Se já não obrigatório o uso de máscaras, porque é que ainda temos de cumprir 7 dias de isolamento? E como se chegou à conclusão de que agora só são necessários 7 dias de isolamento se antes eram 14 obrigatórios? Finalmente, com tantas subvariantes detetadas, quais as implicações no futuro da Covid-19? Rita Silva, sócia 215534 Estimada Sra. Dª. Rita Silva, Agradeço muito as pertinentes questões que coloca, as quais terei todo o gosto de esclarecer. A não obrigatoriedade da utilização da máscara foi uma decisão governamental, recente, face à elevada taxa de vacinação da população com menor risco de desenvolver formas graves da doença, quando infetada. Todavia, quando alguém se infeta – para além de não estar livre de sofrer sintomas e complicações decorrentes da infeção - poderá contagiar (muitos) outros, pelo que se deve manter isolado para minimizar esta transmissão. O tempo de isolamento foi encurtado (7 a 10 dias) à luz do atual conhecimento sobre este vírus, sabendo-se que a sua transmissão é mínima a partir do 7.º dia nos doentes já assintomáticos. Espero ter ajudado no esclarecimento das dúvidas, estando sempre à disposição dos leitores da revista ACP. Envie as suas dúvidas para [email protected] Consultório Médico A Sexta Vaga Quando a 20 de março de 2020 a ministra da Saúde anunciou o primeiro caso con rmado de Covid-19 em Portugal, não era possível imaginar o que seriam os meses seguintes. Os longos meses seguintes que duram até hoje. Na verdade, o novo futuro que nos esperava... Hoje, ainda não sabemos tudo deste vírus. Não temos certezas acerca de qual a intensidade e gravidade que cada um de nós sofrerá quando infetado. Que indivíduos vão desenvolver uma forma grave de doença e car com mais ou menos sequelas. Quando e se haverá um antivírus realmente e ciente... Mas, por outro lado, sabemos bastante bem sobre a melhor forma como devemos viver com ele. Temos ao dispor de todos nós, sem exceção, as medidas mais e cientes para que possamos ter a vida com a chamada “nova normalidade” a que o SARS-CoV2 nos obriga e que não signi ca mais do que uma vida com mais cuidados. As soluções para a prevenção na propagação descontrolada do vírus que, desde o início da pandemia, têm vindo a ser defendidas – lavar as mãos, garantir o distanciamento social e uso de máscara – continuam a ser as mais e cazes e as que estão ao alcance de todos e que de todos dependem. A acrescer a estas e cientes medidas, temos, felizmente, as vacinas que a maioria da população portuguesa tomou. Sabemos que o mundo cou diferente, em princípios de 2020, com a Covid, tal como anteriormente tinha cado diferente após o 11 de setembro de 2001, em Nova Iorque e como cou, mais recentemente, após o dia 20 de fevereiro, na Ucrânia. São realmente muitas transformações e adaptações que o mundo está a exigir que acompanhemos constantemente e nós estamos a habituar-nos a isso. Exatamente da mesma forma, o próprio vírus transforma-se, também, nas variantes que se vão diferenciando da anterior, ganhando características de maior resistência e adaptabilidade, causando as sucessivas “vagas” que vamos somando e exigindo de nós que nos adaptemos à sua existência. O vírus não deixou de circular entre nós (nem irá nos próximos tempos), não baixou os braços e nós não devemos baixar a guarda. Vírus não deixou de circular e não devemos baixar a guarda O verão está a porta e, independentemente de ter sido decretado o m da obrigatoriedade do uso da máscara como uma das medidas de proteção e prevenção, eu vou continuar a usá-la sempre que estiver num espaço fechado ou mesmo num espaço aberto, com pessoas a circular. Já não custa nada e continua a valer muito. Façam o mesmo. É o melhor que vos posso aconselhar. Até ao próximo número, com boa saúde! CATARINA TELES MARTINS Médica Assistente Hospital Graduada de Pneumologia, Centro Hospitalar e Universitário de Lisboa Norte | Docente convidada da Faculdade de Medicina de Lisboa
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