5 ACP CLÁSS I COS “Devo ao meu pai o gosto pelos automóveis” Mas percebi a grande vontade que o meu pai tinha que eu fosse médico e fiz-lhe com muito gosto essa vontade. Quanto ao sonho das provas desportivas, esse ficou condenado com dois acidentes numa semana aos 18 anos, um com um Datsun SSS e outro com um R8. Com esse argumento o meu pai que era então a autoridade desportiva competente para o efeito, nunca me fez a vontade de me conceder a licença desportiva. Como oftalmologista diz que essa especialidade até tem muito de mecânica. São dois mundos que se conciliam? De certo modo. A Oftalmologia é uma especialidade muito instrumental e técnica onde a prática da micro-cirurgia é a regra na reparação cirúrgica de muitas situações patológicas. Obviamente mais exigente do que a mecânica no que respeita ao sucesso no momento da intervenção. Se partir um parafuso na mecânica posso, a seguir, substitui-lo. O sucesso de uma reparação difícil que me atrevi a fazer numa avaria no overdrive do meu A-H100, só foi mesmo possível pela sensibilidade adquirida na prática da micro-cirurgia. O talvez excessivo perfecionismo com que procuro atuar nos restauros e na mecânica em particular, deve-se em parte à minha prática oftalmológica. Também por influência do seu Pai é um apaixonado pela marca Austin Healey. Hoje tem três modelos e foi depois de adquirir o primeiro que se estreou no restauro… Sim, posso dizer que quando era um menino de escola primária tive a primeira paixão da minha vida. Foi o Austin-Healey 100-6 BN4, vermelho e preto, do meu pai que com que ele, tantas vezes correu. Depois tive a felicidade de primeiro ter conhecido e depois de ser amigo de John Wheatley, uma autoridade na marca, com livros escritos sobre estes carros e consultor habitual em muitos O Mundial FIVA de 2001 foi a última prova desportiva em que participou com o seu pai (na foto) Austin-Healey 3000 BT7 de 1959 num processo de restauro que demorou quatro anos a concluir
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