Revista ACP outubro

16 | AUTOMÓVEL CLUB DE PORTUGAL OUTUBRO 2024 Europa Como travar a morte lenta da indústria automóvel na Europa O relatório de Mario Draghi sobre a competitividade da Europa tem na indústria automóvel um dos seus focos e traça um ambicioso plano para a sua recuperação Há muito considerada um dos motores da economia europeia, a indústria automóvel é hoje responsável por 14 milhões de empregos. É também o setor com maior investimento em “Research & Development” (Investigação e Inovação), responsável por um terço de todo o investimento na Europa. Alvo de particular destaque no relatório sobre a competitividade da Europa, a indústria automóvel atravessa a maior transformação estrutural por estar a perder competitividade. Para Mario Draghi, "é necessária uma abordagem global que abranja todas as fases" da produção automóvel, desde a investigação e a exploração mineira até aos dados, ao fabrico e à reciclagem”. Assim, a União Europeia deve começar por reduzir a dependência de importações de componentes como baterias e semicondutores, especialmente da China. O relatório propõe que se invista na produção interna dessas tecnologias, fortalecendo a sua autonomia. Apesar do foco na descarbonização, Mario Draghi defende uma maior abertura em relação a diferentes soluções tecnológicas, dando como exemplo os combustíveis sintéticos, na linha do que o Automóvel Club de Portugal tem defendido. Investir para crescer Tal como na indústria em geral, na qual Draghi propõe que se invistam anualmente 800 mil milhões de euros, também na indústria automóvel o relatório aponta o investimento como solução. O regresso de "Super Mario" Com uma longa carreira na política e na finança, Mario Draghi enfrenta uma nova cruzada. O seu plano para relançar a economia europeia parece uma reprise de 2012 quando Draghi, então presidente do BCE, enfrentou a sobrevivência do Euro com o famoso "custe o que custar". Valeu-lhe a alcunha de "Super Mario" e créditos suficientes para se manter no jogo europeu, a que regressa agora pela mão da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, que fez do futuro da competitividade europeia uma prioridade. Plano custa 800 mil milhões de euros/ano nos próximos 5 anos

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