Revista ACP dezembro

Nº 800 l DEZEMBRO 2024 l PVP 2,50€ l Periodicidade Trimestral l Diretora Rosário Abreu Lima Doutores dos carros Quando a profissão e a vocação convergem de corpo e alma Famílias ACP Gerações que têm o clube como companheiro de viagem ACP Elétrico do Ano Vote na última categoria e ganhe um smart#1

CRONOLOGIA REVISTA ACP www.levita.pt Chamada grátis 800 181 438 Ligue hoje e fale connosco Orçamento gratuito e na hora Não requer mudanças estruturais Estável, silencioso e confortável Para o interior ou exterior Para todos o tipo de escadas Robusto, suporta até 160kg Qualidade Alemã Garantia vitalícia do motor Desconto exclusivo Sócios ACP mas agora sinto-me segura e independente na minha própria casa.” Catálogo Grátis Peça um catálogo grátis à LEVITA ou marque uma visita com o nosso Especialista, sem compromisso. “Antes, cada degrau era uma luta diária... Instalação 24 horas LEVITA DISTRIBUIDOR AUTORIZADO POR TK ACCESS SOLUTIONS LTD. DO GRUPO TK ELEVATOR Tal como visto na

AUTOMÓVEL CLUB DE PORTUGAL DEZEMBRO 2024 | 3 Editorial 95 anos a acompanhar os sócios Este número da Revista ACP é um marco. Completam-se 800 edições, desde que em 1929, a direção do Automóvel Club de Portugal a decidiu implementar: “Todos os nossos muito presados Consócios vão receber decerto com surpresa esta publicação – mas também com alvoroço, dado o seu fundamental significado de ligação directa e regular entre o Club e os seus Associados. Deverá ser, contudo, maior o alvoroço do que a surpresa. Com efeito, o trabalho realizado pela actual Direcção do A.C.P. tem-na obrigado a um tão elevado número de comunicados nas colunas dos mais importantes jornais, que: só o facto da publicação periódica dêste Boletim suprimir automáticamente a maioria dêsses comunicados pagos, e melhorar a extensão e qualidade da relações entre a Direcção e os sócios, bastaria para justificar o apareci- mento duma revista oficial do A.C.P. Demais não se limita da Direcção para os sócios esta melhoria e extensão de relações. Orgão do A.C.P., êste Boletim pertence a todos os seus sócios – e, nas suas colunas, serão acolhidos todos os seus escritos que, pela sua indole, nêle caibam. Dêste modo, o Boletim será, também um inigualável meio de comunicação: -dos Associados para a Direcção e dos Associados para os Associados”. Este ‘alvoroço’ é a marca genética do Automóvel Club de Portugal. Desde a sua fundação até hoje, a Revista ACP é o espelho do clube, do País e do Mundo. Da evolução dos automóveis, da mobilidade, do turismo, dos clássicos, do automobilismo, dos serviços e produtos do clube, traduzidos em reportagens, entrevistas e notícias. Hoje a Revista ACP vai mais além da sua edição impressa, atualmente distribuída em mais de 180 mil residências dos sócios. Uma newsletter semanal, permitenos acompanhar mais de perto a atualidade, com notícias no site e também uma edição vídeo com os temas que mais marcaram a semana. O frenesim de que se falava em 1929 continua a sentir-se hoje no coração do ACP, sempre a querer mais para quem nos segue. Assim nasceu o ACP Podcast dentro da redação, com um estúdio por onde tem passado grandes figuras da comunicação, do desporto, da mobilidade, do golfe e de tantas outras áreas. Conversas descontraídas, mas sem perder o interesse de quem nos segue. Longa vida à Revista ACP e aos sócios que a alimentam ao longo destes 95 anos. Em tempo de final de ano, desejo a todos vós um Santo Natal e um Ano Novo cheio de alegria e saúde. Nas viagens, recorde sempre que chegar bem, é chegar vivo. Sempre com segurança. • CARLOS BARBOSA PRESIDENTE DO AUTOMÓVEL CLUB DE PORTUGAL 1929 Este ‘alvoroço’ é a marca genética do Automóvel Club de Portugal. Desde a sua fundação até hoje, a Revista ACP é o espelho do clube, do País e do Mundo Boletim ACP Era assim que se chamava a primeira publicação do ACP.

CRONOLOGIA REVISTA ACP PROPRIEDADE E EDIÇÃO Automóvel Club de Portugal, pessoa coletiva de utilidade pública nº 500700800 e matriculada na Conservatória do Registo Comercial sob o mesmo número, com sede na Rua Rosa Araújo, 24-26, 1250-195 Lisboa SEDE DA REDAÇÃO Rua Rosa Araújo 24-26, 1250-195 Lisboa 213 180 100 / [email protected] DIRETORA Rosário Abreu Lima REDAÇÃO Francisco Costa Santos João Delfim Tomé Mário Leite de Vasconcellos Ricardo Paz Barroso EDIÇÃO GRÁFICA Inês Bento FOTOGRAFIA Interslide, Arquivo ACP, iStock DIRETOR COMERCIAL Tomaz Alpoim PUBLICIDADE Francisco Cortez Pinto Elizabette Caboz DIRETOR GERAL COMERCIAL Luís Figueiredo IMPRESSÃO Lidergraf | Sustainable Printing, com sede na Rua do Galhano, nº15, 4480-089 Vila do Conde TIRAGEM MÉDIA 181.000 exemplares PERIODICIDADE Trimestral O ACP é alheio ao conteúdo de publicidade externa. A sua exatidão e/ou veracidade é da responsabilidade exclusiva dos anunciantes e empresas publicitárias. ISSN 0870-273X Depósito Legal nº 2675/83 Nº de Registo ERC 100226 Estatuto editorial em acp.pt Nº 800 DEZ 2024 AGENDA 25 JANEIRO ACP CLÁSSICOS Passeio dos Ingleses 15 FEVEREIRO ACP CLÁSSICOS Passeio TT 15 JANEIRO CONCURSO ACP ELÉTRICO DO ANO E o vencedor é... 22 JANEIRO ACP GOLFE Circuito semana 14 FEVEREIRO ACP GOLFE Grande Prémio Receba todas as semanas a newsletter da Revista ACP Basta fazer a sua subscrição em acp.pt ou seguir o link no QR Code. SUMÁRIO Garanta já o seu lugar nas partidas do Porto e de Lisboa A temporada de 2025 arranca nos Oitavos Arranca em Tróia a primeira prova deste torneio Clássicos TT juntam-se para mais uma edição 62 24 32 66 8 Renting Velocidade média Ciclovias Gerações ACP Viagens Conheça as propostas para sócios Especial cruzeiros: férias num hotel fluante Até onde os radares a medem? ACP analisa e vai propor alterações em Lisboa Três de famílias com várias gerações de sócios contam as suas experiências com o clube ATUALIZAÇÃO DE QUOTAS 2025 A partir de 1 de janeiro de 2025, as várias tipologias de quotas de sócios do Automóvel Club de Portugal serão atualizadas em 3,23%. Relembramos que a periodicidade de pagamento pode ser alterada, podendo o sócio optar pelo pagamento mensal através de débito direto. Dia de saber quem leva o smart#1 para casa

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CRONOLOGIA REVISTA ACP Entrevista “Nunca mais vi nenhum carro igual” Qual foi o seu primeiro carro? Foi um Honda 360. Um carro que teve grande sucesso na altura e hoje é raro… Nunca mais vi nenhum igual. Era o carro que queria ter ou o que foi possível ter? Foi o que foi possível ter. Como o adquiriu? Com um empréstimo do meu Pai de 25.000 escudos. Teve-o durante quanto tempo? Durante 4 anos. Se pudesse, recuperava-o? Claro que sim. Tem algum episódio marcante vivido com esse carro? Resolvi alargar as jantes de trás para ter um ar mais “malandro”, mas na primeira curva rápida ia-me virando. É conhecida a sua paixão por automóveis. O que mais aprecia neles? O design, a comodidade e a performance. Os carros clássicos também o seduzem. É com eles que agora passa bons momentos depois de muita experiência na competição? Exato e continuo a correr nos clássicos com um Jaguar E Type. Tem alguma grande viagem de carro que ainda gostasse de fazer? Não sei se teria paciência, mas gostaria de fazer o Paris-Pequim. Que tipo de condutor se considera? Normal, mas irritado muitas vezes por ver como se guia tão mal em Portugal. Então os portugueses ao volante, têm que se lhe diga… Sim, guiam muito mal. Os exames são muito permissivos e o ensino da condução está obsoleto. Honda 360 desenhado por Carlos Barbosa O Presidente do ACP, Carlos Barbosa, teve como primeiro carro um dos modelos mais populares dos anos 60 Carlos Barbosa recorda o seu primeiro carro e o que fez para o tornar mais desportivo, mas essa decisão não deu bom resultado Costuma ter muitas vezes a companhia do ACP na estrada? Graças a Deus não. O que quer dizer que não tenho problemas.•

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CRONOLOGIA REVISTA ACP Gerações ACP O ACP é também um símbolo de continuidade e de paixão partilhada entre gerações. Por entre pais, filhos, netos e até bisnetos fomos conhecer três famílias portuguesas que têm no clube um ‘companheiro de viagem’ Fundado em 1903, o Automóvel Club de Portugal ‘viajou’ pela história e pela evolução da sociedade portuguesa nos últimos 121 anos. É, por isso, normal encontrar casos de várias gerações da mesma família que partilham a ligação ao clube. Narciso Mendes Dias é o patriarca de uma família onde o filho, o neto e até o bisneto são Narciso Mendes Dias é o patriarca de uma família onde o filho, o neto e até o bisneto são sócios do ACP sócios do ACP. Uma ‘estrada’que já une quatro gerações dos Mendes Dias.“Fiz-me sócio há 61 anos, por recomendação de um camarada da Força Aérea, com o qual concordei, que achava que ser sócio do ACP tinha um certo número de vantagens. Nunca me arrependi. É uma espécie de seguro dos seguros”, afirma. Quis o destino que a carreira profissional do filho, João Mendes Dias, o conduzisse ao ACP, onde é o diretor-geral de Operações (COO). Tudo começou aos 18 anos, com um Mini que vinha dos pais.“Lembro-me muito bem de ter tirado a carta no ACP e das aulas em simulador. Na época, essa experiência num simulador não era nada comum e, que eu Reportagem João, Miguel, Manuel, Maria Manuela e Narciso Mendes Dias

AUTOMÓVEL CLUB DE PORTUGAL DEZEMBRO 2024 | 9 As viagens no Mini dos Mendes Dias deram, depois, origem a um gosto pelos clássicos Anos 30 Revista ACP A Revista ACP surge no início da década, mais ilustrada e apelativa. Utilidade Pública O ACP é considerado Instituição de Utilidade Pública Circuitos Nasce o fenómeno dos Circuitos Automóvel em vários pontos do País (1931) saiba, não havia em mais sítio nenhum”. As viagens no Mini dos Mendes Dias deram, depois, origem a um gosto pelos clássicos. “Eu fui primeiro sócio do ACP e, bastante mais Narciso e Maria Manuela Mendes Dias Maria Inês, Pedro, Miguel e Manuel Mendes Dias Manuel e João Mendes Dias tarde, também do ACP Clássicos. Tenho dois clássicos e, no fundo, a minha relação com o clube cresceu por esta vertente concreta, mas também pelas minhas necessidades de tratar de documentação, de fazer seguros, etc. E, claro, já se sabe, quando se tem viaturas clássicas, de vez em quando elas pregam uma partida e aí sim, a assistência do ACP já foi muito útil para garantir que acabava bem o dia”, refere. O filho, Miguel, admite que a sua relação com os automóveis se situa num plano mais prático: “Desde pequeno que gosto muito de carros, de ralis e de Fórmula 1. Mas na minha vida, os carros são, acima de tudo, uma solução de mobilidade. Na verdade, fiz-me sócio do ACP por viver em França e querer comprar um carro em Portugal.

CRONOLOGIA REVISTA ACP Na altura, escolhi o seguro do ACP e continuo sócio até hoje, apesar de viver em França”, revela Miguel Mendes Dias, enquanto segura ao colo Manuel, inscrito pelo avô no maior clube português.“Devido à experiência da família, assim que o meu neto nasceu fi-lo sócio do ACP”, confirma João Mendes Dias.“É muito mais do que uma ligação emocional. O clube proporciona vantagens e um enquadramento perfeitos para as pessoas desenvolverem atividades de que gostam, seja na área dos clássicos, desporto, caravanismo ou passeios. Por outro lado, dá descontos em imensas áreas, que são também um benefício financeiro direto. Ou seja, mesmo financeiramente vale a pena fazer parte do ACP.” Dos primórdios dos ralis à ‘família Fiat’ Mário Rodrigues nasceu em 1923 e assistiu a inúmeras transformações sociais, políticas e culturais. Tem 101 anos de vida e 75 de sócio ACP. O gosto pelo volante levou-o a partilhar os ralis com alguns pioneiros do automobilismo português: “Tenho a ideia de que me fiz sócio na data de um grande rali que o ACP, na altura, organizou. Aliás, eu participei nessa prova, com o meu companheiro de viagem, o José Manoel Soares Mendes, que tinha um carro inglês, um Alvis, um carro raro. Eu era um bom condutor e terminámos esse rali em segundo, com Mário Rodrigues, Júlia e Ana Cristina Nasi Mário Rodrigues o Conde Monte Real em primeiro.” Até a sua mulher não ficava indiferente ao apelo das corridas de automóveis na época.“Ganhei alguns ralis e até a minha mulher chegou a fazer algumas provas em circuito. Mais tarde colaborei com o ACP e integrei o júri de concursos de elegância do automóvel. Fiz parte da Comissão Desportiva e lembro-me de ter recomendado o Dr. Pinto Balsemão para se candidatar à presidência do clube. E assim foi.” Com dois pais aficionados, era quase impossível que a filha, Ana Nasi não se tornasse sócia do ACP. “Sou sócia desde os 18 anos, mas já guiava ao lado do meu pai desde os 13, em estradas fechadas. Participava em concursos hípicos, mas, ao contrário deles, nunca estive ligada aos carros. O outro avô da minha filha também corria em automóveis. Aliás, o trisavô da minha filha foi o fundador da Fiat em Itália, o senador Giovanni Agnelli”. Reportagem

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CRONOLOGIA REVISTA ACP Com uma ascendência tão ilustre no universo dos automóveis, Julia Nasi é uma verdadeira 'globetrotter', mas reativou a sua inscrição no ACP quando regressou a Portugal.“Tirei a minha carta em Portugal, onde nasci, mas depois cresci fora. Estive 18 anos em Milão, fui viver e estudar para Nova Iorque durante um ano e meio, e acabei os meus estudos em Itália. Entretanto, consegui tirar a carta em Portugal e fui sócia do ACP por um ano, porque depois fui viver para a Veneza e andava sempre a pé. Também vivi em Zurique e Londres, mas há um ano vim para Portugal e comecei novamente a conduzir, o que me voltou a ligar ao ACP. O meu avô e a minha mãe eram sócios e toda a família tinha este amor pelos automóveis. Eu tive essa influência familiar, mas também sou sócia pelos benefícios.” 10.000 km por mês... por amor à História Maria do Carmo Vieira da Silva foi incentivada a tirar a carta em 1972, pelo pai, Joaquim José de Campos, então sócio do ACP desde a década de 60.“Fiz-me sócia nessa altura pela segurança que o ACP proporcionava. Os carros não eram tão fiáveis como são hoje e ainda sou do tempo em que quando acontecia um problema na estrada, tínhamos de deslocar-nos até ao café mais próximo para tentar telefonar.” O ACP foi um parceiro importante na fase em que Maria do Carmo Vieira da Silva e o marido faziam milhares de quilómetros entre Portugal, Espanha e França “Estou casada com o meu marido há 50 anos e quando estávamos a terminar a carreira académica, o ACP foi o nosso melhor amigo. Júlia Nasi, Ana Cristina Nasi e Mário Rodrigues Segurança ACP tem iniciativa de se criarem redes de proteção nas estradas perigosas Pronto-Socorro O Serviço de Pronto-Socorro é criado em 1933, primeiro em Lisboa e no Porto Semáforos Revista noticia primeiros semáforos luminosos na baixa de Lisboa O gosto pelo volante levou Mário Rodrigues a partilhar os ralis com alguns pioneiros do automobilismo português Reportagem

AUTOMÓVEL CLUB DE PORTUGAL DEZEMBRO 2024 | 13 A família Vieira da Silva completa Maria do Carmo e José Custódio Vieira da Silva O meu marido estava a fazer o doutoramento em História da Arte e nós tínhamos necessidade de viajar bastante, à descoberta das igrejas medievais de Portugal, Espanha e França. O ACP fornecia uns completíssimos mapas de estrada, com sugestões de itinerários, restaurantes e hotéis. Só tínhamos de dizer o que precisávamos e recebíamos um fantástico dossier com todos os detalhes e informação. Era bem melhor do que os melhores GPS de hoje!”, atira. Antes e depois de fazer crescer a família Vieira da Silva, Maria do Carmo desfia memórias das longas viagens realizadas nos anos 70: "Como o meu marido não conduzia, eu era a motorista de serviço. Chegávamos a fazer 10.000 km por mês. O nosso primeiro carro foi um Opel 1204. "Fiz-me sócia nessa altura pela segurança que o ACP proporcionava"

CRONOLOGIA REVISTA ACP Reportagem Na época, as viagens não eram fáceis, pois não havia autoestradas e as estradas da altura não tinham as condições das de hoje. Lembro-me da dificuldade de atravessar a Estremadura espanhola no verão, com temperaturas escaldantes e sem ar condicionado. Durante uns oito anos fizemos essas viagens, sempre no mês de agosto, primeiro só os dois e, mais tarde, já com os nossos filhos bem crianças. Eram viagens fantásticas, necessárias pelas necessidades académicas do meu marido, mas prazerosas também pela experiência de viajar e pelos amigos que visitávamos, em Espanha e também em França”. A família foi crescendo e, chegada a altura da maioridade dos filhos,“fizemo-los logo sócios e também os meus netos já estão associados ao ACP, para beneficiarem de outros serviços, como o médico em casa”, descreve Maria do Carmo. Uma condição que se alargou às noras e genros desta família numerosa,“o meu genro lê a revista do ACP da primeira à última página!”, afirma. Residentes em Setúbal, o serviço de proximidade do clube faz a diferença nas suas vidas, recorrendo muitas vezes à delegação naquela cidade. E os elogios a quem lá está sempre pronto para atender as necessidades da família não são poupados: “São pessoas excecionais! É um privilégio contarmos com Residentes em Setúbal, o serviço de proximidade do clube faz a diferença nas suas vidas 1940 Sinaleiro O Natal do Sinaleiro é uma iniciativa do clube para reconhecer o trabalho dos agentes Lisboa A primeira escola de condução em Portugal é criada pelo ACP II Guerra Mundial O racionamento de combustível está a cargo do ACP eles e com os avisos do ACP para renovarmos documentos e muitas outras coisas”. Três famílias, várias gerações e inúmeras memórias e interações com o ACP. Mais do que um clube, são laços para a vida. • Partilhe a história da sua família com o ACP. Escreva-nos para [email protected]

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CRONOLOGIA REVISTA ACP Doutores dos clássicos Quatro médicos, uma paixão. Fernando Torrinha, Eduardo Ávila, Ricardo Brízido e Carlos Brízido são clínicos de profissão e aficionados dos clássicos por vocação. Todos tratam dos seus automóveis como organismos vivos. De corpo e alma A metáfora é inevitável. Para um verdadeiro aficionado, um automóvel clássico é muito mais do que uma máquina. E para alguém especializado na complexidade do corpo humano, as analogias desfilam em roda livre. Os faróis são os olhos que perscrutam O 'paciente' desta reportagem foi um magnífico Austin Healey 100/4 de 1954

AUTOMÓVEL CLUB DE PORTUGAL DEZEMBRO 2024 | 17 a estrada em frente. O motor é o coração que bombeia vida e energia. Os tubos e cablagens são veias e artérias. As rodas são os membros que colocam a energia no chão e que corporizam o movimento. E quando estes organismos feitos de metal, borracha e fluidos padecem, é necessário levá-los à sala de operações e deixá-los nas mãos de especialistas de precisão cirúrgica e paixão inesgotável. Ricardo Brízido (oftalmologista), Carlos Brízido (cardiologista), Eduardo Ávila (ortopedista) e Fernando Torrinha (radiologista) têm as suas vidas dedicadas à Medicina e ao gosto pelos automóveis clássicos. Sócios de longa data do Automóvel Club de Portugal, participantes ativos nos eventos do ACP Clássicos, aceitaram o convite para se reunirem à volta de um automóvel e falarem sobre o prazer irreprimível de restaurar e colecionar clássicos. Dos sonhos de menino, às aventuras da juventude. Um oftamologista, um cardiologista, um ortopedista e um radiologista a postos A razão e a lógica orientam as suas profissões, numa ligação à Ciência que estabelece um contraponto sui generis com o universo dos clássicos Dos ídolos de outrora, às marcas e máquinas que os acompanham na linha do tempo. As razões para se comprar, recuperar e guiar um clássico vivem para lá das fronteiras da razão. A razão e a lógica, essas, orientam as suas profissões todos os dias, numa ligação à Ciência que estabelece um contraponto sui generis com o universo dos clássicos.

CRONOLOGIA REVISTA ACP Tema de capa

AUTOMÓVEL CLUB DE PORTUGAL DEZEMBRO 2024 | 19 Mas há momentos em que os dois universos se cruzam, como aquele dia em que Eduardo Ávila se deslocou para o trabalho ao volante de uma ambulância Volkswagen ‘Pão de Forma’ e a estacionou no Hospital da Luz, em Lisboa: “O parque exterior do hospital era só para ambulâncias, mas por vezes, quando eu fazia Urgências, estacionava lá o meu carro O sorriso acompanha o brilho nos olhos destes doutores quando o tema é clássicos e era sempre repreendido pelos seguranças. Achei que a melhor forma de resolver isso era comprar uma ambulância ‘Pão de Forma’, de 1961, que é o meu ano de nascimento. Mandei restaurá-la por completo. No dia em que a fui buscar, a primeira coisa que fiz foi levá-la para o trabalho e estacionei ao lado das outras ambulâncias. Aquilo causou um certo impacto, positivo, mas acabei por não o repetir muitas vezes, porque a carrinha chamava muita gente e tirava-as do seu local de trabalho (risos).” Arte e (muito) engenho Ricardo Brízido, por seu turno, faz o paralelo entre a sensibilidade exigida pela microcirurgia de oftalmologia e as ‘operações’ que, ele próprio, executa na mecânica de todos os seus carros. Foi a avaria de um Overdrive, órgão da transmissão de um Austin-Healey, o ponto de partida para o ofício de mecânico e restaurador.“Os meus amigos aconselhavam-me a mandar o carro para ser reparado em Inglaterra ou Espanha. Assunto de família A ligação visceral de Ricardo Brízido aos automóveis foi influenciada pela carreira (e pela personalidade) do pai, prolífico piloto em Moçambique, África do Sul e na então Rodésia. Já como médico oftalmologista, Ricardo Brízido foi trabalhar para Portimão atrás de outras duas paixões: o windsurf e o voo livre. Um grave acidente de parapente marcou o fim das suas aventuras no ar… e o início de uma arte em terra. “Como restaurador, sou um fundamentalista da originalidade”, argumenta. “A única concessão que fiz foi pintar este Austin-Healey BN1, que devia ter uma só cor, com o vermelho e preto com que o meu pai corria”. Os dias e noites que passa no atelier de mecânica são um prazer, não um trabalho: “Um amigo meu, grande colecionador, disse-me um dia que tenho os clássicos mais caros de Lisboa. Eu perguntei se ele estava a brincar. Ele respondeu, ‘Já viste a quantidade de horas de oftalmologista que os teus carros têm em cima?’”. Coisas que não têm preço. • 1950 Palácio Tarouca A vontade de ter edifício próprio leva o ACP a adquirir o Palácio Tarouca

CRONOLOGIA REVISTA ACP Os blusões Alpine ‘abençoados’ por Darniche O tio de Carlos Brízido – e pai de Ricardo Brízido – esteve na origem de, pelo menos, mais uma geração de aficionados na família. As imagens e as ‘voltinhas’ com o tio, piloto consagrado, tiveram um impacto tão grande no pequeno Carlos que o jovem viseense começou a correr o país ‘atrás’ das corridas e dos ralis: “Tínhamos contactos em dois ou três hotéis que nos avisavam quando estavam cá as equipas estrangeiras a testar para o Rali de Portugal. Éramos malucos pelos Alpine e mandámos fazer uns blusões azuis, iguaizinhos aos da Alpine, emblemas e tudo. Num Rali TAP, ali nos anos 70, estávamos na Lousã, num gancho muito escorregadio, e o (Bernard) Darniche saiu de estrada mesmo à nossa frente, no A110. Nem o deixámos sair do carro. Ele fechou a porta, nós empurrámos e ele arrancou, deixando os nossos blusões completamente cheios de lama. Claro que ninguém lavou aqueles blusões (risos). Muito mais tarde, o primeiro clássico que comprei foi um A110 ‘Berlinette’. São memórias para a vida”, conclui. • Depois de ter estudado o manual de oficina, percebi qual era a avaria. Tentei fazer a reparação com o órgão fechado e consegui mobilizar esse eixo pelo exterior. Acredito que me valeu essa sensibilidade da microcirurgia”, conta Ricardo Brízido, que trouxe um belo Austin-Healey 100/4 para a sessão fotográfica. O primo, Carlos Brízido, cardiologista, confessa gostar mais do volante do que das especificidades da mecânica. Começou nos ralis de regularidade, mas descobriu as corridas de clássicos numa prova em Jarama... e nunca mais parou. Na altura da entrevista, tinha acabado de ganhar a prova do Historic Endurance no Algarve Classic Festival, em Portimão, ao volante do seu Porsche 911 3.0 RS, partilhado com João Pina Cardoso. “O meu gosto pelos automóveis começou em miúdo, muito antes da Medicina”, recorda o clínico/piloto/colecionador.“Em Viseu, onde nasci, tinha um grupo de amigos malucos por automóveis, como eu. Éramos miúdos, não tínhamos dinheiro para nada, mas pegávamos numas tendas que nos emprestaram da Mocidade Portuguesa e íamos ver as corridas a Vila Real. E, anos mais tarde, tenho de admitir, nos dias de testes do Rali de Portugal ninguém ia às aulas...”. Tema de capa Desempanagem O Serviço de Desempanagem também acode a avarias ao fim de semana 50 anos ACP A efeméride é celebrada com a visita de Craveiro Lopes e Oliveira Salazar Secção Regional do Norte Nova delegação no Porto recebe doação do Panhard & Levassor

AUTOMÓVEL CLUB DE PORTUGAL DEZEMBRO 2024 | 21 Uma paixão chamada Porsche Eduardo Ávila comprou o seu primeiro clássico em 2001, um Porsche 911 SC Targa. Neste momento tem 16 carros na garagem… 11 deles são Porsche. “Tenho uma paixão pelos Targa. Tenho dois relativamente raros: o primeiro Targa Soft Window e, agora, um Targa comemorativo dos 50 anos, um Heritage. Depois, tenho uma ‘Pão de Forma’ e dois Carocha, um cabrio e um normal, que era o carro da minha mãe. Fiz questão de o restaurar enquanto a minha mãe era viva e ela voltou a conduzi-lo. Também tenho um MG A e um Cooper, igual ao meu primeiro carro. Não era o meu carro original, vendi esse Cooper a um primo e ele teve o azar de o ‘deixar’ no pilar de uma ponte. O MG A comprei-o porque quando eu era miúdo, um vizinho meu, médico dentista, tinha um MG A e várias miúdas giras. Achei que o carro me ficaria bem! (risos).” Com a ajuda da família, Eduardo Ávila tenta que os seus carros rolem com regularidade. “Os carros são como as pessoas; se não andam, deterioram-se. É muito provável que o meu projeto de reforma seja tratar da minha garagem de clássicos.” • Fernando Torrinha, radiologista, voltou recentemente de uma feira em Bolonha com 5.000 carros em exposição.“É difícil manter a ‘serenidade’ no meio daquilo tudo”, atira, com humor. A paixão pelos clássicos não se limita aos automóveis – tem também seis motos clássicas, todas as andar regularmente. Os quatro doutores prescrevem sempre a mesma receita: atenção, minúcia, dedicação e muita paixão Segurança Rodoviária O clube distribui cartazes e folhetos nas escolas, oficinas e escritórios Fórmula 1 A prova organizada pelo ACP surge pela primeira vez em Portugal, no Circuito da Boavista, Porto (1958)

CRONOLOGIA REVISTA ACP Tema de capa “Os clássicos só fazem sentido se pudermos desfrutar deles. Por exemplo, tenho um Datsun 240Z de 1971 com que já fiz o Portugal de Lés-a-Lés três vezes. São dois mil quilómetros a guiar e saímos dali contentes, nada cansados. O 240Z era um carro da minha infância. E é indestrutível”, afirma, orgulhoso. Para japoneses e alemães, para britânicos, franceses ou italianos, os quatro doutores prescrevem sempre a mesma receita: atenção, minúcia, dedicação e muita paixão. O resto... é História. • O famoso Cooper S de Manuel Gião Fernando Torrinha não chegou a conhecer o sogro, Manuel Lopes Gião, o pioneiro dos campeões nacionais de ralis. Mas, numa homenagem à família, fez questão de comprar o Mini Cooper S Mk II com que Gião ganhou tudo na época de 1966. É uma das peças mais icónicas de uma coleção multifacetada, de duas e quatro rodas: “Tenho um Toyota BJ40 de 1981, o Datsun 240Z de 1971, um Riley de 1948, que está na família há mais de 50 anos… A minha mãe guiava esse Riley para ir trabalhar, eu guiei-o carro quando tirei a carta. Depois restaurei o carro peça a peça, até ao parafuso. E fez o Passeio dos Ingleses do ACP, na altura foram mais de 400 quilómetros. Portou-se lindamente. Também gosto muito da linha dos Jaguar, tenho inclusive o XK mais moderno. Sou um aficionado dos ingleses”, confessa Fernando Torrinha. • 1960 Rádio e telefone Serviço de Reboque ACP foi equipado com telefone e rádio Rallye TAP Primeiro rally organizado pelo ACP em 1967 passa depois a Rally Vinho do Porto, dando origem ao Rally de Portugal Esta reportagem decorreu nas instalações da Retrospective Garage, a quem a Revista ACP agradece toda a disponibilidade e contributo.

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CRONOLOGIA REVISTA ACP Velocidade Até onde atuam os radares de velocidade média? Introduzidos em setembro de 2023, atualmente existem 25 radares de velocidade média nas estradas portuguesas A presença dos radares de velocidade média não passa despercebida. O sinal H42 anuncia-os e a redução geral da velocidade do tráfego confirma que ali estão. Porém, se todos sabemos onde estes radares começam a atuar, a verdade é que o local exato onde deixamos de estar sujeitos ao seu escrutínio é uma incógnita para a maior parte dos condutores. Afinal de contas, não existe nenhuma sinalização que indique até que quilómetro atuam estes equipamentos. No total, existem em Portugal 25 destes aparelhos, 23 são geridos pela ANSR e apenas dois estão debaixo da alçada da GNR. Questionada pela Revista ACP, a GNR explica que a justificação da ausência da indicação do local onde deixam de atuar estes radares cabe à ANSR. Porém, a explicação nunca chegou. O que é certo é que existem forma de saber onde termina o “raio de ação” destes aparelhos que, para todos os efeitos, ainda são uma espécie de novidade nas estradas portuguesas. Talvez os mais atentos já tenham reparado que existem câmaras que marcam o começo e o final dos percursos sob vigilância. Porém, há duas formas muito mais fidedignas de saber onde acaba o controlo. Essa informação tanto pode ser consultada no site radaresavista.pt da ANSR como na aplicação Waze. Esta não só indica o limite de velocidade no troço controlado como indica o início e o fim do percurso controlado. Repatriamento ACP assegura regresso das viaturas que vêem das ex-Colónias Automóvel É institucionalizado o Seguro Obrigatório em Portugal 1970

AUTOMÓVEL CLUB DE PORTUGAL DEZEMBRO 2024 | 25 Como funcionam os radares de velocidade média? Ao contrário dos radares fixos e móveis, os radares de velocidade média não indicam a velocidade instantânea dos veículos. Em vez disso calculam se os veículos circulam com maior velocidade do que o permitido entre dois pontos de um determinado trajeto. Na prática, estes radares registam a matrícula do veículo, assim como o tempo a que foi efetuada a passagem num determinado ponto do troço e, mais à frente nesse mesmo trajeto, há outro radar que faz exatamente o mesmo. Com base na hora de entrada e saída do percurso (regra geral, estes radares estão instalados em troços sem entroncamentos ou saídas) é calculado o tempo que o veículo levou a percorrê-lo, assim como a velocidade média. • Resultados comprovados Apesar das dúvidas que continuam a suscitar junto dos automobilistas, os radares de velocidade média têm créditos firmados, como revelou a GNR à Revista ACP. Com apenas os dois radares de velocidade média presentes na Ponte Vasco da Gama debaixo da sua gestão, a GNR revela que, pelo menos naquele troço, os efeitos têm sido positivos. Segundo a GNR, a presença destes radares não só conduziu a uma redução efetiva da sinistralidade na Ponte Vasco da Gama como levou a uma redução efetiva da velocidade média de circulação naquele troço. •

CRONOLOGIA REVISTA ACP 1980 Autódromo Em 1984 realiza-se a primeira prova do Campeonato de F1 no Estoril Sem fronteiras Assistência sem Fronteiras tem cobertura nacional e internacional Jubileu Os 80 anos do ACP contam com a presença do Presidente da República, General Ramalho Eanes Ter carro vai ficar mais caro em 2025 Aprovado o Orçamento do Estado para 2025, fica evidente que os automobilistas voltam a ser uma importante fonte de receita do Estado O Orçamento do Estado para 2025 volta a fazer dos automobilistas uma das principais fontes de receita do Estado. O descongelamento da taxa de carbono pode levar a carga fiscal sobre os combustíveis a bater recordes. Só com esta taxa, as previsões apontam para que a receita suba 21,9%. Também previsto está o fim da isenção de ISP sobre biocombustíveis. Porém, não há só más notícias. O ISV e o IUC mantêm-se inalterados, mas este último mantém um adicional nos veículos a gasóleo. O Orçamento contempla também propostas do ACP que trazem maior justiça fiscal. Uma é a atualização da Tributação Autónoma, cujas taxas para viaturas de empresas reduzem meio ponto percentual. Além disso, os limites aos custos de aquisição dessas viaturas aumentam 10 mil euros em cada escalão. Já outra proposta do ACP, o regresso do incentivo ao abate de viaturas em fim de vida, promete ajudar a renovar o envelhecido parque automóvel. Para particulares há 1050 incentivos de 4000 euros; para as IPSS 400 incentivos de 5000 euros e para as empresas estão previstos 200 incentivos de 6000 euros. Mas para beneficiar destes apoios, é preciso abater uma viatura com mais de 10 anos e comprar um elétrico novo: de passageiros até 38 500 euros para particulares e IPSS; de mercadorias para as empresas. Por fim, o ISV pago pelos veículos usados importados da União Europeia muda, passando estes a pagar as taxas impostas aos veículos novos matriculados pela primeira vez. •

AUTOMÓVEL CLUB DE PORTUGAL DEZEMBRO 2024 | 27 Saiba mais em servilusa.pt, ou funeralvida.servilusa.pt sempre do seu lado

CRONOLOGIA REVISTA ACP ACP GRN KIDS GNR junta-se ao ACP Kids, o programa de educação rodoviária do clube O ACP Kids, programa de educação rodoviária promovido desde 2012, alargou agora o seu âmbito, numa parceria com a GNR O ACP Kids, programa de educação rodoviária promovido pelo Automóvel Club de Portugal desde 2012, alargou agora o seu âmbito, numa parceria com a Guarda Nacional Republicana: o ACP-GNR Kids. Um programa de educação rodoviária destinado a crianças dos 4 aos 9 anos, das escolas do préescolar e do 1.º ciclo do ensino básico. E todas as escolas podem aderir a este programa extra-curricular e gratuito. O objetivo é ensinar regras de segurança nas estradas, ajudando as crianças a adotarem comportamentos responsáveis através de um circuito móvel que simula o ambiente rodoviário, onde as crianças colocam em prática, nos seus próprios veículos, o que aprenderam na escola. O protocolo, assinado por Carlos Barbosa, presidente do ACP, e pelo Tenente-General Rui Alberto Ribeiro Veloso, Comandante-Geral da GNR, representa o mútuo interesse no desenvolvimento de ações e iniciativas de prevenção de acidentes rodoviários através da sensibilização das crianças e jovens, materializado na criação do projeto ACP-GNR KIDS. Ao longo do ano letivo, o ACP Kids desenvolve várias iniciativas dentro e fora das salas de aula para tornar a crianças “embaixadoras” das boas práticas rodoviárias, partilhando o que aprenderam com os pais, familiares e amigos, como atravessar a rua ou respeitar a sinalização. Em 2015, o ACP Kids foi distinguido com o Prémio Europeu de Excelência em Segurança Rodoviária atribuído pela Comissão Europeia.• Tenente-General Rui Alberto Ribeiro Veloso e Carlos Barbosa Prior Velho As instalações no Prior Velho destinam-se aos serviços de Pronto-Socorro e Desempanagem Euro NCAP O ACP integra o programa de avaliação da segurança nos carros novos Site A revista anuncia a sua presença no digital, com o lançamento do site acp.pt 1990

AUTOMÓVEL CLUB DE PORTUGAL DEZEMBRO 2024 | 29 Chamada GRÁTIS Ligue hoje! ORÇAMENTO SEM COMPROMISSO Peça o seu CATÁLOGO GRÁTIS Tudo sobre elevadores de escadas Vamos até Si, Avaliações gratuitas em Portugal Continental 800 20 21 21 SÓCIOS ACP * Não acumulável com outras ofertas PROMOÇÃO LIMITADA! 1.000€ de desconto! A MELHOR SOLUÇÃO PARA AS SUAS ESCADAS Melhoramos a sua qualidade de vida! Seja aconselhado por uma das marcas mais prestigiadas do setor da acessibilidade. Instalação EM 1 DIA!

CRONOLOGIA REVISTA ACP Mercado 24 Horas TT Vila de Fronteira Em 1998 nasce uma das provas mais emblemáticas em Portugal no fora de estrada Formação Karting ACP Em 1999 surge esta iniciativa com o objetivo de dar a conhecer a modalidade e incutir valores aos mais novos Guerra comercial paira sobre a indústria automóvel A crise do setor automóvel tem-se vindo a agudizar e os efeitos junto dos consumidores podem estar próximos Ainda a tentar regressar aos índices de vendas pré-pandemia, a indústria automóvel europeia enfrenta uma nova crise. Na sua base estão as marcas chinesas e a crescente procura em solo europeu pelos seus modelos elétricos. Mais experiente na produção de elétricos, a indústria automóvel chinesa aproveitou a transição para a mobilidade verde “abraçada” pela União Europeia e tem vindo a imporse num mercado outrora dominado pelos locais. Com custos de produção mais baixos e grandes apoios por parte do governo chinês, as marcas daquele país não só estão a construir carros elétricos que custam 30% menos do que os europeus, como estão perto da paridade de preço entre elétricos e modelos a combustão. A resposta europeia... Ciente de que o governo chinês apoiava os seus fabricantes com subsídios generosos que lhes permitiam baixar o preço dos seus modelos, a União Europeia tomou medidas. À semelhança dos EUA, decidiu aumentar as tarifas aplicadas elétricos chineses. Inicialmente provisórias, estas tarifas são agora definitivas, aplicam -se por cinco anos, podendo ascender até aos 35%. O objetivo é evitar a concorrência desleal. ... e a reação chinesa A resposta chinesa a estas tarifas não tardou, com uma queixa junto da Organização Mundial do Comércio, através da impugnação da decisão da Comissão Europeia junto dos tribunais da União Europeia e ainda por intermédio de várias medidas retaliatórias como o aumento de tarifas aduaneiras em várias indústrias. Ao mesmo tempo, as autoridades chinesas terão dado indicações aos construtores para não investirem nos países europeus que apoiaram a implementação destas tarifas. Solução à vista? Apesar destas tarifas estarem na base de um “braço de ferro”entre a União Europeia e a China, as duas partes têm mantido conversações com vista à redução do impacto das tarifas ou até à sua eliminação. Os dois blocos chegaram a um “consenso técnico”, estudando agora um “compromisso de preços”que consiste num complexo mecanismo para controlar preços e volumes de exportação dos elétricos produzidos na China. •

AUTOMÓVEL CLUB DE PORTUGAL DEZEMBRO 2024 | 31 O que a geração +60 pensa sobre a sua vida, como se relaciona com os mais novos, como encara a reforma ou o que pensa sobre a comunicação e publicidade, são alguns dos pontos que motivaram a realização do “Estudo de Mercado”, a cargo da empresa Brandkey, sob o seu projeto “Consultora Idade Maior”, sobre as gerações mais velhas e do qual as principais conclusões vão ser partilhadas na Conferência a decorrer a 25 de fevereiro no Centro Cultural de Belém. O estudo surge num contexto de mudança da sociedade e da evolução etária da população portuguesa na qual a geração +60 vai ser dominante dentro de pouco tempo. O ACP acolheu, na sede em Lisboa, uma conversa com Maria João Valente Rosa e Carlis Liz sobre a geração +60. Acompanhe os desenvolvimentos em idademaior.pt. • Almoço com Carlos Barbosa e um grupo de sócias há mais de 75 anos Geração +60 motiva estudo aprofundado Encontro de Sócios Verdadeiros exemplos de fidelização ao clube continuam a marcar os encontros promovidos pelo Presidente do ACP junto dos sócios mais antigos. Depois de acolher sócios, há 50 anos, em Lisboa e no Porto, agora foi a vez de Carlos Barbosa convidar um grupo de sócias com mais de 75 anos de ligação ao clube para um almoço, onde as histórias de vida que se cruzam com a tradição de pertencer ao ACP foram contadas na primeira pessoa.“Ultimamente não utilizo tanto os serviços do ACP como o fazia antes, mas quero continuar a ser sócia e já lá vão 78 anos de ligação”, referiu Sofia da Conceição Cardoso do Vale Pereira, que veio de Coimbra para este almoço.Também Maria João Espírito Santo Silva confirmou os longos anos que tem de ligação ao ACP, seguramente mais de 75, e fez questão de deixar bem claro que apesar dos seus 92 anos de idade ainda conduz e pretende manter o clube na sua vida. •

CRONOLOGIA REVISTA ACP Ciclovias ACP ajuda a melhorar as ciclovias em Lisboa Projeto com o apoio FIA analisa ciclovias da capital e desenvolve ferramentas para auxiliar a construção de novas vias Apesar de contar com 173 km de ciclovias, aos quais se devem juntar em breve mais 90 km para um total de 263 km, a rede ciclável de Lisboa conta com inúmeras deficiências que causam desconforto e preocupações de segurança entre ciclistas, peões e outros utilizadores da estrada. Por isto, o ACP está a avaliar o estado da infraestrutura existente no eixo central da cidade e vai apresentar sugestões de correções e melhorias para os próximos anos. Este projeto do clube tem o apoio do programa “2024 FIA Safe and Sustainable Mobility Grants”, tem a duração de um ano e divide-se em duas fases: a primeira, praticamente concluída, consiste na análise de 40 km da infraestrutura ciclável de Lisboa com recurso à metodologia CycleRAP e com suporte do software da Lane Patrol. Já na segunda fase, o objetivo passa por desenvolver uma ferramenta para auxiliar a construção de novas ciclovias que tenham em consideração fatores como a segurança e a atratividade para os ciclistas.• Carros elétricos Revista publica primeiro artigo sobre carros elétricos “Veículos Elétricos – a hora da mudança” Centenário O ACP comemora 10 anos e recebe do Presidente da República, Jorge Sampaio, o Colar de Honra de Mérito Desportivo ACP Golfe O ACP Golfe nasce para promover a modalidade em Portugal e edita uma publicação regular sobre o tema 2000

AUTOMÓVEL CLUB DE PORTUGAL DEZEMBRO 2024 | 33 2 ANDARES O NOSSO CATÁLOGO É GRATUITO! Consulte o nosso catálogo, com atualizações frequentes, no conforto da sua casa e sempre que quiser. AVALIAÇÕES GRATUITAS A nossa visita de avaliação é essencial, gratuita e sem compromisso. Seja a norte ou a sul de Portugal, Açores ou Madeira. PLATAFORMA ELEVATÓRIA ELEVADOR DOMÉSTICO ELEVADOR DE ESCADAS Design discreto - Calhas encostadas na parede para ocupar o mínimo espaço quando o elevador está no outro andar. Design elegante - Cabine fechada com 2 metros de altura. Toque único para início de viagem. Para casas particulares até 2 andares Discreto e silencioso Moderno e seguro com ecrã digital e telefone Disponível em 3 tamanhos - Pequeno, Médio e Grande Não necessita de obras Sem contratos de manutenção obrigatória Anúncio publicado por LEVITA, Lda Lisboa: Estrada Consiglieri Pedroso, nº 71, Edifício D, 1º Frente, Queluz de Baixo, 2 730-055 Barcarena Guimarães: E.N. 105, Nº 3019 Nespereira GMR. 4835-517 Guimarães www.levita.pt / [email protected] Ao seu lado sempre! Chamada grátis 800 181 438 Ligue hoje e fale connosco TAL COMO VISTO NA TELEVISÃO

CRONOLOGIA REVISTA ACP Legislação Inspeções às motos acabam antes mesmo de começarem Proposta desde 2012, a inspeção periódica obrigatória de motociclos, triciclos e quadriciclos com mais de 125 cm3, era suposto entrar em vigor a 1 de janeiro de 2025. Mas nem chegou a ver a luz do dia. Uma proposta de lei do PSD, com o apoio do Chega e PS, colocou um ponto final no tema. Segundo o PSD, o foco para a redução da sinistralidade rodoviária em duas rodas deve estar na adoção de medidas preventivas eficazes e a fiscalização aos motociclos não deve ser nos centros de inspeção, mas sim na estrada, local onde os problemas se evidenciam. Em alternativa às inspeções, o PSD propõe um conjunto de medidas que visam aumentar a segurança dos motociclistas. Muitas dizem respeito às condições e manutenção das vias como a eliminação dos materiais derrapantes nas juntas de dilatação e substituição gradual das juntas existentes; a proibição da colocação de lombas em curvas e a implementação da lei relativa à colocação de proteções nos 'rails'. O PSD pede também a implementação de sinalização rodoviária para alertar para perigos concretos para quem circula de mota e a criação de “caixas” de segurança junto a cruzamentos e semáforos para melhorar a visibilidade dos motociclistas. É ainda proposta circulação de motociclos em vias restritas a alguns veículos como os corredores BUS e que os parques de estacionamento em meio urbano disponibilizem pelo menos 5% das vagas a motociclos. Por fim, são propostas a criação de campanhas publicitárias específicas para alertar para a vulnerabilidade dos motociclistas e a reformulação dos conteúdos de formação dos motociclistas, com a introdução de módulos de condução defensiva, travagem de emergência e posicionamento correto do motociclo em curva. • ACP Clássicos Cursos de restauro de veículos históricos deram origem ao clube de afinidade e a uma publicação regular Apoio aos Sócios Nasce a Linha de Apoio para responder a todas as questões dos sócios 75 anos Revista ACP entra no seu 75º aniversário de publicação ininterrupta, sendo, a mais antiga dedicada ao automóvel em Portugal

AUTOMÓVEL CLUB DE PORTUGAL DEZEMBRO 2024 | 35 [email protected] www.cambridge.pt INGLÊS | FRANCÊS | ALEMÃO | PORTUGUÊS PARA ESTRANGEIROS Coimbra Pç. da República,15 3000-343 Coimbra tel 239 834 969 [email protected] Lisboa - Guerra Junqueiro Av. Guerra Junqueiro, 8 - 1º dto 1000-167 Lisboa Tel 21 848 45 44 [email protected] Lisboa - Benfica Av. do Uruguai,6-1º 1500-613 Lisboa Tel 21 714 18 24 [email protected] Almada Pç. do MFA,12-1º 2800-171 Almada Tel 21 276 02 34 [email protected] Lisboa - Parque das Nações Al. dos Oceanos, Lt 2.11.01 Ac 1990-225 Lisboa Tel 21 898 82 10 [email protected] Porto R. Duque da Terceira, 381-1º 4000-537 Porto Tel 22 536 03 80 [email protected] Lisboa - Av. Liberdade Av. da Liberdade,173 1250-141 Lisboa Tel 21 312 46 00 [email protected] Funchal - Edifício Santa Luzia R. 5 de Outubro, nº 87 Edificio 2 9000-216 Funchal Tel 291743 718 [email protected] Lisboa - Campo Grande R. F. Curado Ribeiro, 4E 1600-449 Lisboa Tel 21 757 76 22 [email protected] Educação: o seu melhor investimento. Investir em educação é a melhor forma de atingir objetivos pessoais e profissionais, alargar oportunidades e construir um futuro melhor. Ano Letivo Inscrições Abertas Aulas presenciais ou por videoconferência

CRONOLOGIA REVISTA ACP Media Revista ACP multiplataforma Todas as semanas o ACP Podcast traz a estúdio convidados para conversas descontraídas sobre diversos assuntos. São histórias contadas na primeira pessoa sobre experiências, cultura, viagens ou desporto sem esquecer o mundo automóvel. Tudo isto e muito mais para acompanhar nas plataformas digitais.Também o ACP TV marca encontro semanal com os espectadores levando-lhes o essencial da atualidade ACP PODCAST ACP TV ACP Podcast ACP TV José Nuno Martins, uma lenda da comunicação em Portugal, fala sobre as suas viagens, da sua longa carreira e desfia memórias numa conversa sem tabus onde não esquece a sua ligação de décadas ao ACP. Fermelinda Carvalho, presidente da Câmara de Portalegre, juntou-se à conversa com João Mendes Dias, COO do ACP, sobre a Baja Portalegre 500. Ambos são peremptórios: a cidade já não passa sem a prova do ACP. Se há coisa que as audiências do ACP TV revelam é o sucesso das reportagens sobre temas da atualidade como o recente trabalho sobre os apoios à compra de elétricos. Afinal onde terminam os radares de velocidade média? Damos a resposta com a ajuda da GNR e mostramos como funcionam estes equipamentos na estrada. A ligação do clube ao mundo dos automóveis clássicos manifesta-se das mais variadas formas, incluindo a vertente desportiva, como prova o tradicional Raid Figueira da Foz-Lisboa. Mário Martins da Silva e João Carlos Costa, dois profundos conhecedores e entusiastas da Fórmula 1 recordam os gloriosos anos em que o ACP organizou as corridas no Autódromo Estoril. Nova identidade Uma nova identidade visual do ACP chega em 2005 para refletir um club coeso e inovador ACP Moto ACP Moto surge para melhor atender os sócios motociclistas Cavaco Silva O Presidente da República recebe o seu diploma de sócio pelos 35 anos de ligação ao clube

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CRONOLOGIA REVISTA ACP Cartas Cartas dos Sócios Indicação de presença de radares HENRIQUE DE MELO • SÓCIO 14843 Circulando com frequência na área de Lisboa, onde resido, verifico que nas múltiplas indicações de radar, encontro dois tipos de aviso: alguns (bem), além da indicação de que estamos próximos do equipamento de controlo de velocidade igualmente indicam qual o limite máximo; outros (mal) não têm essa indicação deixando ao critério do condutor presumir qual seja. Na verdade, se hoje muitas das viaturas têm avisadores de velocidade, outras há que não o têm ou correspondem a situações de condutores pouco rotinados comaquelas sinalizações, nomeadamente: • condutores da cidade circulando por zonas onde raramente vão; • condutores que presumem (mal) que tendo saído de uma limitação X, aquela via em que agora entram tem a mesma; • condutores de outras regiões do país que raramente (ou pela 1ª vez) vêm a Lisboa; • condutores de veículos com matrícula estrangeira; • condutores que, por qualquer razão, venham com o som radio desligado. Parecendo-me que estes exemplos são justificativos, fica ainda por esclarecer qual o critério da Câmara Municipal Lisboa que preside a que algumas das placas avisadoras da presença de radares tenham também indicada a velocidade máxima permitida e outras não. Olhó pisca! AIRES SÃO PEDRO • SÓCIO 72758 Sinalizar uma mudança de direção do sentido da marcha de um veículo (vulgo fazer pisca), seja em estrada, cidade ou autoestrada é fundamental para a segurança rodoviária, tanto de condutores, como essencialmente de peões, tratando-se de condução citadina. No entanto, verifica-se que grande parte dos condutores não tem a noção da importância de fazer pisca, o que constitui um sério risco para todos. Entendo que o ACP deveria ocupar-se deste assunto no sentido de procurar sensibilizar os sócios (pelo menos estes) para este assunto. Por outro lado, através da Prevenção Rodoviária Portuguesa ou mesmo da GNR deveria ser lançada uma campanha sobre este tema, chamando a atenção para a sua importância, alertando para os riscos e perigos que resultam da não utilização dos piscas. da Calçada da Estrela MARIA MARGARIDA MORENO • SÓCIA 163772 A que entidade pode ou deve um cidadão dirigir-se a fim de expor as razões pelas quais, em sua opinião, deveriam existir semáforos no cruzamento da Calçada da Estrela com a Rua Borges Carneiro e a Rua da Imprensa à Estrela (junto à residência do Primeiro-ministro)? Com efeito, seria de grande utilidade tanto para os automobilistas como para os peões a existência de semáforos no referido cruzamento. Esses semáforos poderiam eventualmente ser intermitentes ao fim de semana, quando há ali menos trânsito. É um cruzamento onde passa o elétrico 28, que por vezes passa tão rápido na descida da Calçada da Estrela que dificilmente é visível para um automobilista que vem da Rua Borges Carneiro. Já houve ali acidentes graves no passado, tanto quanto me lembro, com veículos pesados na descida. É de facto um cruzamento perigoso, a vários títulos. Na Rua Borges Carneiro, existe uma creche com muito movimento de transportes (dos pais das crianças) de segunda a sexta-feira. E por vezes transportes coletivos de crianças, quando há excursões, etc. Razão acrescida para a introdução dos Exames Centro de Exames, no Carregado, representa importante contributo na formação Mérito O ACP recebe a Medalha de Mérito Turístico pelo contributo na área do turismo Rally Portugal Histórico ACP realiza pela primeira vez esta prova de regularidade

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