversa em termos de importância para a mobilidade estão os transportes públicos, que já não eram satisfatórios como opção, como revelam os inquéritos, mas que agora praticamente só são usados por quem não tem mesmo alternativa. É que não faz sentido confinar um país inteiro durante mais de um mês meio para depois se enfiar num autocarro, metro ou comboio, separados do próximo apenas por uma máscara. Se já era o meio de transporte preferido dos portugueses, o automóvel reforçou a sua posição na mobilidade urbana Olhando para o caso mundial, esta tendência confirma-se em vários pontos do globo. Dados de aplicações de geolocalização relativos a cidades como Beijing, Berlim, Nova Iorque ou Madrid mostram que a circulação automóvel ainda está abaixo dos níveis registados antes da pandemia, mas que a sua recuperação está a ser muito mais rápida do que aquela que se verifica nos transportes coletivos, que permanecem estagnados nos níveis mais baixos das preferências desde há muito tempo. Mas será esta uma tendência passageira? Um estudo do Centro McKinsey para o Futuro da Mobilidade, publicado no início de maio e citado por organismos da União Europeia como, por exemplo, o Instituto Europeu para a Inovação e Tecnologia, refere que, acima de tudo, as novas formas de mobilidade, como a eletrificação dos

RkJQdWJsaXNoZXIy ODAwNzE=