Revista ACP Novembro

8 | AUTOMÓVEL CLUB DE PORTUGAL NOVEMBRO 2022 Atualidade Escassez, racionamento ou ruptura são termos que vão dominar a estação do ano que mais recursos energéticos consome. Em causa está a invasão da Ucrânia e o papel dos russos no xadrez da energia Crise energética: o inverno do nosso descontentamento Após dois anos dominado pela pandemia da SARS-CoV-2, o mundo está agora dominado pelas consequências da invasão da Ucrânia pela Rússia e tão cedo não se vai livrar delas. Além da ameaça nuclear que ensombra o tiroteio verbal entre russos e mundo ocidental, a energia corre o risco de ser eleita a palavra do ano de 2022, mas pelas piores razões. Falta gás, falta gasóleo, os custos de produção aumentaram e o custo de vida está a esmagar os orçamentos de muitas famílias e países. Tudo isto com o inverno à porta. Há já vários meses que a crise energética está a ser estudada. Mas a chegada do frio está a colocar ainda mais pressão. É que a Europa enfrenta duas crises interligadas entre si: uma crise do gás e uma crise da eletricidade. A Rússia, até há poucos meses o principal fornecedor de gás da Europa, cortou os fornecimentos em retaliação às sanções da UE por causa da invasão da Ucrânia e, com as importações de gás de outros fornecedores, como Noruega, Argélia e Nigéria, na máxima capacidade, não há muito espaço Pressão da falta de gás e eletricidade aumenta com a chegada do inverno

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