Revista ACP Dezembro

no campo da eletrificação se irá desenvolver e que preços vão ter as baterias no futuro. Com todas estas novas tendências ainda em desenvolvimento, acredita que há países que vão ficar para trás nessa nova mobilidade? Sabemos que o nível de penetração no mercado dos Veículos Elétricos é maior nos países com um PIB mais elevado, o que significa, claro, que os países mais avançados são os que seguem na frente da eletrificação do parque automóvel. É por isso que nós, indústria automóvel, consideramos que isto deve ser levado em conta nos planos da União Europeia para a mobilidade. Aqueles países que estão mais atrasados deveriam receber incentivos e subsídios para avançar mais rápido. Quando apenas circularem carros autónomos só acessíveis aos mais ricos corremos o risco da perda de liberdade de movimentos? É um desafio que temos de enfrentar, tendo a certeza de que devemos deixar todas as hipóteses em aberto e para todos os cidadãos. Neste caminho para a nova mobilidade sentimos que estas tecnologias têm de ser acessíveis para todos e sustentáveis para a indústria. Mas isto vai ser um processo faseado e é por isso que pedimos uma abordagem realística a este problema das emissões. Os construtores automóveis europeus defendem uma visão mais pragmática dos responsáveis políticos, mais diálogo e mais incentivos Como analisa as imposições da Comissão Europeia (CE) de reduzir em 30% as emissões até 2030? Em primeiro lugar devo dizer que congratulamos genericamente o pacote legislativo sobre a mobilidade apresentado pela CE, onde estão incluídas essas metas. Nesse pacote, valorizamos em particular a recomendação feita aos países-membros para que apostem na infraestrutura da rede de carregamentos, o que é muito importante, na nossa opinião. Em segundo, a proposta contém também a intenção de incentivar a frota automóvel dos estados a tornar-se cada vez mais verde, o que é um passo fundamental. Dito isto, consideramos a data de 2030 como uma referência plausível para reduzir emissões, que está em linha com vários acordos internacionais. Mesmo o corte dos 30%? Cortar 30% em 12 anos é pouco realista. É uma meta que exige mais tempo para poder ser cumprida. Também a meta dos 25% de redução até 2025 nos parece prematura, isto quando ainda estamos a tentar atingir os valores de redução propostos para 2021, ou seja, ter uma média de 95 gr/km. Esta proximidade de metas parece-nos excessiva. Somos a favor da descarbonização, mas precisamos de metas realísticas e que tenham em conta o ponto em que nos encontramos atualmente. E quais os possíveis custos que isso poderá ter para o consumidor? É óbvio que o desenvolvimento de motores com energia alternativa irá ter o seu custo, tanto para a indústria, que tem de investir em tecnologia, como para o consumidor. Precisamos de perceber de que forma a tecnologia "Cortar 30% nas emissoes de CO2 em 12 anos não é realista" 20 DEZ I 2017 Os países mais atrasados no processo de eletrificação deviam receber incentivos e subsídios para avançarem mais rápido Erik Jonnaert, secretário-geral da Associação Europeia de Fabricantes de Automóveis

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