Revista ACP - julho

12 JUL I 2016 EIXO CENTRAL A OBRA MOSTRA AS SUAS FALHAS Apesar da falta de resposta da Câmara Municipal de Lisboa às solicitações e observações do Automóvel Club de Portugal sobre o projeto final de intervenção no designado “Eixo Central” da cidade de Lisboa e ao modo como estão a decorrer as obras, o que se passa naquela zona só vem confirmar as dúvidas que este projeto suscitou e o modo apressado como se está a concretizá-lo. Uma das dúvidas é saber como e onde serão compensados os 570 lugares de estacionamento suprimidos, nalguns casos a 100% (como na Praça Duque de Saldanha e na Av. Fontes Pereira de Melo), sendo que os poucos mais de 80 novos lugares que foram criados por transformação de estacionamento longitudinal em espinha nas avenidas João Crisóstomo e Miguel Bombarda, não cobrem minimamente os mais de 490 lugares suprimidos só na Av. da República. Esta drástica supressão de lugares numa das mais importantes avenidas da cidade é realizada numa zona em que não existem alternativas de estacionamento em estrutura que possam servir, a distância e a preço aceitáveis, os que aí residem e os clientes dos inúmeros estabelecimentos comerciais e de serviços que se concentram nesta zona de Lisboa. Os parques de estacionamento para residentes e para apoio à atividade económica da cidade, tantas vezes anunciados, continuam a não se concretizarem, nem se sabe para quando estão previstos. Também o anterior plano de reabilitação do espaço público, reordenamento do estacionamento e da circulação na zona das Avenidas Novas – objeto de exposição pública no anterior mandato da CML – continua sem sair do papel, tendo-se antes optado por atamancar mais uns tantos lugares de estacionamento nas avenidas João Crisóstomo e Miguel Bombarda, sem sinalização adequada e sem as necessárias obras de correção de alinhamento dos passeios, o que já provocou alguns acidentes. O acelerar das obras (vá lá saber-se com que custos adicionais) tem, por sua vez, provocado inúmeros engarrafamentos de tráfego, tanto nas avenidas objeto da intervenção, como nas transversais que as cruzam. E tudo isto num momento em que as aulas já acabaram e as mais recentes estatísticas de tráfego continuam a revelar uma continuada diminuição do volume de automóveis que entram e saem diariamente da cidade. Desde 2010 são menos de 24 mil veículos por dia, e menos de 115 mil desde 2003. A situação na entrada no túnel e na rotunda do Marquês de Pombal, para quem desce a Av. Trânsito em pára-arranca, centenas de lugares de estacionamento suprimido, largura de faixas de rodagem inadequada, entre muitos outros defeitos, que recaem sobre moradores, comerciantes e utilizadores da zona

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