Revista ACP Junho
Mealhada a autonomia dizia ser de 278 km, 174 km depois, já em plena subida do Marão pelo IP4, a autonomia indicada era de 42 km. E, de novo, a viatura pedia para ser carregada. Sem grandes opções, mas com apenas cerca de 20 km para chegar ao destino, a opção de seguir por uma via onde o limte de velocidade era mais baixo (90 km/h) do que na A4 revelou-se oportuna, pois ao descer do Alto do Espinho até à capital de distrito o ID.3 recuperou 35 km de autonomia, devido à regeneração de energia (basta levantar o pé do acelerador e o carro vai “travando” e carregando a bateria), finalizando a viagem com 79 km disponíveis e quase seis horas depois da saída de Lisboa. A única solução é sair da autoestrada e carregar num posto lento de uma cidade Após mais de 25 horas a carregar até aos 100% numa tomada doméstica, hora de iniciar o regresso. Com 284 km disponíveis e um conhecimento mais detalhado sobre o comportamento de um elétrico em viagens longas, tudo pronto para uma viagem mais eficaz e apaziguada. Só que o excesso de confiança teve o seu preço. Ao descobrir-se demasiado tarde que a área de serviço da Mealhada não dispunha de posto no sentido Norte-Sul, lá se conseguiu chegar à área de Pombal com menos de 50 km disponíveis e 16% de carga na bateria. E com a chuva a cair lá fora, o programa foi desta vez ficar a hora de carregamento dentro do carro, mas agora com fruta, iogurtes e tecnologia, já que era hora de lanche. O resto da viagem decorreu sem dramas até Lisboa, com a vantagem de que até havia carregador perto de casa para no dia seguinte haver bateria suficiente. Lisboa- Algarve: bom para carregar Antes do verão e do trânsito sazonal para as praias algarvias, carregar baterias numa das áreas de serviço da A2 é fácil, pois esta é a via mais apta para acolher elétricos, ao ponto de já ter sido criado o ViaCard Eco, com descontos específicos para carros eletrificados nas pontes 25 de Abril e Vasco da Gama. Em cerca de 250 km, apenas a área de serviço de Grândola não permite carregamentos. Com um veículo de autonomia de 300 km, como foi o caso do Hyundai Ioniq usado nesta viagem, há que planear o carregamento para que a jornada seja menos stressante. O Ioniq carregou em 57 minutos num posto de recarga rápida (50 kW). Por segurança, nova paragem na área de serviço de Alcácer do Sal, para mais um carregamento de uma hora, o suficiente para uma refeição ligeira, leitura de um jornal e desentorpecer as pernas. Chegámos com uma autonomia para 135 km e, durante exatamente 1h05 de carregamento, a autonomia subiu para os 283 km. De novo na estrada, decidimos parar na área de serviço de Almodôvar, para conhecer os carregadores ultra rápidos. Ainda com autonomia para 209 km, depois de ter percorrido cerca de 75 km pela A2, o carro atingiu a carga máxima em apenas 35 minutos. O percurso demorou 4h25m com as referidas paragens de 1h05m mais 35m para recarregar, o que quer dizer que a rolar foram gastas 2h45m até à Via do Infante. No único posto ultra rápido da A2 foram precisos 35 minutos para carregar 100% De regresso, pela A2, e com o Hyundai Ioniq a registar 85% de autonomia, efetuamos um percurso mais rápido e direto até à área de serviço de Aljustrel, onde o automóvel registava 29% de autonomia ao fim de 77 km. Com 55 minutos de carregamento rápido a autonomia ficou-se pelos 93%, para percorrer os restantes quilómetros até ao centro de Lisboa. Mobi.e garante que atual rede permite circulação por todo o País A empresa pública que gere a Rede de Mobilidade Elétrica, a Mobi.e, explica que, no caso das autoestradas, "são vias muito específicas, totalmente concessionadas, muito antes da afirmação da mobilidade elétrica e, por isso, os contratos de concessão são omissos" quanto à questão dos carregadores. Mas a Mobi.e garante que já estão disponíveis "49 postos de carregamento dos quais 46 são rápidos ou ultra rápidos" nas várias autoestradas, o que já permite "a circulação por todo o território continental". 11
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