AUTOMÓVEL CLUB DE PORTUGAL NOVEMBRO 2023 | 5 acrescento também o respeito pela herança, pelo direito à propriedade e pelo conforto. Cada um de nós tem direito a escolher como se desloca sem prejuízo do seu conforto. E aqui chegados, não podemos calar a revolta que cada contribuinte sente perante o esbulho fiscal vigente. Os condutores são escandalosamente esmagados por impostos e taxas, com consequências pesadas na economia nacional. Milhares de portugueses não tem outra forma de se deslocarem para o trabalho, que não seja em carros velhos. O parque automóvel nacional está muito envelhecido, não existem apoios para o incentivo ao abate nem tão pouco opções válidas para outras formas de deslocação. Com eleições legislativas na mira, o Governo deixou cair a ultrajante proposta do aumento do IUC para quem não tem hipótese de trocar de carro nem alternativa para se deslocar. Mas não vai abdicar da receita que os automobilistas lhe rendem, venha ela donde vier. * Por respeito a todos os sócios que não puderam estar na cerimónia que assinalou os 120 anos do clube, escolhi a intervenção que proferi no evento para este espaço. O último parágrafo foi alterado, devido à demissão do primeiro-ministro e à convocação de eleições. são organizadas pelo ACP e a sua excelência coloca-nos num patamar de exigência olímpica. Pena é que quem governa não reconheça a importância da promoção do desporto como catalisador do combate à sazonalidade no turismo e, como os autarcas bem sabem, o apoio ao interior do País que tanto precisa destes eventos. Não será por acaso que o ACP tem todo um legado na promoção da educação e da segurança rodoviária. As primeiras campanhas de sensibilização saíram do ACP, as primeiras escolas de condução são do ACP, o primeiro Código da Estrada tem o crivo do ACP. Um passado que muito nos honra, mas que nos traz uma enorme responsabilidade que nos faz continuar a trabalhar diariamente por mais educação rodoviária. Acreditamos que é na infância que se adquirem comportamentos e se enraízam por toda a vida. Com esta premissa, criamos o ACP Kids, um programa de educação rodoviária para crianças entre os 4 e os 9 anos, presente em todo o País. Sabemos que é uma gota no oceano, já que se trata de um programa extracurricular – pese embora a Comissão Europeia lhe tenha atribuído o grau de excelência em segurança rodoviária e o Ministério da Educação, através das suas direções, infelizmente apenas o recomende, não o tornando obrigatório. O mesmo acontece na maioria das escolas de condução. São meros prestadores de serviços, e apesar do nome nada tem a ver com a escola como a entendemos. Resultado: as CARLOS BARBOSA PRESIDENTE DO AUTOMÓVEL CLUB DE PORTUGAL pessoas vão lá para tirar a carta e o que menos interessa é aprender a conduzir. Nas escolas do ACP, o ensino é a nossa marca – claro que tem um custo, mas que assumimos com total sentido de responsabilidade. Ter um volante nas mãos é uma arma. Em Portugal a segurança rodoviária não é uma prioridade e, por isso, continuamos na cauda da Europa em número de mortos e feridos em acidentes rodoviários. O mesmo se passa na mobilidade. A mobilidade entrou no léxico popular, mas definitivamente ainda não entrou na nossa vida. Mobilidade significa capacidade de se mudar, de ir a outro lugar com rapidez. E aqui começam os problemas. As cidades foram desenhadas para circuitos simples e unimodais – as pessoas faziam casa-trabalho-trabalho-casa. O desenvolvimento económico e social trouxe mais pessoas, mais carros, novas rotinas e com elas múltiplas deslocações e novos modos de transporte, que o ACP tem vindo a monotorizar desde 2018. A visão do Automóvel Club de Portugal é clara: A mobilidade que defendemos começa à porta de casa, começa pela sua liberdade de escolha do meio de locomoção e pelo respeito pelos outros. A par destes princípios, Os condutores são escandalosamente esmagados por impostos e taxas, com consequências pesadas na economia nacional
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