Revista ACP Maio
10 MAI I 2018 Em 2023 está prevista a entrada emvigor da Norma 7, ainda mais exigente para os motores diesel Em 2021 os construtores vão ter de atingir os 95 gr/km de valor médio de emissões da sua gama Em 2050 as emissões de CO2 podem ser reduzidas até 40% se o peso médio dos veículos baixar 380 kg CO2 2025 +1% 2030 -9% 2035 -18% 2040 -26% 2015 1,380kg 2050 1,000kg CO2 -40% CARROS MAIS LEVES PARA REDUZIR EMISSÕES A Federação Internacional do Automóvel (FIA) aponta uma alternativa para baixar as emissões de gases: reduzir o peso dos automóveis. Segundo a FIA, da qual o ACP é membro- -fundador, reduzir o peso da frota de automóveis ligeiros de passageiros pode baixar as emissões em 40%. A ideia seria diminuir o atual peso médio de um automóvel. Este "emagrecimento" seria feito até 2050. A FIA defende também que tornar os carros mais leves oferece aos fabricantes de automóveis um método flexível para alcançar a redução de emissões, sem prejuízo da aplicação de outras medidas previstas para o combate à poluição. a demonização de que os motores diesel têm sido alvo, pois essas campanhas empurram os consumidores para os motores a gasolina, o que eleva o grau de emissões médios da frota de cada construtor, analisados à lupa do teste WLTP, o mais exigente. Note-se que em 2023 está prevista a entrada em vigor da norma Euro 7, ainda mais exigente para os motores diesel. Isto quer dizer que os fabricantes de automóveis vão ter de tornar ainda mais eficientes os motores a combustão. Isso já acontece há algum tempo. De acordo com o relatório de 2016 da Agência Europeia do Ambiente (EEA na sua sigla em inglês), recentemente divulgado, "a média das emissões de CO2 dos carros novos de passageiros na União Europeia (UE) tem descido constantemente nos últimos anos, de 170 gramas por quilómetro em 2001 para 118 gramas em 2016, com uma taxa de redução anual de 2%". Portugal é, aliás, o país da UE com a mais baixa média de emissões de dióxido de carbono dos carros novos de passageiros, por quilómetro, em 2016, segundo a mesma agência. A razão prende-se com a fiscalidade do setor, que privilegia a baixa cilindrada. Em 2016, cada carro novo em Portugal emitiu apenas 105 gramas de CO2 por quilómetro, valores bem distantes dos revelados por países como a Estónia e a Lituânia, com 134 gr/km cada. Mas esta descida dos valores médios de CO2 está a ser brutalmente acelerada por metas legislativas que impõem valores ambiciosos de emissões, e que a curto prazo diluem ainda mais os efeitos dos valores de emissões dos automóveis com estes novos testes. Uma das imposições que mais preocupa os construtores é a meta de 95 gr/km de emissões máximas de CO2 (média do total da frota de cada fabricante) prevista para 2021. Um valor que ainda seria calculado com o antigo teste, o chamado NDEC, ou seja, com valores mais baixos. Os 95 gr/km de emissões equivalem a um consumo médio de apenas 4,1 litros de gasolina ou 3,6 litros de gasóleo, por cada 100 km. Entretanto, a Comissão Europeia já impôs mais cortes nas emissões após 2021, tendo agora como referência os valores desse ano, mas já recorrendo ao novo teste, o WLTP, com valores mais realistas. Assim, em 2025 os fabricantes vão ter de reduzir em 15% a média das emissões do total da sua frota e 30% até 2030. Em causa, para os fabricantes, estão as avultadas multas para os que não cumprirem as metas de 2021, a que se soma Se verificarmos as marcas que mais dependem do diesel nas vendas, o caso da Jaguar-Land Rover é paradigmático: com mais de 90% das vendas de 2017 a caberem a versões diesel, o fabricante anunciou em abril que vai dispensar mil trabalhadores por causa da queda das vendas. A única solução para as marcas é eletrificar a gama de cada marca, com especial incidência nos híbridos plug-in, até 2021, já que os elétricos ainda não cativam o mercado.
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