Revista ACP março

AUTOMÓVEL CLUB DE PORTUGAL MARÇO 2025 | 11 com uma política climática para todo o bloco comunitário sem definir uma política industrial e “sem aplicar o princípio da neutralidade tecnológica”. Por isso, apontava, a UE “deve desenvolver um plano de ação industrial como parte da sua estratégia de descarbonização”, para “evitar” uma “deslocalização radical” da produção automóvel para fora da UE ou a sua aquisição por players extracomunitários. UE focada nos elétricos A principal medida da resposta europeia passa pela flexibilização das normas de desempenho sobre as emissões de dióxido de carbono (CO2) para 2025. Como a procura por veículos elétricos caiu 5,6% entre 2023 e 2024 e a indústria continua atrasada no lançamento de modelos a preços acessíveis (a quota desejada de 20% para 2025 já foi abandonada), Bruxelas receia ter de apresentar “multas significativas” aos fabricantes europeus. Por isso, vai alterar normas de desempenho sobre as emissões para que os fabricantes cumpram as metas de conformidade calculando a média do seu desempenho em 2025, 2026 e 2027. A alteração permite compensar possíveis insuficiências num ou dois anos com resultados excedentários noutro ano, “mantendo a ambição global em relação às metas para 2025”. O objetivo de ter veículos ligeiros de passageiros e comerciais novos com emissões zero de CO2 em 2035 mantém-se. Fabricantes querem mais Os fabricantes e fornecedores reconhecem a abrangência e a ambição de Bruxelas, mas consideram o plano apenas um primeiro passo e anotam que faltam orientações concretas para concretizar algumas medidas. “A indústria automóvel europeia reconhece a viragem pragmática [no tema das emissões] do plano de ação da Comissão Europeia num contexto de turbulência do mercado mundial, mas adverte que ainda faltam elementos fundamentais”, aponta a Associação Europeia de Fabricantes de Automóveis, que representa mais de uma dezena de fabricantes europeus, incluindo os grupos BMW, Volkswagen, Volvo, Renault e Stellantis. O organismo pede mais “ações ambiciosas para impulsionar as infraestruturas, incentivos à procura e medidas para reduzir os custos de fabrico de automóveis, carrinhas, camiões e autocarros”. Helder Pedro, secretário-geral da Associação Automóvel de Portugal, considera que o plano “posiciona a UE num caminho mais competitivo” e que representa “uma estratégia acertada”, mas nota que “a forte concorrência chinesa e norte-americana”na produção de baterias e digitalização “continua a representar um obstáculo”. “A Europa tem estado a perder competitividade quer ao nível das cadeias de valor dos veículos elétricos quer nos serviços digitais, conectividade ou veículos autónomos”, alerta. Por isso, pede à UE “um ambiente regulatório favorável, permitindo que as empresas europeias inovem sem ficarem em desvantagem competitiva”. 570 milhões de euros para incentivar infraestruturas de carregamento e combustíveis alternativos Adoção de veículos elétricos nas frotas empresariais; Criar zonas de ensaio para a condução autónoma; Criar aliança europeia para o desenvolvimento de veículos autónomos,

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