Há forma de saber se já tive a Covid e estive assintomática? Ana Cristina Almeida, sócia 113157 A única forma de saber se já teve contacto com o SARS-COV2 é fazer uma análise de anticorpos, em que se verifica se o seu organismo produziu um anticorpo específico contra o vírus da Covid e que é diferente dos anticorpos que se produzem apenas pela vacinação. A utilidade de efetuar esta análise é relativa pois a reinfeção pelo SARS-COV2 tem ocorrido com bastante frequência. Agradecia o seu parecer sobre os eventuais perigos da 5G. Paulo António, sócio 241631 Não há evidência inequívoca de que a exposição à radiação dos campos de radiofrequência utilizados para gerar as redes de 5G se associe a risco para a saúde humana. Na verdade, esta radiação mantém-se abaixo do limite de segurança preconizado pelas Autoridades de Saúde e Entidades científicas relacionadas. Todavia, a duração e a intensidade da exposição a esta radiação são cumulativas, pelo que os efeitos nocivos a longo prazo não podem ainda prever-se com precisão. O telemóvel é, sem dúvida, o dispositivo 5G mais utilizado por todos nós e com mais proximidade física ao nosso corpo, aumentando a exposição a eventuais riscos originados por estas radiações.. Envie as suas dúvidas para [email protected] Consultório Médico O vírus de que se fala Nos últimos meses – como se nos zesse falta a presença de mais um vírus – começámos a receber notícias da chegada de um novo “convidado indesejável”: o Vírus da Varíola dos Macacos. De facto, esta zoonose (doença transmitida ao humano por animais), causada pelo Ortopoxvírus, apesar de ter tido a sua origem em África, há várias décadas, começou este ano a manifestar-se em vários pontos do mundo, acabando por chegar ao nosso País. Com um número de infeções longe dos valores pandémicos do coronavírus, estas têm vindo a ser registadas a um ritmo de crescimento que justi ca uma vigilância atenta das autoridades de saúde, o acompanhamento dos órgãos de informação e o cuidado da comunidade em geral. O Vírus da Varíola dos Macacos, contrariamente ao que sugere o nome pelo qual é popularmente conhecido, não tem reservatório nos primatas não humanos, ou seja, os macacos que não estão doentes não “transportam” o vírus. Outras espécies, como ratos, macacos, esquilos e cães da pradaria, são reservatórios do Ortopoxvirus. Este vírus transmite-se, sobretudo, pelo contacto direto com animais infetados ou reservatórios (através da sua ingestão ou manipulação), mas também por via respiratória (tosse, espirros) ou cutânea (bolhas e feridas na pele). O período de incubação é de aproximadamente 12 dias manifestando-se com sintomas semelhantes a uma gripe (febre, dor muscular, dor de garganta e tosse), podendo progredir para o inchaço de gânglios, seguidos das típicas vesículas e bolhas na pele. O período de incubação deste vírus é de cerca de 12 dias É importante esclarecer que este vírus pode infetar qualquer pessoa, independentemente do género, raça, idade ou orientação sexual. Felizmente a medicina dispõe já de vacina e caz para este vírus, bem como tratamentos de suporte para os casos mais graves, que permitem tratar e controlar a doença que provoca, não se tendo veri cado, até ao momento, qualquer caso mortal nos doentes infetados durante o atual surto. En m, mais um vizinho viral com o qual devemos aprender a conviver, protegendo-nos a nós e aos outros. Até ao próximo número, com saúde! CATARINA TELES MARTINS Médica Assistente Hospital Graduada de Pneumologia, Centro Hospitalar e Universitário de Lisboa Norte | Docente convidada da Faculdade de Medicina de Lisboa
RkJQdWJsaXNoZXIy ODAwNzE=