Revista ACP março

Nº 801 l MARÇO 2025 l PVP 2,50€ l Periodicidade Trimestral l Diretora Rosário Abreu Lima O plano para salvar o automóvel europeu Observatório ACP Mulheres e os maiores de 75 anos são os que mais conduzem elétricos ACP Elétrico do Ano As novidades do concurso que arranca em abril

2 ANDARES O NOSSO CATÁLOGO É GRATUITO! Consulte o nosso catálogo, com atualizações frequentes, no conforto da sua casa e sempre que quiser. AVALIAÇÕES GRATUITAS A nossa visita de avaliação é essencial, gratuita e sem compromisso. Seja a norte ou a sul de Portugal, Açores ou Madeira. PLATAFORMA ELEVATÓRIA ELEVADOR DOMÉSTICO ELEVADOR DE ESCADAS Design discreto - Calhas encostadas na parede para ocupar o mínimo espaço quando o elevador está no outro andar. Design elegante - Cabine fechada com 2 metros de altura. Toque único para início de viagem. Para casas particulares até 2 andares Discreto e silencioso Moderno e seguro com ecrã digital e telefone Disponível em 3 tamanhos - Pequeno, Médio e Grande Não necessita de obras Sem contratos de manutenção obrigatória Anúncio publicado por LEVITA, Lda Lisboa: Estrada Consiglieri Pedroso, nº 71, Edifício D, 1º Frente, Queluz de Baixo, 2 730-055 Barcarena Guimarães: E.N. 105, Nº 3019 Nespereira GMR. 4835-517 Guimarães www.levita.pt / [email protected] Ao seu lado sempre! Chamada grátis 800 181 438 Ligue hoje e fale connosco TAL COMO VISTO NA TELEVISÃO

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4 | AUTOMÓVEL CLUB DE PORTUGAL MARÇO 2025 AGENDA 15 A 18 MAIO ACP MOTORSPORT Vodafone Rally de Portugal 30 MAIO ACP CLÁSSICOS 500 Milhas ACP 2 ABRIL ACP GOLFE Circuito Semana 1 A 15 ABRIL CONCURSO ACP Elétrico do Ano 2025 11 ABRIL ACP GOLFE Grande Prémio Receba todas as semanas a newsletter da Revista ACP Basta fazer a sua subscrição em acp.pt ou seguir o link no QR Code. SUMÁRIO O quarto circuito tem encontro marcado no Lisbon Sports Club Votação para a categoria Familiares, a primeira das quatro a concurso No Ribagolfe Oaks a 3ª prova disputa-se pela conquista das melhores classificações Prova portuguesa é a 5ª do calendário do WRC 2025 e conta com 11 classificativas A EN2 volta a desafiar a resistência de clássicos dos anos 50, 60 e 70 17 A 21 JUNHO ACP MOTORSPORT Rally de Portugal Histórico Esta prova de regularidade vai contar com uma mão cheia de novidades 34 26 44 54 08 Clássicos Justiça Viagens O 1º carro de João Chaves Golfe ACP é parceiro da Associação de Municípios da Rota da Estrada Nacional 2 Torneios e circuitos que abriram a temporada contaram com grande afluência ACP ganhou em toda a linha na redução das dimensões dos painéis digitais em Lisboa Especial Cruzeiros à volta do mundo, Nova Zelândia a Caraíbas Uma das vozes mais conhecidas da rádio guarda boas memórias do seu Mini PROPRIEDADE E EDIÇÃO Automóvel Club de Portugal,pessoa coletiva de utilidade pública nº 500700800 e matriculada na Conservatóriado Registo Comercial sob o mesmo número, com sede na Rua Rosa Araújo, 24-26, 1250-195 Lisboa SEDE DA REDAÇÃO Rua Rosa Araújo 24-26, 1250-195 Lisboa 213 180 100 / [email protected] DIRETORA Rosário Abreu Lima REDAÇÃO Francisco Costa Santos João Delfim Tomé José Varela Rodrigues Mário Leite de Vasconcellos Ricardo Paz Barroso EDIÇÃO GRÁFICA Inês Bento FOTOGRAFIA Interslide, Arquivo ACP, iStock ILUSTRAÇÃO Delfim Ruas INFOGRAFIA Gustavo Correia DIRETOR COMERCIAL Tomaz Alpoim PUBLICIDADE Francisco Cortez Pinto Elizabette Caboz DIRETOR GERAL COMERCIAL Luís Figueiredo IMPRESSÃO Lidergraf | Sustainable Printing, com sede na Rua do Galhano, nº15, 4480-089 Vila do Conde TIRAGEM MÉDIA 181.000 exemplares PERIODICIDADE Trimestral O ACP é alheio ao conteúdo de publicidade externa. A sua exatidão e/ou veracidade é da responsabilidade exclusiva dos anunciantes e empresas publicitárias. ISSN 0870-273X Depósito Legal nº 2675/83 Nº de Registo ERC 100226 Estatuto editorial em acp.pt Nº 801 MAR 2025

6 | AUTOMÓVEL CLUB DE PORTUGAL MARÇO 2025 Editorial Mais um ano perdido? Falta pouco mais de um ano para aplicar a totalidade do PRR e Portugal ainda está nos 32% da sua execução. E se não o aplicar, todo o dinheiro por investir – do total de 22 mil milhões de euros – é da do como perdido. É importante recordar que o Plano de Recuperação e Resiliência tem como objetivo alavancar a economia nacional e ultrapassar os bloqueios estruturais ao desenvolvimento económico, social e territorial do país. Desde a sua assinatura, em 2021, passaram três governos... E a queda deste terceiro governo, em três anos, provocou também uma série de interrupções em dossiers prioritários para o nosso desenvolvimento enquanto país. Desde logo, o novo aeroporto. Apenas a localização ficou decidida, ao fim de mais de 50 anos, tudo o resto está adiado; no TGV, o troço Lisboa-Porto ficou por lançar; e o processo de privatização da TAP está de novo adiado. Na educação, saúde, justiça, segurança social, aguardaremos mais uns meses para ver se as políticas desenhadas se concretizam ou caem por terra. Se é certo que a História é feita de ciclos que se repetem, a verdade é que vivemos tempos inéditos neste século. Há 80 anos que a Europa não estava tão ameaçada nem os seus líderes eram tão hesitantes na ação/reação. O plano europeu para salvar a indústria automóvel é um bom exemplo dessa tibieza. Como se a concorrência draconiana chinesa e a guerra movida pela Rússia contra o Ocidente não bastassem, assistimos atónitos à loucura da política internacional do presidente dos EUA. Entre a pressão inflacionista, a concorrência sem precedentes e as tarifas americanas, estão em jogo 14 milhões de empregos e 7% do PIB da União Europeia. Deste plano, a única medida imediata é a da flexibilização das metas para as emissões de CO2, permitindo à indústria um pequeno balão de oxigénio. Tudo o resto, sabe a pouco e não responde como se vão impulsionar as infraestruturas, os incentivos à procura e que medidas vão ser tomadas para reduzir os custos de produção dos automóveis, carrinhas, camiões e autocarros. Enquanto isso, a União Europeia continua alegremente a sua atividade frenética na regulamentação sem adesão à realidade. Até quando? • CARLOS BARBOSA PRESIDENTE DO AUTOMÓVEL CLUB DE PORTUGAL O PRR serve para alavancar a economia e ultrapassar os bloqueios estruturais ao desenvolvimento económico, social e territorial do país. Desde a sua assinatura, em 2021, passaram três governos...

8 | AUTOMÓVEL CLUB DE PORTUGAL MARÇO 2025 Entrevista João Chaves, uma das vozes mais marcantes na história da rádio em Portugal, recorda com saudade o seu primeiro carro Qual foi o seu primeiro carro? Foi um Morris Mini 1000. Teve-o durante quanto tempo? Cerca de três anos. Era o que queria ter ou o que foi possível ter? Foi o que foi possível ter e custou 125 contos. “O primeiro carro deixa sempre boas memórias” Que memórias guarda dele? O primeiro carro deixa sempre boas memórias, ia com ele para todo o lado. O que lhe faltou fazer com esse carro? Fazer uma viagem ao estrangeiro. Como entusiasta de corridas alguma vez fez brincou com ele aos ralis? Aos ralis não, mas fiz uma gincana que não correu lá muito bem porque participavam carros melhores. Se pudesse recuperava-o? Claro que sim, já tentei encontrá-lo mas sem sucesso. Que tipo de condutor se considera? Considero-me um condutor muito cauteloso, responsável e cumpridor das regras de trânsito. E dos portugueses, o que pensa deles ao volante? Teria muita coisa para dizer, mas como não quero ofender ninguém digo apenas que são muito mal criados e poucos cumprem as regras de trânsito. Costuma ter muitas avarias na estrada? Felizmente, não. Mas quando isso acontece conta com a ajuda do ACP? Sim, uma vez deixei o carro trancado com a chave lá dentro e foi o ACP que me salvou. Para si, o ACP é sinónimo de… Confiança e garantia que me salvará se for preciso. É por isso que sou sócio. • João Chaves estreou-se ao volante com um dos carros mais icónicos de sempre Morris Mini 1000 desenhado por João Chaves

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10 | AUTOMÓVEL CLUB DE PORTUGAL MARÇO 2024 A Comissão Europeia criou um plano para a indústria automóvel recuperar competitividade face à concorrência externa. A produção automóvel é um dos motores da economia europeia e, nos últimos 20 anos, foi uma das alavancas da inovação, mas o cenário mudou com as questões climáticas, o surgimento dos elétricos, a entrada de marcas chineses e o crescente desinteresse dos EUA Segundo o comissário europeu para os Transportes e Turismo, Apostolos Tzitzikostas (na foto), o plano de ação pretende dar respostas em cinco áreas: inovação e digitalização; mobilidade não poluente; competitividade e resiliência da cadeia de abastecimento europeia; apoio aos trabalhadores; concorrência equitativa. O plano da Europa para salvar 14 milhões de empregos Qual é o objetivo do plano? Reduzir a dependência dos combustíveis fósseis, reduzir os custos de produção para criar um ambiente de negócios harmonizado que iguale condições concorrenciais face aos players extracomunitários, e desbloquear a capacidade de inovação para a indústria. Bruxelas quer acabar com a pressão que existe sobre uma indústria que representa 7% da economia da União Europeia (UE) e emprega quase 14 milhões de pessoas. O ideal de Ursula von der Leyen, líder do executivo europeu, é ter uma indústria “sustentável, competitiva e inovadora”, que “assuma a liderança” face aos EUA e a China. O plano é uma resposta direta ao Relatório Draghi, que há menos de um ano concluía que “o setor automóvel é um exemplo da falta de planeamento da UE”, que avançou Indústria Automóvel 1,8 mil milhões de euros do Fundo de Inovação para a cadeia de abastecimento de matérias-primas de baterias 350 milhões de euros para desenvolver novas tecnologias de baterias Mil milhões de euros para desenvolver veículos conectados e autónomos PRINCIPAIS MEDIDAS:

AUTOMÓVEL CLUB DE PORTUGAL MARÇO 2025 | 11 com uma política climática para todo o bloco comunitário sem definir uma política industrial e “sem aplicar o princípio da neutralidade tecnológica”. Por isso, apontava, a UE “deve desenvolver um plano de ação industrial como parte da sua estratégia de descarbonização”, para “evitar” uma “deslocalização radical” da produção automóvel para fora da UE ou a sua aquisição por players extracomunitários. UE focada nos elétricos A principal medida da resposta europeia passa pela flexibilização das normas de desempenho sobre as emissões de dióxido de carbono (CO2) para 2025. Como a procura por veículos elétricos caiu 5,6% entre 2023 e 2024 e a indústria continua atrasada no lançamento de modelos a preços acessíveis (a quota desejada de 20% para 2025 já foi abandonada), Bruxelas receia ter de apresentar “multas significativas” aos fabricantes europeus. Por isso, vai alterar normas de desempenho sobre as emissões para que os fabricantes cumpram as metas de conformidade calculando a média do seu desempenho em 2025, 2026 e 2027. A alteração permite compensar possíveis insuficiências num ou dois anos com resultados excedentários noutro ano, “mantendo a ambição global em relação às metas para 2025”. O objetivo de ter veículos ligeiros de passageiros e comerciais novos com emissões zero de CO2 em 2035 mantém-se. Fabricantes querem mais Os fabricantes e fornecedores reconhecem a abrangência e a ambição de Bruxelas, mas consideram o plano apenas um primeiro passo e anotam que faltam orientações concretas para concretizar algumas medidas. “A indústria automóvel europeia reconhece a viragem pragmática [no tema das emissões] do plano de ação da Comissão Europeia num contexto de turbulência do mercado mundial, mas adverte que ainda faltam elementos fundamentais”, aponta a Associação Europeia de Fabricantes de Automóveis, que representa mais de uma dezena de fabricantes europeus, incluindo os grupos BMW, Volkswagen, Volvo, Renault e Stellantis. O organismo pede mais “ações ambiciosas para impulsionar as infraestruturas, incentivos à procura e medidas para reduzir os custos de fabrico de automóveis, carrinhas, camiões e autocarros”. Helder Pedro, secretário-geral da Associação Automóvel de Portugal, considera que o plano “posiciona a UE num caminho mais competitivo” e que representa “uma estratégia acertada”, mas nota que “a forte concorrência chinesa e norte-americana”na produção de baterias e digitalização “continua a representar um obstáculo”. “A Europa tem estado a perder competitividade quer ao nível das cadeias de valor dos veículos elétricos quer nos serviços digitais, conectividade ou veículos autónomos”, alerta. Por isso, pede à UE “um ambiente regulatório favorável, permitindo que as empresas europeias inovem sem ficarem em desvantagem competitiva”. 570 milhões de euros para incentivar infraestruturas de carregamento e combustíveis alternativos Adoção de veículos elétricos nas frotas empresariais; Criar zonas de ensaio para a condução autónoma; Criar aliança europeia para o desenvolvimento de veículos autónomos,

12 | AUTOMÓVEL CLUB DE PORTUGAL MARÇO 2024 diminuição dos valores da produtividade e de desindustrialização”, argumenta. “Não podemos abrir fronteiras a empresas chinesas que operam com regras completamente diferentes das nossas, sem internalizar custos socias ou através de dumping das suas exportações subvencionadas. Em termos de investimento, também não faz sentido abrir as fronteiras ao capital sem exigir conteúdo local na produção”, defende José Couto, lembrando que “é contraproducente abrir as portas à fixação de capital e depois ir comprar componentes à Ásia”. Já o Relatório Draghi apontava que a China “tem-se concentrado em toda a cadeia de abastecimento de veículos elétricos desde 2012 e, como resultado, avançou mais rapidamente e em maior escala, estando uma geração à frente em praticamente todos os domínios, ao mesmo tempo que produz a custos mais baixos”, enquanto as empresas europeias “estão a perder quota de mercado”, uma tendência que “pode acelerar à medida que os estrangulamentos no transporte marítimo forem ultrapassados”. A quota de mercado dos fabricantes de automóveis elétricos chineses na Europa aumentou de 5% em 2015 para quase 15% em 2023, enquanto a quota dos europeus caiu de 80% para 60%, segundo o documento. A eficácia do plano não é previsível, sendo que a solução da UE dependerá ainda do impacto das tarifas alfandegárias que os EUA estão a aplicar a vários países. A UE enfrenta novas taxas a partir de 2 de abril e, sem uma resposta coordenada, mais infraestruturas, investimento e inovação, respeitando a neutralidade tecnológica e o uso de mais alternativas sustentáveis, a UE arrisca perder ainda mais capacidade industrial e tecnológica, eliminar empregos e ficar mais pobre e dependente de potenciais externas.• Já a Associação Europeia de Fornecedores do Setor Automóvel, lamenta que a UE tarde em assumir compromissos concretos para recuperar do atraso face à China e EUA: “A questão crucial mantém-se: como é que a neutralidade tecnológica será implementada?”. Acorda UE José Couto, presidente da Associação de Fabricantes da Indústria Automóvel alerta que “a Europa esteve a dormir na forma”.“Enquanto os seus concorrentes se fortaleceram, foi perdendo vapor e a indústria automóvel viuse amarrada a uma regulamentação muito restritiva e refém da obsolescência em várias dimensões de um modelo de negócio, que nos atirou para um cenário de custos elevados, de Indústria Automóvel A Volkswagen vai produzir o primeiro modelo elétrico da gama iD.1 em Portugal. A produção do novo veículo fica a cargo da Autoeuropa, com lançamento previsto para 2027. O ID.Every1, designação do novo modelo elétrico de entrada de gama, terá um preço base a rondar os 20 mil euros. Para o país, a boa-nova garante que a principal empresa exportadora tem projetos para o futuro. E investimentos na "ordem de várias centenas de milhões, incluindo a eletrificação da fábrica de Palmela, a adoção de novos processos de produção e logísticos, bem como a assemblagem robotizada de sistema de baterias, podendo abrir portas para o país e para o cluster automóvel a novos fornecedores", de acordo com a Volkswagen/Autoeuropa. A Autoeuropa gerou, em 2024, 3,8 mil milhões de euros em volume de negócios e empregou 4,842 trabalhadores. No último ano, a fábrica de Palmela produziu 236.100 unidades. Foiresponsável por 4% das exportações nacionais e por 1,3% do PIB nacional em 2023. Autoeuropa produz elétrico da Volkswagen Fundo de 90 milhões de euros para formação na indústria automóvel Legislar para proteger empresas europeias de “concorrência desleal” e assegurar investimentos estrangeiros na UE que beneficiem empresas europeias

AUTOMÓVEL CLUB DE PORTUGAL MARÇO 2025 | 13 Novo Kia EV3 Elétrico sem limites. *Kia EV3 58,3kWh Drive , preço chave na mão, não inclui IVA, sem pintura metalizada. Condições válidas para clientes empresa, e limitado ao stock existente em Portugal Continental até 30/04/2025 (propostas para Ilhas acrescem despesas de transporte). Visual não contratual. Consumo Combinado WLTP (kWh/100km): 14,9. Emissões CO2 WLTP (g/km): 0. Kia EV3 81,4kWh Tech com 737km de autonomia elétrica máxima em ciclo urbano - WLTP. O novo Kia EV3 supera os limites da mobilidade elétrica. Com mais de 600km de autonomia e tecnologia avançada, destaca-se pelo design futurista e um interior sustentável, construído com materiais reciclados e de origem vegetal. Saiba mais em www.kia.pt DESDE 30.120€ + IVA

14 | AUTOMÓVEL CLUB DE PORTUGAL MARÇO 2025 PAULO CUNHA Eurodeputado PPE OPINIÃO A indústria automóvel europeia encontrase no centro de uma transformação sem precedentes, marcada por exigências ambientais, avanços tecnológicos e desafios competitivos vindos de outras partes do mundo. Este setor, que representa mais de 13 milhões de empregos diretos e indiretos em toda a União Europeia (UE), é muito mais do que a produção de veículos: é o motor de um ecossistema diversificado que inclui PMEs, fornecedoras de componentes e indústrias complementares como vidro, têxteis, metalurgia e eletrónica. Em Portugal, a interligação deste ecossistema à indústria automóvel é um fator crucial para a economia, e a sua sustentabilidade depende de uma estratégia da UE, em articulação com os governos. Enquanto eurodeputado e membro do Partido Popular Europeu (PPE), tenho participado nos debates que visam garantir a competitividade da indústria automóvel europeia. Recentemente, o PPE organizou uma cimeira de alto nível reunindo representantes das várias instituições europeias, líderes do setor automóvel e peritos. O objetivo foi claro: elaborar um plano concreto para reforçar a competitividade da indústria automóvel num momento crítico. Entre as medidas delineadas, destacam-se a necessidade de apoiar a inovação tecnológica, remover barreiras regulatórias desnecessárias e implementar infraestruturas que suportem o crescimento sustentável do mercado de veículos elétricos e soluções de mobilidade verde. No seguimento, elaborou-se o documento estratégico "Garantir a Competitividade da Indústria Automóvel Europeia", onde se destacam três áreas fundamentais: (1) apoio à transição verde, (2) uma estratégia que garanta um mercado competitivo e justo, e (3) investimentos em inovação e qualificação de mão-de-obra. Esforços particularmente relevantes para Portugal devido ao impacto direto nas indústrias que fornecem bens e serviços para o setor — muitas delas PMEs. Em Portugal, a indústria automóvel não existe de forma isolada e representa um fator de dinamização de diversas atividades económicas. Do setor têxtil, que fornece materiais para interiores de automóveis, à indústria do vidro, responsável por vidros e superfícies altamente técnicas, passando pela metalomecânica, eletrónica e até pelas energias renováveis, a cadeia de valor automóvel é uma alavanca económica de enorme relevância. Em regiões como o Vale do Ave ou o distrito de Setúbal, estas indústrias dominam o tecido produtivo local e geram milhares de empregos, direta ou indiretamente. Não obstante, estas empresas enfrentam hoje desafios imensos: a pressão para fornecer componentes mais sustentáveis e tecnológicos, a escassez de matériaprima, os custos energéticos elevados e a necessidade de se adaptarem a um mercado global em transformação. Tomemos o exemplo das PMEs que desenvolvem componentes especializados, como bancos, cablagens ou painéis de controlo. A transição para veículos elétricos e, futuramente, veículos autónomos, coloca exigências nunca antes vistas em termos de desenvolvimento tecnológico e de inovação. Estas empresas precisam de modernizar processos de produção, ao mesmo tempo que enfrentam a concorrência de fornecedores asiáticos que operam com custos de produção menores. Este é um dos principais pontos sublinhados pelo PPE no seu documento: são necessários mecanismos financeiros, como fundos de transição, incentivos fiscais e linhas de crédito acessíveis, para garantir que as pequenas empresas possam adaptar-se às novas exigências do mercado sem perder competitividade. Portugal tem uma oportunidade única para se posicionar como um hub inovador na nova era da mobilidade. A crescente adoção de energias renováveis no país, aliada à aposta governamental em clusters industriais, como o Automóvel, pode funcionar como uma base sólida para atrair novos investimentos. Portugal tem uma oportunidade única para se posicionar como um hub inovador na nova era da mobilidade Outro dos aspetos essenciais identificados é o investimento na qualificação da força de trabalho. Portugal, ainda que confrontado com desafios estruturais como a perda de mão-de-obra qualificada para outros mercados europeus, tem demonstrado uma capacidade crescente de formar trabalhadores no setor automóvel e nas indústrias conexas. Face às mudanças tecnológicas, é necessária uma requalificação em larga escala. O avanço dos veículos elétricos implica novas competências na área de design de baterias, software e eletrónica avançada. Estas competências podem ser fomentadas em cooperação entre instituições de ensino, empresas e governos. A hora é de agir – e as empresas portuguesas, como peças essenciais nesta engrenagem, podem estar na linha da frente desta revolução. ● O Ecossistema em Torno da Indústria Automóvel: Um Pilar Estratégico para Portugal e a Europa C M Y CM MY CY CMY K

AUTOMÓVEL CLUB DE PORTUGAL MARÇO 2025 | 15

16 | AUTOMÓVEL CLUB DE PORTUGAL MARÇO 2025 SÉRGIO GONÇALVES Eurodeputado pelo PS OPINIÃO As mudanças em curso no setor automóvel representam uma das transformações mais complexas e estruturantes da indústria europeia das últimas décadas, do ponto de vista económico e ambiental. O Plano de Ação para o Setor Automóvel, recentemente apresentado pela Comissão Europeia, configura um esforço relevante para modernizar o setor, promovendo a transição ecológica, digital e industrial. A indústria automóvel é um dos principais motores da economia europeia, empregando direta ou indiretamente mais de 13 milhões de pessoas, o que representa cerca de 6,1% do total da força de trabalho da União Europeia. O setor contribui com cerca de 7% para o Produto Interno Bruto da UE. Isto demonstra a relevância desta indústria na manutenção da competitividade europeia e na necessidade que a Europa tem de garantir um ecossistema industrial robusto e resiliente. Face à necessidade de descarbonizar esta indústria e à crescente concorrência de países terceiros, como a China, há muito que os socialistas europeus defendem uma reindustrialização da UE, assente na transição verde e na autonomia tecnológica da Europa. Este Plano de Ação vem agora responder, em parte, à nossa visão. Este reconhece a necessidade de fortalecer cadeias de valor internas, por exemplo, na produção de baterias. Para além disso, este Plano tem como objectivo garantir o acesso a matérias-primas a custos reduzidos para aumentar a competitividade da indústria europeia, através de financiamento direto, de empréstimos competitivos e da agregação das necessidades dos produtores. A Comissão Europeia irá também apoiar os Estados-Membros no desenvolvimento de uma rede de infraestruturas de carregamento, fundamental para aumentar a procura por veículos elétricos na União. São alterações positivas e que seguem o caminho que o Relatório Draghi evidenciou: o crescimento económico passará inevitavelmente pelo investimento na economia verde como fator impulsionador da competitividade europeia. Há ainda quem defenda que, para garantir a competitividade, temos de reduzir a nossa ambição na transição energética. Para além de todos os argumentos climáticos contra esta posição, atrasar a transição para veículos não poluentes, como defendem os partidos de direita no Parlamento Europeu, manteria a dependência da Europa em combustíveis fósseis, importados maioritariamente de países terceiros e vulneráveis a flutuações de preço resultantes do contexto geopolítico. Acresce a isto, o facto de concorrentes diretos, como a China, já terem feito uma aposta clara na eletrificação de viaturas, o que significa que uma diminuição da nossa ambição deixaria a Europa ainda mais atrasada em termos de competitividade. Dito isto, este Plano apresenta insuficiências que merecem ser realçadas. Se, por um lado, é suficientemente pragmático para reconhecer que alguns trabalhadores terão de mudar de indústria por causa da transição verde, falha em oferecer novas soluções para além dos instrumentos já existentes, introduzindo apenas um novo sistema de monitorização de setores em risco. Estudos demonstram que a transição verde tem criado mais empregos do que os que tem eliminado, mas é necessário apoiar diretamente a requalificação de trabalhadores, pois estes novos empregos requerem outras qualificações. Esta transição requer tempo e recursos financeiros a que alguns trabalhadores não têm acesso, daí o dever e a responsabilidade de financiamento público para os apoiar. Da mesma forma, este Plano não oferece soluções para a concorrência desleal existente no mercado, nem pressiona países terceiros que criam distorções artificiais no mercado através de subsídios estatais e práticas de dumping. Por fim, na maior parte dos casos carece de detalhes sobre o volume de financiamento disponível e não estabelece metas nem clarifica que instrumentos vão apoiar as empresas europeias. A União Europeia tem uma oportunidade para se posicionar na vanguarda da indústria automóvel sustentável, mas essa liderança só será possível se houver um compromisso inequívoco com políticas industriais ambiciosas baseadas na inovação europeia, financiamento adequado e estabilidade regulatória. A União Europeia tem uma oportunidade para se posicionar na vanguarda da indústria automóvel sustentável O Plano de Ação para o Setor Automóvel da Comissão Europeia é um primeiro passo, cauteloso, na direção certa. Os socialistas europeus continuaram a exigir uma abordagem mais ambiciosa e estruturada para garantir um futuro sustentável, competitivo e socialmente justo para a indústria automóvel europeia. ● O futuro da indústria automóvel europeia C M Y CM MY CY CMY K

18 | AUTOMÓVEL CLUB DE PORTUGAL MARÇO 2025 Governo O país não vai parar, mas entre a dissolução da Assembleia da República, um novo sufrágio, e a entrada em funções do novo Executivo, muitas medidas que impactam a mobilidade dos portugueses ficam suspensas Novo Aeroporto de Lisboa O nome e o local estão definidos, mas falta tudo o resto. O Governo quer o aeroporto Luís de Camões, que vai localizar-se na zona do Campo de Tiro de Alcochete, pronto em 2034, mas a ANA, concessionária dos aeroportos nacionais, insiste que antes de 2037 não dá. Uma data concreta só dentro de seis meses, concluída a fase de auscultação dos stakeholders, bem como o modelo para financiar a obra – a ANA quer aumentar o atual contrato de concessão em 30 anos para compensar o investimento, ou seja, prolongá-lo de 2062 para 2092. A concessionária também estima que a obra venha a custar, pelo menos, 8,5 mil milhões, mas o Governo agora em gestão não aceita ir além dos 7,7 mil milhões orçados pela comissão técnica independente do novo aeroporto. As obras devem arrancar dentro de 36 meses, mas a entrada do Executivo em gestão corrente coloca um ponto de interrogação nas próximas decisões, incluindo as infraestruturas rodoviárias que vão servir o novo aeroporto. Entretanto, o calendário para a ANA ajustar a capacidade da Portela, que deverá encerrar em 2035, não está ameaçado, uma vez que as decisões governamentais necessárias já foram tomadas e, desde janeiro, a bola está do lado da concessionária. Privatização da TAP A privatização da TAP é outra grande interrogação cuja resposta fica adiada com a queda do Governo. Em fevereiro, o Executivo preparava um diploma para definir o calendário Mobilidade marca passo com legislativas antecipadas

AUTOMÓVEL CLUB DE PORTUGAL MARÇO 2025 | 19 e o modelo de privatização da companhia aérea, tendo em vista abrir até 50% do capital da TAP ao interesse privado. O decreto-lei já não vai avançar nesta legislatura, que terminou com a dissolução do Parlamento a 19 de março. As decisões futuras passam para o novo Executivo, mas deverá haver novidades dentro “dois a três meses”, segundo o presidente executivo da TAP, Luís Rodrigues. Linha de Alta Velocidade As informações mais recentes dão conta que a Infraestruturas de Portugal candidatou-se a fundos europeus para pagar as obras relativas à ferrovia de alta velocidade. A candidatura visa as obras da primeira fase do projeto da linha de alta velocidade entre Lisboa e Porto e entre Lisboa e Madrid, com o organismo a solicitar 955 milhões de euros. Há mais de um ano – janeiro de 2024 –, Portugal também se candidatou a receber 875 milhões de fundos europeus para a alta velocidade. Os procedimentos estão em curso, mas a alta velocidade ainda não é uma realidade no país. Novo Regime Jurídico da Mobilidade Elétrica Para que seja tão fácil carregar um veículo elétrico como abastecer numa bomba de gasolina, o Governo aprovou um novo regime jurídico de mobilidade. O objetivo é cumprir o regulamento europeu AFIR, em vigor desde abril de 2024 e cuja adoção à lei nacional é obrigatória, mas o novo regime vai além das diretrizes europeias. As medidas de “simplificação e liberalização” do carregamento de elétricos vão permitir carregar um veículo em qualquer posto sem ser necessário um contrato com o fornecedor de energia, pagando o serviço através de um código QR ou com cartão de multibanco. Passa a ser obrigatório para os operadores dos pontos de carregamento apresentar preços antes do utilizador “atestar” de energia o veículo. Acaba ainda a gestão centralizada da rede de carregamento, ou seja, o fim do modelo Mobi.E, a atual gestora da rede, e é eliminada a figura de comercializador de energia para a mobilidade elétrica. Por outro lado, é criado uma plataforma de acesso nacional que apresente toda a informação sobre os postos de carregamento disponíveis. O Governo agora em gestão defende que o novo modelo vai aumentar a concorrência para permitir baixar os preços. Ainda que aprovado em Conselho de Ministros, a consulta pública do novo regime jurídico vigora desde 25 de fevereiro até ao dia 29 de março. Novos desenvolvimentos só na segunda metade do ano. Terceira ponte sobre o Tejo Em maio de 2024, o Governo anunciou a decisão de construir uma terceira ponte sobre o Tejo, em Lisboa, entre Chelas e o Barreiro. A ponte, cuja discussão remonta ao início dos anos 2000, deverá ser, simultaneamente, rodoviária e ferroviária. Por um lado, o Governo acredita que a nova travessia pode “melhorar” a coesão territorial da Área Metropolitana de Lisboa,“uma redução na pressão habitacional sobre o concelho de Lisboa e sendo um fator de dinamização económica no Arco Ribeirinho Sul”, assumindo que a nova ponte vai ser complementar à 25 de Abril e à Vasco da Gama e que reforçará a ligação Lisboa-Barreiro e o triângulo Barreiro-Moita-Coina. Quanto à ferrovia, a nova travessia pode “resolver constrangimentos de capacidade da infraestrutura ferroviária nas ligações a sul”, permitindo reduzir “em cerca de 30 minutos” os serviços ferroviários entre a capital e as regiões do Alentejo e Algarve. Outro objetivo ©ANDRÉ KOSTERS/LUSA

20 | AUTOMÓVEL CLUB DE PORTUGAL MARÇO 2025 passa por reduzir o “tempo de percurso no eixo Lisboa-Barreiro em 10 minutos e no eixo Lisboa-Setúbal em 30 minutos”, permitindo ainda “o reforço da oferta ferroviária suburbana (Linhas de Cintura, de Sintra e Eixo Norte/Sul)”, além do tráfego dos comboios de mercadorias “sem restrições”. O anúncio foi há quase um ano e, até ao momento, não se conhecem conclusões dos estudos relativos às caraterísticas da nova ponte, nem a definição do modelo de gestão para as três travessias do Tejo em Lisboa. No início de fevereiro, o semanário Expresso noticiou que o Governo pretendia ter a terceira ponte de Lisboa pronta só quando o novo aeroporto estiver a operar, ou seja, as obras não começam antes de 2030 e não deverá estar pronta antes de 2034. Estima-se que a nova infraestrutura custe mais de 2 mil milhões de euros. Túnel Algés-Trafaria O túnel submerso no rio Tejo entre a Trafaria, em Almada, e Algés, Oeiras é outra interrogação sem resposta. A ideia é antiga e antes de cair, o Governo pediu um estudo. A infraestrutura pode ser uma forma de fechar o “anel rodoviário” entre as duas margens do Tejo, ligando a A5, a CRIL/IC17 e a CRIPS/A33. Além de desviar tráfego da 25 de Abril, permitiria que a Vasco da Gama se destinasse a servir apenas o tráfego com origem no Norte de Lisboa, encurtando simultaneamente distâncias. A autarquia de Almada já avançou com estimativas: o túnel custará 1,1 mil milhões de euros.• FONTE: Ministério das Infrastruturas e Habitação Obras Rodoviárias Governo Antes do Governo cair ainda aprovou em Conselho de Ministros o avanço de mais de 30 obras rodoviárias, considerando-as prioritárias. O diploma, que autoriza a Infraestruturas de Portugal a realizar o estudo e concretização dos projetos rodoviários, determina que, só em 8 projetos, o Estado vai gastar 446,7 milhões de euros até 2028. Infraestruturas de Portugal autorizada a gastar 447 milhões em projetos rodoviários

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22 | AUTOMÓVEL CLUB DE PORTUGAL MARÇO 2025 Preços e autonomia continuam a travar elétricos em Portugal Os veículos elétricos ainda têm pouco impacto em Portugal. Segundo o último estudo do Observatório ACP, apenas 3,5% (+1,3 pontos percentuais, ou p.p, face ao estudo de 2023) da população residente no país tem um automóvel elétrico e entre os 96,5% (+1,3 p.p) que não tem um, 59% Carros elétricos são maioritariamente conduzidos por mulheres, entre os 35 e os 44 anos, seguido pelos homens de 75 ou mais anos e de classe social alta Estudo Observatório ACP (+16 p.p.) diz que não irá comprar um elétrico. Somando os dois universos – quem tem carro elétrico e quem não tem – 45% (-10 p.p) dos 1200 inquiridos diz que o próximo automóvel será elétrico, devido a preocupações ambientais, enquanto 51% (+9 p.p) admite ser pouco ou nada provável que o próximo carro adquirido seja elétrico. Porquê? Devido ao preço, autonomia das baterias e demora nos carregamentos. E se o elétrico for usado, mais de dois terços (70%) rejeita a ideia de ter um elétrico por desconfiar do estado da bateria.

AUTOMÓVEL CLUB DE PORTUGAL MARÇO 2025 | 23 Entre os que admitem comprar um elétrico, 51% está disponível para gastar entre 20 e 40 mil euros, enquanto 49% aponta um teto máximo de 30 mil euros para assumir a probabilidade de compra. Entre a população que já tem um automóvel elétrico, 82% diz ter um há menos de cinco anos. Quanto à autonomia, dois em cada três condutores de elétricos refere fazer mais de 400 quilómetros por mês, sendo que 60% (+7 p.p) só percorre até 60 quilómetros por viagem. Para os condutores de carros elétricos, as viagens superiores a 90 km são pouco frequentes (7%) e cerca de 33% faz menos de 400 quilómetros por mês, enquanto 51% dos que não têm carro elétrico dizem que a autonomia deve ser superior a 400 quilómetros para se sentirem confortáveis. A maioria dos inquiridos (54%) apontou que encontrar um posto de carregamento é uma tarefa acessível, mas só 18% considera muito fácil ou fácil encontrar um posto. Para 27% é difícil ou muito difícil. Cerca de 86% carrega o seu carro em casa com uma frequência semanal (49%), enquanto 44% usa postos públicos pelo menos uma vez por mês. Custos com carregamentos do veículo elétrico 3,5% dos portugueses tem carro elétrico Face a 2023 verifica-se um aumento nos gastos por carregamento em casa e no valor mensal. Valor para carregar totalmente a bateria quando carrega em casa Valor mensal em carregamentos ↑↓ = Variações face a 2023 carta de condução e com carro elétrico que conduziram no último mês. Base: 504 inquiridos. Sexo Classe Social Idade Região FONTE: Observatório ACP FONTE: Observatório ACP

24 | AUTOMÓVEL CLUB DE PORTUGAL MARÇO 2025 Estudo Observatório ACP A par das conclusões sobre as opções elétricas, o estudo do Observatório ACP concluiu que cada família continua a ter, em média, dois automóveis. E são os homens, os mais jovens (dos 18 aos 24 anos),sobretudo residentes nas regiões Norte e Centro, que possuem mais viaturas. Aproximadamente em cada cinco automóveis dois têm entre 5 e 14 anos (43%), sendo que a maior procura por veículos novos verificou-se entre os homens com idades entre os 25 e os 44 anos, predominantemente, da zona de Lisboa. O sistema de propulsão preferido continua a ser o diesel/gasóleo (43%), sendo que 35% admite trocar de carro dentro de um a cinco anos. E se fosse hoje a compra de um novo automóvel, 27% optava por um elétrico. No último estudo do Observatório ACP sobre a mobilidade elétrica em 2023, o valor era 36%. É no Sul e nas ilhas, entre as mulheres e os mais velhos (mais de 65 anos de idade), das classes sociais mais baixas, que há menor vontade em adquirir um elétrico. • Dois automóveis por família Zonas do país onde sente mais dificuldade em encontrar postos de carregamento ↑↓ = Variações face a 2023 carta de condução e com carro elétrico que conduziram no último mês. Base: 504 inquiridos. FONTE: Observatório ACP. Alentejo mantém-se a zona mais difícil de encontrar postos de carregamento. Apesar da tendência da descida, 16,5% refere nunca ter sentido dificuldade em nenhuma zona do país.

26 | AUTOMÓVEL CLUB DE PORTUGAL MARÇO 2025 Segurança Rodoviária O Tribunal Administrativo de Lisboa homologou um acordo entre o Automóvel Club de Portugal, a Câmara Municipal de Lisboa, a JCDecaux e a MOP Após um processo de reanálise dos casos em questão, a Câmara de Lisboa e a JCDecaux concordaram em promover alterações significativas no projeto, com o objetivo de responder às preocupações manifestadas pelo ACP, especialmente no que se refere à dimensão, luminosidade e localização dos painéis. Entre as alterações, destacam-se a redução do tamanho de painéis na 2ª Circular e o reposicionamento de alguns para garantir maior afastamento da via. Além disso, quatro painéis previstos para a 2ª Circular não serão instalados. O acordo foi alcançado após uma reavaliação técnica detalhada, com a colaboração do ACP e pareceres de especialistas, assegurando a conformidade com normas de segurança e acessibilidade. Além disso, o município comprometeu-se a manter uma colaboração estreita com o ACP para a futura instalação de painéis, podendo o clube sugerir ajustamentos ou alterações de localização, conforme necessário. Estas mudanças surgem na sequência da providência cautelar intentada pelo clube para travar a instalação de 125 painéis publicitários de grande formato nas principais vias de circulação da capital. Painéis gigantes na 2ª circular vão ser afastados da berma Depois de alertar para o risco que estas infraestruturas representam para a segurança rodoviária, o clube viu o Tribunal Administrativo de Círculo de Lisboa dar razão às suas queixas. Antes das mudanças agora aprovadas, o tribunal decretou provisoriamente que as empresas JC Decaux e MOP adotassem as medidas necessárias para desligar os painéis publicitários já instalados e se inibissem de proceder à instalação de novos painéis. ● Depois da providência cautelar apresentada pelo ACP, empresas de publicidade e autarquia acordaram reduzir e relocalizar 125 painéis digitais na cidade Dimensões dos painéis digitais em Lisboa reduzidos substancialmente

AUTOMÓVEL CLUB DE PORTUGAL MARÇO 2025 | 27 C M Y CM MY CY CMY K ACP-Revista-Anuncio-Mobi-E-mar-2025-IMPAR.pdf 1 20/03/25 17:25 Conteúdo Patrocionado

28 | AUTOMÓVEL CLUB DE PORTUGAL MARÇO 2025 Este ano quem participar no concursoACP Elétrico do Ano 2025 habilita-se a ganhar umRenault 5 E-Tech elétrico Com um visual retro claramente inspirado no icónico Renault 5 dos anos 70, este é o primeiro modelo elétrico de uma nova geração de propostas da marca francesa. As dimensões compactas e a bagageira com 326 litros de capacidade, fazem dele o carro ideal para as famílias urbanas. Com diversas opções de personalização, o novo Renault 5 E-Tech elétrico tem ainda um carregador bidirecional que permite carregar aparelhos elétricos. Ajude a escolher o Elétrico do Ano e habilite-se a levar um Renault 5 E-Tech elétrico para casa Consulte o regulamento em: eletricodoano.acp.pt Inscreva-se aqui Habilite-se ainda ganhar carregamentos de 250€ na app ACP Electric

AUTOMÓVEL CLUB DE PORTUGAL MARÇO 2025 | 29 PATROCINADOR PRINCIPAL: PATROCINADORES: Como concorrer Para participar, basta registar-se no siteeletricodoano.acp.pt Para votar, registe o seu voto no site do concurso com as credenciais que definiu no registo e escolha a viatura a concurso (apenas é aceite um voto por utilizador e não é possível mudar o voto posteriormente). Sorteios O vencedor de cada categoria é sorteado entre os concorrentes que elegeram o automóvel vencedor da categoria. O vencedor do grande prémio é sorteado entre os concorrentes que acertaram no carro mais votado, o ACP Elétrico do Ano. BYD Seal eleito o vencedor do ACP Elétrico do Ano 2024 Milhares votaram para escolher o grande vencedor do ACP Elétrico do Ano e o BYD Seal reuniu o maior número de votos nas quatro categorias. Além da vitória geral, o modelo conquistou também a categoria “Familiares”. Prémios O participante vencedor de cada categoria recebe 1 carregamento de 250€ na app ACP Electric. O grande vencedor, sorteado entre os que votarem no carro mais votado das 4 categorias, vai receber um automóvel Renault 5 E-Tech elétrico. Antes de votar faça um test-drive Os modelos a concurso em cada categoria podem ser experimentados, mediante disponibilidade.* * Faça test-drive aos modelos candidatos junto dos concessionários das marcas. Os pedidos de test-drive são efetuados no site eletricodoano.acp.pt, no campo de cada carro. Se a viatura estiver disponível para teste, existe a opção de a escolher junto do botão de votação. DATAS DE VOTAÇÃO Familiares de 1 de abril a 15 de abril de 2025 Premiumde 1 de julho a 15 de julho de 2025 Citadinos/Utilitários de 1 de outubro a 15 de outubro de 2025 SUV/Crossover de 1 de dezembro a 15 de dezembro de 2025

30 | AUTOMÓVEL CLUB DE PORTUGAL MARÇO 2025 Recentemente renovado, vê os bancos Citroën Advanced Comfort conferirem-lhe um conforto referencial no segmento. Conta com mais de 20 tecnologias de assistência ao condutor, entre as quais uma câmara 360º. Uma das poucas carrinhas elétricas do mercado, por contar com a bateria na parte inferior da carroçaria a Astra Sports Tourer Electric consegue manter as cotas de habitabilidade inalteradas face às versões com motor de combustão. Potência • 136 cv Autonomia • 354 km Bateria • 50 kWh Pot. Carr egamento (CA/CC) • 7,4 kW / 100 kW Tempo Carregamento (CA/CC) • (CA 7,4 kW) 4h30 até 20 a 80% (CC 100 kW) 25min de 20 a 80% Potência • 156 cv Autonomia • 413 km Bateria • 54 kWh Pot. Carregamento (CA/CC) • 11 kW / 100 kW Tempo Carregamento (CA/CC) • (CA 11 kW) 5h45 até 100% (CC 100 kW) 30 min de 0% até 80% Citroën ë-C4 X a partir de 39.065€ Opel Astra Sports Tourer Electric a partir de 38.090€ DESTAQUES: Bagageira com 510 litros de capacidade; Sistema de infoentretenimento com ChatGPT integrado. DESTAQUES: “Cofre” de arrumação atrás do ecrã central tátil de 14,6’’; Sistema de som da Bang & Olufsen. DESTAQUES: Faróis LED; Ecrã central de 10’’. SUV-Coupé adota uma designação histórica da marca e alia conforto e versatilidade. A habitabilidade é um dos principais argumentos de um modelo que conta com uma gama completa com versões de tração traseira e integral. Potência • 170 cv Autonomia • 393 km Bateria • 52 kWh Pot. Carregamento (CA/CC) • 11 kW / 145 kW Tempo Carregamento (CA/CC) • (CA 11 kW) 3h35 de 10 a 80% (CC 145 kW) 25min de 10% até 80% Saiba mais sobre este modelo Saiba mais sobre este modelo Saiba mais sobre este modelo CATEGORIA FAMILIARES Ford Capri a partir de 48.378€

AUTOMÓVEL CLUB DE PORTUGAL MARÇO 2025 | 31 Herdeiro do eterno “Pão de Forma, o Volkswagen ID.Buzz há muito que aguardava pela chegada de uma versão de sete lugares para reforçar a sua posição no mercado. Com quase cinco metros continua com todo o seu carisma, mas oferece mais espaço tanto para ocupantes como espaço para carga. Um SUV 100% elétrico que marca pela diferença e funcionalidade. O design é moderno e aerodinâmico para privilegiar a eficiência da bateria. Com uma carga e uma condução cuidada o modelo consegue alcançar os 500km. A tecnologia presente no interior é intuitiva e fácil de operar. Potência • 170 cv Autonomia • 327 km Bateria • 63 kWh Pot. Carregamento (CA/CC) • 11 kW / 165 kW Tempo Carregamento (CA/CC) • (CA 11 kW) 6h30 até 100% (CC 165 kW) 24min de 10% até 80% Potência • 258 cv Autonomia • 435 km Bateria • 66 kWh Pot. Carregamento (CA/CC) • 11 kW / 215 kW Tempo Carregamento (CA/CC) • (CA 11 kW) 7,5h até 100% (CC 215 kW) 20 min de 0 até 80% Skoda Elroq a partir de 34.946€ Volkswagen ID. Buzz a partir de 39.981€ XPeng G6 a partir de 46.990€ DESTAQUES: Painel de instrumentos digital com 5’’ e head-up display; Sistema “Remote Park Assist”. DESTAQUES: Portas laterais deslizantes; Disponível com sete lugares. DESTAQUES: Bateria com oito anos de garantia ou 160 mil quilómetros; Sistema de infoentretenimento com assistente de voz. Um automóvel moderno e versátil que permite todo o tipo de viagens. Mede 4,48 m de comprimento pelo que se torna fácil de manobrar em sítios apertados e graças a uma bagageira de 470 litros tem o espaço suficiente para uma utilização familiar. Potência • 170 cv Autonomia • 376 km Bateria • 55 kWh Pot. Carregamento (CA/CC) • 11 kW / 145 kW Tempo Carregamento (CA/CC) • (CA 11 kW) 5,5h até 100% (CC 145 kW) 25min de 10 até 80% Saiba mais sobre este modelo Saiba mais sobre este modelo Saiba mais sobre este modelo Esta categoria encontra-se a votação entre 1 e 15 de abril.Inscreva-se e vote no seu favorito!

32 | AUTOMÓVEL CLUB DE PORTUGAL MARÇO 2025 ACP Elétrico do Ano ACP Elétrico do Ano 2024 fecha com “chave de ouro” C M Y CM MY CY CMY K João Batista, Gestor de produto do Mercedes-Benz EQE recebeu o prémio da categoria Premium José Pedro Neves, diretor geral da Renault Portugal recebeu o prémio na categoria Citadinos João Borrego, Diretor de vendas Cupra recebeu o prémio da categoria SUV/Crossover Vasco Lopes, da equipa TLMoto, recebeu o prémio Inovação Olga Pereira, vereadora da Mobilidade Câmara de Braga, Sandra Cerqueira e Teotónio Santos da empresa Transportes Urbanos de Braga receberam o prémio Mobilidade O BYD Seal é o elétrico do ano para os portugueses. Rita Pessanha, Diretora de Comunicação de Marketing da BYD recebeu o prémio António Faria da Silva concorreu uma única vez e ganhou o Smart #1 Nova casa cheia para a entrega dos prémios do ACP Elétrico do Ano 2024, concurso que contou com mais de 30 mil votos. O BYD Seal foi o grande vencedor e o melhor na categoria Familiares. O Mercedes-Benz EQE Limousine venceu a categoria Premium, o Renault 5 E-Tech a Citadino/Utilitário e o CUPRA Tavascan a Crossover/SUV. Também a Câmara Municipal de Braga (Mobilidade), TLMoto (Inovação) e António Félix da Costa (Desporto) foram premiados. Carlos Barbosa, presidente do ACP, destacou o objetivo do concurso de aproximar o público aos carros elétricos e Luís Figueiredo anunciou as novidades para 2025. •

34 | AUTOMÓVEL CLUB DE PORTUGAL MARÇO 2025 Clássicos ACP é parceiro da Rota da EN2 A promoção turística e a prevenção rodoviária ao longo da Nacional 2 motivaram a assinatura de um protocolo entre as duas entidades Inscrita no Plano Rodoviário Nacional em 1945, a Estrada Nacional 2 celebra este ano oito décadas de existência. O ACP juntou-se às celebrações através da assinatura de um protocolo com a Associação de Municípios da Rota da Estrada Nacional 2. A ideia da realização deste protocolo estabelecido entre as duas entidades, surgiu pelo facto das 500 Milhas ACP, prova organizada pelo ACP Clássicos, contar com um percurso que passa pela Nacional 2.“Esta é A 20ª edição das 500 Milhas ACP regressa a 30 de maio e percorre toda a Estrada Nacional 2, desde Faro até Vila Real uma parceria que nos orgulha pelo facto do ACP ser uma referência nacional e do automobilismo, em particular”, afirmou Luís Reguengos Machado, o presidente da Associação de Municípios da Rota da Estrada Nacional 2. Mas se as 500 Milhas ACP deram o mote para a assinatura deste protocolo, também pela sua componente turística nos territórios que atravessam a Nacional 2, aquele responsável vê nesta parceria com o clube outras possibilidades como “a prevenção da segurança rodoviária naquelas regiões, que queremos fazer com o ACP. Neste aspeto, temos aqui um grande potencial a desenvolver”, concluiu Luís Reguengos Machado.•

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