Revista ACP outubro

34 | AUTOMÓVEL CLUB DE PORTUGAL OUTUBRO 2024 Foi num dia quente de julho que a família Catita arrancou rumo ao Algarve em modo anos 70. Com as malas já dispostas no tejadilho e todos já devidamente instalados, o Volkswagen Golf série I de Diogo Cartita arrancou rumo ao Sul precisamente às 9h00. A escolha do Golf também arrasta aqui vários simbolismos. Coube a este modelo substituir o Volkswagen Carocha em 1974. Esta responsabilidade foi levada muito a sério pelo famoso designer Giugiaro, que apresentou uma proposta revolucionária face ao Carocha: linhas angulares (em contraste com as linhas arredondadas do antecessor), tração dianteira e refrigeração do motor a água. Estavam lançados os dados para um caso de sucesso, que já vai na sua 8ª geração, com um volume de vendas total na ordem dos 37 milhões de unidades. Mas também há um simbolismo pessoal por parte da família Catita ao escolher este automóvel para a viagem. Este Golf foi o primeiro clássico de Diogo, que o adquiriu em 2010 a meias com o avô. Embora operacional, o Golf ainda precisou de cinco anos de restauro, em parceria com o avô, para chegar ao estado de incólume. “O meu avô acabou por não poder ver o carro pronto e é por isso que tenho uma ainda mais forte ligação afetiva a este carro”, explica Diogo. E para se perceber que tipo de relação é que Diogo tem com o modelo Golf, basta dizer que na garagem de casa existem ainda mais cinco exemplares do Golf, de 1982, 1988, 1993, 1997 e 1998. O carro do dia a dia é uma carrinha Golf de 2016. Mas esperem, que há mais: o tema do casamento de Diogo e Joana foi a Volkswagen: “cada mesa dos convidados era alusiva a um modelo da Volkswagen. Para a nossa escolhemos a ‘pão de forma’”, conta Diogo. A paragem em Canal Caveira A saída de Lisboa teve de ser obrigatoriamente pela Ponte 25 de Abril. Seguiu-se Setúbal, Marateca, Alcácer do Sal e Grândola. Depois de passar a terra que deu nome ao hino da Revolução de Abril, chegou o momento de cumprir aquele se tornaria uma paragem obrigatória para muitos dos que rumavam ao Algarve no anos 70 e 80: Canal Caveira. Esta pequena aldeia no Alentejo, à beira da estrada nacional, perdeu clientes depois da construção da autoestrada para o Algarve, mas a sua fama enraizou-se de tal forma que atualmente continua bastante frequentada, sempre com o famoso cozido à portuguesa. Em 1974 apenas existiam 66 km de autoestrada em Portugal. Hoje são mais de 3 mil A paragem em Canal Caveira para comer o cozido era obrigatória Viagem

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