Revista Classicos - abril
13 ACP CLÁSS I COS F oi há 100 anos que a Bugatti revolucionou o automobilismo e deu origem a uma nova era na competição, ao apresentar o Bugatti Type 13 “Brescia”, um modelo que colocou um ponto final na tradição dos desportivos abertos, pesados e de grandes dimensões. Com um chassis de apenas 490 kg, dotado de um motor quatro cilindros de 1.5 litros arrefecido a água e capaz de debitar 40 cv, mais tarde chegando aos 50, era, à época, um carro à frente do seu tempo. A inovação foi tal, que o “Brescia” atingia uma velocidade máxima de 150 km/h, algo que, há 100 anos, só era conseguido pelos carros mais pesados e mais potentes. Contudo, nem as máquinas mais musculadas tinham hipóteses contra o Type 13 na primeira curva. Menos precisos, e com chassis mais pesados, acabavam por perder prestação, enquanto os pneus raramente aguentavam todas as exigências de uma corrida completa. Até chegar este desportivo, Bugatti precisou de mais de uma década. Começou a trabalhar no modelo O Bugatti 13 Brescia colocou um ponto final nos desportivos pesados e de grandes dimensões O desportivo que mudou a competição automóvel Bugatti Type 13 que se estreou em Brescia em 1921 apostou na leveza e com isso revolucionou as corridas de carros em 1910, desenvolvendo-o e melhorando-o ao longo dos anos seguintes, até à sua revelação, em 1921. O seu antecessor estava dotado de um bloco de 1.35 litros, mas o dealbar da Primeira Grande Guerra levou à suspensão da sua produção, que só foi retomada cinco anos mais tarde, em 1919. Nessa altura, Bugatti desenvolvia já um modelo ligeiramente alterado, com 1.368 cc, uma então moderna tecnologia de quatro válvulas, eixo vertical e 30 cv de potência. Assim, de um momento para o outro, o Type 13 tornou-se num dos primeiros automóveis com tecnologia de quatro válvulas. Outras novidades do “Brescia” incluíam a utilização de metais de liga branca para os rolamentos da cambota e pistons, bomba de combustível, injetores e uma transmissão leve de quatro velocidades que permitia trocas de relações mais fáceis e precisas. Dois anos mais tarde, Bugatti aumentou o diâmetro dos cilindros para 68 mm, o que aumentou a capacidade do motor para os 1.453 cc. Ao mesmo tempo, o italiano juntou à produção do veículo de série uma versão de competição, que continuou a aprimorar, com a introdução de uma cambota mais suave, o aumento da compressão e a utilização de um sistema de ignição dupla magnética com duas velas por câmara de combustão. Alteração esta que compensou a inércia das velas a prestações mais elevadas e acabou por garantir uma combustão mais fiável e potente. Resultado direto: um incremento do regime máximo de funcionamento de 2.700 rpm para 4.500, uma resposta mais rápida do acelerador e melhor comportamento em curva graças a uma direção mais exata, algo para que também contribuiu a troca das antigas jantes de madeiras por umas de raios, muito mais leves. A primeira vez que estas inovações foram vistas em competição foi no Grande Prémio para Voiturettes, em Brescia, em 1921, prova em que o Type 13 garantiu os quatro primeiros lugares, dando assim origem à fama vitoriosa da marca e marcando o início de uma época de ouro para a marca.
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