12 | AUTOMÓVEL CLUB DE PORTUGAL MARÇO 2024 diminuição dos valores da produtividade e de desindustrialização”, argumenta. “Não podemos abrir fronteiras a empresas chinesas que operam com regras completamente diferentes das nossas, sem internalizar custos socias ou através de dumping das suas exportações subvencionadas. Em termos de investimento, também não faz sentido abrir as fronteiras ao capital sem exigir conteúdo local na produção”, defende José Couto, lembrando que “é contraproducente abrir as portas à fixação de capital e depois ir comprar componentes à Ásia”. Já o Relatório Draghi apontava que a China “tem-se concentrado em toda a cadeia de abastecimento de veículos elétricos desde 2012 e, como resultado, avançou mais rapidamente e em maior escala, estando uma geração à frente em praticamente todos os domínios, ao mesmo tempo que produz a custos mais baixos”, enquanto as empresas europeias “estão a perder quota de mercado”, uma tendência que “pode acelerar à medida que os estrangulamentos no transporte marítimo forem ultrapassados”. A quota de mercado dos fabricantes de automóveis elétricos chineses na Europa aumentou de 5% em 2015 para quase 15% em 2023, enquanto a quota dos europeus caiu de 80% para 60%, segundo o documento. A eficácia do plano não é previsível, sendo que a solução da UE dependerá ainda do impacto das tarifas alfandegárias que os EUA estão a aplicar a vários países. A UE enfrenta novas taxas a partir de 2 de abril e, sem uma resposta coordenada, mais infraestruturas, investimento e inovação, respeitando a neutralidade tecnológica e o uso de mais alternativas sustentáveis, a UE arrisca perder ainda mais capacidade industrial e tecnológica, eliminar empregos e ficar mais pobre e dependente de potenciais externas.• Já a Associação Europeia de Fornecedores do Setor Automóvel, lamenta que a UE tarde em assumir compromissos concretos para recuperar do atraso face à China e EUA: “A questão crucial mantém-se: como é que a neutralidade tecnológica será implementada?”. Acorda UE José Couto, presidente da Associação de Fabricantes da Indústria Automóvel alerta que “a Europa esteve a dormir na forma”.“Enquanto os seus concorrentes se fortaleceram, foi perdendo vapor e a indústria automóvel viuse amarrada a uma regulamentação muito restritiva e refém da obsolescência em várias dimensões de um modelo de negócio, que nos atirou para um cenário de custos elevados, de Indústria Automóvel A Volkswagen vai produzir o primeiro modelo elétrico da gama iD.1 em Portugal. A produção do novo veículo fica a cargo da Autoeuropa, com lançamento previsto para 2027. O ID.Every1, designação do novo modelo elétrico de entrada de gama, terá um preço base a rondar os 20 mil euros. Para o país, a boa-nova garante que a principal empresa exportadora tem projetos para o futuro. E investimentos na "ordem de várias centenas de milhões, incluindo a eletrificação da fábrica de Palmela, a adoção de novos processos de produção e logísticos, bem como a assemblagem robotizada de sistema de baterias, podendo abrir portas para o país e para o cluster automóvel a novos fornecedores", de acordo com a Volkswagen/Autoeuropa. A Autoeuropa gerou, em 2024, 3,8 mil milhões de euros em volume de negócios e empregou 4,842 trabalhadores. No último ano, a fábrica de Palmela produziu 236.100 unidades. Foiresponsável por 4% das exportações nacionais e por 1,3% do PIB nacional em 2023. Autoeuropa produz elétrico da Volkswagen Fundo de 90 milhões de euros para formação na indústria automóvel Legislar para proteger empresas europeias de “concorrência desleal” e assegurar investimentos estrangeiros na UE que beneficiem empresas europeias
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