Revista Autocaravanismo Julho

fácil criar o mito do autocaravanista que atira lixo e dejectos para as moitas quando até é autónomo do ponto de vista de instalações santárias? Acha, então, que as entidades envolvidas também ainda não estão devidamente sensibilizadas para este tipo de turismo itinerante que deve ser praticado de forma sustentável. Às autarquias e às estruturas públicas que gerem o turismo desejamos que estejam conscientes de que este segmento do mercado turístico é muito importante em particular para o interior do País, que aliás tem investido muito na atracção pela Natureza (praias fluviais, passadiços para caminhadas paisagísticas, observação da fauna e flora). Os autocaravanistas são pessoas que amam a Natureza, por isso procuram estar mais perto dela. É inconsequente pensar que pessoas que têm a capacidade de comprar ou alugar veículos dispendiosos para fruir a Natureza, não respeitam o ambiente que as rodeia. Devem ser preparados mais locais adequados para receber autocaravanas. Designamos esses locais de ASA's (Áreas de Serviço de Autocaravanas) que se desejam colocados em zonas agradáveis, próximas de centros de interesse e servidos por transportes que permitam reduzir o tráfego das autocaravanas nos centros habitacionais durante as visitas. O autocaravanista é normalmente um visitante itinerante embora tranquilo, culturalmente atento e curioso, além de ser um consumidor de produtos regionais onde quer que esteja e os pequenos negócios locais agradecem. O autocaravanista é normalmente um visitante itinerante embora tranquilo, culturalmente atento e curioso Quais são as grandes diferenças na prática da modalidade em Portugal e no estrangeiro? Na Europa penso não haver grandes diferenças de conceito, embora nos países mais ricos haja proporcionalmente muito mais praticantes e onde há muito maior recurso ao aluguer porque a capacidade económica é maior e o autocaravanismo é caro. Nos Estados Unidos e no Canadá o autocaravanismo tem conceitos diferentes. É menos itinerante, o que acaba por ter importancia significativa nos equipamento dos veículos e nas infraestruturas dos parqueamentos (por exemplo, é vulgar nos parques naturais haver terminais, individuais para cada veículo, de fibra óptica. Afinal foi por lá que se iniciou o autocaravanismo. Que conselhos daria a quem se vai iniciar? Começar pelo aluguer antes de aquirir um veículo e viver a experiência nas várias épocas do ano. Se decidir adquirir um veículo, já sabe o que melhor lhe convém e depois é sentir o prazer de não precisar de programar nada (o planeamento virá depois conforme o temperamento de cada um e se se tratam de grandes viagens ou não). Viajar com o indispensável a bordo, porque a caminho terá sempre oportunidade de se reabastecer. E, se possível, é jantar logo no primeiro dia sob um céu estrelado e na manhã seguinte abrir a porta para a Natureza enquanto trinca uma torrada e bebe um café… Que erro jamais devem cometer? "Quem vai ao Mar avia-se em Terra". As autocaravanas normalmente não são veículos que andem anualmente muitos quilómetros, mas é preciso cuidar bem de tudo, mecânica, pneus, baterias e não esquecer os sistemas próprios do habitáculo, como o gás, bomba de água, aquecimento ou frigorífico, para não se ter a viagem estragada, mesmo contando com o apoio muito especial do ACP. Que viagem não devem perder? Cada um pode ter os seu sonhos. Eu gostaria de alugar uma autocaravana na Nova Zelândia e conhecer os seus parques em imersão total. Ter espírito de autocaravanista é… ...sentir a Natureza e fazer reviver os nossos genes nómadas, que levaram a humanidade para todos os pontos da Terra, procurando conhecer e satisfazer a curiosidade permanente. 5 ACP AUTOCARAVANI SMO A primeira autocaravana de Francisco Duarte foi uma VW Transporter T2, uma “Pão de Forma” branca.

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