Revista ACP Dezembro

52 A mobilidade que queremos Vítor Monteiro, sócio 34950 O Presidente do ACP a rmou num dos seus recentes editoriais da revista ACP que os lisboetas “decidiram nas urnas a mobilidade que querem”. Poderá daí inferir-se que, na sua opinião, terão rejeitado a construção de ciclovias (Lisboa foi, em 2020, capital verde da Europa, em 2021 decorreu na Finlândia). Na minha opinião, não terá sido uma rejeição expressiva, mas muito menos seria uma postura que se deva relevar. A meu ver, será melhor ter algumas menos boas ciclovias, do que nenhumas. Enquanto ciclista, aplaudo, como automobilista tenho consciência de que poderão ter sido um “mal menor”, mas apenas, aqui ou ali. Dito isto, saliento que, a partir de agosto quase toda a Paris reduziu a velocidade para 30 km/h, seguindo-se Londres que em 2022 vai limitar para 24 km/h. Estamos todos no mesmo Planeta, todos conhecemos estudos cientí cos (hoje consensuais), que apontam para a urgência de reduzir o consumo de combustíveis fósseis. Não me parece sensato continuar a hostilizar os tímidos passos que muitas autarquias portuguesas estão a dar no bom sentido. Devia também ser o papel do ACP (in)formar os automobilistas com vista à alteração de comportamentos, nomeadamente para um uso mais racional do automóvel, incentivando a sua partilha com vizinhos/amigos/ colegas. Também sensibilizar para esta evidência: “cada bicicleta a circular signi ca menos um carro na la”. Já não é o tempo do endeusamento do automóvel. Há que olhar em redor e procurar novos caminhos menos prejudiciais para o futuro dos nossos lhos e netos. Mundo automóvel digital António de Almeida, sócio 9186 A última edição da Revista traz um artigo que pode ser premonitório no que respeita ao futuro do ACP. Trata-se do desporto de corridas virtuais de automóveis com o apoio do clube. Num mundo do digital avançado e da sobriedade ambiental, num mundo em que os humanos serão induzidos a tudo fazerem sem deslocação, num mundo da realidade virtual e num mundo de viaturas autónomas que deixarão de ser pertença de indivíduos, mas de organizações, que vai restar do prazer de conduzir automóveis? Onde estarão os condutores para serem sócios do ACP? A solução transitória será: o ACP transforma-se num clube de adeptos da condução virtual que farão deslocações pelas cidades e estradas num mundo paralelo. O ACP dará assistência adequada. O número de outubro de 2021 da Revista ACP deve ser guardado pois pode vir a ser histórico. Radares na caça à multa João Aguileira, sócio 37541 Considerando que o espaço que a Revista ACP dedica aos sócios através da publicação das suas cartas, numa partilha de comentários de interesse geral, recomendo particular atenção aos radares que se destinam a uma obsessiva caça à multa como se fosse uma forma importante de nanciar os cofres do Estado. Existem zonas nas auto-estradas onde o limite de velocidade passa de 120 para 100 km/h, sem que exista uma justi cação aparente. Nesses pequenos percursos é colocado um radar para multar os condutores que não repararam na sinalização. Aconteceu comigo na A23, km 18.6, Vila Nova da Barquinha, sentido decrescente. Na noti cação que recebi, deduzida a margem de erro legalmente prevista, o radar acusa que circulava a 120 km/h e por isso fui multado. Quando circulo em auto-estrada utilizo o controlador de velocidade automático, mas isso não é su ciente porque, propositadamente, estão criadas zonas onde o limite de velocidade é alterado para 100 km/h. Deixo aqui o meu alerta para a súbita mudança de velocidade e presença do radar cuja localização também se pode consultar na net.120 km/h é uma velocidade baixa e não se justi ca que se reduza ainda mais, tendo em conta que o percurso já cumpre os requisitos necessários para a via ser considerada auto-estrada. Como se não bastasse o elevado custo das portagens e combustível, estamos também sujeitos ao pagamento adicional pela imposição do excesso de zelo. Vai mudar este caos (des)urbano? António Mateus, sócio 78550 Será que depois das últimas eleições autárquicas irá inverter-se o caos em que se está a tornar o trânsito de bicicletas e trotinetas nas cidades? Mesmo com ciclovias a poucos metros e limitação de velocidade a 30 km/h existem cada vez mais utilizadores das duas rodas a acelerar nos passeios, a passarem rentes a portas de edifícios, incluindo de creches, a ignorarem semáforos e sentidos proibidos e a atravessarem passadeiras para peões… Já fui atropelado por um ciclista Envie as suas cartas para [email protected]

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