Revista ACP junho

Nº 798 l JUNHO 2024 l PVP 2,50€ l PeriodicidadeTrimestral l Diretora Rosário Abreu Lima Europa "A economia europeia tem dado mostras de vitalidade" – Pedro Lourtie em entrevista ACP Elétrico do Ano Experimente e vote nos modelos Premium Novo aeroporto, 3ª ponte sobre o Tejo e TGV anunciados. Falta o resto Observatório ACP Jovens defendem capacete e seguro obrigatórios Será desta?

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AUTOMÓVEL CLUB DE PORTUGAL JUNHO 2024 | 3 1. É o maior conjunto de grandes obras públicas do século em Portugal. De uma assentada, aeroporto, terceira ponte sobre o Tejo e TGV, foram anunciados pelo governo. Será desta? A questão é quase inevitável: o novo aeroporto em Alcochete está projetado há 50 anos, a terceira travessia sobre o Tejo é falada há mais de 30 (com local escolhido há 16), e o TGV leva para cima de 25 anos nas agendas das grandes obras públicas... Este afã reformista vai mesmo concretizar-se no terreno? Não há calendário nem valor de investimento fechado, mas as novas obras têm 2034 como data de referência... Quem vai pagar os mais de 10 mil milhões de euros previstos para estas obras? Aqui está a grande Será desta? A questão é quase inevitável: o novo aeroporto em Alcochete está projetado há 50 anos, a terceira travessia sobre o Tejo é falada há mais de 30 (com local escolhido há 16), e o TGV leva para cima de 25 anos nas agendas das grandes obras públicas incógnita. O governo já fez saber que não quer dinheiro do Orçamento do Estado (ou seja, de todos nós) nestes projetos, apostando todas as fichas em financiamentos comunitários (sobretudo na nova ponte) e investimento privado, a par de outras soluções financeiras criativas. As opiniões divergem e há-as para todas as soluções. Nesta revista procurámos espelhá-las e ajudar à sua explicação. Não existem soluções perfeitas, mas, independentemente das questões em aberto, esperamos que os anúncios sejam concretizados em decisões e as obras arranquem sem mais contratempos. Pelos cidadãos e pela revolução na mobilidade. 2. Portugal continua sem uma estratégia de segurança rodoviária. A sinistralidade mantém-se acima da média europeia e não existe um plano para a combater desde 2020. Em bom rigor, as medidas do plano anterior também estavam atrasadas na sua implementação, pelo que não será incorreto dizer que estamos a navegar à vista há quase dez anos. É certo que a Administração Interna tem inúmeros dossiês para resolver e que a segurança é mais um. Mas é o tema em que se continuam a perder centenas de vidas todos os anos. O anterior governo desdobrou-se em apresentações das linhas supostamente mestras da estratégia “Visão Zero 2030”, mas, de tão genéricas, servem para tudo e para nada. O que falta? Escolhas ambiciosas e decisões corajosas. É fundamental investir na educação, desde a infância à idade adulta; urge reciclar métodos e receitas antigas que hoje se manifestam inúteis; é imperioso criar uma comissão parlamentar multidisciplinar que estude, acompanhe e monitorize a segurança rodoviária. Economia, saúde, educação, infraestruturas, justiça são áreas que devem trabalhar em conjunto para alcançarmos uma visão global que, até hoje, não saiu do zero. 3. Em tempo de verão e férias, estamos ainda mais próximos de si. Na assistência em viagem, nos benefícios aos sócios e na literacia digital. Três prioridades que se diferenciam desde logo: no ACP, a assistência em viagem é à pessoa e não ao veículo; no ACP, os descontos fazem mesmo a diferença; no ACP não deixamos ninguém para trás. Desejo a todos umas férias retemperadoras com viagens prudentes e seguras. Sem pressa de chegar nem ultrapassagens loucas. • Passagens para outras margens CARLOS BARBOSA PRESIDENTE DO AUTOMÓVEL CLUB DE PORTUGAL Editorial A sinistralidade rodoviária mantém-se acima da média europeia e não existe um plano para a combater desde 2020. Em bom rigor, as medidas do plano anterior também estavam atrasadas na sua implementação, pelo que não será incorreto dizer que estamos a navegar à vista há quase dez anos

4 | AUTOMÓVEL CLUB DE PORTUGAL JUNHO 2024 PROPRIEDADE E EDIÇÃO Automóvel Club de Portugal, pessoa coletiva de utilidade pública nº 500700800 e matriculada na Conservatória do Registo Comercial sob o mesmo número, com sede na Rua Rosa Araújo, 24-26, 1250-195 Lisboa SEDE DA REDAÇÃO Rua Rosa Araújo 24-26, 1250-195 Lisboa 213 180 100 [email protected] DIRETORA Rosário Abreu Lima REDAÇÃO Francisco Gonçalves João Delfim Tomé Mário Vasconcellos Ricardo Paz Barroso EDIÇÃO GRÁFICA Inês Bento FOTOGRAFIA Interslide Arquivo ACP iStock DIRETOR COMERCIAL Tomaz Alpoim PUBLICIDADE Francisco Cortez Pinto Elizabette Caboz DIRETOR GERAL COMERCIAL Luís Figueiredo IMPRESSÃO Lidergraf | Sustainable Printing, com sede na Rua do Galhano, nº15, 4480-089 Vila do Conde TIRAGEM MÉDIA 181.000 exemplares PERIODICIDADE Trimestral O ACP é alheio ao conteúdo de publicidade externa. A sua exatidão e/ou veracidade é da responsabilidade exclusiva dos anunciantes e empresas publicitárias. ISSN 0870-273X Depósito Legal nº 2675/83 Nº de Registo ERC 100226 Estatuto editorial em acp.pt Nº 798 JUN 2024 AGENDA 2 JUL ACP GOLFE ACP Ultra Sunset 23 SET ACP MOTORSPORT Rally de Portugal Histórico 17 OUT ACP MOTORSPORT Baja Portalegre 500 14 SET ACP CLÁSSICOS Rally ACP Clássicos 15 A 30 JUN CONCURSO ACP Elétrico do Ano 2024 19 SET ACP AUTOCARAVANISMO 3º Encontro Receba todas as semanas a newsletter da Revista ACP Basta fazer a sua subscrição em acp.pt ou seguir o link no QR Code. 34 30 46 53 06 Novos Modelos WRC Vodafone Rally de Portugal Viagens O 1º carro de João Sousa ACP Glovo As novidades do mercado automóvel Encomende e receba em casa com preços especiais Prova do ACP bateu recordes Ásia e os seus encantos Ex-tenista recorda as viagens no seu Volkswagen Golf GTI SUMÁRIO A prova volta a animar estradas de Mafra e Torres Vedras 4ª prova disputa-se na Quinta da Marinha Votação para a categoria Premium a segunda das 4 a concurso Quatro dias de puro autocaravanismo entre Rio Maior e Borba Teste de resistência e mais de 2 mil km às velhas glórias dos ralis Máquinas e pilotos competem nos duros trilhos do Alto Alentejo

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6 | AUTOMÓVEL CLUB DE PORTUGAL JUNHO 2024 Qual foi o seu primeiro carro? Um Volkswagen Golf GTI de 2007. Foi o que quis ter? Era o que estava disponível. Pertencia ao meu ex-treinador Francisco Roig, que na altura se disponibilizou a vender-me o carro e ainda hoje o mantenho. Qual é a história mais curiosa que tem com ele? Foi uma viagem fantástica que fiz de Barcelona até ao Mónaco, mas curiosamente não era eu que ia ao volante e sim o Francisco Roig. Qual foi a maior alegria que ele lhe deu? Sobretudo, o facto de até agora nunca me ter deixado na estrada, o que é sempre um bom sinal. E a maior tristeza? Uma ou outra multa por excesso de velocidade, porque o carro não é propriamente lento. E às vezes acontecem este tipo de coisas. Além desse carro que tipo de outros automóveis mais aprecia? Gosto muito de carros desportivos e tenho um Porsche 911, que adoro. Prefere uma condução mais urbana ou mais desportiva? Aprecio uma condução mais desportiva, sem dúvida. Tanto que este ano sentiu a adrenalina de um carro de ralis… Ter participado num co-drive do Vodafone Rally de Portugal foi uma experiência única em termos de adrenalina neste caso ao lado do piloto Grégoire Munster. Costuma ter muitos azares na estrada? Quando viajo há sempre uma pedra que salta da estrada e me parte o vidro da frente, infelizmente isso acontece muitas vezes. “O ACP é uma grande família que tem a paixão pelos carros” Entrevista A viagem que fez desde Barcelona até ao Mónaco é das melhores recordações que João Sousa tem do seu primeiro carro Volkswagen Golf GTI desenhado por João Sousa O ex-tenista aprecia carros desportivos e para condizer gosta de uma condução com mais adrenalina Para si, o ACP é sinónimo de… É o clube de uma grande família, de todos aqueles que têm a paixão pelos carros. •

8 | AUTOMÓVEL CLUB DE PORTUGAL JUNHO 2024 Com o TGV a ligar Valença a Elvas, com paragens no Porto e em Lisboa e com a localização do aeroporto definida, a terceira travessia sobre o Tejo assume um caráter fundamental para a mobilidade. Mas ainda há muitas questões em aberto Se os planos anunciados pelo Governo se concretizarem, Portugal prepara-se para uma grande revolução na mobilidade. E com isso termina, espera-se, a longa indecisão sobre a localização do novo Aeroporto de Lisboa, da Linha de Alta Velocidade e da 3ª ponte sobre o Tejo. Foi em 1995 que pela primeira vez o Estado consagrou espaço físico para a terceira travessia sobre o Tejo, através de um decreto que defina os seus corredores de implementação. A ideia foi avançando e com ela cresceram os nomes Revolução anunciada para a mobilidade nacional de Chelas (na margem norte) e Barreiro (na margem sul), pontos de ligação escolhidos para o projeto, que prevaleceram sobre a hipótese BeatoMontijo. A ponte foi aprovada e esteve prestes a avançar em 2009, mas a crise económica e a posterior intervenção do FMI congelaram o projeto. Mas o trabalho feito mantém a sua utilidade, embora vá ser revisto e atualizado. A grande dúvida e discussão dos próximos meses é saber se a nova ponte deve ficar apenas ferroviária (que é a sua principal função, pois sem isso não há fundos europeus) ou se deve também contemplar espaço para os automóveis. A ideia aprovada em 2008 albergava as duas modalidades, mas agora há vários argumentos a ponderar, como o preço, com a opção rodoferroviária a custar 2,2 mil milhões de euros, contra os 1,7 mil milhões de euros na opção exclusivamente ferroviária. Tema de Capa A grande dúvida e discussão dos próximos meses é saber se a nova ponte deve ficar apenas ferroviária ou se deve também contemplar espaço para os automóveis

AUTOMÓVEL CLUB DE PORTUGAL JUNHO 2024 | 9 Também o impacto no congestionamento de Lisboa e o impacto ambiental vão ser levados em conta. Os mais otimistas consideram que as obras da nova ponte só poderão arrancar em 2030. Em termos ferroviários, a ponte vai ser multifuncional, já que há a possibilidade de contemplar quatro linhas, permitindo também comboios suburbanos, regionais – e outros, como em direção a Espanha e ainda os de mercadorias. Além de dar acesso ao novo aeroporto em Alcochete, a nova ponte pode integrar as linhas ferroviárias de Cintura que engloba as radiais com terminações na capital como Cascais, Sintra/Oeste e Sul – e igualmente a linha do Alentejo. O Governo afirma que a Terceira Travessia irá permitir o “aumento da competitividade dos serviços ferroviários entre Lisboa e a região sul, Alentejo e Algarve, com redução de cerca de 30 minutos face aos percursos atuais”. Irá ainda reduzir o “tempo de percurso entre Lisboa e Barreiro para 10 minutos e de Lisboa para Setúbal para 30”. Um último dossiê relativo à terceira ponte é o da concessão. Com o atual contrato de exploração das pontes 25 de Abril e Vasco da Gama pela Lusoponte a terminar 24 de março de 2030, estão criadas condições para rever inteiramente a questão do financiamento da construção e manutenção da Terceira Travessia sobre o Tejo. Há a forte possibilidade de atribuir a gestão das três pontes a uma só entidade, que até pode ser a IP, mas neste momento não se pode descartar nenhuma hipótese: uma concessão por ponte ou o modelo 2+1 (uma concessão para a 25 de Abril e Vasco da Gama + uma concessão para a nova ponte). É este o trabalho que está a ser desenvolvido pela IP e o Instituto da Mobilidade e dos Transportes (IMT). Mas há muitas pontas soltas. Como é que projetos como o TGV, Terceira Travessia e Aeroporto se entrelaçam? Há uma linha de alta velocidade que, quando concluída, vai ligar Vigo ao Porto e depois a Lisboa e depois a Madrid, passando por Évora. Este TGV vai precisar de uma ponte no Tejo, que vai ser a Terceira Travessia. Na margem sul do Tejo, em Alcochete, vai ficar o novo aeroporto, com ligação à rede de Alta Velocidade ferroviária através de um ramal. Se no capítulo da mobilidade o projeto é revolucionário, no capítulo das finanças o projeto é ambicioso: com o novo aeroporto a custar 6 mil milhões de euros; com o TGV entre Lisboa e Valença a custar pelo menos 7 mil milhões de euros; com a ligação do TGV entre Poceirão e Elvas a custar 1,8 mil milhões de euros e com a Terceira Travessia do Tejo, na sua versão mais cara, a custar 2,2 mil milhões de euros… é fazer as contas. Mas o Executivo de Luís Montenegro sustenta que a maior parte destes custos vão ser pagos com fundos europeus ou pelos concessionários. TGV em andamento As boas notícias é que a linha entre Porto e Lisboa para dar passagem ao TGV já está em andamento, tendo já sido lançado o concurso para a construção da 1ª fase, entre Porto e Soure, assim como já está em marcha a ligação entre Évora e Elvas. 2034 ano previsto de inauguração do aeroporto 8,8 Mil M€ é o custo previsto para o TGV entre Valença e Elvas 2,2 mil M€ é o custo da 3ª Travessia do Tejo na sua versão mais cara 6,1 mil M€ é o custo previsto para o novo aeroporto com duas pistas

10 | AUTOMÓVEL CLUB DE PORTUGAL JUNHO 2024 FERNANDO NUNES DA SILVA Professor universitário e presidente da ADFERSIT OPINIÃO Tema de Capa É preciso recuar até à década de 1990 para entender o racional de uma terceira travessia do Tejo (TTT) entre Chelas e Barreiro. Com efeito, no decurso do XIII Governo Constitucional, o Ministro do Planeamento e Administração do Território, engenheiro João Cravinho, propôs a localização do novo aeroporto de Lisboa (NAL) na área da Base Aérea da Ota. Devido a esta opção, seguindo as boas regras de planeamento, a linha de alta velocidade ferroviária (AVF) Lisboa/Porto passaria pelo NAL e seguiria em direcção a Madrid através da TTT a construir no alinhamento Chelas/Barreiro. A decisão do Governo de localizar o NAL no Campo de Tiro de Alcochete impõe que se repense a TTT e a sua articulação com as linhas de AVF O racional do novo sistema de transportes ficaria assegurado pelas ligações ferroviárias directas do eixo Atlântico ao NAL e a Madrid, alargando a área de influência do NAL ao corredor litoral 1 e possibilitando articular a operação dos seus dois aeroportos, além de captar uma parte significativa do tráfego aéreo entre Lisboa, o Porto e Madrid, dando cumprimento às orientações da Comissão Europeia para substituir os voos até 600 km por transporte ferroviário. É neste quadro que se justificava uma TTT no alinhamento Chelas/Barreiro, com proposta de uma estação central na Gare do Oriente. A decisão do Governo de localizar o NAL no Campo de Tiro de Alcochete impõe que se repense a TTT e a sua articulação com as linhas de AVF, tal como a ADFERSIT defendeu e expôs por carta do passado mês de maio ao actual Ministro das Infraestruturas. De facto, não é aceitável, além de ser um erro estratégico, mudar a localização do NAL e manter os traçados dos outros elementos do sistema de transportes que o deve servir, isto é, as linhas de AVF, o alinhamento da TTT e o serviço ferroviário suburbano da Área Metropolitana de Lisboa. Escamotear esta questão e fingir que se encontra uma “solução” para manter os anteriores traçados, não só resultará num forte prejuízo para a interoperabilidade do sistema, como introduzirá um acréscimo de custos e de tempo nas ligações de AVF entre o Porto e Lisboa2, diminuindo a sua competitividade com os modos de transporte concorrentes. Por outro lado, compreende-se mal que, nas actuais condições financeiras do país, se insista numa TTT com um custo superior a €3 mil milhões, quando é possível um traçado pela margem esquerda do Tejo, com uma travessia no Carregado e outra na península do Montijo – mais curtas, mais baratas e sem interferências no porto de Lisboa –, que não só evitaria os problemas da travessia de Vila Franca de Xira e de Alhandra, como permitiria uma ligação mais directa do NAL à estação central de Lisboa, além de possibilitar a integração da rede ferroviária das duas margens do Tejo num único serviço suburbano. Por sua vez, a melhoria da acessibilidade rodoviária ao Barreiro e Seixal não necessita desta TTT para se concretizar. A ligação que tarda concretizar não é esta TTT. A única que permite descongestionar a ponte 25 de Abril e assegurar a ligação entre as duas redes de metropolitano ligeiro existentes/programadas nas duas margens do Tejo, é entre Algés e a Trafaria Basta para tanto construir as projetadas ligações entre o Seixal e o Barreiro no esteiro de Coina, e entre a Moita e a Península do Montijo, para que a acessibilidade destas zonas à ponte Vasco da Gama aumente substancialmente. A ligação que tarda concretizar não é esta TTT. A única que permite descongestionar a ponte 25 de Abril e assegurar a ligação entre as duas redes de metropolitano ligeiro existentes/programadas nas duas margens do Tejo, é entre Algés e a Trafaria. Em síntese. A manutenção da TTT no alinhamento Chelas/Barreiro, para além de maior custo, serve pior o NAL e a AML, e aumenta o tempo da ligação Lisboa/Porto. Existindo soluções alternativas viáveis, não é aceitável fingir que nada mudou e insistir numa solução que perdeu a sua racionalidade com a nova localização do NAL. Por outro lado, há projectos que têm maior justificação e impacte positivo nas acessibilidades da AML e constituem uma mais eficiente aplicação desse recurso financeiro. • Uma ponte fora do tempo e outra que tarda 1 Onde se concentra mais de 70% da população continental do país e 85% do PIB (INE, 2020). 2 Acréscimo de cerca de 50 km (com um custo não inferior a 7 milhões/km) e mais 20 minutos nesta importante ligação ferroviária.

12 | AUTOMÓVEL CLUB DE PORTUGAL JUNHO 2024 Outra boa notícia, ainda por concretizar, é que com a escolha de Alcochete para o novo aeroporto, o Governo quer antecipar tudo o resto: tanto a alta velocidade ferroviária e a necessária terceira ponte sobre o Tejo têm de estar prontas para servir o novo aeroporto e assim aliviar o “velhinho” Aeroporto Humberto Delgado. A ideia é ter o TGV a ligar o Porto e Lisboa a partir de 2030 e concluir a ligação entre Lisboa e Madrid até 2034. A promessa é que nessa altura uma viagem entre Porto e Lisboa vai demorar até 1h15. E a Infraestruturas de Portugal (IP) até já tabelou um preço para as viagens entre Porto e Lisboa: 25 euros. Já a viagem entre as duas capitais ibéricas vai ter uma duração de três horas. Atualmente, há cerca de 40 voos diários entre Lisboa e Madrid, com um total de 1,9 milhões de passageiros, e 20 ligações aéreas entre Lisboa e Porto, com 1,1 milhões de passageiros. Novo aeroporto tem 50 anos Já passaram 55 anos desde que Marcello Caetano, então presidente do Conselho de Ministros, assinou o decreto-lei que constituía o “Gabinete do Novo Aeroporto de Lisboa”. Dois anos depois, em 1971, Marcello anunciava Alcochete como a nova localização. Será desta? O atual Governo diz que sim e até pratica previsões menos otimistas do que as anunciadas pela Comissão Técnica Independente (CTI): “10 anos é um prazo razoável” para construir o Aeroporto Luís de Camões, mas há projeções que admitem até 15 anos de obras. Para trás ficaram opções como Vendas Novas, Portela + Alcochete, Portela + Vendas Novas, Portela + Montijo, Montijo + Portela, Santarém e Portela + Santarém. O novo aeroporto vai ficar no Campo de Tiro de Alcochete, a 45 quilómetros de Lisboa, junto à reta do Infantado, entre Santo Estêvão, no concelho de Alcochete, e a Canha, na zona rural do concelho do Montijo. E vai estar ligado à Alta Velocidade ferroviária através de um ramal. O Aeroporto Humberto Delgado deve encerrar um ano depois de Alcochete começar a operar. Mas até lá vai haver mais investimento na Portela de forma a aumentar os movimentos de 38 para 45 aeronaves por hora. Com quase 34 milhões de passageiros em 2023, Portela bateu o recorde de tráfego. Com o Aeroporto Luís de Camões, o Governo faz projeções de tráfego de passageiros em Lisboa a ultrapassar os 100 milhões de pessoas. O novo aeroporto prevê duas pistas – com 90 a 95 movimentos de aeronaves por hora – com capacidade de expansão até quatro pistas. Segundo os cálculos do Governo, o custo total para duas pistas é de 3.231 milhões de euros (primeira pista) e de 2.874 milhões de euros (segunda pista),no total de 6.105 milhões de euros. • Tema de Capa A promessa é a de que uma viagem entre Porto e Lisboa vai demorar até 1h15 por 25 euros. A ligação Lisboa- -Madrid vai ser feita em três horas

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14 | AUTOMÓVEL CLUB DE PORTUGAL JUNHO 2024 SIM Na concepção de uma ponte com a dimensão da TTT, nenhuma das várias decisões estruturantes a tomar pode ser limitadora, nomeadamente a escolha de um único dos dois modos, rodoviário ou ferroviário, mas sim, quando e em que condições cada um destes deverá entrar em serviço. Neste caso, claramente que o caminho-de-ferro terá prioridade por ser o inicial, por ajustar melhor a oferta face ao previsto tipo de procura, mas isso não se pode traduzir numa liminar e definitiva exclusão do modo rodoviário. E em Portugal há mais de 60 anos tivemos um dos melhores exemplos de Planeamento estratégico quando, na concepção da Ponte 25A então claramente rodoviária, foi decidido deixar tudo preparado para, décadas depois ser facilmente introduzido o corredor ferroviário, o que se veio a concretizar passados mais de 33 anos, em 1999. Assim, o novo modelo de gestão para as 3 travessias do Tejo que entretanto terá de ser negociado com a atual concessionária das duas travessias existentes e com a BRISA, concessionária do designado “Acesso ao novo Aeroporto”, deverá considerar todas as medidas para inclusão do modo rodoviário na TTT, sem qualquer compromisso quanto ao prazo para a respectiva abertura ao tráfego. Simplesmente deixar desde o início, quer a ponte quer os acessos mais imediatos devidamente preparados considerando todos os elementos estruturais e geométricos necessários para facilitar a introdução desse corredor rodoviário quando se verificar a sua necessidade, face a futuras realidades de procura, ambientais e económicas. Este será o ato mais razoável e descomplexado de boa gestão destas novas redes de transportes, porque facilita a integração de modos complementares num importante elemento dessa rede, a TTT, com as melhores soluções de Engenharia, e permite a economia e racionalização dos recursos face às realidades financeiras disponíveis. � NÃO Entram em Lisboa mais 300.000 carros por dia, que congestionam a circulação, prejudicando a economia, e degradam o ambiente e a qualidade de vida na cidade. Por isso, nas circunstâncias actuais, é uma irresponsabilidade agravar este problema com uma componente rodoviária na Terceira Travessia do Tejo (TTT). No entanto também há argumentos relevantes para incluir a componente rodoviária na TTT: aproximaria as zonas do Barreiro, Seixal e Moita da cidade de Lisboa, o que é relevante para o desenvolvimento destas zonas e da cidade de duas margens em volta do Tejo, como preconizado correctamente no Plano de Ordenamento do Território da Área Metropolitana de Lisboa (PROTAML). Esta é uma tendência natural, que no passado não se podia materializar devido ao obstáculo que o Teja constituía. Então como compatibilizar estas duas questões antagónicas? Através do controle do estacionamento na cidade de Lisboa. Se as pessoas não tiverem onde deixar os carros, não os trarão para a cidade e a rodovia na TTT deixaria de ser um ónus para o ambiente e a circulação, e passaria a ser uma vantagem para economia. Para este efeito, é preciso uma política selectiva de estacionamento em Lisboa: a cidade deve servir as necessidades dos residentes e da economia (para a cidade não se desertificar), ou seja, das empresas e do acesso dos cidadãos aos serviços públicos (estacionamento temporário). É preciso assumir que, como grande parte da cidade é antiga, não tem capacidade para receber todos trabalhadores das 9 às 17h que hoje acedem a Lisboa de carro. Uma das razões que dificultam a alteração desta situação, é a falta de qualidade dos transportes públicos. Neste contexto a TTT deve ser construída, para já apenas com componente ferroviária, mas de forma a permitir a instalação futura da componente rodoviária. Antes disso deve investir-se na melhoria dos acessos por transporte público ferroviário da periferia ao centro de Lisboa (o que exige um Plano de médio e longo prazo) e controlar e disciplinar o estacionamento em Lisboa. � Tema de Capa JORGE ZÚNIGA SANTO ENG. CIVIL ESPECIALISTA EM TRANSPORTES E VIAS DE COMUNICAÇÃO OE MÁRIO LOPES PROFESSOR UNIVERSITÁRIO OPINIÃO OPINIÃO A ponte Chelas-Barreiro deve ser também rodoviária?

16 | AUTOMÓVEL CLUB DE PORTUGAL JUNHO 2024 O Representante Permanente de Portugal junto da União Europeia, Pedro Lourtie, analisa em entrevista os principais desafios que a União Europeia vai enfrentar neste novo ciclo político O que esperar dos próximos 5 anos? Serão certamente anos muito importantes para o projeto europeu. A UE vê-se hoje confrontada com grandes desafios em várias frentes. Desde logo, na vertente securitária, com uma guerra na sua fronteira leste, e com vários focos de crise e de instabilidade na sua vizinhança. A situação no Médio Oriente é particularmente preocupante. Do mesmo modo, a UE terá de continuar a fazer o seu caminho rumo à neutralidade carbónica até 2050 e de acelerar a sua transição digital, sem perder de vista o objetivo importante de reindustrialização e de reforço da sua competitividade global e coesão. Esta ambição – que contribuirá para o reforço da autonomia estratégica e do peso da União Europeia no mundo – deverá ser prosseguida em estreita cooperação com os nossos parceiros internacionais e contribuir para a prosperidade, segurança e bem-estar dos cidadãos europeus. A União Europeia sempre foi e será uma defensora da ordem internacional – tema que, nos tempos incertos em que vivemos, assume renovada importância. É preciso estimular um ambiente de cooperação, inovação e investimento que permita à Europa estar mais bem preparada para enfrentar futuros desafios, qualquer que seja a sua natureza. Quais as consequências para Portugal? Portugal é um país da linha da frente da construção europeia, que encara todos os desafios com sentido de responsabilidade e que, na União, Pedro Lourtie tem 53 anos, é licenciado em Economia pelo ISEG e Mestre em Estudos Económicos Europeus pelo Colégio da Europa (Bruges). É o Representante Permanente de Portugal junto da União Europeia desde 2022. “A resposta aos desafios globais exige uma UE com peso no palco mundial” Apesar das diferenças que possam existir no seu seio, a UE tem vindo a conseguir responder de forma eficaz e coesa às sucessivas crises e desafios. Estou convicto de que continuará a fazê-lo durante o novo ciclo político que se vai iniciar. Vivemos tempos de economia pré-guerra? Vivemos tempos exigentes, mas julgo que não devemos ser alarmistas. A economia europeia tem dado mostras de vitalidade, e a inflação está em curso de se estabilizar. É importante criar agora as condições necessárias para o reforço do investimento – elemento central para a competitividade do Mercado Interno europeu, que dominará em grande medida o debate económico na Europa nos próximos anos. Mas é também verdade que a guerra na Ucrânia e a pandemia de COVID-19 serviram de alerta para a necessidade de aumentar o investimento na defesa da Europa, de modo a nos reforçarmos perante ameaças externas à nossa segurança, bem como para a necessidade de cuidar das cadeias globais de abastecimento e reduzir dependências que nos fragilizem em tempos de crise. Temos de o fazer para termos uma Europa mais resiliente, que consiga proteger os seus cidadãos e responda aos justos anseios das nossas famílias e empresas. ENTREVISTA Europa

AUTOMÓVEL CLUB DE PORTUGAL JUNHO 2024 | 17 União Europeia castiga elétricos chineses com fortes tarifas aduaneiras Taxas de importação de elétricos chineses podem chegar aos 38%. Gigante asiático promete reagir Menos de um mês depois de Washington ter anunciado planos para quadruplicar as taxas para os veículos elétricos chineses, para 100%, a Comissão Europeia vai impor direitos adicionais até 38,1% sobre os automóveis elétricos chineses importados a partir de 4 de julho. Este é o resultado da investigação iniciada pela Comissão Europeia a 4 de outubro de 2023, tendo por base as suspeitas de concorrência desleal, por o Estado Chinês subsidiar a produção de elétricos naquele país. Estas novas taxas alfandegárias, que se juntam aos 10% que já eram cobrados, variam entre os 17,4 e 38,1%. As tarifas podem ser aplicadas retroativamente. O inquérito anti-subvenções da UE deverá estar concluído até 2 de novembro. A China afirma que vai adotar medidas para salvaguardar os seus interesses, mas, por seu lado, a indústria automóvel chinesa diz que vai aguentar o impacto. As cotações em bolsa de alguns dos maiores fabricantes de automóveis da Europa, que realizam uma grande parte das suas vendas na China, caíram devido ao receio da retaliação chinesa. Alguns deles, como os principais fabriantes alemães, também vão passar a pagar direitos sobre os seus veículos elétricos fabricados na China e vendidos na Europa. O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Lin Jian, afirmou que a investigação da UE é um "caso típico de protecionismo" e que os direitos aduaneiros prejudicariam a cooperação económica entre a China e a UE e a estabilidade da produção automóvel global e das cadeias de abastecimento. Recorde-se que Beijing domina o comércio de baterias para elétricos. A hipótese de uma guerra comercial de grande escala ensombra o setor automóvel. • procura contribuir ativamente para as soluções e apontar o caminho. Por exemplo, vemos que a aposta nacional nas energias renováveis é atualmente fonte de inspiração para outros países europeus. Estamos também envolvidos nas discussões de uma agenda para o crescimento, do aumento da competitividade e da criação de uma capacidade orçamental europeia reforçada. Com a legitimidade acrescida do longo caminho que o País tem trilhado em matéria económica, financeira e social. E de, entre os Portugueses, continuar a existir grande consenso nas questões europeias. Tudo isso permite sermos um país ouvido e respeitado na Europa. Acredita que vamos ter uma Europa mais coesa, mais unida, mais defensiva? Acredito que podemos ter uma Europa mais coesa e unida. Compreendemos todos que os desafios são globais, tanto os de natureza estratégica, ambiental ou económica, e que não lhes conseguiremos fazer frente se não estivermos unidos e coesos. Mas isso não significa uma Europa mais fechada ou, nesse sentido, defensiva. Pelo contrário, a abertura ao mundo é das virtudes e das forças da Europa. A resposta aos desafios globais exigirá uma União Europeia com peso no palco mundial, com capacidade de diálogo a nível global. Devemos, sim, defender os nossos valores, as nossas democracias, escutando os cidadãos, conciliando os objetivos gerais com as necessidades concretas das pessoas, e defender os nossos interesses. O reforço interno da União Europeia e a capacidade de atuação, diálogo e influência externa não são contraditórios; pelo contrário, são duas faces da mesma moeda.• “O reforço interno da União Europeia e a capacidade de atuação, diálogo e influência externa não são contraditórios”

18 | AUTOMÓVEL CLUB DE PORTUGAL JUNHO 2024 Estudo do Observatório ACP traça um retrato dos hábitos de mobilidade suave dos jovens portugueses A pé, de bicicleta/trotinete, de automóvel ou de transporte público. Não faltam opções de mobilidade aos jovens portugueses, mas quais aquelas a que mais recorrem? Foi esta premissa que esteve na base do estudo sobre mobilidade jovem, do Observatório ACP. No total foram inquiridas 800 pessoas entre os 18 e os 34 anos, residentes em Portugal Continental e nas Ilhas, com ou sem carta de condução. Numa altura em que as soluções de mobilidade suave assumem cada vez mais Jovens querem seguro e capacete obrigatórios para bicicletas e trotinetes Estudo Observatório ACP importância, o estudo revela que cerca de metade (51%) dos inquiridos utiliza bicicleta/ trotinete nas suas deslocações, com especial destaque para as mulheres com idades entre os 20 e os 24 anos. Entre os que utilizam a bicicleta e a trotinete nas suas deslocações, 38% afirmam sentir-se seguros e apenas 12% assumem que não se sentem seguros ao utilizar estes veículos. Por falar em segurança, cerca de 1 em cada 3 inquiridos considera que os utilizadores de bicicletas/trotinetes na maioria das vezes têm comportamentos seguros. Esta opinião é particularmente apresentada por mulheres com idades entre os 20 e os 24 anos e pelos inquiridos que vivem nas cidades. Mulheres entre os 20 e os 24 anos que vivem em cidades com grande oferta de transportes estão entre os jovens que mais usam a bicicleta/ trotinete

AUTOMÓVEL CLUB DE PORTUGAL JUNHO 2024 | 19 O “Alberto” voltou inteligente Em 2019, o ACP lançou uma campanha de sensibilização rodoviária dirigida aos jovens utilizadores de trotinetas e bicicletas. Bastava bater com um martelo em duas melancias, uma com capacete e outra sem, para se ter uma ideia bem próxima do efeito de um embate de uma cabeça contra uma superfície dura. A campanha “Não sejas Alberto. Pensa pela tua cabeça!” pretendia de uma forma lúdica envolver os mais novos e os seus penteados na necessidade absoluta de circularem com capacete. Os “Alberto” desta história argumentavam: “O capacete é feio, estraga o cabelo...” ou, como os heróis da banda desenhada,“andamos devagar, é só daqui ali e não acontece nada”. A estes “Albertos” , juntou-se o governo de então contra o uso obrigatório do capacete nestes veículos, com base num parecer com mais de 50 anos e um país radicalmente diferente. Cinco anos depois, o mais recente estudo do Observatório ACP revela que são os mais novos a defender o uso obrigatório do capacete. O que mudou? Podemos apontar várias razões, mas inclino-me para o efeito ‘boca a boca’. Nos últimos anos, mesmo sem grandes dados oficiais (muitos sinistros não são reportados), todos conhecemos alguém que sofreu pelo menos um susto – de trotineta, bicicleta, moto ou carro. Enquanto condutor ou peão. A juventude é naturalmente imprudente, mas mostra também que pensa pela sua cabeça. E está penteada.• Rosário Abreu Lima Diretora 86% dos inquiridos quer o uso obrigatório do capacete 2 em cada 3 inquiridos defende o seguro obrigatório para a condução de bicicletas e trotinetes Sim para ambos Apenas para bicicletas Apenas para trotinetes Não acha necessário Ns, Nr Apesar dessa opinião, a maioria dos inquiridos (86%) é a favor da obrigatoriedade do uso de capacete. Esta opinião é particularmente prevalente entre os homens na faixa etária dos 25 aos 34 anos com estudos superiores. Outra obrigatoriedade apoiada pelos inquiridos é a do seguro para a utilização de bicicletas/ trotinetes, com cerca de 2 em cada 3 jovens inquiridos (66%) a considerá-lo necessário. Apesar da elevada percentagem de utilizadores de bicicleta/trotinete, apenas 3 em cada 10 inquiridos utiliza serviços de aluguer/partilha deste tipo de veículos. Assim, a maioria dos utilizadores de bicicleta/ trotinete é proprietário do veículo em questão, com 52% dos jovens a revelar possuir pelo menos um destes meios de transporte. Em relação aos restantes meios de transporte, o estudo revela que os jovens portugueses despendem diariamente entre 10 e 60 minutos em deslocações a pé (58%) e deslocações de carro (40%). Quanto aos transportes públicos, o autocarro (47%) e o metro (41%) são os mais utilizados.•

20 | AUTOMÓVEL CLUB DE PORTUGAL JUNHO 2024 Lisboa vai corrigir as falhas graves da rede de ciclovias Autarquia apresentou plano para aumentar a segurança, com a construção de 56 ciclovias de ligação, num investimento de 13 milhões que também contempla mais bicicletas Gira Com vista a fomentar uma mobilidade acessível, sustentável, digital e segura para todos, o ACP propõe uma estratégia a implementar na União Europeia nos próximos 5 anos Perante os desafios globais no âmbito da transição energética, o ACP defende uma mobilidade acessível para todos, tendo em conta que a livre circulação é um dos direitos fundamentais da constituição da União Europeia. Nesse sentido, devem ser adotadas políticas que promovam uma transição sustentável e acessível. O Manifesto do ACP assenta ainda na necessidade de explorar alternativas para descarbonizar a frota atual e diminuir a idade média dos veículos (em Portugal é de 13,6 anos e na UE é de 12,3 anos). Garantir o bom funcionamento do mercado automóvel, fornecendo opções de veículos mais pequenos e mais acessíveis e estabelecer garantias para um mercado de veículos usados próspero, como o passaporte do estado da bateria dos elétricos. Existem desafios muito diferentes em Manifesto ACP para a mobilidade Mobilidade toda a UE e não existe uma solução única para alcançar as metas coletivas de uma mobilidade sustentável. E o uso de melhor tecnologia pode tornar os transportes sustentáveis atrativos. A adoção de políticas que assegurem a acessibilidade durante a descarbonização é uma necessidade, permitindo oferecer alternativas para convencer os consumidores e compensar os cidadãos mais afetados. No que à mobilidade digital diz respeito, o Manifesto do ACP alerta para a importância da criação de uma frota totalmente conectada (aumento da conveniência e melhores serviços), mas também faz notar que a falta de legislação específica para o setor não garante a concorrência e faz com que o pós-venda e os consumidores incorram em custos adicionais de 95 mil milhões de euros até 2050. Já a implementação de uma mobilidade mais segura para todos deve ter em conta uma melhor aplicação da lei, a formação de condutores e a realização de campanhas de segurança rodoviária.• Pode consultar o manifesto na íntegra em acp.pt A auditoria à rede ciclável de Lisboa detetou falhas graves, nomeadamente 30 cruzamentos com problemas, muitas descontinuidades nas ciclovias e falhas na ligação a 121 escolas e cinco universidades já foi divulgada pela autarquia e os problemas são muitos. Para o presidente do ACP, Carlos Barbosa, “o estudo está bem feito e retrata bem o atual estado das ciclovias e aquilo que deve ser feito em Lisboa para aumentar a segurança de todos, como acabar com a ciclovia da Almirante Reis, que não faz sentido”. Segundo um inquérito integrado no estudo, dois terços dos inquiridos sentem-se inseguros ou muito inseguros nalgumas das ligações e criuzamentos. •

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22 | AUTOMÓVEL CLUB DE PORTUGAL JUNHO 2024 Assistência em Viagem para os mais novos Com as férias à vista adivinham-se mais saídas com os amigos, mas isso não tem de significar horas de preocupação para os pais. Porque o ACP está lá, pronto a ajudar os seus filhos, mesmo que viajem num carro que não é seu É natural que os jovens queiram divertir-se nas férias, o que pode preocupar os pais com o consumo de álcool e condução à noite. “Quem vai a guiar? Conduz bem? Em que carro ou moto? São perguntas que se impõem para um maior descanso. O clube também está pronto a ajudar, porque muitos pais e avós, desconhecem que os seus filhos e netos mesmo que viajem num veículo particular que não seja o seu podem sempre chamar a Assistência em Viagem ACP. Basta que sejam sócios para beneficiarem dessa segurança a qualquer hora do dia, em qualquer ponto do País. A Assistência em Viagem ACP é ao sócio, independentemente do veículo em que siga. E ser sócio para os mais novos custa menos, 50% menos ou 75% menos conforme a idade; basta que um ascendente seja sócio com assistência em viagem para que a proteção se estenda aos descendentes aos preços especiais do sócio família. Se o seu filho for de maior de idade, ainda não sócio, e quiser beneficiar desta proteção a estes preços, é fácil: basta que ligue 215 915 915 ou vá a uma delegação ACP e que associe a sua adesão à ficha do sócio progenitor. Com o sócio família, as duas assistências em viagem anuais são partilhadas por todos os membros do agregado familiar, seja qual for o veículo particular – carro ou moto – onde um sócio se encontre. FAMÍLIA 1º SÓCIO 9,30€ 111,60€ 4,65€ 55,80€ 2,35€ 27,90€ 4,65€ 55,80€ SÓCIO CÔNJUGUE FILHOS 18 25 ANOS FILHOS 26 30 ANOS OPÇÃO MENSAL OPÇÃO ANUAL PREÇOS SÓCIO FAMÍLIA:

458€/mês (+IVA) Tudo incluído Até 31/07/2024 Sem entrada inicial Disponível para entrega imediata Campanha Hyundai Renting exclusiva para empresas com oferta válida para o modelo Hyundai IONIQ 5 Premium MY24. Consumo energético (kWh/100km): 17. Emissões de COŽ em ciclo combinado (g/km): 0. Condições sujeitas a aprovação financeira por parte da KINTO Portugal, S.A.. Válido para Contrato de Aluguer Operacional para a Viatura, pelo prazo de 60 meses e 50.000 km. Esta simulação inclui manutenção, seguro danos próprios com franquia de 4%, uma troca de pneus, assistência 24h e gestão de sinistros e impostos. Acresce IVA à taxa legal de 23%. O PVP das viaturas e as rendas associadas estão sujeitas a alteração sem aviso prévio. Imagem não contratual. Campanha válida para Portugal Continente até 31 de julho e limitada ao stock existente. Power your world.* IONIQ 5. › 60 meses / 50.000 km › Uma troca de pneus › Viatura de substituição ilimitada › Seguro de danos próprios › Manutenção (na rede de oficinas da Marca) › Assistência 24h/7 100% elétrico. Autonomia até 710 km.** * O poder de mudar o mundo. ** Condução em cidade. hyundai.pt Hyundai Portugal

24 | AUTOMÓVEL CLUB DE PORTUGAL JUNHO 2024 ACP Elétrico do Ano smart #1 Inscreva-se aqui Vote e ganhe um 2024 Concurso regressa em 2024 com novidades e um novo automóvel para oferecer Patrocinador principal: Patrocinadores:

AUTOMÓVEL CLUB DE PORTUGAL JUNHO 2024 | 25 Os modelos a concurso em cada categoria podem ser experimentados na sede do ACP, mediante disponibilidade A grande novidade este ano passa pelos test-drive aos candidatos de cada categoria na abertura das votações. Depois da categoria dos Familiares, vai a votos a categoria Premium. No dia 16 de julho vai poder testar cada um dos seis modelos mais exclusivos deste concurso. Deve inscrever-se através da Linha de Apoio ao Sócio (215 915 915) a partir do dia 8 de julho (inscrição sujeita a disponibilidade). As votações decorrem entre 15 e 30 de julho. Antes de votar faça um test-drive 2024 Este ano quem participar no concurso ACP Elétrico do Ano 2024 habilita-se a ganhar um smart #1. Com um visual moderno e versátil, este é o primeiro SUV da smart e o modelo mais familiar da história da marca que se tornou célebre pelos seus veículos citadinos.Com 272 cv e 343 Nm de potência, o smart #1 Pro conta com uma bateria de 49 kWh que lhe oferece até 310 km de autonomia. Quanto ao carregamento, bastam 30 minutos num carregador rápido (DC) de 130 kW para carregar de 10 a 80%.• Leve um smart #1 para casa Como concorrer Sorteios Prémios Para participar basta registar-se no site eletricodoano.acp.pt Para votar, registe o seu voto no site do concurso com as credenciais definidas no registo e escolha a viatura a concurso (apenas é aceite um voto por utilizador e não permite alteração posterior). O participante vencedor de cada categoria é sorteado entre os que votaram no modelo mais votado, o automóvel vencedor da categoria. O vencedor do grande prémio é sorteado entre os concorrentes que acertaram no carro mais votado, o ACP Elétrico do Ano. O participante vencedor de cada categoria recebe 4 carregamentos de 250€ na app ACP Electric. O Grande Vencedor vai receber um automóvel elétrico smart #1 e a oferta de uma anuidade de sócio do ACP. Familiares Premium Citadinos / Utilitários SUV / Crossover 15 A 30 DE ABR. DE 2024 15 A 30 DE JUL. DE 2024 15 A 30 DE OUT. DE 2024 15 A 30 DE DEZ. DE 2024 Pode acompanhar online o decorrer do sorteio no siteeletricodoano.acp.pt Consulte o regulamento em eletricodoano.acp.pt DATAS DE VOTAÇÃO CATEGORIAS BYD Seal vence a categoria Familiares A concurso para o melhor familiar elétrico estavam mais cinco modelos, entre eles o Hyundai IONIQ 5, o Peugeot E-308 SW, o Škoda Enyaq, o smart #3 e o Volkswagen ID.7. A votação decorreu entre 15 e 30 de abril.

26 | AUTOMÓVEL CLUB DE PORTUGAL JUNHO 2024 Preço • p rtir de 81.363€ Potênci • 340 cv Autonomi • 488 km B teri • 95 kWh Pot. C rreg mento (AC/DC) • 22 kW / 150 kW Tempo C rreg mento (AC/DC) • AC 22 kW) 4,8h té 100% (DC 150 kW) 31min de 10% té 80% É o maior SUV elétrico da Audi e posiciona-se no topo da oferta elétrica da marca. Dispõe de dois formatos de carroçaria, um mais familiar, outro mais desportivo. Audi Q8 e-tron CATEGORIA Premium Saiba mais sobre este modelo BMW i5 Preço • p rtir de 77.000€ Potência • 340 cv Autonomia • 571 km Bateria • 83,9 kWh Pot. Carregamento (AC/DC) • 11 kW / 205 kW Tempo Carregamento (AC/DC) • (AC 11 kW) 8,5h até 100% (DC 205 kW) 30 min de 10% até 80% Versão elétrica inédita do icónico Série 5 e herda deste qualidades como a qualidade geral ou o comportamento dinâmico. Visualmente aposta na sobriedade. Saiba mais sobre este modelo 2024 • Equip do com o conhecido sistem de tr ç o integr qu ttro • Com ndos d c im tiz ç o surgem num ecr t ti independente Saiba mais sobre este modelo Lexus RZ Preço • a partir de 74.500 € Potência • de 313 cv Autonomia • 440 km Bateria • 71,4 kWh Pot. Carregamento (AC/DC) • 11 kW / 150 kW Tempo Carregamento (AC/DC) • (AC 11 kW) 7h até 100% (DC 150 kW) 30 min de 0% até 80% Primeiro modelo da marca desenvolvido para ser exclusivamente elétrico estreou também a nova linguagem visual da marca japonesa • G r nti d b teri té 10 nos ou 1 mi h o de qui ómetros • Primeiro mode o com novo design • Grelha dianteira iluminada • Sistema de som da Bowers & Wilkins

AUTOMÓVEL CLUB DE PORTUGAL JUNHO 2024 | 27 Esta categoria encontra-se a votação entre 15 e 30 de julho.Inscreva-se e vote no seu favorito! Com a mesma plataforma do EQS e um estilo elegante e aerodinâmico inspirado no topo de gama, o EQE alia tecnologia e eficiência. Mercedes-Benz EQE Preço • a partir de 69.750€ Potência • 245 cv Autonomia • 648 km Bateria • 89 kWh Pot. Carregamento (AC/DC) • 11 kW / 170 kW Tempo Carregamento (AC/DC) • (AC 11 kW) 8h até 100% (DC 170 kW) 31 min de 10% até 80% Tesla Model S Preço •  prtir de 94.990€ Potência • 670 cv Autonomia • 634 km Bateria • 100 kWh Pot. Carregamento (AC/DC) • 11 kW / 250 kW Tempo Carregamento (AC/DC) • (AC 11 kW) 10h15 até 100% (DC 250 kW) 30 min de 10% até 80% Um dos pioneiros entre os modelos premium elétricos continua a impressionar pelas performances e espaço a bordo. Saiba mais sobre este modelo Saiba mais sobre este modelo 2024 • Luzes traseiras em LED com design de hélice 3D • MBUX Hyperscreen com três ecrãs da largura do tabliê • Volante Yoke como opcional • Ecrã central com 17’’ Uma autêntica revolução na Lotus. É o primeiro SUV da marca, mas também o seu primeiro modelo pensado para uma utilização familiar. Saiba mais sobre este modelo Lotus Eletre Preço •  prtir de 105.000€ Potência • 612 cv Autonomia • 600 km Bateria • 112 kWh Pot. Carregamento (AC/DC): • 22 kW / 350 kW Tempo Carregamento (AC/DC): • (AC 22 kW) 5,8h até 100% (DC 350 kW) 20 min de 10% até 80% • Com cinco lugares ou quatro bancos individuais • Bagageira dianteira com 46 litros de capacidade

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