Revista ACP Junho

52 Cartas Sócios Medidas apertadas para todos os condutores independentemente da idade Emílio Sousa, sócio 44644 Compreendo perfeitamente a carta do consócio João da Silva, publicada na edição de abril da Revista ACP, quando afirma “defender que pessoas com mais de 75 anos, além da inspeção médica, deviam estar sujeitas a uma prova prática e (ou) exame psicológico”, mas parece-me que o exame psicológico, a existir futuramente, devia ser alargado a todo e qualquer pretendente a condutor, pois as doenças mentais não escolhem idade. Paralelamente a esse exame também deviam ser feitas análises de despiste de droga, pois há muitos condutores a circular sob a influência de drogas e só são detetados (quando são) em caso de acidente ou operações Stop. Quanto à velocidade, em que João da Silva também defende que o seu limite “fosse reduzido para 100 km/h nas auto-estradas e 80 km/h em estradas nacionais” é evidente que o tipo e estado da viatura, o estado tempo, o piso e a configuração das vias devem influenciar em conjunto a velocidade escolhida pelo condutor para circular, mesmo que o limite estabelecido seja superior. Infelizmente as nossas estradas são um mau exemplo em termos de sinalização. Só como exemplo veja-se o que acontece na A25 junto a Celorico da Beira. Quando começa a descida, após passar a saída para Celorico (pórtico 26-sentido Sul/Norte) aparece a placa com indicação de limite de 120 km/h, isto numa descida acentuada e para quem já circula desde a Guarda a velocidade é de 100 km/h. Cerca de 700/800 metros à frente (depois do pórtico 25 no mesmo sentido) surge, já no final da descida, o limite dos 100 km/h. Isto entende-se? Ciclovias que impedem a mobilidade dos cidadãos em Lisboa Carlos Rebelo, sócio 29606 Com tristeza vejo que o mandato de Fernando Medina à frente dos destinos da Câmara de Municipal de Lisboa, povoou a cidade com pinos, pilaretes, pinásios e outros obstáculos, que privam os cidadãos da sua liberdade de mobilidade. Junto à rua onde vivo, o seu último “presente” foi a imposição de uma ciclovia com direito a “plantação” de pilaretes, a impossibilitar os moradores de estacionarem os seus carros à porta de casa, seja para carregar e descarregar malas ou sacos de compras, tomar ou largar passageiros, sentar as crianças nas suas cadeirinhas ou auxiliar um familiar idoso a entrar dentro do carro ou, ainda, alguém com mobilidade reduzida. Com estas medidas, o presidente da Câmara de Lisboa priva-nos de ter acesso às nossas casas. Tenho vizinhos que se deslocam em cadeira de rodas, como vai ser para os colocar dentro dos carros? E porquê? Por mais uma ciclovia, que reduz de duas faixa para uma numa rua com imenso trânsito? Só posso felicitá-lo por esta ideia! Sabe, Senhor Presidente, é que ainda vivem pessoas em Lisboa. Não somos nem visitantes nem turistas. Somos residentes a tempo inteiro e pagamos os impostos municipais para pilaretes? É para isso que vai o pagamento do meu Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI)? Agradeço que me esclareça, pois não consigo entender. Esta situação que acabo de relatar acontece nas Rua Marquês de Fronteira, Rua Castilho, no Alto do Parque Eduardo VII, zonas nobres da cidade, aliás, como todas as outras são, para os seus moradores e pelo que vejo isto está a acontecer por toda a cidade. Mas o dr. Fernando Medina, tem garagem, motorista, não precisa de cadeira de rodas, e mesmo que seja à sua porta, não tem problema, mas lembre-se que o seu mandato não é eterno, assim como a nossa idade, e ter acessibilidade à porta de casa é precioso. A redução de faixas de rodagem, divisórias altas, canteiros altos, que impedem a visibilidade, leva-me ainda a pensar que a CML já se esqueceu do pavoroso incêncio do Chiado a 25 de agosto de 1988, em que o socorro não chegou tão rápido como era imperativo, por causa de umas floreiras de betão na Rua do Carmo. Não sou contra os espaços verdes, nem os arranjos paisagistas, nem contra as ciclovias, também uso a bicicleta, mas está em causa a forma como essas vias são impostas aos lisboetas: estudadas, desenhadas, de forma irresponsável e que provocam acidentes, devido ao perigoso comportamento da grande parte dos seus utilizadores, sejam ciclistas ou condutores de trotinetes que não respeitam o Código da Estrada, expondo-se a situações perigosas.

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