Revista ACP Junho

8 JUN I 2018 A Califórnia é um dos estados mais dotados de infraestrutura de hidrogénio com os seus atuais 31 postos de abastecimento, um número relevante se compararmos com as 32 estações de hidrogénio existentes na Alemanha, país que pretende chegar às 400 estações nos Produzir hidrogénio nos moldes atuais retira a vantagem ambiental que esta solução pode ter para o futuro da mobilidade, pois tem de se recorrer a combustíveis fósseis, tal como acontece com boa parte da energia elétrica produzida mundialmente. Mas os avanços na investigação são grandes e a União Europeia financia alguns projetos, como o H2ME, que visa criar uma produção de hidrogénio verde sustentável. O objetivo é fazer igualar o preço dos carros a hidrogénio e do hidrógénio em si ao dos carros a combustão interna. Também a Akzo e a Gasuine, dois gigantes holandeses, querem construir a maior fábrica de hidrogénio verde da Europa, recorrendo a energias renováveis para atingir um volume de três mil toneladas de hidrogénio por ano. E há cerca de um ano, no Fórum de Davos foi criado o Conselho do Hidrogénio, formado por 13 das maiores produtoras mundiais. Chama-se Quantino, foi criado pela nanoFlowcell e já percorreu mais de 150 mil quilómetros desde que iniciou os testes, em 2014. O sistema que usa é parecido com o hidrogénio, mas em vez deste elemento, usa antes água salgada ionizada. O líquido com iões positivos fica separado do líquido com iões negativos e quando ambos passam por uma membrana, os iões interagem, gerando energia elétrica que faz mover o automóvel. O resultado final é água, tal como numa célula de combustível de hidrogénio, permitindo ao automóvel funcionar com emissões zero e reabastecimento rápido. Este modelo já conseguiu percorrer mil quilómetros só com um abastecimento. Todos querem hidrogénio limpo Carro movido a água salgada faz mais de 150 mil quilómetros PRODUÇÃO INVESTIGAÇÃO próximos cinco anos. Em Portugal não existe um único. É claro que a Toyota também avançou para um modelo à altura, o Toyota Mirai (Mirai significa Futuro), um carro que demora menos de cinco minutos a abastecer e percorre 550 quilómetros, sendo a única berlina fuel cell produzida em série em todo o mundo. Aliás, a Toyota anunciou em junho que vai construir mais uma fábrica de pilhas de combustível, tentando assim multiplicar a produção por 10, até 2020. A ideia é passar de 3 mil unidades por ano para as 30 mil.

RkJQdWJsaXNoZXIy ODAwNzE=