Revista ACP setembro

Nº 795 l SETEMBRO 2023 l PVP 2,50€ l Periodicidade Trimestral l Diretora Rosário Abreu Lima ELÉTRICOS Mito ou realidade? Elétrico do Ano ACP O seu voto pode valer um automóvel ACP Podcast Novo canal áudio do clube ACP-Goldenergy Sócios ACP têm a tarifa mais barata do mercado

2 ANDARES O NOSSO CATÁLOGO É GRATUITO! Consulte o nosso catálogo, com atualizações frequentes, no conforto da sua casa e sempre que quiser. AVALIAÇÕES GRATUITAS A nossa visita de avaliação é essencial, gratuita e sem compromisso. Seja a norte ou a sul de Portugal, Açores ou Madeira. Ao seu lado sempre! Chamada grátis 800 181 436 Ligue hoje e fale connosco PLATAFORMA ELEVATÓRIA ELEVADOR DOMÉSTICO ELEVADOR DE ESCADAS DESIGN DISCRETO Para casas particulares até 2 andares Discreto e silencioso Design elegante e contemporâneo Disponível em 3 tamanhos - Pequeno, Médio e Grande Não necessita de obras Sem contratos de manutenção obrigatória Anúncio publicado por LEVITA, Lda Lisboa: Estrada Consiglieri Pedroso, nº 71, Edifício D, 1º Frente, Queluz de Baixo, 2 730-055 Barcarena Guimarães: E.N. 105, Nº 3019 Nespereira GMR. 4835-517 Guimarães www.levita.pt / [email protected] TAL COMO VISTO NA TELEVISÃO 800 181 438 Anúncio publicado por LEVITA, Lda Lisboa: Estrada Consiglieri Pedroso, nº 71, Edifício D, 1º Frente, Queluz de Baixo, 2 730-055 Barcarena Guimarães: E.N. 105, Nº 3019 Nespereira GMR. 4835-517 Guimarães www.levita.pt / [email protected] 200€ DESCONTO EXCLUSIVO SÓCIOS ACP Acumulável com outras ofertas em vigor!

AUTOMÓVEL CLUB DE PORTUGAL SETEMBRO 2023 | 3 PROPRIEDADE E EDIÇÃO Automóvel Club de Portugal, pessoa coletiva de utilidade pública nº 500700800 e matriculada na Conservatória do Registo Comercial sob o mesmo número, com sede na Rua Rosa Araújo, 24-26, 1250-195 Lisboa SEDE DA REDAÇÃO Rua Rosa Araújo 24-26, 1250-195 Lisboa 213 180 100 [email protected] DIRETORA Rosário Abreu Lima REDAÇÃO Francisco Gonçalves João Delfim Tomé Mário Vasconcellos Ricardo Paz Barroso EDIÇÃO GRÁFICA Inês Bento FOTOGRAFIA Interslide Arquivo ACP iStock DIRETOR COMERCIAL Tomaz Alpoim PUBLICIDADE Francisco Cortez Pinto Elizabette Caboz DIRETOR GERAL COMERCIAL Luís Figueiredo IMPRESSÃO Lidergraf | Sustainable Printing, com sede na Rua do Galhano, nº15, 4480-089 Vila do Conde TIRAGEM MÉDIA 181.000 exemplares PERIODICIDADE Trimestral O ACP é alheio ao conteúdo de publicidade externa. A sua exatidão e/ou veracidade é da responsabilidade exclusiva dos anunciantes e empresas publicitárias. ISSN 0870-273X Depósito Legal nº 2675/83 Nº de Registo ERC 100226 Estatuto editorial em acp.pt Nº 795 SET 2023 AGENDA 2 OUT ACP MOTORSPORT Rally de Portugal Histórico 17 NOV ACP MOTORSPORT Monte Gordo Sand Experience 25 NOV ACP Passeios ACP 14 OUT ACP GOLFE Final Grande Prémio ACP 21 OUT ACP Rali Golf 26 OUT ACP MOTORSPORT Baja Portalegre 500 Receba todas as semanas a newsletter da Revista ACP Basta fazer a sua subscrição em acp.pt ou seguir o link no QR Code. 30 24 34 54 06 Rali Golf ACP Novos radares Podcast ACP O 1º carro de António Mocho Eletricidade mais barata Clube faz regressar evento com 40 anos Os sócios ACP pagam menos ao fim do mês Saiba como funcionam os equiamentos que medem a velocidade média Histórias, atualidade e vidas para ouvir O ex-diretor do Rally de Portugal recorda o Austin Mini Cooper 1000 e os momentos desportivos que viveu SUMÁRIO A grande Final joga-se pela primeira vez na Quinta do Peru A 17.ª edição promete voltar a honrar o legado do melhor rali do mundo 40 anos depois, Golfe e Clássicos voltam a reunir-se em dupla competição A 37ª edição da prova alentejana volta a trazer a elite internacional do Todo Terreno Competição inédita promete trazer centenas de pilotos às areias do Algarve Nesta edição o périplo vai ser pela beleza das Aldeias de Xisto

4 | AUTOMÓVEL CLUB DE PORTUGAL SETEMBRO 2023 We are oportunidades perdidas? Editorial 1. À porta da apresentação do Orçamento do Estado, o que podemos esperar de 2024? No horizonte vê-se recessão na Europa, inflação, novos recordes de preços dos combustíveis e aumento generalizado do custo de vida. Sintomas que em Portugal se sentem de forma mais acentuada e para os quais as respostas têm sido manifestamente curtas. Veja-se o caso do Fundo Ambiental. Uma excelente medida no que toca à climatização das casas antigas e que muito tem contribuído para a qualidade de vida dos seus habitantes, que são muito apoiados por esta linha de financiamento de cerca de 60 milhões de euros para renovarem janelas, colocarem ar condicionado, painéis solares, entre outros. O mesmo Fundo Ambiental tem outra vertente que é a do incentivo à compra de viaturas elétricas. Este ano, o Estado apoiou 1300 candidaturas particulares com quatro mil euros para a aquisição de veículos elétricos até 62.500 euros. No total foram alocados dez milhões de euros para ajudar à descarbonização. Claramente aquém da necessidade, quando Portugal tem um dos parques automóveis mais envelhecidos da Europa e uma das maiores taxas de sinistralidade rodoviária. No horizonte vê-se recessão na Europa, inflação, novos recordes dos preços dos combustíveis e aumento do custo de vida. Sintomas que em Portugal se sentem de forma mais acentuada e para os quais as respostas têm sido manifestamente curtas

AUTOMÓVEL CLUB DE PORTUGAL SETEMBRO 2023 | 5 venha a ser ainda pior do que o que se pensa, numa altura em que o barril de crude Brent ultrapassou os 95 dólares, para valor recorde dos últimos 10 meses. Enquanto se projetam previsões e medidas do Banco Central Europeu, pode-se olhar para o passado e ver o impacto que as descidas acentuadas dos preços do petróleo, do gás e do carvão desde os seus picos de 2022 contribuíram para a retoma do crescimento e a diminuição da inflação no primeiro semestre de 2023. Por cá, o Governo diz estar atento à situação, mas até agora as medidas para mitigar a escalada do preço dos combustíveis têm sido residuais e em nada alentam a economia. Os excedentes de tesouraria e o encaixe de milhares de milhões de euros de impostos em cascata deviam ser aproveitados também para atenuar esta chama. Como dizia há dias o Presidente da República,“we are fado, we are cozido à portuguesa”, mas será que também we are oportunidades perdidas? • Na capa desta Revista ACP queremos desmistificar o panorama da evolução automóvel e o pensamento único. O futuro vai ser mesmo todo elétrico? Não, tal como a realidade não é apenas a preto e branco. A tecnologia avança e bem a ritmo acelerado em busca de elétricos com mais autonomia, de combustíveis sustentáveis que permitem a mesma utilização dos atuais motores a combustão, enquanto se avaliam outras energias como o hidrogénio. Mais do que nunca, é tempo de fazer regressar o incentivo ao abate de viaturas em fim de vida, tirá-las da estrada, contribuir efetivamente para a sustentabilidade ambiental e para a segurança rodoviária. Está nas mãos do Governo não desperdiçar novamente a oportunidade. 2. Na mesma linha de oportunidade, aguarda-se a nova Estratégia Nacional de Segurança Rodoviária (ENSR). As linhas gerais já conhecidas seguem uma ‘visão holística’ inspirada na Suécia. A abordagem da sinistralidade e como a levar ao zero em medidas concretas é o que está por saber. Mas há desde logo um ponto frágil que pode e deve ser corrigido desde já: só com políticas integradas e de ação conjunta se conseguem resultados estruturais. Por exemplo, na educação. A nova ENSR, nas suas linhas gerais e pelo que nos foi dado a conhecer, prevê uma atualização de conteúdos nas escolas, sem, contudo, ir além do que já existe. E as escolas de condução? O seu ensino não devia ser também integrado nesta ENSR, de forma que os conteúdos do ensino oficial obrigatório façam sentido de forma CARLOS BARBOSA PRESIDENTE DO AUTOMÓVEL CLUB DE PORTUGAL transversal, desde a infância até chegar ao volante de um automóvel? Até ver, parece ser, neste capítulo, mais uma oportunidade perdida. 3. Vamos ter de nos habituar ao petróleo caro. Assim, sem rodeios, escrevia o “Figaro”, adiantando já que no próximo ano vão ser batidos novos recordes de preços. Os combustíveis derivados do petróleo têm disparado sem mostras de abrandamento devido às reduções no fornecimento decretadas pelos países que são maiores produtores de crude e a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Económico (OCDE) já assinalou o risco acrescido de novo aumento da inflação, o que levará a que se prolongue a atual situação de taxas de juro muito elevadas, em valores recorde. As previsões da OCDE apontam ainda que, neste cenário de inflação alta, com alívio gradual, a economia começa a dar sinais de abrandamento, como na Alemanha e em Portugal. Ainda que nada seja dado como certo, é muito provável, segundo esta organização, que a nova vaga de inflação na energia e nos combustíveis derivados do petróleo Mais do que nunca é tempo de fazer regressar o incentivo ao abate de viaturas em fim de vida, tirá-las da estrada e contribuir efetivamente para a sustentabilidade ambiental e para a segurança rodoviária Os excedentes de tesouraria e o encaixe de milhares de milhões de euros de impostos em cascata deviam ser aproveitados para mitigar a escalada do preço dos combustíveis

6 | AUTOMÓVEL CLUB DE PORTUGAL SETEMBRO 2023 Qual foi o seu primeiro carro? Foi um Austin Mini-Cooper 1000. Era aquele que queria ou o que foi possível ter? O que foi possível ter. O que mais gostou nele, a estética, o tipo de condução ou o comportamento na estrada? O comportamento na estrada. Que memórias guarda dele? O facto de ser um modelo muito competitivo na época (1962) e que me permitiu bons momentos desportivos. Hoje se pudesse, recuperava-o? Sim… não sei ao certo a matrícula, mas gostava muito de o recuperar. O que mais aprecia nos carros de outros tempos? A resistência mecânica e a fiabilidade. E nos atuais? A performance, a tecnologia associada e a comodidade. Foi piloto e navegador, ainda conserva o gosto pela condução? Imenso gosto. Dá-me muito prazer conduzir durante bastantes quilómetros. Para si, um bom momento ao volante é… Fazer muitos quilómetros em estradas de bom piso que não sejam nem IPs nem Auto-Estradas.. Como são os portugueses na estrada? Muito inconstantes no estilo de condução e pouco seguros perante as dificuldades inesperadas. Qual foi a pior experiência que viveu na estrada? A perda de uma roda da frente e a enorme dificuldade em parar o carro sem sair para a ravina. Quando tem alguma avaria conta com o apoio do ACP? Sempre. O melhor apoio na estrada e em viagem seja em que circunstâncias fôr. “O ACP é o melhor apoio na estrada e em viagem” Entrevista O primeiro carro de António Mocho marcou a sua época por ser competitivo e proporcionar bons momentos desportivos Em sua opinião o clube é sinónimo de… Apoio ao sócio nas diferentes vertentes de um automobilista e exemplo na organização desportiva. • Austin Mini-Cooper 1000 desenhado por António Mocho Referência na organização e estratégia no desporto automóvel, António Mocho foi diretor do Rally de Portugal

8 | AUTOMÓVEL CLUB DE PORTUGAL SETEMBRO 2023 As vendas de elétricos estão em alta e muito sustentadas por subsídios e decretos. Será este o futuro? Além de outras soluções tecnológicas em marcha, as incertezas sobre a economia mundial podem refrear esta dinâmica O ano de 2022 converteu-se num marco na história dos automóveis elétricos: apesar das falhas de fornecimento de peças e microprocessadores, dos preços da energia, as incertezas macroeconómicas e geopolíticas, os automóveis elétricos bateram recordes de vendas. As vendas mundiais ultrapassaram os 10 milhões de unidades no ano passado, o que representa um aumento de 55% face a 2021. E isso não é um mito. Mas colocando estes números em perspetiva, a realidade esbarra ainda numa proporção baixa sobre o total das vendas. Em termos mundiais, a percentagem de automóveis elétricos vendidos saltou de 9% em 2021 para 14% em 2022. Em Portugal, os elétricos representaram 10,5% das vendas em Leis, subsídios e escassez de mercado dão energia aos elétricos 2022, quando em 2021 se ficaram pelos 9%. No ano passado, dos 180 mil automóveis ligeiros matriculados em Portugal, apenas 18 mil eram elétricos. Crescimento exponencial O crescimento nas vendas de elétricos aconteceu precisamente em contraciclo com o mercado global de automóveis. Ou seja, se considerarmos todos os automóveis vendidos em 2022 (elétricos incluídos), houve uma quebra de 3%. Em apenas cinco anos, de 2017 a 2022, as vendas

AUTOMÓVEL CLUB DE PORTUGAL SETEMBRO 2023 | 9 mundiais de veículos elétricos passaram de cerca de um milhão para mais de 10 milhões anuais de unidades, o que sublinha a natureza exponencial do crescimento das vendas de veículos elétricos. Em Portugal, os números também são animadores, com um crescimento de 25% face a 2021, tendo sido vendidos um total de 17.817 ligeiros de passageiros elétricos, contra 138 mil carros com motor a combustão. A impulsionar esta tendência, sobretudo na Europa, que é o segundo maior mercado de elétricos, também está a decisão da União Europeia de proibir a venda de automóveis a combustão a partir de 2035, a que se somam as pesadas multas por exceder a média legal de emissões dos modelos à venda. Ainda assim, olhando para o total de veículos ligeiros a circular em todo o mundo, as notícias são positivas para os elétricos. Com as vendas a crescer a dois dígitos, o número de veículos elétricos a circular nas estradas subiu para mais de 18 milhões de viaturas em todo o mundo. Mais de metade circulam na China. Expectativas em alta As vendas registadas no primeiro trimestre de 2023 apontam para um mercado otimista, apoiado pela descida dos custos, bem como pelo reforço do apoio político em mercados-chave como os Estados Unidos, segundo a Agência Internacional de Energia (AIE). Globalmente, 2023 deverá registar cerca de 14 milhões de automóveis elétricos vendidos, isto tomando como base os mais de 2,3 milhões já vendidos no primeiro trimestre do ano. A cumprir-se a tendência, estes valores podem resultar num aumento de 35% face a 2022, elevando a quota global de vendas de elétricos para cerca de 18%. Incentivos vão acabar? Depois de um atraso de quatro meses na abertura dos incentivos à compra de elétricos em Portugal, o governo fez saber em maio: os incentivos, que este ano valeram 4 mil euros para 1.300 ligeiros de passageiros elétricos, podem não regressar em 2024. O Secretário de Estado da Mobilidade Urbana, Jorge Delgado defendeu, em entrevista, que o estímulo à mobilidade elétrica deve “evoluir”para uma fórmula “mais universal, atuando ao nível do custo da operação do carro – o da energia”. A ideia é que o preço dos carregamentos seja “bastante mais barato” do que o do abastecimento “com combustível fóssil”, explicou Delgado. Mas o governo fez também saber mais tarde que os

10 | AUTOMÓVEL CLUB DE PORTUGAL SETEMBRO 2023 incentivos à compra se podem afinal manter, acumulando com as ajudas aos carregamentos. Mas o verdadeiro incentivo para a renovação do parque automóvel nacional, que atualmente conta com uma idade média de 13,5 anos, um dos mais envelhecidos da Europa, só poderá ser feito através do regresso do incentivo ao abate de viaturas em fim de vida, tal como o Automóvel Club de Portugal defende desde 2010, ano em que o incentivo foi extinto. Quanto aos incentivos à compra de elétricos, também estes devem manter-se: o estudo “Mobilidade Elétrica em Portugal”, apresentado pelo ACP em maio, revela que mais de 90% dos proprietários de elétricos carregam os seus carros geralmente em casa ou na empresa. Em termos europeus, há 20 EstadosMembro da UE que oferecem incentivos para a compra de automóveis elétricos. Há também sete países não oferecem quaisquer incentivos à compra. No Elétricos: mito ou realidade? entanto, a maioria concede reduções ou isenções fiscais. Como transferir os impostos? Pela primeira vez em Portugal foi introduzida fiscalidade específica para os elétricos. No Orçamento de Estado deste ano, foi aprovada uma taxa autónoma de 10% para veículos elétricos com preço igual ou superior a 62.500 euros (igual ao valor de aquisição elegível para efeitos da dedução em sede de IVA). Porque é que os Tesla fazem fila para carregar baterias? Uma imagem com uma fila de vários Tesla à espera para carregar num posto em Alcácer do Sal tornou-se, mais uma vez, viral no mês de agosto. Mas porque é que tal imagem se está a tornar recorrente? É por haver escassez de postos para os que percorrem a A2? Os postos são lentos? Nem uma razão nem outra: Além de haver ali 10 postos e de serem dos mais rápidos em Portugal, estes oferecem tarifas particularmente vantajosas para os donos dos Tesla, havendo até quem possa carregar de graça, razão que pode estar na base da forte afluência. •

12 | AUTOMÓVEL CLUB DE PORTUGAL SETEMBRO 2023 Esta decisão é um agravamento fiscal, dado que os 100% elétricos estavam isentos de tributação autónoma. É um primeiro passo, ainda que tímido, para resolver uma das grandes questões da fiscalidade: como taxar os automóveis elétricos de forma a igualar os 9 mil milhões de euros (17,1% das receitas fiscais) arrecadados em 2022 com o setor automóvel? Desvalorização mais rápida? Tal como os carros a combustão, também os elétricos sofrem desvalorização ao longo do tempo. Mas não existem ainda dados suficientes para afirmar categoricamente que os veículos elétricos desvalorizam mais rapidamente. Até porque o mercado de usados ainda está a sofrer muita pressão devido à escassez de automóveis novos. E nem todos conseguem ainda chegar aos elétricos novos. Há um conjunto de fatores comuns a elétricos e combustão que levam à desvalorização de um automóvel. Fim à vista para os incentivos fiscais aos carros elétricos? A receita fiscal total com o setor automóvel em Portugal em 2022 terá rondado os 6 mil milhões de euros, ou seja, cerca de 10% do total da receita fiscal portuguesa (se não considerarmos na mesma as contribuições sociais). Incluo nesta estimativa o IVA relativo à aquisição de viaturas, o IVA sobre despesas de manutenção, o IVA sobre a aquisição de combustíveis, o Imposto sobre Veículos, o IUC e o imposto sobre os combustíveis (outros deveríamos juntar, como o IVA sobre as portagens ou a receita de IRC e IRS relativa a tributação autónoma sobre viaturas). Será legítimo afirmar que, a manterem-se as atuais regras fiscais em vigor (as quais visam, e bem, promover a aquisição de viaturas elétricas e híbridas plug-in) mais de metade da receita fiscal encontra-se em risco (considerando que a maior parte provém das viaturas a combustão). Aliás, esta perda de receita tem-se vindo a agravar progressivamente, de forma mais rápida do que se anteciparia. Em agosto deste ano, segundo os dados da ACAP, pela primeira vez o número de automóveis ligeiros de passageiros a gasolina e gasóleo adquiridos em Portugal foi equivalente ao número de elétricos e híbridos plug-in adquiridos no mesmo período (ambos representando 40% do mercado, quando há um ano o conjunto dos primeiros representou 60% e o segundo 19%). A fiscalidade é, amiúde, utilizada como um meio indutor de comportamentos, aqui penalizando consumos que não se pretendem, ali incentivando outros que se têm por socialmente pretendidos, como é o caso no setor automóvel, aliado aos nossos objetivos climáticos. Uma vez alcançados os objetivos pretendidos, não é raro verificar que o legislador fiscal abranda na penalização ou incentivo. No caso das viaturas elétricas e híbridas plug-in, é aquilo a que se assiste em países que vão à nossa frente, como é o caso da Noruega, que, tendo atingido um número de viaturas com estas características superior ao número de viaturas a combustão, reintroduziu a tributação em IVA sobre parte das primeiras (até 2023 não eram tributadas). Movimentos como este começarão a verificar-se nos Estados onde os objetivos de eletrificação das frotas começarem a ser alcançados. Aliás, em Portugal este movimento iniciou-se já em 2023, quando o Orçamento do Estado para este ano veio introduzir a tributação autónoma de IRC e IRS de 10% sobre viaturas elétricas com valor superior a 62.500€ (até aqui dispensadas daquela tributação). • AFONSO ARNALDO FISCALISTA DA DELOITTE OPINIÃO Elétricos: mito ou realidade?

AUTOMÓVEL CLUB DE PORTUGAL SETEMBRO 2023 | 13 A quilometragem, a idade, a manutenção, a reputação da marca e a procura continuam os principais eixos para definir o valor de um automóvel usado. Mas no caso dos elétricos extrapolam-se dois fatores: a inovação tecnológica (é um setor com enorme margem de evolução) e a longevidade das baterias, que têm um grande peso no preço final dos elétricos. O futuro está nas baterias Se nos carros a combustão as atenções estavam mais viradas para a potência e o consumo, já nos elétricos quase tudo gira à volta da autonomia. Claro que a potência e a velocidade de carregamento também contam. Para trabalhar a questão das autonomias, há só um elemento a ter em conta, sendo aí que os esforços da indústria se têm concentrado: as baterias. Atualmente o valor médio de autonomia dos elétricos, considerando os segmentos mais vendidos, ronda os 400 km, o que é pouco quando comparado com os 700 km médios dos carros a combustão. É por isso que anúncios de autonomias superiores a 1000 km num futuro próximo, fazem aumentar as esperanças dos consumidores. Mas afinal, que tipo de baterias existem? Atualmente as baterias de iões de lítio continuam a dominar, dividindo-se entre as NMC/NMA (de níquel, manganês e cobalto ou alumínio) e LFP (fosfato de ferro-lítio) que têm ganhado preponderância. A grande vantagem das baterias LFP está no preço, cerca de 20% inferior ao das NMC.

14 | AUTOMÓVEL CLUB DE PORTUGAL SETEMBRO 2023 Ópera a preço de opereta Rowan Atkinson, o conhecido Mr. Bean escreveu um artigo em que afirmou: “Adoro carros elétricos, mas sinto-me cada vez mais enganado”. Deu várias razões. A mais proeminente foi o estudo da Volvo que afirma que o fabrico de um carro elétrico emite até 70% mais gases de efeito de estufa que um carro a combustão interna. Mas o mesmo estudo também afirma que, numa quilometragem de 200.000 kms, um carro elétrico emite entre 10 a... 50% menos gases mesmo incluindo o seu fabrico. Acrescentou também que as baterias duram cerca de 10 anos. Mas elas duram “mais” de 10 anos. Quem comprou os primeiros BMW i3, lançados em 2013, sabem bem que as suas baterias duram que se fartam, embora vão perdendo capacidade de carga, tal como um motor a gasolina aumenta o consumo ao longo da vida. Argumenta-se também com os custos ambientais na sequência da extração mineira e refinação do lítio. Mas... que dizer da bombagem de petróleo das entranhas da terra e do fundo do mar e das refinarias, com os seus bicos de gás metano a queimar em permanência? Ah! E se a eletricidade vier de centrais a carvão? Simples: nesse caso, um carro elétrico polui muito mais. Só que a nossa matriz energética em 2022 foi 57,2% renovável e, dos restantes 42,8%, mais de metade foi gás natural, menos poluente que a gasolina. Se, como é o meu caso, tiver uns míseros 8 painéis solares em casa então fique tranquilo: pode andar até 100 kms por dia sem emitir um grama de CO2 ou 3.000 por mês, e de borla!... Deixar um 296 GTB para trás ao sinal verde ao volante de um i60 – um SUV a metade do preço – dá vontade de sorrir. Para não falar em gastar menos de metade dos custos de rodagem, zero – repito – zero custos de manutenção em 2 anos, conforto sonoro digno de um Rolls-Royce, binário sempre disponível... só falta uma coisa, a passagem às baterias sólidas o que trará ainda mais autonomia e durabilidade. Já agora, fui a Madrid múltiplas vezes – uma paragem de 25m no Ionity de Mérida – e uma média de 120 kms/h. Custo do carregamento em casa: 7,5€, Custo do carregamento no Ionity: 22,5€. Custo total ida e volta: 60€. Tentem lá isso com um diesel! • Mobilidade elétrica: solução única? A questão da mobilidade elétrica está indiscutivelmente associada à necessidade de reduzir as emissões de gases com efeito de estufa, particularmente do CO2. Muitas vezes a discussão em relação às virtudes e insuficiências da eletrificação da mobilidade, tem-se restringido aos automóveis ligeiros. E sendo os associados do ACP, maioritariamente condutores desse tipo de veículos, vou manter essa abordagem, embora não podendo deixar de referir que a mobilidade é muito mais abrangente que isso, quer em termos de modos (rodoviário, ferroviário, aéreo e marítimo) quer do que é transportado (pessoas ou mercadorias) e das distâncias a percorrer. Embora reconheça que a eletrificação é uma tendência irreversível, é, em minha opinião, um erro defini-la como a via única. Sem ser exaustivo, apontarei algumas razões. Primeiro, o estado de desenvolvimento da economia nos vários países é muito diverso pelo que, nalguns casos, poderá levar décadas até que se consiga uma taxa de eletrificação com alguma materialidade. Segundo, a mobilidade elétrica não significa “emissões zero” como é erradamente anunciado. Se considerarmos o ciclo de vida completo, incluindo a produção da eletricidade, a fabricação do veículo, a sua utilização e o desmantelamento, em muitos casos o saldo poderá ser desfavorável a esta solução. Além disso obrigará a um enorme esforço de substituição da infraestrutura de produção, distribuição e carregamento, que nem todas as economias poderão suportar. Estão ainda por aferir a disponibilidade de matérias-primas bem como o impacto ambiental da sua exploração. Como via complementar, a utilização de combustíveis de baixo carbono, biocombustíveis sustentáveis e combustíveis renováveis de origem não biológica, poderá suprir algumas das limitações da eletrificação, acelerar a descarbonização porque podem ser usados nos veículos atuais e com a infraestrutura existente, evitando assim muitos ativos ociosos e ajudando a uma transição justa que não deixe ninguém para trás. • Elétricos: mito ou realidade? RICARDO MONTEIRO GLOBAL PRESIDENT HAVAS (REFORMADO) ANTÓNIO COMPRIDO SECRETÁRIO GERAL DA APETRO OPINIÃO OPINIÃO

16 | AUTOMÓVEL CLUB DE PORTUGAL SETEMBRO 2023 Têm também um tempo de vida útil superior e toleram carregamentos mais frequentes e rápidos. Porém, são mais pesadas. Mas há duas candidatas à substituição das atuais NMC e LFP: são as baterias de iões de sódio e as de estado sólido. Tal como as LFP, também as de iões de sódio destacam-se pelo menor custo (10 a 20% inferior), com maior resistência ao frio e velocidade de carregamento. Contudo, o tempo de vida útil é inferior. Já as baterias de estado sólido, com as quais por exemplo a Toyota já está a prometer autonomias impressionantes, estão a ser alvo de investimentos milionários por muitos construtores e são vistas como o futuro dos automóveis elétricos. Há boas razões para tal: além das enormes autonomias, carregam mais rápido e têm um tempo de vida útil maior. O custo mais elevado é o “calcanhar de Aquiles”, mas há marcas a prometê-las para 2027. Incerteza domina A beneficiar de leis que vão impor a sua presença num mercado de 500 milhões de consumidores, como é o caso da Europa em 2035, mas também a serem absorvidos pela enorme escassez de automóveis novos, os carros elétricos estão ainda a ser alavancados por subsídios concedidos na maior parte dos seus principais mercados (China, Europa e Estados Unidos), criando um efeito exponencial nas vendas, não permitindo perceber o seu real impacto junto dos consumidores. Com preços mais elevados do que os seus similares a combustão, os elétricos ainda sofrem de “má fama”por causa das baixas autonomias, algo que os fabricantes prometem resolver, mas só daqui a cinco ou seis anos, nas previsões mais otimistas. Mas acima de tudo as previsões económicas mais próximas trazem incertezas sobre a transição europeia para a mobilidade elétrica, o que mexe com uma indústria que, só na Europa, emprega mais de 13 milhões pessoas, produz mais 85 milhões de veículos – com valores de exportação que valem mais 170 biliões de euros –, e garante mais de 440 mil milhões de euros em receitas fiscais. A anunciada recessão, acompanhada pelo aumento da inflação e dos preços dos combustíveis, que nos próximos meses vão bater recordes, colocam muitas economias sob pressão. Basta ver o exemplo do Reino Unido, que adiou o fim da venda de veículos a combustão por mais cinco anos (ver caixa). Olhando para o caso específico da União Europeia, recorde-se a pressão da Alemanha para incluir também os combustíveis sustentáveis como solução para as emissões neutras, sob pena de boicotar o fim da venda de carros a combustão. E ainda há o hidrogénio como possível solução. • Elétricos: mito ou realidade? Reino Unido adia fim da combustão O governo britânico vai adiar a proibição da venda de automóveis novos com motores a gasolina e a gasóleo de 2030 para 2035, confirmou o primeiro-ministro Rishi Sunak: “Estou confiante de que podemos adotar uma abordagem mais pragmática, proporcionada e realista para atingir a as zero emissões ". • UE investiga carros chineses A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, anunciou a abertura de uma investigação contra subvenções para automóveis elétricos provenientes da China. “Olhem para o setor dos veículos elétricos. É uma indústria crucial para uma economia ecológica, com um grande potencial para a Europa. Mas os mercados globais estão hoje inundados por carros elétricos chineses que são mais baratos. E os seus preços mantêmse artificialmente baixos através de subvenções estatais gigantescas”, afirmou. Segundo von der Leyen, “a Comissão vai abrir uma investigação contra as subvenções para automóveis elétricos provenientes da China”, uma vez que os subsídios estão a “distorcer” o mercado europeu. •

WLTP: 14.8-17.2 kWh/100 km e CO₂: 0 g/km. Saiba mais em Polestar.com Até 655km de autonomia

18 | AUTOMÓVEL CLUB DE PORTUGAL SETEMBRO 2023 Elétrico do Ano... O Grande Prémio ACP Elétrico do Ano 2023 está lançado e a escolha é sua! Nas quatro categorias a votação vai poder escolher o modelo elétrico da sua preferência. Vote no Elétrico do Ano e ganhe um MINI Cooper SE elétrico. Para participar, basta efetuar o seu registo em eletricodoano.acp.pt Vote no COMO CONCORRER Para poder votar no Elétrico do Ano deve efetuar o seu registo. Consulte o site eletricodoano.acp.pt ou clique no QR Code no topo da página. Indique os seus dados (nome, apelido e email, contacto de telemóvel). Se não é sócio ACP, ou é sócio mas não tem conta myACP, vai receber um código SMS que deve colocar no respetivo campo para validar o registo. Caso seja sócio ACP com conta myACP coloque a sua password myACP para concluir o registo (em vez da colocação do código SMS). 1. Inscreva-se aqui CATEGORIA: Para qualquer estrada (Crossover/SUV) de 15 a 30 de abril 2023 CATEGORIA: Para a cidade (Citadinos/utilitários) de 15 a 30 de julho 2023 CATEGORIA: Para a família (Familiares) de 15 a 30 de outubro 2023 CATEGORIA: Para brilhar (Premium) de 15 a 30 de dezembro 2023 2. DATAS DE VOTAÇÃO

AUTOMÓVEL CLUB DE PORTUGAL SETEMBRO 2023 | 19 PRÉMIOS No início do período de votação de cada categoria recebe um email para registar o voto. Só pode votar uma única vez. O Elétrico do Ano atribui 5 prémios: • O vencedor de cada categoria recebe 250€ em carregamentos na App ACP Electric. • O vencedor do Elétrico do Ano ganha um MINI Cooper SE. 4. MINI Cooper SE • O vencedor de cada categoria é sorteado entre os que votaram no modelo mais votado. • O vencedor do grande prémio é sorteado entre entre os concorrentes que acertaram no carro mais votado. SORTEIOS 3. Patrocinador principal: ... e ganhe um DS 3 E-Tense vence a categoria Para a Cidade Dos seis modelos a concurso, o DS 3 E-Tense foi o mais votado na categoria Para a Cidade. O concorrente e sócio, António Carvalho, ganhou 250 euros em carregamentos na aplicação ACP Electric.

20 | AUTOMÓVEL CLUB DE PORTUGAL SETEMBRO 2023 Preço • a partir de 56.900€ Potência • 286 cv Autonomia • 478 km WLTP Bateria • 73 kWh Pot. Carregamento (AC/DC) • 180 kW Tempo Carregamento (AC/DC) • (AC 7 kW) 7h até 100% (DC 180 kW) 32 min de 10% até 80% Uma berlina de cinco portas com uma linha de tejadilho coupé suave a cair na traseira. Assim conserva um visual sério com um estilo dinâmico que se transmite também na condução, típico de um BMW. BMW i4 eDrive 35 CATEGORIA (FAMILIAR) Para a família Saiba mais sobre este modelo Citroën ë-C4 X Preço • a partir de 39.485€ Potência • de 136 cv Autonomia • 360 km WLTP Bateria • 50 KWh Pot. Carregamento (AC/DC) • 100 kWh Tempo Carregamento (AC/DC) • (AC 11 kW) 5h até 100% (DC 100 kW) 30 min de 0% até 80% O Citroën ë-C4 X apresenta-se como uma alternativa elegante e apelativa aos modelos de formato mais clássico do segmento médio. Uma berlina de cinco portas com linhas fastback. Saiba mais sobre este modelo É a nova proposta coreana no mundo dos sedans familiares. Todo o seu design foi pensado na eficiência aerodinâmica de forma a potenciar a autonomia do modelo. Saiba mais sobre este modelo Hyundai Ioniq 6 Preço • a partir de 59.960€ Potência • 228 cv Autonomia • 519 km WLTP Bateria • 77,4 kWh Pot. Carregamento (AC/DC): • 232 kWh Tempo Carregamento (AC/DC): • (AC 11 kW) 7h até 100% (DC 180 kW) 32 min de 10% até 80%

AUTOMÓVEL CLUB DE PORTUGAL SETEMBRO 2023 | 21 Esta categoria encontra-se a votação entre 15 e 30 de outubro.Inscreva-se e vote no seu favorito! Renault Megane E-tech Preço • a partir de 38.350€ Potência • de 130 cv a 220 cv Autonomia • de 300km até 470 km WLTP Bateria • 40 ou 60 KWh Pot. Carregamento (AC/DC) • 130 kWh Tempo Carregamento (AC/DC) • (AC 7,4 kW) 6,3h até 100% (DC 130 kW) 1,15h até aos 100% O Renault Mégane e-Tech é agradável de conduzir e consegue reunir tecnologia e conforto que resultam num automóvel elétrico de referência. Saiba mais sobre este modelo Lançado em 2017 o Model 3 é dos teslas de maior sucesso. Consegue entregar bastante potência e tem uma autonomia de bateria invejável. A tecnologia e o preço tornam este modelo uma excelente opção. Saiba mais sobre este modelo Tesla Model 3 Preço • a partir de 39.990€ Potência • 283 cv Autonomia • 513 km WLTP Bateria • 60 kWh Pot. Carregamento (AC/DC) • 120 kWh Tempo Carregamento (AC/DC) • (AC 11 kW) 7h até 100% (DC 150 kW) 20 min de 10% até 80% Toyota bZ4x Preço • a partir de 52.990€ Potência • 204 cv Autonomia • 444 até 511 km WLTP Bateria • 71,4 kWh Pot. Carregamento (AC/DC) • 150 kW Tempo Carregamento (AC/DC) • (AC 11 kW) 6,5h até 100% (DC 150 kW) 23 min de 0% até 80% A Toyota é líder na eletrificação, e depois de diversos anos a expor soluções híbridas para a maior parte dos seus modelos, chegou a altura de propor uma solução 100% elétrica. Saiba mais sobre este modelo

22 | AUTOMÓVEL CLUB DE PORTUGAL SETEMBRO 2023 Aos automóveis híbridos plug-in cabe fazer o carregamento nos postos normais, com potências adequadas à sua capacidade e tipicamente inferiores a 7,4 KW, e nunca excedendo o tempo indicado, rentabilizando assim da melhor forma o impacto económico desta opção. De acordo com a sua potência, os postos permitem carregamentos adequados a diferentes situações do dia a dia. Para um veículo 100% elétrico: CARREGAMENTO LENTO Carregamento que pode demorar mais de 8 horas, adequado a zonas habitacionais onde não existam garagens/parqueamentos, de forma a permitir que os residentes possam carregar os seus veículos elétricos durante toda a noite ou fim de semana; CARREGAMENTO SEMIRRÁPIDO Carregamento máximo até 4 horas, adequado a zonas habitacionais de grande densidade, pois permite uma maior rotação, bem como a zonas comerciais, onde os visitantes demorem mais de 1 hora a efetuar as suas compras; Com o apoio: A dra responde TEM DÚVIDAS SOBRE MOBILIDADE ELÉTRICA? Envie as suas questões para [email protected] Como carregar um híbrido plug-in de forma eficiente? São considerados por muitos o meio termo entre os carros a combustão e os carros elétricos, mas na verdade as suas caraterísticas elétricas são bem mais limitadas e exigem um perfil de utilização mais cuidadoso, sobretudo no que toca a carregamentos. É que nem todos os veículos com bateria dispõem da mesma potência de carregamento e no caso dos plug-in, estes são precisamente os mais lentos a carregar. A melhor opção é carregar em casa, mas ainda assim também é possível carregá-los na rede da Mobi.E. Só que aqui deve ter em conta as especificidades do seu veículo e de cada carregador da rede pública, já que há quatro tipos de postos: POSTOS NORMAIS: inferiores a 7,4 kW; POSTOS SEMIRRÁPIDOS: de 7,4 kW até 22 kW, inclusive; POSTOS RÁPIDOS: superiores a 22 kW até 150 kW; POSTOS ULTRARRÁPIDOS: iguais ou superiores a 150 kW. ACP e Mobi.E promovem mobilidade elétrica Depois do lançamento da App ACP Electric e do prémio Elétrico do Ano ACP, o clube mantém a sua aposta na promoção da mobilidade elétrica, aliando-se a um indispensável parceiro, a Mobi.E, empresa que gere a rede pública de carregamentos. CARREGAMENTO RÁPIDO Carregamento máximo entre 1h-1h30m, adequado a zonas comerciais de grande procura, zonas de serviços ou zonas mistas (habitação/comércio/ serviços); CARREGAMENTO ULTRARRÁPIDO Carregamento máximo até 1 hora, adequado a zonas de grande rotatividade, como autoestradas ou de grande circulação. •

24 | AUTOMÓVEL CLUB DE PORTUGAL SETEMBRO 2023 Como funcionam os radares de velocidade média? O reforço da rede de radares em Portugal com 37 novos radares, agora também com a instalação de 12 radares de velocidade média, está a revelar-se impiedoso para os automobilistas mais distraídos: só no dia de “estreia”, a 1 de setembro, foram apanhados mais 6 mil condutores em excesso de velocidade, o que por si só garante uma receita mínima de 360 mil euros, isto caso sejam apenas cobrados os 60 euros de valor mínimo das multas, que podem chegar aos 2.500 euros nas contraordenações mais graves. A grande novidade são os radares de velocidade média, que pela sua novidade e conceito conseguem para já apanhar muitos condutores distraídos. Segurança Mas como funcionam estes radares? Graças ao desenvolvimento da tecnologia, uma só câmara consegue registar várias matrículas em simultâneo, como é o caso de vários automóveis a circular num dado momento numa autoestrada com, por exemplo, três faixas. Passados alguns quilómetros, uma segunda câmara volta a reconhecer todas aquelas matrículas e calcula o tempo que demoraram a fazer aquela distância. No caso de um radar que, por exemplo, meça a velocidade média de um troço de 10 km onde a velocidade máxima permitida é de 100km/h, quem percorrer aquela distância em menos de 6 minutos será multado. • Os radares de velocidade média exigem a instalação de dois pontos de controle, que vão registar a passagem dos veículos fiscalizados. Ao passar no ponto A, começa a contagem de tempo até passar o ponto B. O tempo medido não pode ser menor do que o previsto para aquela distância quando cumprida no limite de velocidade. A B

Peugeot Autonomia elétrica até 406 km em ciclo WLTP. Consumo de energia combinado kWh/100 km: 15,2- 16,4 (WLTP). Emissões combinadas de CO₂ (g/km): 0. As condições concretas de utilização e outros fatores poderão fazer variar os valores apresentados. Para mais informações consulte peugeot.pt. (1)Ofertas válidas para clientes particulares até 31/10/2023. Oferta easyWallbox ref 9847997680 e Plano de Revisões e Garantia para 48 meses / 50.000 km. ALLURE É PARA QUEM SABE O QUE QUER COMPRE ONLINE Autonomia elétrica até 406 km Peugeot i-COCKPIT® 3D & Serviços Conectados Oferta de easyWallbox e 4 anos de manutenção e garantia(1) Disponível também a gasolina NOVO E-2008 100% ELÉTRICO

26 | AUTOMÓVEL CLUB DE PORTUGAL SETEMBRO 2023 O ACP Kids, o programa de educação rodoviária do Automóvel Club de Portugal, dirigido a crianças dos 4 aos 9 anos, regressou às atividades escolares percorrendo vários pontos do País, com visitas a várias escolas. ACP Kids regressa às escolas O programa de educação rodoviária do Automóvel Club de Portugal, para crianças dos 4 aos 9 anos, percorre vários pontos do País ACP Kids situações perigosas mais comuns no quotidiano das crianças, com o objetivo de incutir regras de segurança rodoviária nos mais novos, tornandoos "embaixadores" das boas práticas junto dos pais e amigos. O programa, de caráter extracurricular, tem o apoio institucional do Ministério da Administração Interna e da Federação Internacional do Automóvel, da Direção-Geral de Educação, da Direção-Geral dos Estabelecimentos Escolares, do Plano Nacional de Leitura, da Rede de Bibliotecas Escolares e da Internet Segura. • As primeiras atividades estiveram centradas na região sul. Estas ações do ACP Kids, destinadas às escolas das regiões, estão divididas numa parte teórica e outra prática, com simulação de ambiente rodoviário e foco nas O ACP assinou o memorando de entendimento para integrar o movimento internacional “Digital with Purpose”, uma iniciativa da Global Enabling Sustainability Initiative (GeSI), o qual reúne empresas de todo o mundo com a ambição de promover a sustentabilidade através do desenvolvimento tecnológico e acelerar o cumprimento dos objetivos do Acordo de Paris e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações Unidas até 2030. O ACP juntou-se ao movimento “Digital with Purpose” O movimento integra já mais de 70 empresas, reunindo entidades públicas, privadas e organizações não governamentais, estando a adesão do ACP em linha com os objetivos estratégicos definidos pelo Club em matéria de ambiente e sustentabilidade. Ao estabelecer esta parceria, o ACP compromete-se em cooperar na definição do movimento para promoção da transformação digital, alinhado com os compromissos universais de apoio aos ODS da agenda 2030, de definição de medidas para combate às alterações climáticas, de adoção de princípios de transparência de impacto, e de desenvolvimento e implementação de tecnologias digitais com impacto social positivo. • Inscreva aqui a sua escola

00264 6 7Vive cada km

28 | AUTOMÓVEL CLUB DE PORTUGAL SETEMBRO 2023 Comissão do ACP Clássicos tem novos membros A Comissão do ACP Clássicos conta com novos membros. Criado em 2001, este órgão consultivo apoia o ACP Clássicos na promoção dos valores éticos, culturais e desportivos para a boa prática automóvel antiga e clássica. Esta comissão passa agora a contar com João Mira Gomes (presidente), Álvaro Portela, Carlos Tavares, Manuel Romão de Sousa e Nuno Pena, que agora se juntam a Alberto d’Alte (vice-presidente), Diogo João Mira Gomes Nuno Pena Carlos Tavares Manuel Romão de Sousa Ferrão, Eduardo Carpinteiro Albino, João Torrado, Manuel Ferreira de Andrade, Miguel Horta e Costa e Pedro Ortigão, que transitam da anterior comissão. Aos membros agora cessantes, Manuel Formosinho Sanchez e Frederico Valssassina, o ACP agradece todo o empenho demonstrado ao longo do tempo em que integraram a Comissão ACP Clássicos. • Clássicos Rally ACP Clássicos reuniu um valioso pelotão de modelos Um extenso e valioso pelotão de automóveis clássicos e neoclássicos disputou o Rally ACP Clássicos. Uma prova que atravessou os concelhos de Mafra e Torres Vedras, onde 85 equipas percorreram 135 quilómetros, marcados pela competição, convívio e pela paixão dos clássicos. O Rally ACP Clássicos é um dos eventos incontornáveis no panorama da Regularidade Histórica nacional, proporcionando um misto de desafio competitivo e de descoberta do território, com preciosidades sobre rodas a percorrerem estradas e paisagens marcantes. •

Saiba mais em servilusa.pt, ou funeralvida.servilusa.pt sempre do seu lado

30 | AUTOMÓVEL CLUB DE PORTUGAL SETEMBRO 2023 Há 40 anos o clube organizou um rali que juntou automobilismo e golfe. Um desafio que teve vida curta mas que agora está de regresso para quem gosta de ralis e não dispensa um bom torneio taco a taco Na década de 80, o ACP organizou o Rally Golf ACP que reunia o melhor de dois mundos: a competição automóvel e os torneios de golfe. O evento foi realizado entre 1983 e 1987, mas agora regressa integrado nas comemorações dos 20 anos do ACP Golfe e dos 120 anos do ACP. Este rali com um figurino um pouco diferente do habitual, realiza-se a 21 de outubro e é composto por uma prova de automobilismo em tom de concentração turística e um torneio de golfe de 9 buracos, na modalidade de "texas scramble". Os participantes devem ser jogadores de golfe e sócios ACP. Como se trata de uma dupla competição por pares, os condutores e navegadores também devem estar filiados na Federação Portuguesa de Golfe com handicap válido. Já as classificações com direito a prémios, resultam na soma dos pontos obtidos na classificação final da prova de estrada com os pontos obtidos na competição de pares, no torneio a realizar no Troia Golf. Com cerca de 130 km e alguns controlos horários, o Rally Golf ACP disputa-se entre o campo de golfe de Troia e Grândola, com passagens por Muda, Cruz João Mendes, Valinho da Estrada, Melides e Comporta. E vai ser fornecido um road book por cada carro participante. São admitidos neste rali automóveis de qualquer grupo ou cilindrada, antigos ou modernos, mas a organização desafia os inscritos a surpreender com a presença de Rally Golf ACP revive os anos 80 modelos clássicos ou os carros que os participantes considerem ser os mais especiais para si. Até porque os pontos da prova de automobilismo vão ser distribuídos por coeficiente de antiguidade dos automóveis em competição. Depois de tudo a postos para 21 de outubro, resta aos participantes comparecerem nesse dia às 10h00 no parque de estacionamento do Troia Golf, onde se faz a concentração. O rali ocupa a parte da manhã com intervalo para almoço, ficando a tarde reservada para a realização do torneio e entrega de prémios. Inscrições e mais informações disponíveis no site do ACP Golfe. • Inscrições até dia 15 de outubro através do email [email protected] As vagas são limitadas!

AUTOMÓVEL CLUB DE PORTUGAL SETEMBRO 2023 | 31 Desporto O extenso areal da praia de Monte Gordo vai receber a Taça do Mundo FIM de Corridas em Areia. Uma competição inédita em Portugal que promete trazer, entre os dias 17 e 19 de novembro, centenas de pilotos de motos e quads ao Algarve. O circuito com cerca de 5 quilómetros, integralmente em areia, é o destaque do Monte Gordo Sand Experience, promovido pela Câmara de Vila Real de Santo António e organizado pelo ACP. Aproveitando as condições naturais e as infraestruturas hoteleiras da baía de Monte Gordo, a autarquia projetou um festival de desportos motorizados, onde se reúnem alguns dos melhores pilotos ACP organiza Taça do Mundo de Corridas em Areia em Portugal Monte Gordo Sand Experience promete trazer muito público e os melhores pilotos internacionais de enduro, rally-raid e motocross até à baía de Monte Gordo internacionais de enduro, rally-raid e motocross e onde irá ser consagrado o primeiro vencedor da Taça do Mundo de Corridas em Areia. O presidente do ACP prometeu muita emoção. “Vila Real de Santo António fez uma grande aposta ao criar este evento em novembro e tenho a certeza de que teremos milhares de pessoas em Monte Gordo, inclusive espanhóis. O ACP não é só automóveis, temos capacidade para organizar estes eventos de motos e vamos garantir um grande final para a Taça do Mundo”, afirmou Carlos Barbosa. O presidente da Câmara Municipal de Vila Real de Santo António, Álvaro Palma de Araújo, revelou a estratégia que esteve na origem do Monte Gordo Sand Experience. “Quisemos criar um novo evento âncora que seja simultaneamente um polo de atração de pessoas ao concelho no mês de novembro, na época baixa, gerando um impacto significativo na economia local e promovendo o nosso território em dezenas de países, através desta competição mundial”. •

32 | AUTOMÓVEL CLUB DE PORTUGAL SETEMBRO 2023 A 37ª edição da Baja Portalegre 500 volta a trazer a elite do todo-o-terreno internacional a Portugal, entre os dias 26 a 28 de outubro. Novamente integrada na Taça do Mundo FIA de TT, a prova do ACP sucede no calendário à Baja da Polónia, numa temporada que arrancou em fevereiro, com a Baja da Arábia Saudita. A clássica portuguesa, famosa pelos duros setores seletivos alentejanos e pelo numeroso público, promete voltar a atrair grandes nomes da modalidade, nas duas e quatro rodas, prosseguindo o legado iniciado em 1987. Em 2022, recorde-se: o campeão nacional e europeu, João Ferreira (Mini), fez história ao tornar-se o mais jovem vencedor de sempre de uma prova da Taça do Mundo FIA, com 23 anos, e António Maio (Yamaha) conquistou também um emocionante triunfo nas motos, com a mais curta margem de vitória de sempre em Portalegre: 0,1s. • A grande festa do todo tereno regressa em novembro Desporto Baja Portalegre 500 regressa de 26 a 28 de outubro A festa do todo terreno nacional vai cumprir a sua 25.ª edição entre os dias 30 de novembro e 3 de dezembro. As 24 Horas TT Vila de Fronteira voltam a animar a vila alentejana num fim de semana que mistura convívio e competição, atraindo milhares de entusiastas e as melhores equipas europeias do TT de Resistência. Um espetáculo que também inclui as populares 4 Horas SSV Vila de Fronteira, que normalmente abrem o espetáculo no Terródromo de 16,4 quilómetros. •

AUTOMÓVEL CLUB DE PORTUGAL JUNHO 2023 | 33 Pré-venda na Loja ACP com desconto de 10% Reserve já o seu exemplar em loja.acp.pt Realizadas desde 1998, as 24 Horas TT Vila de Fronteira são uma prova sem igual, atraindo todos os anos centenas de pilotos nacionais e estrangeiros a esta vila do norte alentejano. Saiba tudo sobre cada uma das edições desta corrida. Reviva os momentos mais emocionates e aprecie as mais espetaculares fotografias neste livro editado pelo ACP no ano em que a prova comemora o seu 25º ano. Uma obra profusamente ilustrada, que inclui a descrição pormenorizada de todas as corridas realizadas, com a mais-valia constituída pelo testemunho de quem esteve ao volante e conhece todas as curvas, saltos e ribeiras do percurso. Para contar tudo isto, a prosa de dois jornalistas desde sempre ligados ao todo terreno: Alexandre Correia, diretor da Revista Todo Terreno e Rui Cardoso, que, com o piloto, competiu em todas as edições da prova. PVP: 24,90€ Preço de Sócio: 19,90€ Desconto pré-venda: 10% até 29 de novembro Livro 25 anos 24 Horas TT Entrega prevista: 30 novembro

RkJQdWJsaXNoZXIy ODAwNzE=