Revista ACP Abril
Como se mede a potência de um veículo elétrico? Num elétrico, a potência tanto pode ser empregue para definir a capacidade do motor como a capacidade de carregamento. A unidade é o Watt, mas, em veículos elétricos, é mais comum usar-se o múltiplo quilowatt (kW), o mesmo que 1000 Watts. Quanto maior for a potência de carregamento, mais energia elétrica é carregada na bateria por unidade de tempo (maior velocidade de carregamento). Onde posso carregar as baterias? Existe a rede pública dos postos de carregamento, que tem vindo a crescer em Portugal. Há postos de carregamento normais e também os rápidos. Mas aqueles que dispõem de garagem, seja em casa, num condomínio ou no trabalho, conseguem tirar maior rendimento do investimento num elétrico (custo de eletricidade tende a ser mais barato). Quanto tempo demora a carregar uma bateria? Tudo depende da potência instalada e da velocidade de carregamento das baterias. Num posto com potência até 3,7 kWh, para uma bateria de 50 kW, carregar a 80% pode demorar até 12 horas. Mas se a potência máxima for de 22 kWh, pode carregar até 80% da capacidade da bateria em quatro horas. Num posto de carregamento rápido, com potência de 50 kWh, esses mesmos 80% de carga demoram cerca de uma hora. A instalação de um carregador doméstico ( wallbox ) num condomínio é um dos temas mais prementes para os atuais, e futuros, utilizadores de veículos elétricos. A atual Lei é clara e permite várias soluções, seja a ligação ao quadro elétrico do condómino, quando tal for possível, seja a instalação de um carregador doméstico de parede ligado ao quadro comum do condomínio. Nesta última situação é necessária uma identificação do consumo efetuado pelo condómino ou ainda a solução de um carregador denominado Detentor de Ponto de Carregamento (DPC), que só é ativado com um cartão de um CEME (Comercializador de Eletricidade para a Mobilidade Elétrica) sendo que o consumo de kWh será sempre atribuído ao CEME associado ao cartão do condómino, não influenciando o consumo comum do condomínio. Esta opção apesar de requerer uma ligação à Entidade Gestora da Rede de Mobilidade Elétrica (EGME), atualmente a MOBI.E, não requer a intervenção de um OPC (Operador de Pontos de Carregamento) o que torna o investimento num carregador bem mais acessível. Todas estas opções devem ser efetuadas por um eletricista certificado e garantem a segurança da instalação, bem como o seu correto funcionamento. A segurança deve, tem que, estar sempre em primeiro lugar. Os documentos legais que suportam a instalação de um carregador para veículos elétricos são: • Decreto-Lei n.º 90/2014 (altera o Decreto Lei n.º39/2010) • Guia Técnico das Instalações Elétricas para alimentação de veículos elétricos*. • Requisitos mínimos para elaboração de projetos dando cumprimento à legislação relativa à mobilidade elétrica**. De referir que nos edifícios construídos após 2010 é obrigatória a pré-instalação que permite a ligação entre cada fração e o respetivo lugar de garagem ou parqueamento, o que facilita o processo de instalação de um carregador de um condómino no seu lugar de estacionamento, sem interferir com as zonas comuns do condomínio. As opções aqui referidas referem-se à generalidade dos edifícios construídos antes de 2010. Estas instalações devem ser efetuadas por instaladores certificados, alguns já com experiência em anteriores instalações, a quem os condóminos podem solicitar uma avaliação prévia do local, para que possam fundamentar o seu pedido à Administração do Condomínio. A opção pelo carregamento do veículo elétrico durante o período noturno é a mais simples, segura e cómoda, mas também a mais eficiente, sustentável e económica, pois permite um carregamento mais lento, sem necessidade de grande potência, permitindo através de um contrato com o seu fornecedor de eletricidade, com uma tarifa bi-horária, tornar o custo de utilização do seu veículo elétrico muito económico, situando-se entre o 1.5€ e os 2€ para percorrer 100 km. • HENRIQUE SÁNCHEZ Associação de Utilizadores de Veículos Elétricos (UVE) Carregamento de um elétrico num condomínio * fonte: DGEG; ** fonte: Analítica 22
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