Revista ACP Dezembro 2020

28 GP de Portugal sem público À hospitality de cada prova somam-se dois milhões de euros por temporada, um elemento chave para a relação da equipa com os seus parceiros e patrocinadores, que desde há algumas épocas se tornou numa peça incontornável para a imagem das marcas. A isto há que juntar ainda os camiões, combustível para deslocações e demais apoio logístico. Uma equipa oficial gasta mais de 40 milhões de euros por época Patrocínios As equipas recebem 2,5 milhões por piloto através dos direitos televisivos da Dorna, promotora do mundial. Segundo a RTR Sports Marketing, o patrocínio total de uma equipa o " cial ronda os 12,2 milhões de euros por temporada, variando as condições de acordo com os resultados e uso da imagem da equipa. Este valor oscila conforme se patrocina uma equipa entre um top5 e um top10, e entre dois e seis milhões no caso de uma equipa satélite. Se bem que estes números dependem de muitos fatores, o valor dos patrocínios de um parceiro mais pequeno de formação de topo situam-se entre os dois e os quatro milhões, enquanto numa equipa privada já é possível garantir exposição a partir dos 200.000 € . Preço total A soma de todas estas parcelas, mais outros gastos derivados, faz com que o orçamento anual de uma equipa média de MotoGP ronde os 15 milhões de euros. No caso de uma equipa o " cial de fábrica, o orçamento pode ultrapassar os 40 milhões, tendo em conta que estes dependem de uma marca que tem de projetar, desenvolver e evoluir as suas montadas. O regresso da Fórmula 1 a Portugal 24 anos após o último Grande Prémio, foi uma notícia recebida com muito agrado por parte dos portugueses. Mas foi também motivo de críticas pelos ajuntamentos que se veri " caram nas bancadas do Autódromo Internacional do Algarve (AIA). As mais acutilantes partiram do Primeiro-Ministro que considerou que “o que passou no Grande Prémio de Portugal é absolutamente inaceitável e irrepetível”. Motivo que levou à proibição de público no Grande Prémio de MotoGP “porque está revelada a incapacidade de organizar eventos com público. Não podemos voltar a correr riscos, e, portanto, não está autorizado”. Críticas que Paulo Pinheiro, administrador do Autódromo Internacional do Algarve não quis comentar. Ni Amorim, Presidente da Federação Portuguesa de Automobilismo e Karting (FPAK), é perentório: “Não temos nada a ver com os acontecimentos registados no Autódromo de Portimão”. Ainda assim, compreende que “a organização tenha tido problemas em gerir todas as indicações em cima da hora.” Caixa Seamless As mudanças de velocidade numa caixa de velocidades normal provocam alterações momentâneas na entrega de potência do motor. Alterações estas que afetam a estabilidade da moto e podem gerar quedas. Foi para contornar este problema que foi criada a tecnologia seamless que, numa tradução do inglês para português, se pode definir como contínua, dinâmica, ou, melhor ainda dado a forma como funciona, suave. Traduzido por miúdos, trata-se de um sistema que permite que as passagens de caixa entre as várias relações seja feita de um forma suave, sem a habitual pausa que ocorre quando se larga a embraiagem. Ao evitar isto, a moto ganha cerca de 7% de aceleração, ou permite que se utilize até menos 7% de acelerador. Como funciona? Numa caixa de velocidades normal é preciso parar o movimento da transmissão para permitir que as várias relações engrenem e desengrenem. Esta pausa, provocada pelo acionamento da embraiagem, provoca um abanão que destabiliza a moto e provoca a redução de eficácia. Para evitar isto, o sistema seamless tem um mecanismo especial que permite a seleção de duas mudanças ao mesmo tempo.

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