Revista ACP junho

AUTOMÓVEL CLUB DE PORTUGAL JUNHO 2025 | 3 Editorial O elefante na sala Se uma mensagem não desperta interesse, não é relevante, é ignorada pelo público. O cérebro humano tem uma capacidade limitada de atenção e dá prioridade a informações que chamam a sua atenção de alguma forma. Esta teoria do desinteresse está devidamente estudada e parece servir de exemplo com o que estamos a viver em Portugal na sinistralidade rodoviária. O aparente desinteresse dos condutores pelos anúncios das inúmeras operações de fiscalização à condução com álcool, à velocidade, ao uso do telemóvel, entre outras, verifica-se no balanço final das mesmas. Apesar, e bem, dos avisos, continuamos alegremente a ser o país da União Europeia com maior insegurança rodoviária. A Estratégia Nacional de Segurança Rodoviária está algures numa gaveta CARLOS BARBOSA PRESIDENTE DO AUTOMÓVEL CLUB DE PORTUGAL Apesar dos avisos, continuamos alegremente a ser o país da União Europeia com maior insegurança rodoviária. tantas vidas perdidas, estragadas, famílias desfeitas e custos tremendos para o erário público. Da parte do ACP, continuaremos a defender a segurança rodoviária, apresentando propostas concretas e efetivas para a redução da sinistralidade. E no que depender do clube, o elefante deixa a sala em paz. Em tempo de verão e férias, estamos ainda mais próximos de si. Na assistência em viagem, nos benefícios aos sócios e na literacia digital. Três prioridades que se diferenciam desde logo: no ACP, a assistência em viagem é à pessoa e não ao veículo; no ACP, os descontos fazem mesmo a diferença; no ACP não deixamos ninguém para trás. Desejo a todos umas férias retemperadoras, com viagens prudentes e seguras. Sem pressa de chegar nem manobras perigosas. • desde 2022 à espera de que alguém a ponha em prática até 2030, já que, por ironia, se chama “Visão Zero 2030”. E de facto parece mesmo haver visão zero para este problema. Antes de sair, o ex-responsável pela Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária traçou um panorama negro e, ao fim de seis anos em funções, chegou à conclusão de que a situação não pode ser revertida apenas com campanhas e fiscalização. E acrescento eu, falta, antes de tudo, vontade política, um rumo e uma estratégia. Entretanto, chegou um novo dirigente à ANSR, que fez saber da intenção de reduzir a taxa de álcool na condução, seguindo o exemplo de Espanha. Uma medida avulsa, seguramente com boas intenções, mas muito longe de resolver a situação. O Governo caiu, fizeram-se as eleições, e agora com um novo executivo, o elefante dança na sala, alimentado pelos números galopantes da sinistralidade rodoviária e notícias trágicas como há muito não se viam. Aqui chegados, é tempo de saber se finalmente vamos agir, com determinação e empenho para evitar Da parte do ACP, continuaremos a defender a segurança rodoviária, apresentando propostas concretas e efetivas para a redução da sinistralidade.

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