Revista ACP - Março
3 MAR I 2016 O setor automóvel é desde há muitos anos a maior caixa fiscal do Estado. À volta dos três ter- ríveis “I” — IUC, ISV e ISP — tudo serve de pre- texto para conseguir mais receita por conta dos automobilistas. Desta vez, o Orçamento de Estado declara guerra aberta aos portugueses subindo sem perdão todos os impostos e taxas. Se antes se aguardava pela promulgação do orçamento para apertar o garrote, assistimos agora a uma inovação deste governo: pela calada da noite, aumenta em flecha o imposto sobre os combustíveis de forma a ir buscar imediatamente mais receita. As contas são simples de fazer: uma família de classe média com dois automóveis vai pagar mais de uma centena de euros por ano só em combustível do que em 2015. E nestes cálcu- los não estão contemplados fins-de-semana nem viagens de lazer, apenas trajetos de casa para o trabalho e vice-versa. Nem vale a pena equacio- nar os transportes públicos porque não são de todo uma alternativa como a realidade nos demonstra diariamente. Comprar carros novos é severamente penali- zado, pela via do ISV e também pelo imposto de selo sobre o crédito ao consumo (50%!). Adivinha- -se assim um parque automóvel ainda mais enve- lhecido, o que faz também prever uma quebra nos seguros, nas inspeções e nas revisões com um potencial de risco elevado em termos de sinis- tralidade rodoviária. Do lado do Estado é um erro porque isto significa também menos consumo. Desenganem-se, porém, os que pensam que o aumento dos preços se fica por aqui. Todos os bens essenciais vão custar mais em consequência da subida dos combustíveis, por muito que se es- forcem as Finanças em manobras contorcionistas à volta do IVA e de compensações às empresas. Este ato pelo qual o proprietário de algum bem se vê ameaçado da posse deste, de maneira vio- lenta ou “clandestina”, ou ainda por “abuso de confiança” traz-me à memória uma ladainha que Paulo Portas apregoava há 17 anos contra o go- verno de António Guterres: do café ao trabalho, do carro aos cigarros e até sobre a morte tudo vale para pagar imposto. Triste realidade a nossa. Carlos Barbosa Presidente do Automóvel Club de Portugal Nº 753 MARÇO DE 2016 DIRETORA Rosário Abreu Lima REDAÇÃO António Xavier, Mário Vasconcellos, Miguel Fonseca, Ricardo Paz Barroso EDIÇÃO GRÁFICA Catarina Rodrigues e Manuel Tavares FOTOGRAFIA Interslide, Istockphoto, Alfredo Cunha, Arquivo ACP ILUSTRAÇÃO Catarina Rodrigues e Manuel Tavares DIRETOR COMERCIAL Tomaz Alpoim PUBLICIDADE Francisco Cortez Pinto, Elizabete Caboz | Rua Rosa Araújo, 24, 1250-195 LISBOA | Tel.: 213 180 100 |
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