Revista ACP junho

4 | AUTOMÓVEL CLUB DE PORTUGAL JUNHO 2023 Jornada de fé para sobreviver em Lisboa Editorial 1. Um milhão e meio de multas foram aplicadas no ano passado. Entre as infrações, destaque assustador para o aumento da condução sob efeito do álcool, quase 28% mais que em 2021, num total de 34.435. Registaram-se ainda 876.854 contraordenações por excesso de velocidade, um aumento de 25,5% face ao ano anterior. Estes números expressivos esbarram com a amnistia que o Governo concedeu aos jovens a propósito da visita do Papa. Todas as infrações até mil euros de multa, crimes cuja pena não seja superior a um ano de prisão ou a 120 dias de pena de multa são amnistiadas. E neste enquadramento, a condução sob efeito de álcool com taxa igual ou superior a 1,2g/l de álcool no sangue, substâncias psicotrópicas – desde que a conduta não tenha causado perigo a terceiro e seja a título negligente – um crime rodoviário muito grave, é automaticamente apagado do cadastro. O mesmo apagão é aplicável às multas por excesso de velocidade, condução ao telemóvel, condução sem cinto de segurança, estacionamento em passadeiras ou lugares de deficientes, condução sem seguro e sem inspeção periódica obrigatória. Se é certo que aquando das visitas papais, estes indultos são prática corrente (em nome de uma explicação pouco laica), a verdade é que Portugal continua a estar a Em vez de investir na educação rodoviária, na fiscalização do ensino da condução e na formação contínua dos condutores, o Governo aposta no indulto

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