Revista ACP Dezembro 2020
4 Maria João Lopo de Carvalho (sócia 244821) recorda os cuidados que tinha com o primeiro carro para não o amolgar Qual foi o seu primeiro carro? Um Fiat 127 que era do meu pai e que partilhava com a minha irmã, motivo das mais violentas discussões. Teve-o durante quanto tempo? Desde que tirei a carta no ACP, aos 18 anos, até me casar, aos 23. O que mais recorda dele? Dos cuidados para não o “amolgar”. O regresso a casa era trágico: de madrugada, o portão tornava-se minúsculo e o carro gigantesco. O que mais aprecia nos carros? Em miúda, era o número de passageiros que lá coubessem. Hoje, aprecio um carro mais pequeno que me dê conforto e segurança, e que caiba em qualquer lado. Também gosta de clássicos. Acendem o meu imaginário. Tudo o que me leve ao início do séc. XX e à biogra ! a do meu bisavô, que acabei de publicar, tem o meu aplauso. E até a inspiram na escrita. Sim, no meu último livro escrevi O meu primeiro carro "O ACP é uma tábua de salvação” Considera-se prudente a conduzir mas com “cadastro” no estacionamento porque todos os seus carros ganham um aspecto de acordeão de chapa batida sobre um modelo francês, um Darracq, um dos 100 automóveis que circulavam em Lisboa, em 1904. Participa em eventos de clássicos? Sim, como co-piloto em provas do ACP, com um MG B de 1971. Que tipo de condutora é? Sou prudente e habilidosa, mas com “cadastro” no estacionamento. Todos os meus carros ganham o aspecto de um acordeão de chapa batida. E os portugueses ao volante? São infantis. O que assistimos por aí são gincanas, como se qualquer estrada fosse o Circuito do Mónaco. Costuma ter azares na estrada? Muitas vezes, sobretudo furos, mas também falta de gasolina. E recorre aos serviços do ACP? Sempre. Para si, o clube é sinónimo de… Tábua de salvação. Naufragando, está lá o ACP. Fiat 127, por Maria João Lopo de Carvalho Maria João Lopo de Carvalho é escritora, natural de Lisboa e tem dois filhos
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