Medida só avança com estudos O presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas, recusa-se a aplicar a medida sem haver estudos que a suportem. E por isso aprovou a proposta do PCP que é de submeter estas medidas a uma avaliação prévia, técnica e financeira, pelos serviços municipais e decidiu também que terá lugar um período de consulta pública de 45 dias. Moedas lamentou “a forma como tudo foi feito e apresentado” e que aquilo “de que Lisboa não precisa seguramente é de medidas avulsas, precipitadas e não consensualizadas que mais parecem ações de cosmética ambiental sem qualquer estudo ou sustentação”, referindo-se à redução da velocidade em 10 km/h e o encerramento das principais ruas e avenidas de cada freguesia. Para o presidente da autarquia lisboeta, “este é um exemplo de como alguns continuam a fazer política de costas voltadas com a cidade. E é, infelizmente, um exemplo claro de que, para não deixarem governar quem venceu as eleições, estão disponíveis para prejudicar a cidade e a vida dos lisboetas”. Para o presidente da Junta de Freguesia de Santo António, que alberga a Avenida da Liberdade, a proposta de fechar aquela via ao trânsito é “apenas absurda”. Em comunicado, Vasco Morgado considerou que a medida tem “fins meramente mediáticos” e que “também do ponto de vista ambiental, esta proposta é irrelevante senão pior", por transferir "o trânsito para as ruas adjacentes, mais estreitas e afuniladas". "Os domingos e feriados são os dias mais importantes, com mais de 22 mil pessoas na Avenida da Liberdade" Comunicado dos teatros na zona "Há muitos empregos em situação periclitante e mais este obstáculo poderá ser fatal para a viabilidade futura destes trabalhadores e das respetivas empresas." Uma situação ainda mais complicada tendo em conta que "os domingos e feriados" são "os dias mais importantes, por se poderem realizar sessões múltiplas, atingindo muitas vezes as 22.000 pessoas ao longo do dia". O descalabro comercial é corroborado pela União de Associações de Comércio e Serviços da Região de Lisboa (UACS). Carla Salsinha, presidente daquela entidade, lembra “que a questão das acessibilidades é muito importante para a decisão do consumidor” e que “muitos dos potenciais clientes da Avenida da Liberdade vão deixar de lá ir num dos dias mais favoráveis para compras, pois não é um tipo de clientela que vai de metro fazer compras na Avenida”. Para a responsável da UACS, esta medida vai também acabar por favorecer as grandes superfícies comerciais em detrimento do comércio local, “pois, contando com os feriados, são quase 70 dias por ano em que perdem clientes”. E alargando o seu pessimismo em termos geográcos recorda outros potenciais exemplos de perda de receitas, “como é o caso da Avenida da Igreja, que tem um ou dois restaurantes com enorme procura de take-away aos domingos. As pessoas passam a ir a pé buscar o almoço de domingo?”. Há 15 hotéis só na Avenida da Liberdade O presidente da Câmara de Lisboa só vai aplicar a medida quando tiver estudos técnicos 10
RkJQdWJsaXNoZXIy ODAwNzE=