Revista ACP junho

AUTOMÓVEL CLUB DE PORTUGAL JUNHO 2024 | 3 1. É o maior conjunto de grandes obras públicas do século em Portugal. De uma assentada, aeroporto, terceira ponte sobre o Tejo e TGV, foram anunciados pelo governo. Será desta? A questão é quase inevitável: o novo aeroporto em Alcochete está projetado há 50 anos, a terceira travessia sobre o Tejo é falada há mais de 30 (com local escolhido há 16), e o TGV leva para cima de 25 anos nas agendas das grandes obras públicas... Este afã reformista vai mesmo concretizar-se no terreno? Não há calendário nem valor de investimento fechado, mas as novas obras têm 2034 como data de referência... Quem vai pagar os mais de 10 mil milhões de euros previstos para estas obras? Aqui está a grande Será desta? A questão é quase inevitável: o novo aeroporto em Alcochete está projetado há 50 anos, a terceira travessia sobre o Tejo é falada há mais de 30 (com local escolhido há 16), e o TGV leva para cima de 25 anos nas agendas das grandes obras públicas incógnita. O governo já fez saber que não quer dinheiro do Orçamento do Estado (ou seja, de todos nós) nestes projetos, apostando todas as fichas em financiamentos comunitários (sobretudo na nova ponte) e investimento privado, a par de outras soluções financeiras criativas. As opiniões divergem e há-as para todas as soluções. Nesta revista procurámos espelhá-las e ajudar à sua explicação. Não existem soluções perfeitas, mas, independentemente das questões em aberto, esperamos que os anúncios sejam concretizados em decisões e as obras arranquem sem mais contratempos. Pelos cidadãos e pela revolução na mobilidade. 2. Portugal continua sem uma estratégia de segurança rodoviária. A sinistralidade mantém-se acima da média europeia e não existe um plano para a combater desde 2020. Em bom rigor, as medidas do plano anterior também estavam atrasadas na sua implementação, pelo que não será incorreto dizer que estamos a navegar à vista há quase dez anos. É certo que a Administração Interna tem inúmeros dossiês para resolver e que a segurança é mais um. Mas é o tema em que se continuam a perder centenas de vidas todos os anos. O anterior governo desdobrou-se em apresentações das linhas supostamente mestras da estratégia “Visão Zero 2030”, mas, de tão genéricas, servem para tudo e para nada. O que falta? Escolhas ambiciosas e decisões corajosas. É fundamental investir na educação, desde a infância à idade adulta; urge reciclar métodos e receitas antigas que hoje se manifestam inúteis; é imperioso criar uma comissão parlamentar multidisciplinar que estude, acompanhe e monitorize a segurança rodoviária. Economia, saúde, educação, infraestruturas, justiça são áreas que devem trabalhar em conjunto para alcançarmos uma visão global que, até hoje, não saiu do zero. 3. Em tempo de verão e férias, estamos ainda mais próximos de si. Na assistência em viagem, nos benefícios aos sócios e na literacia digital. Três prioridades que se diferenciam desde logo: no ACP, a assistência em viagem é à pessoa e não ao veículo; no ACP, os descontos fazem mesmo a diferença; no ACP não deixamos ninguém para trás. Desejo a todos umas férias retemperadoras com viagens prudentes e seguras. Sem pressa de chegar nem ultrapassagens loucas. • Passagens para outras margens CARLOS BARBOSA PRESIDENTE DO AUTOMÓVEL CLUB DE PORTUGAL Editorial A sinistralidade rodoviária mantém-se acima da média europeia e não existe um plano para a combater desde 2020. Em bom rigor, as medidas do plano anterior também estavam atrasadas na sua implementação, pelo que não será incorreto dizer que estamos a navegar à vista há quase dez anos

RkJQdWJsaXNoZXIy ODAwNzE=