Revista ACP Junho
70% vacinado até agosto Isto significa que praticamente toda a população portuguesa mais vulnerável está protegida. Já foram administradas cinco milhões de doses, das quais cerca de 3,4 milhões foram primeiras doses, havendo perto de 1,6 milhões de pessoas com a vacinação completa. O coordenador da ‘task force’ para a vacinação contra a covid-19, Gouveia e Melo, já afirmou publicamente que, no dia 8 de agosto, 70% da população terá pelo menos uma dose da vacina. Coordenador da 'task-force' prevê 70% da populacão vacinada até 8 de agosto O problema está em grande parte na questão das variantes que têm surgido. Depois de algumas semanas de receios por causa da variante b.1.617, conhecida por variante indiana, por ter sido naquele país que foi primeiro identificada, agora surgem as primeiras notícias de alívio: um estudo da direção-geral de saúde inglesa concluiu que as vacinas da Pfizer e da AstraZeneca são quase tão eficazes contra a variante do coronavírus detetada na Índia como contra a variante descoberta no Reino Unido, outra das variantes que preocupava as autoridades de saúde em todo o mundo. De acordo com o estudo, a fórmula da Pfizer foi 88% eficaz contra a variante indiana duas semanas após a segunda dose, contra 93% de eficácia relativamente à descoberta em Inglaterra. Já no caso da AstraZeneca, a eficácia foi de 60%, em comparação com Dúvidas sobre a imunidade ao SARS-CoV-2 O que significa imunidade a um agente infecioso? A imunidade de grupo ao SARS-CoV-2 é ou não alcançável? Embora o conceito de imunidade de grupo seja claro na sua definição (o número de pessoas infetadas e vacinadas permite controlar a circulação comunitária de um agente infecioso), ainda há dúvidas quanto à sua concretização no caso do SARS-CoV-2. Vejamos porquê. É verdade que conhecemos outros coronavírus e outros vírus respiratórios que nos afetam todos os anos. Com base nesse conhecimento, o mais provável é que a Covid-19 venha a ser mais uma doença sazonal para a qual precisamos proteger os grupos vulneráveis. Aplicando o que já fazemos em relação ao vírus da gripe, o princípio será vacinar os grupos vulneráveis à medida que a resposta imunitária das pessoas vacinadas for baixando e/ou em função do surgimento de novas variantes do vírus que possam obrigar ao desenvolvimento de novas vacinas. Portanto, mesmo que o vírus não desapareça, podemos falar de imunidade caso o vírus tenha uma TIAGO CORREIA Professor de Saúde Internacional, IHMT-NOVA 66% da variante inglesa. Mas ainda há dúvidas. Casos como o do arquipélago das Seychelles, a norte de Madagáscar, intrigam a comunidade internacional, pois sendo o país com maior percentagem de população vacinada (mais de 70%), entrou em novo confinamento no final de maio devido a um surto significativo de Covid-19, com o número de casos a triplicar num mês. [cont. pág. seguinte] O uso da máscara vai manter-se obrigatório. Com ou sem máscara? Outra discussão que prosssegue é a da aplicação obrigatória de cuidados sanitários, onde pontifica o usos das máscaras, entre outros. Para o Centro Europeu de Controlo de Doenças (CEDC), que em abril atualizou as suas linhas orientadoras, a vacinação permite um abrandar do uso de máscara e distanciamento social. Andrea Ammon, Diretora do CECD, admite a possibilidade de se dispensar ou relaxar o uso de equipamentos de proteção nas reuniões entre dois indivíduos, famílias ou bolhas sociais. Segundo a responsável do CECD, o relaxamento das medidas de proteção deverá “ser feito gradualmente e com base em avaliações cuidadosas dos riscos envolvidos.” Uma boa notícia para este verão. 17
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