Revista ACP outubro

Nº 803 l OUTUBRO 2025 l PVP 2,50€ l PeriodicidadeTrimestral l Diretora Rosário Abreu Lima Mobilidade Falhas graves na segurança Veículos de emergência Urgente renovar frota do INEM Bombeiros vão ter licenciatura IUC Afinal como vai ser pago em 2026? ACP Elétrico do Ano Vote e ganhe um Renault E-Tech elétrico

www.levita.pt Chamada grátis 800 181 438 Ligue hoje e fale connosco Orçamento gratuito e na hora Não requer mudanças estruturais Estável, silencioso e confortável Para o interior ou exterior Para todos o tipo de escadas Robusto, suporta até 160kg Qualidade Alemã Garantia vitalícia do motor Desconto exclusivo Sócios ACP mas agora sinto-me segura e independente na minha própria casa.” Catálogo Grátis Peça um catálogo grátis à LEVITA ou marque uma visita com o nosso Especialista, sem compromisso. “Antes, cada degrau era uma luta diária... Instalação 24 horas LEVITA DISTRIBUIDOR AUTORIZADO POR TK ACCESS SOLUTIONS LTD. DO GRUPO TK ELEVATOR Tal como visto na

AUTOMÓVEL CLUB DE PORTUGAL OUTUBRO 2025 | 3 Editorial Com Smuts ao volante vamos lá? 1. Nos últimos anos, a visão holística sobre os problemas tornou-se um remédio universal para todos os males. E no que toca à segurança rodoviária, o conceito passou a estar na boca de todos os responsáveis políticos e seus ajudantes. Portugal está sem estratégia nacional para a segurança rodoviária há cinco anos (sem que a anterior, 2015-2020, tenha sido executada a metade)? É preciso uma visão holística, não se pode atacar a sinistralidade com penas mais pesadas. As motos não precisam de inspeção, tal como os automóveis? Nem pensar (mesmo que seja uma inevitabilidade por força da União Europeia), a visão holística resolve tudo. Esse desígnio holístico está algures perdido nas gavetas de algum governante, enquanto continuamos a registar picos de mortalidade nas estradas. As polícias reclamam CARLOS BARBOSA PRESIDENTE DO AUTOMÓVEL CLUB DE PORTUGAL As polícias reclamam medidas urgentes, a sociedade civil também, mas continua tudo na mesma. A segurança rodoviária não rende votos, mas pode tirá-los 2. Também se aplica aqui a fiscalização aos TVDE. Está à vista de todos, mas desde 2018 que a lei não é mexida de forma estrutural, a bem de todas as partes – empresas, motoristas e consumidores. Se do lado dos profissionais se contam situações inadmissíveis de condutores a dormirem nas bagageiras dos carros, horas sem fim ao volante, falta de conhecimento do Código da Estrada e da língua portuguesa, do lado das autoridades continua sem existir uma fiscalização efetiva a estes veículos. As próprias plataformas digitais e associações do setor pedem medidas adicionais, reconhecendo que só assim se transmite confiança e segurança aos utilizadores. Que é só a base do negócio. • medidas urgentes, a sociedade civil também, mas continua tudo na mesma. A segurança rodoviária não rende votos, mas pode tirá-los. Veja-se a proposta de passar as aulas de condução para metade, transferindo a responsabilidade do ensino para um ‘tutor’. Sim, porque nos Estados Unidos também se faz, tal como a visão estratégica para a segurança rodoviária é replicada do modelo escandinavo. Em ambos os casos, não se conhece até agora mais do que isto. Mas só a intenção é reveladora de que Smuts, o pai do holismo, se transformou numa espécie de farol do código da estrada, das boas práticas rodoviárias e da sociedade em geral. Ao defender que se olhe para o problema como um todo, com inúmeras partes que em conjunto contribuem para que se contemple o mundo na sua globalidade, estamos no fundo a empurrar com a barriga os factos: todos os anos morrem em Portugal mais de 600 pessoas nas estradas. Aqui, os defensores de Smuts permanecem imóveis dentro da sua bolha holística. Ao defender que se olhe para o problema como um todo, com inúmeras partes que em conjunto contribuem para que se contemple o mundo na sua globalidade, estamos no fundo a empurrar com a barriga os factos: todos os anos morrem em Portugal mais de 600 pessoas nas estradas

4 | AUTOMÓVEL CLUB DE PORTUGAL OUTUBRO 2025 AGENDA 23 A 26 DE OUTUBRO ACP MOTOSPORT Baja Portalegre 500 22 DE OUTUBRO ACP GOLFE Circuito Semana Receba todas as semanas a newsletter da Revista ACP Basta fazer a sua subscrição em acp.pt ou seguir o link no QR Code. SUMÁRIO 18 DE OUTUBRO ACP CLÁSSICOS Raid Figueira da Foz - Lisboa Clássicos recordam 1ª prova automobilística da Península Ibérica O melhor do TT nacional e internacional ao Alto Alentejo Na reta final, o torneio disputa-se na Quinta do Peru 4 A 7 DE DEZEMBRO ACP MOTOSPORT 24 Horas TT Vila de Fronteira Prova volta a atrair milhares de entusiastas aquela vila alentejana 1 A 15 DE OUTUBRO CONCURSO ACP Elétrico do Ano Votação para a categoria Citadinos, a penúltima das quatro a concurso 11 DE OUTUBRO ACP GOLFE Grande Prémio ACP A final vai disputar-se na Quinta do Peru 38 28 42 48 06 ACP Renting ACP Kids ACP Viagens O 1º carro de Raul Martins ACP Formação Conheça as nossas ofertas para sócios Saiba como os cursos de condução o podem ajudar Educação rodoviária regressa às esolas Mercados de Natal na Europa Empresário recorda as alegrias vividas ao volante do Austin Cooper PROPRIEDADE E EDIÇÃO Automóvel Club de Portugal,pessoa coletiva de utilidade pública nº 500700800 e matriculada na Conservatóriado Registo Comercial sob o mesmo número, com sede na Rua Rosa Araújo, 24-26, 1250-195 Lisboa SEDE DA REDAÇÃO Rua Rosa Araújo 24-26, 1250-195 Lisboa 213 180 100 / [email protected] DIRETORA Rosário Abreu Lima REDAÇÃO Francisco Costa Santos João Delfim Tomé José Varela Rodrigues Mário Leite de Vasconcellos Ricardo Paz Barroso EDIÇÃO GRÁFICA Inês Bento FOTOGRAFIA Arquivo ACP, iStock, Lusa DIRETOR COMERCIAL Tomaz Alpoim PUBLICIDADE Francisco Cortez Pinto Elizabette Caboz DIRETOR GERAL COMERCIAL Luís Figueiredo IMPRESSÃO Lidergraf | Sustainable Printing, com sede na Rua do Galhano, nº15, 4480-089 Vila do Conde TIRAGEM MÉDIA 181.000 exemplares PERIODICIDADE Trimestral O ACP é alheio ao conteúdo de publicidade externa. A sua exatidão e/ou veracidade é da responsabilidade exclusiva dos anunciantes e empresas publicitárias. ISSN 0870-273X Depósito Legal nº 2675/83 Nº de Registo ERC 100226 Estatuto editorial em acp.pt Nº 803 OUT 2025

AUTOMÓVEL CLUB DE PORTUGAL SETEMBRO 2024 | 5 2 ANDARES O NOSSO CATÁLOGO É GRATUITO! Consulte o nosso catálogo, com atualizações frequentes, no conforto da sua casa e sempre que quiser. AVALIAÇÕES GRATUITAS A nossa visita de avaliação é essencial, gratuita e sem compromisso. Seja a norte ou a sul de Portugal, Açores ou Madeira. PLATAFORMA ELEVATÓRIA ELEVADOR DOMÉSTICO ELEVADOR DE ESCADAS Design discreto - Calhas encostadas na parede para ocupar o mínimo espaço quando o elevador está no outro andar. Design elegante - Cabine fechada com 2 metros de altura. Toque único para início de viagem. Para casas particulares até 2 andares Discreto e silencioso Moderno e seguro com ecrã digital e telefone Disponível em 3 tamanhos - Pequeno, Médio e Grande Não necessita de obras Sem contratos de manutenção obrigatória Anúncio publicado por LEVITA, Lda Lisboa: Estrada Consiglieri Pedroso, nº 71, Edifício D, 1º Frente, Queluz de Baixo, 2 730-055 Barcarena Guimarães: E.N. 105, Nº 3019 Nespereira GMR. 4835-517 Guimarães www.levita.pt / [email protected] Ao seu lado sempre! Chamada grátis 800 181 438 Ligue hoje e fale connosco TAL COMO VISTO NA TELEVISÃO

6 | AUTOMÓVEL CLUB DE PORTUGAL OUTUBRO 2025 Entrevista “O ACP é sinónimo de segurança, fiabilidade e prestígio” Raul Martins, dono dos hotéis Altis, recorda o seu primeiro carro que tantas alegrias lhe deu, mas que foi obrigado a vender Qual foi o seu primeiro carro? Foi um Austin Cooper, em 1964, cuja matrícula ainda me lembro. Era ID48-96. O que sentiu quando se sentou ao volante pela primeira vez? Uma enorme alegria porque ter um carro aos 18 anos é uma grande sensação de liberdade. A melhor recordação que guarda dele… Foi uma viagem que fiz ao Algarve em tempo recorde, passando pela Serra do Caldeirão. E as gincanas em que participei com algum sucesso. Teve alguma experiência negativa com ele? Tinha dificuldade em caber lá dentro e, com a suspensão muito direta, batia muitas vezes com a cabeça no tejadilho. Manteve-o durante quanto tempo? Por causa desse problema, troquei-o 2/3 anos depois. Qual o destino que o carro teve? Vendi-o e cheguei a vê-lo algumas vezes a circular em Lisboa. Que tipo de condutor se considera? Atualmente sou um condutor tranquilo, apesar de nas autoestradas aproveitar a segurança das mesmas para andar em boa velocidade. O que pensa dos portugueses ao volante? A maioria respeita as regras de transito, mas na cidade são muito indisciplinados no estacionamento em 2ª via, prejudicando o fluxo de trânsito. Quando está em apuros na estrada conta com a ajuda do ACP? Sim, já recorri ao ACP quando estava em apuros, tanto na estrada como na cidade. Para si, o clube é sinónimo de… Segurança, fiabilidade e prestígio. • Austin Cooper desenhado por Raul Martins

8 | AUTOMÓVEL CLUB DE PORTUGAL OUTUBRO 2025 Tema de Capa TVDE: solução de mobilidade ou problema de segurança rodoviária? Surgiram como alternativa aos táxis e transformaram o cenário urbano e de mobilidade português. Porém, hoje a falta de regulação e fiscalização a ameaça o setor e a segurança e utilizadores e automobilistas Carros confortáveis, motoristas sorridentes e preços “justos”. Foi com estas premissas que os TVDE surgiram em 2014 e, desde então, tornaram-se parte do quotidiano urbano, transportando passageiros entre destinos, convocados por um simples toque no ecrã. Várias plataformas chegaram a Portugal com a aura do progresso, promessa de mobilidade à distância de um clique e do fim do monopólio do táxi. Mas uma década depois as promessas evaporaram-se. Hoje, os números revelam-nos um setor à beira da saturação, envolto em polémicas que se estendem desde a segurança rodoviária até questões laborais. Tudo isto é acompanhado por um serviço cuja qualidade está em regressão e que continua a aguardar uma regulação há muito prometida. O retrato de um setor que não para de crescer Segundo os dados mais recentes do Instituto da Mobilidade e dos Transportes (IMT), referentes a agosto de 2025, havia cerca de 39 mil motoristas ativos no regime TVDE. O setor é predominantemente masculino, com uma maioria de condutores em idade ativa, entre os 30 e os 49 anos. A presença de motoristas estrangeiros é significativa, com destaque para brasileiros, indianos e paquistaneses, refletindo a crescente © André Rolo / Global Imagens

AUTOMÓVEL CLUB DE PORTUGAL OUTUBRO 2025 | 9 diversidade do setor e, acima de tudo, a facilidade com que se consegue trocar a carta de condução estrangeira por uma nacional. Um processo bastante simples e com poucos mecanismos de fiscalização de competências. Também em agosto de 2025, estavam registados quase 36 mil veículos afetos à atividade TVDE. A maioria ainda utiliza motorização a combustão, embora os veículos elétricos já representem uma parte relevante da frota (36% da frota). Quanto à antiguidade, verifica-se uma distribuição equilibrada, mas a fatia mais considerável da frota (17%) encontra-se na faixa entre os quatro e os sete anos, precisamente a idade máxima imposta às viaturas afetas ao serviço TVDE. Formação em cheque Desde dezembro de 2024, a formação de motoristas TVDE está sujeita a novas regras, com exames finais obrigatórios, critérios mais exigentes e separação entre entidades formadoras e operadores, para evitar conflitos de interesse. As alterações visaram reforçar a qualificação profissional, melhorar o serviço prestado e deram ao IMT maior importância: passou a supervisionar todo o processo. Apesar destas mudanças, todo o processo de formação continua a suscitar críticas pela sua falta de exigência, especialmente no que concerne aos requisitos iniciais. Atualmente para obter o certificado de motorista, é apenas necessário ter carta de condução da categoria B há mais de três anos (com averbamento no grupo 2), frequentar com aproveitamento um curso ministrado por entidade certificada pelo IMT, ser aprovado em exame teórico realizado pelo IMT ou por centro autorizado, apresentar registo criminal limpo e solicitar a emissão do certificado. O curso inicial tem duração mínima de 50 horas e pode ser feito parcialmente em e-learning. Inclui conteúdos sobre legislação, condução, regulamentação, comunicação, primeiros socorros e emergência. A formação deve ser renovada de cinco em cinco anos, através de um curso teórico de 8 horas. O próprio IMT admite que cerca de 30% dos candidatos reprova nos exames para motoristas, um número que, por si só, já revela falhas na Em agosto de 2025, estavam registados 35.958 veículos afetos à atividade TVDE. A maioria da frota ainda é composta por viaturas com motorização a combustão interna, representando 58,5% (21.035 veículos). Os veículos elétricos já são 36% da frota (12.946) e os híbridos 5,5% (1.977). No que respeita à idade dos veículos, a distribuição é relativamente equilibrada. Cerca de 10% têm menos de um ano, 13% estão entre um e dois anos, 14% entre dois e três, e 13% entre três Frota em expansão: mais veículos, nem todos mais verdes VEÍCULOS ATIVOS: 35.958 e quatro anos. As faixas com maior representatividade situam-se entre os quatro e os sete anos, com cada uma a representar aproximadamente 17% da FONTE: IMT frota. Estes dados evidenciam que, embora haja renovação, uma parte substancial da frota já ultrapassou os quatro anos de atividade.•

10 | AUTOMÓVEL CLUB DE PORTUGAL OUTUBRO 2025 formação e preparação de quem está ao volante. Para o ACP, apesar de ser positivo que tenha sido introduzido o exame de código obrigatório para motoristas TVDE, este devia ser complementado por um exame prático de condução. Além disso, o clube considera que a formação deve ser presencial e incluir obrigatoriamente a proficiência em língua portuguesa, algo que já é imposto nas formações ministradas pelo ACP. Também a revalidação dos títulos é alvo de críticas, com o clube a defender que esta deve seguir a mesma estrutura da formação inicial, com uma componente online e outra presencial. Regulação: um processo em ponto morto Apesar de hoje serem conhecidos como TVDE, esta designação só surgiu em 2018, ano em que o Governo decidiu, finalmente, proceder à aprovação de uma lei destinada a regular um setor cujo crescimento já na altura não mostrava sinais de abrandamento. Aprovada a 10 de agosto, a Lei n.º 45/2018, popularmente conhecida como “Lei Uber”, prometia dar ao setor estrutura e regras. Aquando da sua aprovação estava previsto que, ao fim de três anos, houvesse uma reavaliação do modelo. Essa análise foi de facto realizada pelo Instituto da Mobilidade e dos Transportes (IMT) em 2021, mas só foi tornada pública no final de 2022. Porém, os avanços legislativos continuam à espera e a própria lei está em impasse há quatro anos, como recordou recentemente o ACP pela voz do seu Presidente, Carlos Barbosa, numa conferência no âmbito do Dia da Mobilidade, by Bolt. Apesar da recomendação da Assembleia da República, publicada em Diário da República em março de 2025, apenas foram feitas alterações administrativas, não tendo havido qualquer revisão formal da lei. Também as associações do setor têm vindo a defender a necessidade de uma regulação mais clara e eficaz, propondo medidas como a definição de tarifas mínimas, o reforço da fiscalização, regras ambientais mais exigentes e limites à entrada de novos motoristas. Fiscalização nas mãos de várias entidades Alvo de críticas por parte do ACP, que alerta para a necessidade de reforço da fiscalização por parte do IMT e das forças de segurança, a fiscalização do setor TVDE permanece, desde a Tema de Capa FONTE: IMT CONDUTORES ATIVOS: 39.049

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12 | AUTOMÓVEL CLUB DE PORTUGAL OUTUBRO 2025 sua regulamentação em 2018, como um exercício de responsabilidades difusas, cuja eficácia real levanta cada vez mais dúvidas. Apesar de envolver várias entidades, a aplicação concreta da lei tem-se revelado insuficiente face aos desafios crescentes do setor. A PSP e a GNR assumem a responsabilidade pela fiscalização do cumprimento do Código da Estrada, frequentemente em coordenação com a Autoridade da Mobilidade e dos Transportes (AMT). A título de exemplo, em apenas dois dias de uma operação especialmente dedicada à fiscalização de viaturas TVDE a PSP registou efetuadas 290 infrações, número que, por si só, revela a dimensão do problema e a sua persistência. Contactada pela revista ACP a AMT esclareceu que centra a sua ação na verificação de aspetos formais como a legalidade dos veículos, seguros, formação obrigatória e o registo dos tempos de trabalho, precisamente uma das infrações mais recorrentes. Em zonas de elevada procura, como os aeroportos de Lisboa e Porto ou o concelho de Sintra, continuam a ser detetadas infrações graves, incluindo a ausência de contrato escrito, prestação de serviço fora da plataforma e utilização de viaturas irregulares. Por exemplo, em apenas uma ação, realizada em Sintra, 40 dos 72 motoristas fiscalizados foram alvo de autos de notícia. A Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT) também intervém, especialmente no que se refere ao cumprimento das normas laborais. Em declarações à Revista ACP, esta entidade revelou que no biénio 2023-2024, foram acompanhadas 278 entidades e abrangidos 211 trabalhadores. Desta ação resultaram 86 infrações, maioritariamente relacionadas com a organização dos tempos de trabalho, inadequação do vínculo contratual e ausência de seguro de acidentes de trabalho. De acordo com a ACT, foram ainda emitidos 13 autos de inadequação do vínculo e remetidas 8 participações ao Ministério Público para reconhecimento judicial da existência de contrato de trabalho. Já o Instituto da Mobilidade e dos Transportes (IMT) concentra a sua atuação na fiscalização da formação. Exige que todas as ações sejam previamente comunicadas, incluindo datas, locais, formadores e participantes, bem como os Tema de Capa Atualmente, o setor conta com 13.562 operadores ativos e três plataformas tecnológicas licenciadas para operar em território nacional. Esta estrutura mostra como o modelo TVDE se consolidou como alternativa de transporte urbano nos principais centros urbanos do país. Em paralelo, têm sido introduzidas alterações regulamentares em aspetos específicos. Um exemplo foi a entrada em vigor, em dezembro de 2024, de um novo regime de formação de motoristas, que impôs exames finais obrigatórios, critérios mais rigorosos de avaliação e a separação entre entidades formadoras e operadores, para evitar conflitos de interesse. Estas medidas visam reforçar a qualificação dos profissionais e a qualidade do serviço prestado. • Plataformas, operadores e formação: uma estrutura robusta

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14 | AUTOMÓVEL CLUB DE PORTUGAL OUTUBRO 2025 Tema de Capa respetivos resultados. Ainda assim, persistem queixas sobre a eficácia real destas formações, sobretudo no que diz respeito ao conhecimento prático do Código da Estrada e ao domínio da língua portuguesa por parte de alguns motoristas. Apesar do envolvimento de diversas entidades, é evidente que o atual modelo de fiscalização não está a dar resposta adequada à complexidade do setor. A fiscalização permanece mais reativa do que preventiva, com ações pontuais que, embora meritórias, não conseguem substituir uma estratégia estruturada e coerente. ACP reclama medidas urgentes No cerne de diversas queixas e críticas, o setor dos TVDE precisa, mais do que nunca, de medidas concretas que lhe permitam reforçar a qualidade do serviço e evitar que os seus motoristas sejam percecionados como um fator de risco para a segurança rodoviária. Há muito que o ACP alerta para estes problemas e, como recordou Carlos Barbosa: “Os níveis de segurança nos TVDE estão em mínimos históricos, visíveis a olho nu, sendo que muitos condutores não têm competências de condução adequadas”. Nesse sentido o clube pede um reforço da exigência dos requisitos de acesso à profissão, dos processos de formação e ainda da fiscalização por parte das entidades competentes. No que toca à fiscalização, há sinais encorajadores: uma nova plataforma de partilha de dados, criada pelo IMT em parceria com a Uber e a Bolt, promete combater ilegalidades e falsificação de documentos, permitindo a verificação em tempo real da legalidade de condutores e viaturas. A adesão deverá ser obrigatória para todos os operadores licenciados. No entanto, é urgente que esta plataforma seja implementada rapidamente, evitando mais um impasse semelhante ao da Lei n.º 45/2018, cujos efeitos e atualização tardam, enquanto o setor continua a evoluir a um ritmo que a legislação não tem acompanhado. •

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16 | AUTOMÓVEL CLUB DE PORTUGAL OUTUBRO 2025 Renovar frota do INEM e melhorar formação dos Bombeiros O Governo promete renovar a frota do INEM e para os bombeiros garante que vai haver “uma reforma significativa” na formação, incluindo uma licenciatura especifica. Isto para mitigar os constrangimentos diários que o INEM e os bombeiros sofrem na sua atividade. Um dos mais visíveis é a antiguidade das viaturas de emergência médica e socorro, que muitas vezes coloca em causa não só as missões destes organismos como a segurança rodoviária A Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR) registou 21 acidentes com vítimas, envolvendo veículos do INEM e dos bombeiros, no primeiro trimestre de 2025. Ou seja, sete acidentes por mês. A ANSR não revela o número total de acidentes, com e sem vítimas, a envolver ambulâncias e carros de bombeiros, mas considerando que houve 70.860 acidentes, com e sem vítimas, entre janeiro e junho deste ano (número acima dos 69.914 acidentes em igual período de 2024), depreende-se que a sinistralidade com veículos do INEM e bombeiros está a crescer. O problema não está na ação destes organismos, mas nos meios e recursos, entre outras condições, que o Estado disponibiliza para que cumpram a sua missão. A frota de emergência do INEM tem uma idade média de 13 anos. A mais recente auditoria da Inspeção-Geral de Finanças (IGF), sobre o funcionamento do INEM no quadriénio 2021-2024, realça que o instituto “tem enfrentado constrangimentos operacionais relevantes”, em grande parte pela “elevada inoperacionalidade das Em 4 anos o INEM registou mais de 18 inoperacionalidades por dia devido à antiguidade dos seus veículos

AUTOMÓVEL CLUB DE PORTUGAL OUTUBRO 2025| 17 ambulâncias”. No final de 2024, o INEM dispunha de 714 meios de emergência e, no período em análise, a inoperacionalidade dos meios deveu-se “sobretudo à antiguidade da sua frota automóvel”. Nos quatro anos vistoriados, registaram-se 27.019 situações de inoperacionalidade dos veículos. O mesmo documento concluiu que o modelo de aquisição de meios foi “desajustado” e notou a “inexistência de estudo sobre a sua adequação”. No caso dos bombeiros, o ACP não conseguiu apurar quantos veículos estão ao serviço, atualmente, nem a sua idade média, despesa com manutenção ou planos de aquisição de novas viaturas. Quanto ao INEM, o instituto explica que a gestão da sua frota está entregue à Kinto, empresa de soluções de mobilidade integrada detida pela Toyota, na sequência de um concurso público internacional. Segundo o Portal Base, esta empresa acumula 49 contratos com o INEM num valor global acima dos 35 milhões de euros, desde 2009. O instituto está autorizado a gastar até 4,09 milhões de euros em gestão e manutenção de frota. Considerando os 714 meios, o INEM, que não revelou quantos veículos tem parados nas oficinas, dispõe de menos de 6000 euros para a manutenção de cada veículo. Há veículos com centenas de milhares de quilómetros e décadas de rodagem, e o gestor de frota não tem sido solução para evitar “situações de inoperacionalidade”, segundo a IGF. Fonte oficial do INEM afirma que o instituto “entendeu” ser “mais eficaz” contratar um serviço de gestão de frota. No entanto, também admite que a renovação da frota “não tem sido regular”, uma vez que os “concursos públicos abertos em anos anteriores não produziram os efeitos desejados”. Na última década, o INEM só adquiriu 122 veículos (67 ambulâncias, 46 viatura médica de emergência e reanimação – VMER, e nove motos). Segundo o plano de atividades do INEM para 2025, o instituto prevê adquirir 312 novas viaturas nos próximos três anos (112 este ano), mas até ao final de setembro não havia qualquer novidade. Foi aberto um concurso público a 7 de julho e decorre ainda “a fase de análise de propostas”. A aquisição dos novos veículos está a cargo dos serviços partilhados da Administração Pública (eSPap), estando o INEM autorizado a gastar até 19,1 milhões de euros (cerca de 62 mil euros por veículo). Formação INEM Os veículos envelhecidos oferecem pouca segurança na hora de circular nas estradas em marcha de urgência. Vale a formação destes profissionais para chegar ao local rapidamente sem comprometer a segurança rodoviária de todos. Relativamente à condução de veículos, o INEM assegura um curso teórico-prático de 42 horas sobre condução defensiva, adaptado ao tipo de viatura – VMER, no caso dos enfermeiros, ambulância, no caso dos técnicos de emergência pré-hospitalar (TEPH). O INEM está autorizado a gastar em média 62 mil euros por cada viatura nova. Para a manutenção dos meios antigos pode gastar até 6 mil euros/ano

18 | AUTOMÓVEL CLUB DE PORTUGAL OUTUBRO 2025 Há também uma “componente de psicologia”, para dar aos elementos do INEM nestas funções “uma gestão eficaz do stress associado à condução em emergência”. O “aproveitamento positivo é requisito obrigatório para o exercício da função de condutor”. O INEM não diz quantos formadores tem, mas garante que são “experientes”e que acompanham os formandos “durante toda a formação”, orientando sobre “a transposição segura e sistemática do tráfego urbano”. Para ser condutor é obrigatório ter carta de condução com averbamento para a condução de veículos do tipo II. A seleção destes profissionais passa por várias fases eliminatórias. Numa primeira fase, há testes psicotécnicos, provas de lógica e testes psicomotores. Segue-se um teste de “condução de base”, para avaliar o cumprimento do código da estrada, a utilização da caixa de velocidades, posicionamento ao volante, entre outros aspetos técnicos inerentes à condução e ao veículo. No caso dos TEPH, o processo de admissão à carreira já prevê a frequência de um curso de condução de base, que decorre em circuito fechado e em vias públicas, e prepara os candidatos para a condução de veículos com características semelhantes às das ambulâncias utilizadas em contexto real. O INEM garante que a formação é contínua ao longo da carreira dos profissionais do instituto, estando sujeita a atualizações e renovações periódicas, seguindo a legislação e para assegurar o desempenho seguro e eficaz da função de condutor de veículos de emergência. Licenciatura para bombeiros No caso dos bombeiros, a formação é responsabilidade da Escola Nacional de Bombeiros, cuja ação é articulada com os seus associados – Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) e a Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP). A formação encontra-se organizada tendo em conta diferentes níveis de responsabilidade e mediante o corpo de bombeiros (se é do quadro de comando, do quadro ativo dos corpos detidos por associações humanitárias, ou se é voluntário, que têm regulamentos próprios). Quanto à circulação dos veículos dos bombeiros na via pública em emergência, a ENB explica que é dada uma formação “em dois níveis distintos”: no primeiro aos bombeiros que exercem funções de condutores; no segundo, a formação de formadores. Veículos de Emergência Bombeiros voluntários, profissionais e sapadores têm regulamentos próprios, mas para a formação são integrados em igualdade de circunstâncias Foto: Nuno Alfarrobinha / Medialivre

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20 | AUTOMÓVEL CLUB DE PORTUGAL OUTUBRO 2025 Para os condutores, existe a formação de aperfeiçoamento técnico, que inclui formações de condução defensiva na atividade de bombeiro,“que visa dotar os formandos com competências técnico-operacionais para a condução defensiva de veículos, privilegiando a vertente da segurança em estrada”. Há também formação para condução fora de estrada, para veículos ligeiros 4x4 e pesados todo-terreno em ambiente rural ou florestal. “A ENB ministra formação de condução há 30 anos. Nos últimos 10 anos, a formou cerca de 9.300 bombeiros na área da condução, certificada, sendo cerca de 6.250 em condução fora de estrada para veículos pesados e os restantes 3.050 em veículos ligeiros”, diz fonte oficial da escola, indicando que dos atuais 1.045 formadores e conta com 110 externos para a área técnica de condução. Para conduzir os veículos dos bombeiros, além da carta de condução válida para a categoria do respetivo veículo (B – ligeiros; C – pesados), os formandos têm de possuir o averbamento do grupo II, tal como ocorre com INEM. A ENB assegura que, além da formação inicial, “a atualização de conhecimentos é regular”, mas reconhece que a segurança rodoviária “é uma preocupação” e que há espaço para “mais e melhores ferramentas”. Por isso, revela existir um “plano, que se pretende concretizar a breve prazo, no sentido de se aumentar, proporcionalmente, a capacidade de resposta às exigências que o processo de formação de condução de veículos dos Bombeiros apresenta”. Questionado, o Ministério da Administração Interna, revela que será feita “uma reforma significativa” na formação da ENB, prevendose a “promoção de novas metodologias de formação”.“Existe o objetivo de se desenvolver uma licenciatura específica e própria para os bombeiros, o que permitirá maior qualificação e profissionalização”, afirma fonte oficial. No entanto, não há prazo para esta reforma. Quanto aos veículos dos bombeiros, o Governo lembra que a manutenção e aquisição “são uma responsabilidade das associações humanitárias e dos municípios”, mas diz estar a trabalhar para “garantir uma linha de apoio”à renovação de equipamentos. • Veículos de Emergência Na última década formaram-se mais de 9 mil bombeiros na área da condução – 6.250 em condução fora de estrada para veículos pesados e 3.050 em veículos ligeiros

22 | AUTOMÓVEL CLUB DE PORTUGAL OUTUBRO 2025 Legislação Que estratégia tem o Governo para a segurança rodoviária? Sem a prometida Estratégia Nacional de Segurança Rodoviária 2020-2030, e com elevado nível de sinistralidade, reduzir o número de aulas práticas de condução como o Governo pretende vai comprometer ainda mais a segurança de todos O Governo quer mexer no Regime Jurídico do Ensino da Condução, reduzindo de 32 para 16 horas mínimas de aulas práticas nas escolas de condução. A instrução passaria a ser complementada pelo acompanhamento de um tutor, uma possibilidade que a lei prevê desde 2014 prevê, mas a adesão tem sido muito baixa. Fonte oficial do Ministério das Infraestruturas e Habitação, que tem o pelouro da Mobilidade, admite que o Instituto para a Mobilidade e Transportes (IMT), organismo público mandatado para gerir a habilitação da carta de condução,“tem vindo a receber, e continuará a receber, contributos e comentários de diferentes entidades”, mas defende que é “prematuro” falar sobre a “versão final da proposta.” O tema surge num momento em que a União Europeia prepara novas regras para habilitação de condutores, incluindo a redução da idade mínima para conduzir veículos ligeiros de 18 para 17 anos (nos camiões desce dos 21 para os 18 anos; nos veículos pesados de passageiros dos 24 para 21 anos). Esta tendência, no entanto, esbarra com a realidade portuguesa, que apresenta elevados níveis de sinistralidade. A solução pode não estar em reduzir a idade mínima para ter carta de condução. Segundo a Autoridade Nacional da Segurança Rodoviária (ANSR) revelou no início do ano,“mais de 600 pessoas continuam a morrer todos os anos nas estradas portuguesas, para além das duas mil que ficam com sequelas permanentes”.

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24 | AUTOMÓVEL CLUB DE PORTUGAL OUTUBRO 2025 No último ano, a ANSR registou 145.427 acidentes, e este ano, entre janeiro e maio, observaram-se 57.132 acidentes. E nos meses de verão, entre 15 de junho e 15 de setembro, a PSP deteve cerca de três mil pessoas por crimes rodoviários (1.505 por condução em estado de embriaguez e 1.457 por condução sem habilitação legal). Parece haver um sentimento de impunidade, apesar de PSP e GNR comunicarem cada vez mais operações de segurança rodoviária. Ter uma formação robusta e eficiente é uma das formas de combater esta tendência. Segundo o estudo sobre a carta e o ensino de condução do Observatório ACP, um em cada quatro dos inquiridos considerou o exame prático o maior desafio para obter a carta de condução, sendo que 45% demora entre seis meses e um ano a tirar a carta, desde o momento que toma a decisão até ao exame prático final – dados que importam ponderar na hora de alterar o Regime Jurídico do Ensino de Condução. Plano prometido não sai da gaveta Acresce ao cenário que Portugal está 33% acima da média da União Europeia na sinistralidade rodoviária, divergindo das metas comunitárias. A resposta a esta estatística negativa deveria partir de uma estratégia nacional, mas esta permanece na gaveta.“Há uma discussão há já algum tempo sobre a ENSR que ainda não conseguiu ver a sua aprovação. O nosso objetivo é que em breve possamos revisitar este tema e tentar que a ENSR seja aprovada o mais rapidamente possível e possa ser um documento de compromisso de toda a nossa população”, afirmou ao Rui Rocha, secretário de Estado da Proteção Civil, em julho. Facto é que o país continua sem uma estratégia, sem orientações e políticas concretas. E a interrupção dos ciclos políticos não podem ser justificação. O último documento orientador das autoridades para a segurança rodoviária foi o Plano Estratégico Nacional de Segurança Rodoviária 2015-2020, sem que metade tivesse sido executado. Entre 2020 e 2021, o Governo criou um grupo de trabalho que desenhou a Visão 2030, uma plataforma que apontou o principal objetivo – reduzir em 50% o número de mortos e feridos graves nas estradas nacionais até 2030 – e por isso pretendia ser o embrião da ENSR 2030. Mas até hoje não se conhece nada mais além dessa intenção.• Legislação

26 | AUTOMÓVEL CLUB DE PORTUGAL OUTUBRO 2025 O tráfego nas autoestradas do Interior e do Algarve não para de crescer e, no final de junho, a média ponderada do tráfego disparou quase 30% em termos globais, face ao período homólogo quando as antigas scut eram pagas, Tráfego cresce 30% nas ex-Scut segundo os dados do segundo trimestre do Instituto da Mobilidade e dos Transportes (IMT). Na A13-1, que faz parte da subconcessão Pinhal Interior, observou-se um aumento de 46% na circulação automóvel, enquanto na A13, também da mesma concessão, o crescimento do tráfego médio diário ficou acima dos 36%. Com mais 28,6% de veículos em circulação surge a Via do Infante (A22), no Algarve. Na concessão da Beira Interior (A23), o tráfego subiu 29%, enquanto na Interior Norte (A24) a circulação automóvel aumentou 25,5%. Na A28, no troço entre Esposende e Antas, o tráfego cresceu mais de 20% e no troço entre Neiva e Darque, o aumento registado foi de 36%. A Transmontana e o túnel do Marão, que integram a A4, mas o IMT não revelou a evolução geral do tráfego. As portagens nas antigas Scut do Interior e do Algarve deixaram de ser pagas a 1 de janeiro deste ano. A Infraestruturas de Portugal estima que a medida retira mais de 250 milhões de euros de receita potencial, em 2025. • Governo não esclarece dúvidas sobre pagamento do IUC em 2026 O Governo anunciou alteração ao pagamento do Imposto Único de Circulação (IUC), para entrar em vigor a 1 de janeiro de 2026. O Ministério das Finanças anunciou em janeiro que, em vez de ser pago no mês da matrícula, o IUC passaria a ser entregue dentro do mesmo prazo para todos os contribuintes. A ideia previa que se o valor do IUC for até 100 euros, o pagamento deveria ser feito até fevereiro. Se o valor a pagar fosse superior a 100 euros, os proprietários poderiam optar por pagar em duas prestações. A primeira até fevereiro, a segunda até outubro. Esta pretensão integrava um pacote de 30 medidas de simplificação fiscal. Mas, para estar em vigor em 2026, o Executivo tem de apresentar uma proposta de lei na Assembleia da República, visto que a medida implica a alteração do Código do IUC. A proposta não foi feita e com a queda do Governo em março e subsequente eleições legislativas em maio, o tema voltou à estaca zero. Contactada, fonte oficial do Ministério das Finanças não deu quaisquer respostas às questões colocadas, alegando não ter disponíveis nem dados nem os técnicos das Finanças devido à preparação da proposta de Orçamento do Estado para 2026. A alteração ao Código do IUC ainda pode ser feita antes do fim do ano, para entrar em vigor já em 2026, mas o Governo não esclarece se o vai fazer. O ACP defende a extinção do IUC, mas acolhe positivamente a alteração ao regime do imposto, porque flexibilizar o pagamento ajuda a simplificar a vida dos contribuintes e das empresas. O Estado tem arrecadado anualmente mais de 400 milhões de euros com o IUC•

com tecnologia Vá mais longe com até mais 612km por ano *Testado em comparação com combustíveis conforme as especificações definidas pela legislação em vigor. O benefício anunciado verifica-se em utilização continuada em mais de 9500km, podendo variar de acordo com o estado do veículo, estilo de condução ou outros fatores. Mais informações em www.bp.pt bp Ultimate permite: Mais quilómetros por depósito Limpeza e proteção do motor Maximização da performance Para que possa andar de lá, para cá

28 | AUTOMÓVEL CLUB DE PORTUGAL OUTUBRO 2025 Breves A alertar para o perigo de conduzir sob o efeito de álcool e drogas é o mote de mais uma capanha de segurança rodoviária, levada a cabo pelo ACP e pela Federação Internacional do Automóvel. Substâncias que prejudicam o discernimento de quem conduz podem ter consequências devastadoras em todos. recorde-se que Portugal está 33% acima da média da União Europeia na sinistralidade rodoviária, divergindo das metas comunitárias. ACP Kids regressa às escolas Ano letivo 2024/25 em números O ACP Kids, o programa de educação rodoviária do Automóvel Club de Portugal, dirigido a crianças dos 4 aos 9 anos, regressou às atividades escolares e vai percorrer vários pontos do país As ações do ACP Kids estão divididas numa parte teórica e outra prática, com simulação do ambiente rodoviário e foco nas situações perigosas mais comuns no quotidiano das crianças. Destinado exclusivamente a escolas do pré-escolar e do 1º ciclo, o programa procura incutir regras de segurança rodoviária nos mais novos tornando-os ‘embaixadores’ das boas práticas junto dos pais, família e amigos. Todas as escolas aderentes ao programa, gratuito e de caracter extracurricular, têm acesso a uma série de materiais didáticos para trabalhar em sala de aula, bem como a ações práticas ao longo do ano letivo. • “Mantenha o controlo” ao volante 15 municípios 19 localidades 44 ações 134 escolas 604 professores 13.856 crianças O excesso de velocidade e o álcool continuam a ser as principais causas de acidentes rodoviários. Segundo a Autoridade Nacional da Segurança Rodoviária (ANSR) revelou no início do ano, “mais de 600 pessoas continuam a morrer todos os anos nas estradas portuguesas e duas mil ficam com sequelas permanentes”. A campanha também vai ser realizada noutros 29 países na Europa, Médio Oriente e África.• Inscreva a sua escola emacpkids.pt

AUTOMÓVEL CLUB DE PORTUGAL SETEMBRO 2024 | 29

30 | AUTOMÓVEL CLUB DE PORTUGAL OUTUBRO 2025 Renault 5 E-Tech elétrico, o regresso de um ícone Com um visual retro claramente inspirado no icónico Renault 5 dos anos 70, este é o primeiro modelo elétrico de uma nova geração de propostas da marca francesa. As dimensões compactas e a bagageira com 326 litros de capacidade, fazem dele o carro ideal para as famílias urbanas. Com diversas opções de personalização, o novo Renault 5 E-Tech elétrico tem ainda um carregador bidirecional que permite carregar aparelhos elétricos. Vote no Elétrico do Ano e habilite-se a levar um Renault 5 E-Tech elétrico para casa Consulte o regulamento em: eletricodoano.acp.pt Inscreva-se aqui Habilite-se ainda ganhar carregamentos de 250€ na app ACP Electric PATROCINADOR PRINCIPAL: PATROCINADORES:

AUTOMÓVEL CLUB DE PORTUGAL OUTUBRO 2025 | 31 Como concorrer Para participar, basta registar-se no siteeletricodoano.acp.pt Para votar, registe o seu voto no site do concurso com as credenciais que definiu no registo e escolha a viatura a concurso (apenas é aceite um voto por utilizador e não é possível mudar o voto posteriormente). Sorteios O vencedor de cada categoria é sorteado entre os concorrentes que elegeram o automóvel vencedor da categoria. O vencedor do grande prémio é sorteado entre os concorrentes que acertaram no carro mais votado, o ACP Elétrico do Ano. Audi Q6 e-tron eleito o melhor na categoria Premium Milhares votaram para escolher o melhor modelo da categoria "Premium" do concurso ACP Elétrico do Ano, uma categoria dedicada aos modelos de luxo 100% elétricos. E o vencedor foi o Audi Q6 e-tron. 250€ na app ACP Electric José Leite Pereira foi o contemplado com 250€ na app ACP Eletric, a aplicação de carregamentos com desconto do clube. Prémios O participante vencedor de cada categoria recebe 1 carregamento de 250€ na app ACP Electric. O grande vencedor, sorteado entre os que votarem no carro mais votado das 4 categorias, vai receber um automóvel Renault 5 E-Tech elétrico. Antes de votar faça um test-drive Os modelos a concurso em cada categoria podem ser experimentados, mediante disponibilidade.* * Faça test-drive aos modelos candidatos junto dos concessionários das marcas. Os pedidos de test-drive são efetuados no site eletricodoano.acp.pt, no campo de cada carro. Se a viatura estiver disponível para teste, existe a opção de a escolher junto do botão de votação. DATAS DE VOTAÇÃO Citadinos/Utilitários de 1 de outubro a 15 de outubro de 2025 SUV/Crossover de 1 de dezembro a 15 de dezembro de 2025

32 | AUTOMÓVEL CLUB DE PORTUGAL OUTUBRO 2025 Com uma das baterias mais modernas do mercado, o BYD Dolphin Surf é também um dos modelos mais eficientes do segmento, razão pela qual se perfila como uma opção especialmente pensada para quem quer poupar. Pequeno por fora, mas grande por dentro. Esta é a melhor forma de definir o pequeno Hyundai Inster, um modelo que tem no interior versátil e espaçoso um dos seus principais argumentos. Potência • 88 cv Autonomia • 220 km Bateria • 30 kWh Pot. Carregamento (CA/CC) • 11 kW / 65 kW Tempo Carregamento (CA/CC) • (CA 11 kW) 3h30 de 0 a 100% (CC 65 kW) 25 min de 30 até 80% Potência • 97 cv Autonomia • 327 km Bateria • 42 kWh Pot. Carregamento (CA/CC) • 11 kW / 73 kW Tempo Carregamento (CA/CC) • (CA 11 kW) 4h 10 a 100% (CC 100 kW) 39 min 10 a 80% BYD Dolphin Surf a partir de 22.318€ Hyundai Inster a partir de 23.400€ DESTAQUES: Bateria com 8 anos ou 200 mil quilómetros de garantia; Ecrã central rotativo com 10,1’’. DESTAQUES: Detalhes em fibra de bambu no painel de bordo que conferem um toque mais natural e sustentável; Faróis pixel LED. DESTAQUES: Banco do passageiro rebatível; Carregador de smartphone sem fios. Com um visual que mistura modernidade com saudosismo, o Fiat Grande Panda não passa despercebido por onde passa, mas os seus argumentos não são somente visuais. Espaçoso e versátil, o Grande Panda prova que não útil apenas em cidade. Potência • 113 cv Autonomia • 320 km Bateria • 44 kWh Pot. Carregamento (CA/CC) • 7 kW / 100 kW Tempo Carregamento (CA/CC) • (CA 7 kW) 4h20 de 20 a 80% (CC 100 kW) 27 min de 0 até 80% Saiba mais sobre este modelo Saiba mais sobre este modelo Saiba mais sobre este modelo CATEGORIA CITADINOS/UTILITÁRIOS Fiat Grande Panda a partir de 23.547€

AUTOMÓVEL CLUB DE PORTUGAL OUTUBRO 2025 | 33 Com um visual retro atualizado que garante que não passa despercebido, o MINI Cooper tem no comportamento dinâmico um dos seus principais argumentos. As cotas de habitabilidade generosas fazem do Renault 4 E-Tech uma proposta especialmente apta para as famílias. Já a maior distância ao solo permite alargar horizontes além do asfalto. Potência • 184 cv Autonomia • 300 km Bateria • 36,6 kWh Pot. Carregamento (CA/CC) • ): 11 kW / 75 kW Tempo Carregamento (CA/CC) • (CA 11 kW) 4h15 de 0 a 100% (CC 75 kW) 28 min de 10% a 80% Potência • 120 cv Autonomia • 308 km Bateria • 40 kWh Pot. Carregamento (CA/CC) • 11 kW / 80 kW Tempo Carregamento (CA/CC) • (CA 11 kW) 3h17 de 15 a 100% (CC 80 kW) 51 min de 15% a 100% Leapmotor T03 a partir de 18.500€ MINI Cooper E a partir de 33.490€ Renault 4 E-Tech a partir de 29.500€ DESTAQUES: Teto de abrir panorâmico de 42'' com cortina elétrica; 10 Sistemas Avançados de Assistência ao Condutor (ADAS). DESTAQUES: Ecrã central circular de 9,4’’; Atualizações de software “over-the-air” gratuitas. DESTAQUES: Bagageira com 420 litros de capacidade; Maior distância ao solo e sistema Extended Grip aumentam a versatilidade. O Leapmotor T03 até pode ser um dos modelos mais acessíveis do segmento, mas a oferta tecnológica e o equipamento de série fazem dele uma proposta especialmente interessante para quem se desloca maioritariamente em meio urbano. Potência • 95 cv Autonomia • 265 km Bateria • : 37,3 kWh Pot. Carregamento (CA/CC) • 6,6 kW / 45 kW Tempo Carregamento (CA/CC) • (CA 6,6 kW) 3h30 de 10 a 100% (CC 45 kW) 36 min 30 a 80% Saiba mais sobre este modelo Saiba mais sobre este modelo Saiba mais sobre este modelo Esta categoria encontra-se a votação entre 1 e 15 de outubro.Inscreva-se e vote no seu favorito!

34 | AUTOMÓVEL CLUB DE PORTUGAL OUTUBRO 2025 RENAULT CLIO Combustível: híbrido Motor: 1598 cm3 Potência: 160 cv Vel. Máx: 150 km/h Consumo: 4,2 l/100 km Ao volante Desde 1990, o Clio conquistou o mercado europeu, com cerca de 17 milhões de unidades vendida. O novo Renault Clio apresenta um design ambicioso, mais moderno e eficiente, mantendo-se fiel ao espírito que fez deste citadino um caso de sucesso em Portugal e na Europa A sexta geração do modelo aposta em linhas mais elegantes e uma assinatura luminosa em LED que lhe confere uma presença marcante na estrada. A dianteira exibe uma grelha redesenhada e um capô mais robusto, enquanto a traseira se destaca por farolins mais expressivos e acabamentos de maior qualidade. No interior, o Clio reforça o seu compromisso com a tecnologia e o conforto. O habitáculo conta com novos materiais, mais agradáveis ao toque, e um painel de instrumentos digital, disponível nas versões mais equipadas. O sistema multimédia Easy Link, com ecrã tátil até 9,3 polegadas, garante conectividade completa através de Apple CarPlay e Android Auto, tornando a condução mais prática e intuitiva. Apesar das dimensões compactas, o espaço interior continua a ser uma das suas maiores virtudes, assim como a bagageira, uma das maiores do segmento. No que toca a motorizações, o novo Clio oferece soluções para todos os gostos. A gama inclui motores a gasolina e a versão híbrida E-Tech, que alia um motor 1.6 a gasolina a dois motores elétricos, resultando numa condução mais eficiente e consumos bastante competitivos, rondando os 4,2 litros aos 100 km na versão híbrida. Esta aposta na eletrificação confirma a estratégia da Renault em direção a uma mobilidade mais sustentável. Em termos de condução, o Clio mantém-se ágil e estável, ideal tanto para o ambiente urbano como para viagens mais longas. O preço em Portugal inicia-se perto dos 20 mil euros, dependendo da motorização e do nível de equipamento. No balanço final, o novo Renault Clio continua a ser uma referência no segmento dos utilitários, combinando design moderno, tecnologia avançada e eficiência. É uma opção equilibrada para quem procura um carro versátil, económico e cheio de estilo. ● O Renault Clio está mais ambicioso

AUTOMÓVEL CLUB DE PORTUGAL OUTUBRO 2025 | 35 O Mini John Cooper Works Cabrio é a versão mais irreverente e divertida da marca britânica, unindo o estilo clássico e carismático do Mini à performance desportiva da linha JCW. Com capota de lona retrátil elétrica, que se abre em apenas 18 segundos mesmo em andamento até 30 km/h, este modelo é pensado para quem gosta de sentir o vento no rosto sem abdicar de potência e emoção ao volante O design mantém-se fiel às origens, mas com detalhes específicos JCW que lhe conferem uma personalidade distinta: para-choques desportivos, saídas de escape centrais, jantes exclusivas e logótipos JCW que destacam o seu carácter competitivo. O interior segue a mesma linha, com bancos desportivos, volante em pele e acabamentos que transmitem qualidade e espírito racing. Sob o capô, encontramos um motor 2.0 litros turbo de quatro cilindros, capaz de debitar 231 Diversão em quatro rodas cavalos e 320 Nm de binário. Associado a uma caixa manual de 6 velocidades ou automática de 8, este Mini atinge os 100 km/h em apenas 6,6 segundos. A tração dianteira, combinada com uma suspensão firme e direção precisa, garante uma condução emocionante, típica do go-kart feeling que é imagem de marca da Mini. Os consumos, como seria de esperar num desportivo compacto, não são a sua prioridade: rondam os 7,4 l/aos 100 km em ciclo misto. No entanto, quem escolhe este modelo procura sobretudo sensações, e neste campo o JCW Cabrio cumpre sem hesitar. Em Portugal, o preço começa nos 50 mil euros, dependendo do nível de equipamento e personalização – e opções não faltam, já que a Mini permite configurar quase todos os detalhes ao gosto do cliente. No conjunto, o Mini John Cooper Works Cabrio é muito mais do que um descapotável. É um ícone que alia tradição, design inconfundível e performance de topo. Um carro pensado para quem valoriza o prazer de conduzir a céu aberto, sem compromissos. ● MINI JOHN COOPER WORKS CABRIO Combustível: gasolina Motor: 1998 cm3 Potência: 231 cv Vel. Máx: 237 km/h (aceleração dos 0 aos 100 km/h: 6,9s)

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