Revista ACP Outubro
"Toda a gente deve tomar a vacina da gripe" Seguir os cuidados sanitários, tomar a vacina da gripe, mesmo sem ser de risco, cumprir uma dieta equilibrada e praticar atividade física são as recomendações sobre uma doença que já não é tão desconhecida Considera que já estamos a viver uma 2ª vaga? A questão da 2ª vaga é mais uma questão de nomenclatura ou de comunicação do que uma questão técnica. Estamos com um aumento consistente do número de casos e isso é indicativo de uma tendência. Toda a gente deve tomar a vacina da gripe, mesmo os que não pertençam aos grupos de risco? Se as pessoas tiverem a oportunidade de tomar a vacina, considero que pode ajudar a reduzir, de alguma forma, a situação de pressão de queixas respiratórias. Sabemos que as medidas que adotámos para a Covid-19 são também e
cazes para a gripe, sendo por isso previsível que haja uma baixa circulação do vírus da gripe neste inverno, como aliás já aconteceu no hemisfério sul. Seja como for, eu, por exemplo, vacinar-me-ei, tal como faço todos os anos. Os grupos de risco devem tomar também a vacina pneumocócica E quanto à toma da vacina pneumocócica, recomenda para os grupos de risco? Sim, há uma orientação muito clara da DGS sobre esta vacina, que é recomendada para certos grupos de risco e que nalguns casos até é gratuita. E nesses casos, claro que faz todo o sentido fazer essa toma. Há algum tipo de reforço imunitário ou recomendação que possa fazer? O mais importante é que as pessoas façam uma dieta equilibrada, que se protejam dos fatores de risco, que façam atividade física, na prática levar uma vida saudável. Em termos de suplementação, uma pessoa saudável tem é de fazer uma dieta equilibrada. Mas os grupos de risco tendem a estar mais connados. Isso não prejudica a questão física? A atividade física tem de ser ajustada a cada cidadão. Há atividades que ao ar livre são muito mais agradáveis e que do ponto de vista da saúde das pessoas são até melhores, mas em função das circunstâncias temos de as adaptar à idade e à situação da pessoa. Qualquer pessoa poderá praticar atividade física desde que de uma forma adequada às suas caraterísticas. Mesmo que em casa. Nestes últimos sete meses aprendemos alguma coisa? Acho que sim. O conhecimento que temos da doença é muito maior do que tínhamos na altura. Mantemos ainda algumas incertezas, mas é verdade que conhecemos bem melhor o vírus e da forma de lidar com ele. Ainda temos margem de progressão, ainda temos capacidade para melhorar a nossa resposta para intervir sobre o problema. Entrevista a Ricardo Mexia, presidente da Associação Nacional de Médicos de Saúde Pública 10
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