O NOVO PETRÓLEO PORTUGUÊS Nº 789 | MAR 2022 | 1,50€ | PERIODICIDADE Bimestral | DIRETORA Rosário Abreu Lima Desporto Mobilidade Economia Vodafone Rally de Portugal em maio Encontro global para a descarbonização Setor auto acredita em retoma suave
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03 Toda a história da humanidade é pintada com protagonistas para quem é tudo preto ou branco. Felizmente existem desde sempre inúmeras nuances que fazem avançar o Mundo. Vem isto a propósito da transição energética e da forma como vamos descarbonizar. Na Revista ACP temos vindo a dar um protagonismo crescente a esta matéria precisamente por entendermos ser crucial hoje, tal como a médio e longo prazo. Não há uma fórmula mágica nem uma decisão por decreto que reconverta todo um setor porque os políticos assim o desejam. As empresas e os cidadãos estão sempre um passo à frente e, também aqui, felizmente que assim é. Existem pistas e caminhos que merecem e precisam serem trilhados para se perceber da sua ecácia, custo e benefício: eletricidade, combustíveis sintéticos, hidrogénio, híbridos plug-in ou outra energia. Sabe-se hoje que os combustíveis sintéticos são limpos, ecientes e sem emissões. Da mesma forma que os responsáveis máximos dos maiores fabricantes mundiais de automóveis vieram já a público armar que o efeito da produção de elétricos é muito mais poluente. De igual modo, há ainda um longo caminho a testar no que ao hidrogénio diz respeito, sobretudo no transporte de carga. Tal como hoje já muitos optaram pelos híbridos plug-in, atualmente a melhor opção para reduzir as emissões nas cidades. Não existe uma realidade a preto e branco. Como costumo dizer, somos todos híbridos (quer queiramos ou não): pagamos metade do nosso vencimento em eletricidade e a outra metade em combustível... ENTREVISTA MUNDIAL RALIS COMBUSTÃO RENTING ACP CARTA CADUCADA O 1º Carro de Pedro Abecasis Gigantes da indústria criticam agenda 2035 Novos carros animam campeonato Conheça as propostas do mês Não deixe passar o prazo de revalidação 04 22 12 36 48 Dores de crescimento EDITORIAL Carlos Barbosa Presidente do Automóvel Club de Portugal PROPRIEDADE E EDIÇÃO Automóvel Club de Portugal, pessoa coletiva de utilidade pública nº 500700800 e matriculada na Conservatória do Registo Comercial sob omesmo número, com sede na Rua Rosa Araújo nrs. 24-26, 1250-195 Lisboa SEDE DA REDAÇÃO Rua Rosa Araújo nrs. 24-26, 1250-195 Lisboa DIRETORA Rosário Abreu Lima REDAÇÃO António Xavier, Francisco Gonçalves, Mário Vasconcellos, Ricardo Paz Barroso EDIÇÃO GRÁFICA amarelo. design FOTOGRAFIA Interslide, Arquivo ACP, iStock DIRETOR COMERCIAL Tomaz Alpoim PUBLICIDADE Francisco Cortez Pinto, Elizabette Caboz | Rua Rosa Araújo, nrs. 24-26, 1250-195 Lisboa | Tel. 213 180 100 | [email protected] DIRETOR GERAL COMERCIAL Luís Figueiredo IMPRESSÃO Lidergraf | SustainablePrinting, comsedenaRuadoGalhano, nº15, 4480-089ViladoConde TIRAGEMMÉDIA 181.000exemplares PERIODICIDADE Bimestral. OACP é alheio ao conteúdo de publicidade externa. A sua exatidão e/ou veracidade é da responsabilidade exclusiva dos anunciantes e empresas publicitárias. ISSN 0870-273X Dep. Legal nº 2675/83 | Nº de Registo na ERC 100226. Estatuto Editorial disponível em acp.pt Nº 789 MARÇO 2022
4 Pedro Abecasis (sócio 48517) recorda a boa condução e comportamento que o primeiro carro lhe proporcionou durante os quatro anos em que o teve Qual foi o seu primeiro carro? Um Fiat 127. Foi dos carros que mais conquistou os portugueses, na época… Sim teve muito sucesso na época, sobretudo entre os mais jovens. Tinha um excelente compromisso entre preço, manutenção e bom desempenho, no segmento dos carros pequenos. Teve-o durante quanto tempo? Mantive-o durante quatro anos. O que mais recorda dele? A facilidade de condução e o excelente comportamento em estrada. O que era ótimo para quem acabava de tirar a carta de condução. Se pudesse ainda o teria? Gostei dele naquela época, mas não me deixou nostálgico. Aliás, já pensei em comprar um clássico, mas não creio que a escolha vá nesse sentido. E nos carros de hoje, o que mais gosta? O conforto nas longas viagens. Vivo em Lisboa, tenho um carro de caixa automática e tenho uma paixão por Sintra. Por vezes ponho-o em modo manual, metendo mudanças com patilhas no volante e vou percorrer as estradas de Sintra em bom ritmo. O meu primeiro carro “O ACP é um amigo que não dispenso” Que tipo de condutor se considera? Cuidadoso e cordial. Como também ando de moto na cidade, sou extremamente cuidadoso e facilitador para com as motos, exceto quando me deparo com conduções inconscientes, muito comuns nos estafetas que hoje inundam a cidade. Costuma ter azares na estrada? Tive um grande acidente há cerca de 35 anos. Mas não é frequente car na estrada por avaria. Quando acontece conta com o ACP? Sempre. Já pedi ajuda ao ACP para o carro da minha mulher e para o do meu lho. É sempre no que penso primeiro, em caso de necessidade. Também aconselho a ajuda do ACP aos amigos, sempre com excelentes resultados. Quais os serviços do clube a que mais recorre? Além de colaborar há muitos anos com o clube na área do desporto automóvel, trato da renovação da carta, por exemplo, através do ACP. Para si, o ACP é… Um amigo que não dispenso, nos bons e maus momentos. Fiat 127, por Pedro Abecasis Licenciado em engenharia mecânica, Pedro Abecasis é responsável pela Formação de Karting ACP há 22 anos, além de integrar a equipa de segurança do Vodafone Rally de Portugal.
A VALORCAR assegura a recolha das baterias dos veículos elétricos e híbridos quando deixam de servir para este fim. Estas baterias podem ainda ser recondicionadas e usadas para armazenar energia, nomeadamente de fontes renováveis, ou enviadas para reciclagem em unidades especializadas. No processo de reciclagem, baseado em tecnologias metalúrgicas, são separados diversos metais para serem utilizados no fabrico de novos produtos. www.valorcar.pt
Portugal no futuro da transição energética Também designado por ouro branco, o lítio está a marcar a agenda em vários pontos do mundo por causa do seu uso nas baterias das viaturas elétricas. Portugal é dono de uma das maiores reservas da Europa, mas o processo de extração é demorado, burocrático e polémico gere o processo, mesmo os seis locais a prospectar viram as suas áreas iniciais reduzidas a cerca de metade, por causa das zonas de maior densidade urbana, funcional e demográ ca. Já Serra d'Arga, no Alto Minho, e Segura, em Idanha-aNova, foram as duas zonas que caram livres deste processo. No caso de Arga, pela sua expectável classi cação como Área Protegida; no caso de Segura, devido à prevista rede nição de limites da Zona de Proteção Especial do Tejo Internacional. Das oito áreas com potencial de extração de lítio, apenas seis vão ser alvo de prospeção Como se pode perceber pelos mais recentes passos administrativos rumo à extração do lítio, o processo é muito sensível. Portugal tem uma das maiores reservas de lítio da Europa e a sexta maior do mundo, segundo estimativas divulgadas pelo Serviço Geológico dos Estados Unidos. Um dado que coloca o País na berlinda do futuro energético. É que o lítio transformou-se num dos metais mais apetecíveis da atualidade, sendo já apelidado de petróleo do século XXI. Recorde-se que na anunciada transição energética estimada para 2035, a mobilidade elétrica exige baterias e estas exigem lítio. Embora se estime cerca de 60 mil toneladas de lítio enterradas no solo português - para uma reserva mundial na ordem dos 30 milhões de toneladas -, chegar até elas tem sido um processo longo, burocrático e polémico. No início de fevereiro, Portugal deu mais um passo rme no sentido de explorar o lítio que possui. A Avaliação Ambiental Estratégica, divulgada pela DireçãoGeral de Energia e Geologia, reduziu de oito para seis o número de áreas (ver mapa nestas páginas) com condições para se avançar com a prospeção e pesquisa de lítio. Até abril vão ser anunciados os respetivos concursos e os vencedores desses concursos vão ter cinco anos para fazer a prospeção das suas áreas. Só então, mediante o estudo de viabilidade, é que podem começar a extrair o tão apetecido lítio, não sem antes terem de submeter os projetos a uma Avaliação de Impacto Ambiental Segundo o Ministério do Ambiente e da Ação Climática (MAAC), que 6
Explicar o processo de extração deste metal alcalino de coloração esbranquiçada é relativamente simples. Alguns dos minerais de onde o lítio pode ser extraído são a espodumena, a lepidolite, a petalite, a eucriptite e a ambligonite. Também é possível recorrer às salmouras onde se pode extrair lítio, mas em estado de cloreto, sendo mais fácil utilizar para a criação de baterias. É nos Andes (Argentina, Chile e Bolívia) que se concentram 75 % das reservas de cloreto de lítio de todo o mundo. Uma tonelada de rocha para 5 gramas De volta a Portugal, o processo irá começar pela extração mecânica de rocha com recurso a equipamento pesado. O mineral é depois transportado por longos tapetes rolantes para a fase de trituração e peneira. Segue-se um processo de pré-utuação em que são usados agentes de limpeza que originam uma massa, que depois vai passar por nova peneira e centrifugadores. Segue-se nova utuação, lavagem e adição de produtos químicos, sendo depois tudo seco e ltrado. Para obter cinco gramas de lítio é preciso partir uma tonelada de rocha, segundo alguns cálculos. Isso implica minas a céu aberto com vários quilómetros de área. Concelho de Mangualde faz parte de uma das maiores zonas de prospeção de lítio Para que serve o lítio? Há várias utilidades que se podem atribuir ao lítio e uma das que mais pressão está a exercer sobre a sua procura prende-se com a questão das baterias necessárias para os carros eletrificados (híbridos, plugin e elétricos), em que se recorre aos ióes de lítio. Há muitas outras indústrias que também precisam do lítio. Por exemplo, ainda no campo da tecnologia, os telemóveis, tablets e computadores precisam de baterias que usam lítio. Menos evidentes são as utilizações de lítio no fabrico de ligas metálicas para o setor aeronáutico, vidros de alta resistência, produção de plásticos, borrachas sintéticas, ligas de alumínio, fabrico de graxas e lubrificantes, cerâmicas e até medicamentos, como é o caso do carbonato de lítio, indicado para o tratamento de situações maníacodepressivas e de comportamentos bipolares. A guerra ao lítio Com estas características de extração, e apesar do seu valor no mercado, as populações reagem com enorme desconança à possibilidade de terem no seu concelho uma atividade que implica escavar montes e partir rochas em grandes quantidades. As mais de 20 autarquias abrangidas pelas seis áreas de prospeção receiam o futuro A gerir essa desconança estão as mais de 20 câmaras municipais abrangidas pelas seis áreas que agora vão a concurso de prospeção. Apesar das reuniões mantidas com o ministro do Ambiente, Matos Fernandes, no sentido de obter esclarecimentos e garantias, o medo persiste. "Os autarcas transmitiram que se opõem a qualquer método invasivo utilizado e que ponha em causa o património ambiental ou as nossas populações", revelou o presidente da Câmara de Felgueiras, Nuno Fonseca, após reunião ministerial com as câmaras de Amarante, Celorico de Basto, Fafe, Felgueiras, Guimarães e Mondim de Basto, todas elas abrangidas pela área de Seixoso-Vieiros. Também as câmaras de Mangualde, Guarda e Covilhã levantam resistências à extração de lítio nos seus concelhos. Defesa do ambiente e da qualidade de vida são os principais argumentos da contestação. A transição energética para a mobilidade elétrica vai exigir o fabrico de muitas baterias 7
Preços cresceram 500% em 7 meses Prontas a enfrentar tudo isto estão as empresas candidatas à extração de lítio em Portugal. É que o lítio tornou-se de tal forma procurado que basta olhar para os preços praticados no mercado mundial para não sobrarem quaisquer dúvidas: se no início de agosto de 2021 uma tonelada de lítio custava 12.500 euros, a 21 de fevereiro deste ano os por uma proposta da Comissão Europeia que ainda não foi aprovada, que está a acelerar o mercado do lítio, com vista ao m dos motores a combustão nos carros novos a partir de 2035. A alternativa vão ser os carros eletricados (híbridos, plug-in e elétricos). Tudo isto leva os fabricantes de baterias a competir entre si para assegurar contratos de fornecimento a longo prazo devido à escassez de metais como o lítio. Estima- -se um déce de 26 mil toneladas de lítio em 2022 e de 300 mil toneladas até 2030, uma vez que o setor de mineração não consegue acompanhar a procura. Lítio até quando? Segundo um artigo da Nature, em 2040 prevê-se que dos cerca de 100 milhões de veículos novos, 80 milhões podem vir a ser eletricados. Isso vai implicar um consumo de 20 milhões de toneladas de lítio daqui a 18 anos, ou seja, esgotar-se-ão praticamente todas as reservas mundiais estimadas, ou seja, a humanidade volta à estaca zero, caso não haja uma nova alternativa energética para a mobilidade. Para já o grande desao é reduzir as quantidades de metais que precisam de ser extraídas para as baterias dos carros elétricos. Seixoso-Vieiros (c. 144 km2) Massueime (c. 439 km2) Guarda Mangualde NW (c. 155 km2) Guarda Mangualde W (c. 174 km2) Guarda-Mangualde E (c. 421 km2) Guarda Mangualde C (c. 163 km2) Fonte: DGEG Localização das zonas de prospeção de lítio em Portugal O lítio tem muitas aplicações, mas é no campo energético que surge a maior pressão COIMBRA C. BRANCO VILA REAL VISEU GUARDA preços atingiram um recorde de 62.650 euros, ou seja, um crescimento de 500% no espaço de sete meses, valores que tomam por referência o mercado chinês, o maior produtor mundial de baterias. Em sete meses o preço por tonelada de lítio subiu de 12.500 para 62.650 euros Quais as razões para esta escalada de preços? De novo as diculdades em conseguir acelerar o processo de extração, como aconteceu em duas áreas com recursos signicativos de lítio, Chile e Sérvia, que enfrentam problemas com a produção de lítio por contestação dos ambientalistas. Recentemente, a Sérvia revogou as licenças de exploração de lítio e os ambientalistas estão a pressionar para uma moratória sobre a extração de lítio. Já no Chile, os ambientalistas estão a pedir a suspensão de novos contratos de mineração de lítio devido a questões de direitos de água e métodos de extração, ao mesmo tempo que tentam aprovar legislação que pode mudar o sector mineiro. Mas é a anunciada transição energética para a mobilidade elétrica, impulsionada 8
O lítio e o veículo elétrico – o caso português Face à importância que tem hoje em dia para o nosso país o cluster automóvel (componentes e fabricação /montagem de veículos), parece-nos essencial a defesa e reforço desse cluster num momento em que a indústria automóvel está a sofrer uma mudança estrutural do veículo de combustão interna (VCI) para o veículo elétrico (VE). Temos um conjunto de empresas que produzem componentes metálicos e de plástico, que continuarão a ser essenciais para os VE, sejam eles a baterias (BVE), vulgo carro elétrico, ou a pilhas de combustivel alimentadas a hidrogénio (FCVE), vulgo carro a hidrogénio. O BVE tem menos componentes e até menos complexidade que o VCI, mas as baterias são uma componente chave Ora as baterias viajam mal e por isso, para defender as nossas empresas montadoras/produtoras de veículos, conviria, tal como os espanhóis estão a fazer, atrair uma fábrica de baterias. Acontece que a tecnologia que está a ser largamente utilizada nesta transição é a das baterias de ião-lítio e Portugal tem as maiores reservas de lítio da Europa, a qual está perigosamente dependente da China na cadeia de valor destas baterias. Então conviria dinamizar os projetos de exploração mineira que se perspectivam e, a partir do concentrado de espumodena existente nas minas em Portugal, virmos a ter uma refinaria para o converter em hidróxido de lítio que é depois usado nas células das baterias de ião-lítio. E conviria atrair através do IDE um fabricante de baterias para termos completa essa cadeia de valor e defender o nosso cluster automóvel na passagem para a mobilidade eléctrica, formando-se em Portugal um mais completo cluster da mobilidade. A GALP, em associação com a NORTHVOLT, empresa nórdica produtora de baterias, propõe-se na sua transição energética investir num complexo industrial com refinaria e fábrica de baterias. Se não aproveitarmos as reservas de lítio que temos em Portugal, o país não terá argumentos para desenvolver aqui toda a cadeia de valor desde a extração do lítio até à fabrica de baterias e como somos um país fisicamente periférico em relação ao centro da Europa, estarão ameaçadas as nossas unidades de produção/montagem de veículos na transição para o BVE por não terem perto uma fábrica de baterias, componente que, como referido, viaja mal devido ao peso. O aproveitamento mineiro das nossas reservas de lítio, completado por um projeto industrial que complete a cadeia de valor é assim de óbvio interesse nacional Acontece que, como acontece normalmente com as explorações mineiras, tal actividade será feita em regiões de baixa densidade em regressão económica, sendo a actividade mineira uma das únicas oportunidades para o desenvolvimento sócio-económico dessas regiões. Naturalmente que esta exploração do lítio no nosso país deverá ser feita no mais absoluto respeito pelos mais elevados padrões ambientais, utilizando as mais modernas tecnologias disponíveis, e com a obvia partilha de benefícios da exploração com as populações envolvidas. Se assim acontecer, ganham todos, o país e as regiões envolvidas, com esta oportunidade de explorarmos o lítio em Portugal, integrando a cadeia de valor ligada à passagem para o veículo elétrico. • LUÍS MIRA AMARAL Engenheiro Elétrotécnico (IST) e Economista (MSc NOVASBE) Tesla instalou uma "gigafactory" na China, um dos principais países no setor mundial da produção de baterias 10
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Fim dos motores a combustão em 2035 cada vez mais difícil Os maiores fabricantes de automóveis não acreditam que o m para os motores a combustão aconteça realmente daqui a 13 anos Com o anúncio do m dos motores a combustão nos carros novos a partir de 2035 e concomitante passagem para os automóveis elétricos, segundo proposta da Comissão Europeia que ainda não foi aprovada, os maiores grupos de fabricantes de automóveis continuam a reagir com incredulidade ao apertado prazo de 13 anos para recon gurar de alto a baixo toda uma indústria que, só na Europa, produz mais de 15 milhões de veículos por ano e emprega 15 milhões de pessoas. Toyota e Volkswagen são os dois maiores grupos mundiais e, juntos, vendem quase 20 milhões de automóveis por ano. Apesar da marca nipónica ter sido a primeira a nível mundial a desenvolver carros híbridos, numa aposta muito à frente do seu tempo, tal não tem impedido o seu presidente, Akio Toyoda, de ser fortemente crítico com a transição para os carros elétricos, que na sua opinião vai ser a causa do colapso da indústria. “Quando os políticos vêem dizer ‘Vamos livrar-nos de todos os carros a gasolina!’, será que compreendem verdadeiramente o que estão a dizer?”, questionou o neto do fundador da Toyota. Segundo as contas de Toyoda, só a instalação de uma infraestrutura de carregamento para corresponder à realidade atual da mobilidade pode custar entre 110 e 293 mil milhões de euros. Toyoda recordou ainda que muita da eletricidade mundial é ainda produzida a partir do carvão e do gás natural, o que signi ca um aumento "Quando os políticos afirmam ‘Vamos livrar-nos de todos os carros a gasolina!’, será que compreendem verdadeiramente o que estão a dizer?" Akio Toyoda, Presidente da Toyota 12
13 de emissões para abastecer uma frota mundial de elétricos. Também o presidente da Volkswagen considera irrealista a meta de nida para 2035. Herbert Diess, numa entrevista ao site e Verge, explicou o seu pessimismo. "Penso que esta transição para veículos elétricos tem muitos constrangimentos. O plano de chegar a 50% das vendas com elétricos até 2030 é extremamente ambicioso. Se a Volkswagen possui, aqui na Europa, cerca de 20% de quota de mercado, para que essa quota atinga os 50% de veículos elétricos, precisamos de seis giga-fábricas de baterias. Essas fábricas teriam de estar a funcionar até 2027, 2028 para poderem cumprir o nosso objetivo de 2030. É quase impossível fazer isso". "Para termos metade da nossa quota de mercado movida a eletricidade até 2030 precisamos de construir seis giga-fábricas de baterias em cinco anos" Herbert Diess , CEO Grupo Volkswgaen Segundo Diess, é preciso encontrar a localização para estas fábricas de baterias com mais de dois quilómetros de área, comprar maquinaria, formar pessoas e ainda garantir o enorme fornecimento e a qualidade das matérias-primas, como o lítio, uma tarefa ciclópica e isto só na perspectiva da Volkswagen, pois ao todo seriam necessárias cerca de 30 gigafábricas de baterias para corresponder às intenções anunciadas pela Comissão. Carlos Tavares, o português que gere o quarto maior grupo mundial, onde se encontram marcas como Peugeot, Fiat ou Citroën, também considera brutal a transição para os elétricos e a rma que é possível reduzir as emissões de forma Português que gere a Peugeot, Citroën e Fiat diz que os híbridos são a melhor solução Responsável pelo grupo Volkswagen afirma que a transição para os elétricos tem um prazo irrealista mais rápida e barata. A solução passa pelos híbridos, veículos que garantem menor pegada de CO2 e continuam a ser acessíveis ao consumidor médio. Carlos Tavares fez a contas e a rma que os elétricos representam custos adicionais de 50%, um aumento que vai obrigar a classe média a manter por mais tempo os seus carros a combustão a não ser que comprem elétricos scalmente subsidiados, o que segundo o português não é sustentável em termos orçamentais. Para o Automóvel Club de Portugal, o incentivo ao abate de viaturas é uma ferramenta fundamental para renovar o parque automóvel de forma a também reduzir as emissões em grande escala. "Esta transição para os elétricos é brutal e vai ter consequências no acesso aos carros novos, que vão ficar ainda mais caros" Carlos Tavares, CEO Grupo Stellantis Em 2021 a Toyota vendeu mais de dois milhões de carros híbridos, híbridos plug-in, elétricos e a hidrogénio, mas a Volkswagen liderou por sua vez nos elétricos, com mais de 450 mil elétricos vendidos contra os 14 407 da marca japonesa.
O automóvel no centro da mobilidade sustentável Apresentação em Lisboa da Global Mobility Call foi o pretexto para um debate sobre a agenda para uma mobilidade sustentável e a criação de cidades verdes. O encontro revelou a descon ança geral sobre a viabilidade dos carros elétricos como futuro único Madrid vai ser palco em junho do maior congresso mundial sobre mobilidade, cidades sustentáveis e economia verde, o Global Mobility Call. A ideia é fazer na capital espanhola uma espécie de Web Summit da mobilidade, um encontro onde os maiores especialistas vão partilhar novas perspectivas. E pelo que se viu no debate que marcou a apresentação do evento na Embaixada de Espanha, em Lisboa, há ainda muito trabalho pela frente. Num encontro que contou a presença de Carlos Barbosa, do ACP, António Pires de Lima, da Brisa, João Ricardo Moreira, da NOS, António Oliveira Martins, da LeasePlan, Miguel Eiras Antunes, da Deloitte, e Soa Tenreiro, especialista em energia, as opiniões não divergiram muito: apesar de toda a dinâmica em torno dos carros elétricos como solução para a neutralidade carbónica, alavancada por benefícios scais e decisões políticas, seria impossível ter um mundo a circular de forma elétrica. É impossível ter uma frota mundial a circular totalmente em modo elétrico "Não vamos poder ter 100% de carros elétricos, até porque não há infraestrutura para isso", armou Soa Tenreiro, referindo-se à imperiosa questão dos carregamentos elétricos. Madrid recebe em junho o Global Mobility Call Organizado pela IFEMA Madrid, o evento vai contar com cerca de 150 expositores e 250 startups da área da sustentabilidade e tem por objetivo debater soluções para atingir a neutralidade carbónica, tuteladas pela necessidade de ação climática e pelo rescaldo da pandemia da Covid-19, ajudando a humanidade a sair da atual encruzilhada. Segundo Juan Francisco Montalbán Carrasco, Ministro Conselheiro da Embaixada de Espanha em Portugal, o Global Mobility Call contribuiu para um posicionamento da Península Ibérica como local ideial para novas realidades económicas, logísticas e industriais. Já o diretor geral do IFEMA MADRID, Eduardo López-Puertas, salientou que "existe pouca coesão em torno do conceito de mobilidade sustentável", razão primordial para realizar este evento. 14
15 Já o presidente do ACP referiu que há estudos a mostrar que "em 2040 apenas 27% da frota mundial vai ser elétrica". "É preciso repor o incentivo ao abate de viaturas em fim de vida para renovar um parque automóvel muito envelhecido" Carlos Barbosa, ACP Para Carlos Barbosa a solução mágica não passa por um parque automóvel exclusivamente elétrico, mas sim pelos híbridos (eletricidade + combustível) e pelos combustíveis sintéticos. Mas estes são aspetos técnicos da solução para uma mobillidade sustentável. Outros são políticos: sendo os atuais automóveis a combustão muito menos poluentes e com regras apertadas nas emissões, "seria fundamental retomar o incentivo ao abate de viaturas em m de vida e assim renovar um parque automóvel envelhecido, que atualmente tem 13 anos, o que signica que há automóveis a circular com mais de 20 anos". Mas há mais: "transportes públicos de qualidade, uma boa rede de parques de estacionamento à entrada das cidades e novas soluções de mobilidade suave são indispensáveis para uma cidade sustentável", considerou Carlos Barbosa. António Oliveira Martins, da LeasePlan, concordou: "há muita curiosidade pela solução elétrica, mas apenas 4% da nossa frota é elétrica e 11% são híbridos plugin". A seu ver, seria também necessário o Estado reforçar os apoios à troca de veículos por outros mais sustentáveis, "pois há muitos carros velhos a circular e esses é que poluem". Além de que "ainda não sabemos ao certo quanto vai valer um carro elétrico daqui a cinco anos". António Pires de Lima, da Brisa, considerou ainda que, quanto às soluções de mobilidade suave, como por exemplo, as bicicletas e as trotinetes, são uma boa solução, "mas é preciso haver mais regulamentação, já que não faz sentido haver pessoas sem qualquer formação a partilhar as ruas com outras pessoas que tiveram de tirar uma formação completa para poderem estar ao volante", numa referência explícita à convivência entre os meios suaves e os automóveis, tal como o ACP tem apelado. Muito importante é também o papel que a tecnologia vai ocupar na mobilidade sustentável. Se João Ricardo Moreira, da NOS, destacou a importância do 5G para o futuro da mobilidade, em complemento, Miguel Eiras Antunes, da Deloitte, referiu o desenvolvimento da Mobilidade Como Um Serviço (Mobility as a Service), como uma mudança clara na forma como nos deslocamos, onde o planeamento de uma viagem é feito de forma integrada e com um só pagamento. A tecnologia, através do 5G, vai ter um papel fundamental na mobilidade sustentável Cidades do futuro vão ser verdes e com uma mobilidade susatentável, segura e conectada Organizado pelo IFEMA Madrid, o evento promete ser a Web Summit da mobilidade sustentável
Justiça iliba condutora e deixa as culpas todas para veículo elétrico num caso de atropelamento mortal O Tribunal da Relação do Porto concluiu, numa decisão do passado dia 14 de julho de 2021, que os veículos elétricos comportam um maior risco de perigo, por serem silenciosos, e pelo facto de as pessoas, no geral, ainda não estarem habituadas à sua presença na estrada. O caso remonta a outubro de 2017, quando uma mulher de 26 anos foi atropelada numa avenida movimentada em Gondomar, por outra que conduzia um automóvel elétrico. O atropelamento resultou em morte e a família da vítima pediu uma indemnização de 150 mil euros à seguradora, que incluía danos morais e um montante pela perda do direito à vida da lha. Caso remonta a 2017, quando uma mulher de 26 anos foi atropelada por um elétrico numa avenida em Gondomar A decisão do tribunal de primeira instância absolveu a seguradora da condutora do pedido de indemnização dos pais da vítima, tendo concluído também que não havia culpa da sua parte, mas, sim, exclusivamente da vítima, que iniciou a travessia da estrada distraída. No entanto, após o recurso interposto pela família da vítima, o Tribunal da Relação do Porto decidiu condenar a seguradora a pagar uma indemnização de 27 mil euros, justi cando o veredito com a existência de “um novo risco expressivo” associado a este tipo de automóveis. No entender do tribunal de segunda instância, os automóveis elétricos ainda são pouco utilizados nas estradas portuguesas e a maioria dos peões ainda não se habituou “a lidar com as suas características especiais” como o seu movimento tendencialmente silencioso, nem “interiorizou devidamente a importância da observação na prevenção do perigo que os veículos elétricos representam”. Segundo a Relação do Porto, os peões ainda não se habituaram aos elétricos A lei portuguesa presume a culpa do condutor nos casos de acidentes causados por veículos, exceto quando o acidente for imputável ao lesado ou a terceiro, ou quando resulte de causa de força maior estranha ao funcionamento do veículo. No caso do atropelamento mortal de Gondomar, a Relação do Porto defendeu que, ao contrário dos veículos movidos a motor de combustão, os elétricos não fazem ruído, podendo afetar os peões, que não preveem a sua aproximação. E, assim, considerou que, embora a condutora do veículo não tivesse sido causadora do acidente, a sua seguradora teria de Consultório Jurídico Uma mulher atravessou uma avenida sem con rmar se passava algum carro. Foi mortalmente atropelada e a família exigiu uma indemnização, que lhe foi negada na 1ª instância. Até que a Relação do Porto tomou uma decisão inédita 16
17 O estado da segurança rodoviária e da mobilidade foi o ponto central de uma reunião entre o presidente do Automóvel Club de Portugal e o Comandante-Geral da Guarda Nacional Republicana. A participação ativa da GNR no Conselho Consultivo do Observatório ACP esteve na origem deste encontro O Observatório ACP é um centro de estudo e debate de temas relacionados com a mobilidade, a segurança rodoviária e os comportamentos dos utilizadores da rede rodoviária. O retomar das iniciativas e estudos deste organismo que federa as maiores instituições representativas da mobilidade e da segurança rodoviária é o objetivo de curto prazo, dado que os trabalhos foram suspensos durante a pandemia de Covid-19. A sintonia de posições e a convergência quanto à necessidade de produzir mais conhecimento e informação sobre os comportamentos dos utilizadores da rede rodoviária nacional foi total. “O papel da GNR é um pilar fundamental na segurança rodoviária, mas não só. A sua reconhecida capacidade e conhecimento do terreno, revelam-se imprescindíveis em todas as operações. É um grande orgulho para o ACP poder contar com a sua colaboração desde há longos anos”, referiu o presidente do ACP, Carlos Barbosa. “O alcance e a abrangência do Automóvel Clube de Portugal, junto dos condutores portugueses e das entidades que trabalham para que a segurança rodoviária seja cada vez mais profícua, coloca-o numa posição de destaque nestes domínios. Como tal, é um privilégio para a Guarda poder continuar a contar com a colaboração do ACP, uma realidade que tem anos de história, para que a mobilidade, a comodidade e a segurança no ambiente rodoviário em Portugal seja cada vez mais uma constante”, sublinhou o Tenente-General Rui Clero. pagar a indemnização, mesmo tendo sido provado que a vítima atravessou a estrada distraída. A valorização, pela comunidade, do ruído dos motores dos automóveis, como forma de reação ao perigo pela aproximação dos carros in uenciou esta tomada de posição da Relação do Porto. Os elétricos ganham relevância e são objeto de benefícios fiscais e outros subsídios Os veículos elétricos têm tido nos países ocidentais uma relevância cada vez maior, chegando a ser objeto de benefícios scais e outros subsídios para reforçar a sua utilização. As decisões devem adequar-se aos seus tempos, e, se por um lado, parece fazer sentido proteger especialmente os peões, ciclistas e outros utilizadores não rodoviários das estradas, por outro, esta decisão é menos favorável aos condutores de carros elétricos na medida em que traça uma distinção entre carros com motor de combustão e carros movidos a energia elétrica. Justi ca-se, vários anos depois da introdução destes automóveis no mercado português, e numa altura em que a sua utilização é cada vez mais Elétricos obrigados a fazer barulho Desde julho de 2021 que todos os automóveis eléctricos e híbridos são obrigados a incluir um avisador acústico cujo som tem uma frequência mínima de 56 decibéis e máxima de 75 decibéis, até uma velocidade de 20 km/h, sendo obrigatório que o veículo se faça ouvir mesmo que esteja a efectuar marcha-atrás. Denominado Audible Vehicle Alert System (AVAS), este alerta sonoro varia com a aceleração, até um máximo de 1600 hertz, e não pode ser desligado pelo condutor. A medida garante uma maior segurança dos peões, especialmente crianças, idosos e cegos, pois está provado que a circular a uma velocidade máxima de 30 km/h, um veículo que rode em modo zero emissões só é detectável a oito metros, deixando ao peão apenas segundo e meio para reagir. ACP e GNR reforçam posição sobre segurança rodoviária comum, ameaçando até a supremacia dos carros convencionais, a proteção que é dada às vítimas dos acidentes com veículos elétricos? Esta decisão jurídica traça uma distinção entre elétricos e carros a combustão
O Presidente da Mesa da Assembleia Geral, (Miguel de Gouveia Rebocho Esperança Pina) CONVOCATÓRIA Assembleia Geral Ordinária Nos termos do disposto no n.º 1 do artigo 33.º e na alínea a) do n.º 2 do artigo 27.º dos Estatutos do ACP, convoco a Assembleia Geral Ordinária do Automóvel Club de Portugal para reunir na sua Sede, na Rua Rosa Araújo, n.º 24, em Lisboa, pelas 09:30 horas do dia 27 de abril de 2022, com a seguinte Ordem de Trabalhos: Ponto Único: Apreciar e votar o relatório de gestão, as contas do exercício, e o relatório e parecer do Conselho Fiscal referentes ao ano de 2021, nos termos da alínea a) do n.º 2 do artigo 27.º dos Estatutos. Apreciar e votar, ainda, o relatório consolidado de gestão, as contas consolidadas, e os demais documentos de prestação de contas consolidadas do Automóvel Club de Portugal, e o relatório e parecer do Conselho Fiscal referentes ao ano de 2021. Nos termos do disposto no n.º 3 do artigo 33.º dos Estatutos, caso, no dia e hora previstas nesta Convocatória, não esteja presente metade dos Sócios, fica desde já convocada a Assembleia Geral para reunir, em segunda convocação, quanto ao Ponto Único da Ordem de Trabalhos, às 10:00 horas do mesmo dia, podendo deliberar com qualquer número de Sócios. Nos termos do disposto no n.º 4 do artigo 33.º dos Estatutos, os documentos referidos no Ponto Único da Ordem de Trabalhos podem ser consultados pelos Sócios no site do ACP (www.acp.pt), na sede do ACP, e nas suas delegações, dez dias antes da Assembleia Geral. Lisboa, 31 de janeiro de 2022 A Revista ACP está mais digital. Pode receber a revista em papel na sua caixa de correio ou por via online Se gosta de ler a informação em formato digital, receba a revista no seu e-mail. Além das seis edições ano digitalizadas pode também subscrever a newsletter semanal da Revista ACP, com a atualidade do mundo automóvel em destaque no telejornal. Como quer receber a Revista ACP? Quer continuar a receber a revista em papel em casa? Ou prefere só a versão digital? Ou ambas? Basta indicar a sua opção no site em acp.pt/myacp ou envie um email para [email protected] 18
Ano de estreias no WRC Vodafone Rally de Portugal A prova portuguesa do Mundial de Ralis é palco da estreia dos novos carros híbridos em pisos de terra, inova com três super-especiais (Coimbra, Lousada e Porto) e assinala os 50 anos doWRC O Vodafone Rally de Portugal volta a marcar a história do WRC. O maior evento desportivo realizado no país vai ser o an trião da estreia em pisos de terra de uma nova geração de automóveis híbridos. Uma evolução no regulamento técnico, que faz aumentar ainda mais o interesse desportivo da prova portuguesa, a quarta do calendário do Mundial. Presentes vão estar a campeã em título, Toyota Gazoo Racing, Coimbra recebe uma das novidades desta edição: uma Super-Especial com os Yaris, a Hyundai Motorsport com os i20 N e a M-Sport Ford com os novos Puma. Segundo o presidente do ACP, Carlos Barbosa, o desa o deste ano está na perícia dos pilotos pois “os carros são completamente novos e diferentes, os pilotos possuem menos ajudas, tornando-se mais difícil de controlar o carro”. A 19 de maio vai ser possível observar pela primeira vez "O desafio este ano está na perícia dos pilotos pois os carros são completamente novos " Carlos Barbosa, Presidente do ACP 20
Prova tem um percurso de 1.535 km, dos quais 343 são em contra-relógio A Super-Especial do Porto fecha o primeiro dia de prova a Norte o comportamento dos novos WRC em pisos de terra, quando cumprirem o Shakedown do Vodafone Rally de Portugal que, mais uma vez, volta a realizar-se em Baltar/Paredes. É o derradeiro teste que pilotos e equipas têm para de nir ou corrigir as últimas a nações. Será um dia também marcado pelo início da luta contra-relógio, com a Super Especial de Coimbra, uma estreia absoluta na prova do ACP. Vai ter três quilómetros de extensão e está desenhada no perímetro urbano da cidade do Mondego, prometendo fortes emoções e muito espetáculo aos a cionados. É a primeira vez que o Vodafone Rally de Portugal integra três super-especiais, duas delas urbanas. Também o Porto vai ter uma super-especial, reforçando a estrutura de uma prova que percorre o Norte e o Centro de Portugal. Prova portuguesa marca a estreia dos novos carros híbridos em piso de terra Tal como nas anteriores edições, o primeiro dia de prova, a 20 de maio, é marcado por quatro das mais emblemáticas classi cativas do Centro do País: Lousã, Góis, Arganil e Mortágua. Especiais que serão percorridas por duas vezes (com exceção de Mortágua), antes da viagem ao Norte, onde, ao nal da tarde, tem lugar a Super-Especial de Lousada. No total, são 122,88 quilómetros de troços que vão ajudar a perceber a hierarquia dos candidatos ao título. A 21 de maio as equipas têm pela frente as duplas passagens pelas classi cativas de Vieira do Minho, Cabeceiras de Basto e Amarante, esta última com partida de Mondim de Basto. No nal do dia, a Super-Especial do Porto fecha o 1º dia nortenho. Um total de 159,14 quilómetros cronometrados são o desa o deste dia de sábado. A ronda pelas sempre espetaculares classi cativas de Fafe está marcada para o último dia do Rally de Portugal. No domingo, os concorrentes têm pela frente uma dupla passagem por três troços, num total de 58,22 quilómetros: Felgueiras, Montim e Fafe. A segunda passagem pela Especial de Fafe volta a ter o estatuto de Power Stage, a classi cativa que premeia os cinco pilotos mais rápidos com pontos adicionais, independentemente de terminarem nos lugares pontuáveis para o Mundial. No total, a edição 2022 do Vodafone Rally de Portugal assenta num percurso de 1.535,35 quilómetros, dos quais 343,30 são disputados ao cronómetro, num total de 22 classi cativas. O Vodafone Rally de Portugal é a quarta prova do calendário do Mundial de Ralis e, em competição, estarão, também, as categorias WRC2, WRC2 Junior, WRC3, WRC3 Junior, bem como o Campeonato de Portugal de Ralis, a Peugeot Rally Cup Ibérica e a Toyota GAZOO Racing Iberian Cup. Para além da vertente desportiva, o Vodafone Rally de Portugal assinala as celebrações dos 50 anos do WRC, com programa a anunciar brevemente. O Vodafone Rally de Portugal vai assinalar as celebrações dos 50 anos do WRC 21
Mundial de Ralis arrancou com motores híbridos e combustíveis 100% sustentáveis Em ano de 50º aniversário,WRC revoluciona mundo dos ralis com baterias elétricas e gasolina sintética A temporada que arrancou a 20 de janeiro em Monte Carlo traz profundas alterações ao WRC e vai marcar a história do Mundial de Ralis, que celebra 50 anos. Toyota Gazoo Racing, Hyundai Motorsport e M-Sport Ford são os protagonistas da festa. Marcado por uma forte consciência ambiental e profundas alterações nos modelos, 2022 rompe caminho para a sustentabilidade ecológica do desporto automóvel mundial, em que o WRC acerta o ritmo com a Formula 1 e a Formula E. A grande novidade é a introdução da tecnologia híbrida no motores, mas também o recurso a combustítveis sintéticos, tudo para reduzir a pegada de carbono, num passo consolidado rumo às zero emissões até 2030, data denida pela Federação Internacional do Automóvel (FIA). A FIA acredita que as novas regras e tecnologias tornam o Mundial de Ralis ainda mais atraente para os fabricantes A M-Sport Ford entrou no campeonato com o pé direto ao vencer em Monte Carlo de automóveis, permitindo que também este desporto automóvel se torne num laboratório privilegiado de ensaios para as mais recentes tecnologias sustentáveis. Embora mantenham os mesmos 22
motores com 1.600 cc, turbo e 380 cavalos de potência, os novos modelos dispõem agora de um sistema híbrido plug-in com bateria de 3,9 kWh e um motor-gerador elétrico que fornece uma potência adicional, em aceleração, de 100 kW (135 cv), o que perfaz mais de 500 cavalos. Sistema recupera energia na travagem e carrega até 80% da bateria em 20 minutos O novo sistema recupera energia durante a travagem e pode ganhar até 80% da capacidade de carga em cerca de 20 minutos de carregamento durante as pausas no parque de assistência. Mas 2022 traz também um campeonato mundial baseado em combustíveis 100% sustentáveis, recorrendo a uma combinação de e-fuel e duas gerações de biofuel, para reduzir as emissões globais de CO2. A convicção geral é a de que o Mundial de Ralis é a plataforma certa para validar os novos combustíveis para a indústria automóvel". Em termos dinâmicos, os modelos continuam com a tração permanente às quatro rodas, mas perderam Hyunday Motorsport promete dar luta nesta temporada A Toyota Gazoo Racing vai tentar revalidar o título de Campeã do Mundo de Ralis o diferencial central ativo, exigindo maior perícia ao volante. Também a caixa de velocidades reduziu para cinco velocidades. Mas há mais: a aerodinâmica tornou-se menos complexa, existem menos acessórios nos carros e questões mecânicas como barras estabilizadoras, suspensões e travões foram simplicadas, baixando custos de desenvolvimento e manutenção dos carros. O combustível recorre a hidrocarbonetos sem fósseis que misturam elementos sintéticos e biodegradáveis Os 3 modos de rali elétrico Segundo os novos regulamentos, a potência híbrida extra pode ser usada em 3 situações: Totalmente elétrico Até 20 km de autonomia em modo totalmente eléctrico nas ligações entre as etapas do rally, mas restrito a 50% para prolongar a duração da bateria. As deslocações no Service Park e assistências são também em modo elétrico. Arranque de etapa Os 1000 kilojoules de energia são disponibilizados para apoiar o motor a gasolina durante aproximadamente 10 segundos no início de cada etapa, ou até o piloto intervir, carregando no acelerador ou no travão. Etapa completa As equipas podem selecionar até três "mapas" de utilização do sistema híbrido para determinar como a energia elétrica deve ser usada nas especiais, adaptando-a à preferência do piloto ou às condições da estrada. A recuperação de energia por travagem está limitada a 30 kW, mas o sistema pode ser pré-programado para garantir energia em toda a etapa. 23
Portugal representado no FIA Rally Star Programa de captação de futuros campeões, promovido pela Federação Internacional do Automóvel (FIA), teve seis portugueses na final. Francisco Carvalho foi o mais bemsucedido, tendo passado à segunda fase. Madalena Pinto Bastos, José Maria Bastos, Luís Moura e Francisco Santos foram excluídos na primeira eliminatória e Edgar Santos não conseguiu estar presente. O prémio é a concretização de um sonho: pilotar um M-Sport Ford Fiesta Rally3 no WRC. O vencedor da Final Europeia foi o estónio Romet Jürgenson.. BP Ultimate Baja TT ACP em março Estes são os campeões nacionais de ESports Das sete provas que compõem o calendário nacional do Todo Terreno, o Automóvel Club de Portugal organiza O campeonato nacional de velocidade e de resistência virtual, apoiado pelo ACP, FPAK e Sports&You, foi extremamente emocionante e competitivo. Ricardo Castro Ledo e Nuno Henriques, da equipa Fast Expat, foram os melhores entre os mais de 300 pilotos divididos por 75 equipas, que disputaram o Campeonato de Portugal de Endurance ESports. A dupla levou o Porsche 911 GT3 à vitória, "apesar dos momentos difíceis", como recordou Nuno Henriques. Por seu lado, Ricardo Castro Ledo considerou o campeonato “muito positivo". No Campeonato de Portugal de Velocidade ESports, Diogo Pinto provou ser o melhor: “na competição apenas muda o setup do carro, foi muito positivo”. duas, sendo a primeira já a 18 de março, naquela que vai ser a segunda edição da BP Ultimate Baja TT ACP. A principal novidade está no percurso, que exige um trabalho de navegação muito maior que noutras provas, pois partes da sinalética não vão estar presentes, pelo menos não com tanta frequência. Prova vai ter partida de Grândola e vai percorrer Santiago do Cacém, Sines e Alcácer do Sal Outra das novidades é a transferência do parque de assistência para Grândola, local de onde vai ser dada a partida da prova. A par disso, a BP Ultimate Baja TT ACP mantém a sua principal característica, que são as famosas pistas de areia e estradões de per¢l muito rápido, e que perfazem 20% dos 300 quilómetros de prova. A BP Ultimate Baja TT ACP vai ser a segunda ronda do campeonato de Portugal de TodoTerreno 24
25 Marcas acreditam na retoma As expetativas do setor automóvel em Portugal são otimistas depois da pandemia e da crise das matérias-primas A pandemia afetou fortemente a indústria automóvel e a falta de fornecimento de materiais contribuiu não só para a escassez de unidades nas redes de venda, mas também para o aumento dos custos de fabrico. Não foram apenas os semicondutores que faltaram nas linhas de montagem. Ferro, alumínio e outros materiais condicionaram o habitual ritmo de fabrico de todas as marcas, mas na generalidade espera-se que agora os números se aproximem do normal. Todos os segmentos do mercado foram afetados e era comum ver locais de venda com poucas unidades em exposição, ou com a indicações de que os automóveis já estavam vendidos. A oferta superou a procura e houve casos de quase um ano de lista de espera por modelos, independentemente do preço. Talvez por isso, os fabricantes não desistiram de apresentar novas propostas, com os modelos elétricos e híbridos a alcançarem maior destaque. As marcas mostram-se agora otimistas e esperam o regresso da normalidade a partir do segundo trimestre deste ano. Se olharmos para os números de vendas divulgados pela ACAP, no mês de janeiro de 2022 os resultados continuam a indicar uma perda global de 3% nas vendas de todos os veículos automóveis
Depois de um incerto 2021, com a pandemia ainda a influenciar o nosso quotidiano e um ano desafiante por causa das dificuldades geradas pela escassez de componentes, 2022, deverá, a seu passo, assistir a uma recuperação rumo à normalidade. Não será imediata. Será gradual. Mas acreditamos que a partir do segundo semestre podemos assistir a uma crescente normalização das atividades para a indústria automóvel. Acreditamos que 2022 vai ser ficar marcado pelo início da retoma do setor. Apesar de assistirmos a sinais positivos em termos de procura, o setor está atualmente a ser fortemente impactado do lado da oferta devido à falta de semicondutores. Este impacto será mais notório na primeira metade do ano, uma vez que esta crise deverá ser atenuada no 2º Semestre. Por este motivo, acreditamos que o mercado, apesar de dar mostras de retoma do lado da procura, ainda fique longe dos valores de 2019. BMW • Mini A Stellantis vê o ano 2022 de uma forma muito prudente. Estes primeiros meses do ano dão-nos várias pistas sobre a situação no setor automóvel. O mercado português em janeiro foi ainda inferior ao de janeiro de 2021, e o nível do mercado ainda está mais de 30% abaixo do que foi o mercado de 2019, em que se registou uma situação mais normal. O mercado está a transformar-se e vendem-se mais carros LEV do que Diesel, mas o parque automóvel em Portugal é dos mais antigos na Europa e, ao ritmo atual, levaria mais de 100 anos para renovar este parque por carros LEV. Neste novo mercado, a Stellantis é já um ator de referência com mais de 40 modelos LEV, e estamos totalmente comprometidos com a transição energética e essa renovação do parque, mas são necessárias infraestruturas e incentivos para acelerar este processo. Assim, mesmo com os nossos esforços para produzir viaturas no contexto dos constrangimentos de fornecimento de semicondutores – o que continua a sentir-se a nível global –, há que estimular a adoção das viaturas de baixas emissões, algo que o novo Governo terá a possibilidade de fazer, seja através do Fundo Ambiental ou de políticas específicas. Peugeot • Fiat • Citroën • Opel • Alfa Romeo, Maserati • DS • Jeep • Lancia face a janeiro do ano passado, em Portugal. No caso concreto dos veículos ligeiros de passageiros, a quebra foi de 2%, mas o setor ao lado, o dos ligeiros de mercadorias, registou uma quebra de 9,7%. Em contraciclo revelou-se o mercado dos pesados, que cresceu de 8,6%. Levantando o olhar para fora de Portugal, as expectativas são mais ou menos animadoras. Agências de notação financeira, como as bem conhecidas Moody's e Fitch, têm olhares diversos. Se a Moody's prevê "que as vendas de veículos ligeiros aumentem 6,2% em 2022, com a Europa Ocidental a recuperar mais após uma tépida retoma em 2021", já a visão da Fitch é de um certo arrefecimento no mercado automóvel: "esperamos que as condições melhorem gradualmente ao longo do ano, resultando em vendas globais mais elevadas, mas é provável que permaneçam cerca de 6% abaixo do nível de 2019. É também provável que a cadeia de abastecimento global permaneça instável". Também a Moody's coloca a tónica na questão dos fornecimentos: "A escassez de peças e o curso da pandemia representam riscos, mas esperamos que os problemas de abastecimento diminuam e que o volume recupere no 2º semestre". Com a pandemia e a crise da falta de matéria-prima a disseminarem-se as marcas acreditam que o próximo trimestre vai trazer de volta a normalidade ao setor 26
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